Cap 5: Desequilíbrios emocionais.

                       À tarde de outono estava fria e monótona como sempre.Thomas olhava as folhas secas caindo das arvores formando uma enorme pilha de sujeira, se levantou do banco onde estava sentado e colocou rapidamente o livro que lia na mochila que estava ao lado.Nunca acabaria de fazer aquela leitura com tanta ventania, o dia estava bastante cinzento.Ao caminhar de volta para o pavilhão do colégio, Thomas ajeitou os fios loiros de seu cabelo que despenteavam com a ventania forte.

-         Droga.-Resmungava em voz alta.-Assim devo estar parecendo um espantalho.-Colocou o capuz de sua blusa na cabeça, mais se surpreendeu ao sentir um enorme puxão em sua cintura.-O que...

-         Me admira muito ver meu lindo namorado andando sozinho há essas horas tão afastado do colégio.-A voz animada de Couer saiu bem próxima ao ouvido do garoto que se virou para encara-lo.

-         Ora Couer não me assuste.-Resmungou e se soltou dos braços do namorado chateado.

-         Posso saber por que você esta se afastando de mim?Por acaso fiz algo que o desagradou?-Couer tinha na voz um tom bastante preocupado, alguma coisa estava acontecendo e ele queria ser o primeiro a saber do que se tratava, afinal eram namorados ou não?

            Mais Thomas pelo que parecia não queria dizer nada, e não diria com certeza, já fazia uma semana que começaram o namoro, era para estarem juntos e não desgarrados como estavam.

-         Não irei mais atormenta-lo com a minha presença; - Murmurou Couer olhando cabisbaixo para o garoto e sentiu o vento forte bagunçar seus cabelos.

              Thomas continuou parado no mesmo lugar, analisando as folhas que caiam pelo campus sem dar importância às palavras do namorado.Couer resolveu não insistir com aquilo e foi embora deixando Thomas para trás, podia sentir a frieza com que o jovem loiro o estava tratando.Não existia amor naquele relacionamento e jamais existiria.Foi uma dura tarefa aceitar que Thomas não o via com os mesmos olhos, talvez fosse só manha de um garotinho mimado...Aquilo feriu ainda mais o coração de Couer, realmente não nasceu para se apaixonar.Com esses pensamentos o veterano chegou á grande escadaria do colégio.

-         Couer!- Gritou uma voz conhecida.- Que cara é essa?

                Assim que estava no hall de entrada Couer encarou seu melhor amigo que passava pelo salão com uma grande papelada nas mãos.Maison tinha parado seu trajeto devido à cara desiludida do amigo e já vinha em sua direção querendo saber qual era o problema agora.

-         Não foi nada, acho...- Respondeu cabisbaixo.- Mais o que você vai fazer com toda essa papelada?

-         Bem, isso?- Sorriu empolgado.- Sou o encarregado de organizar os esportes esse ano, amanha começarão as inscrições e já selecionei a maioria dos alunos que costumam praticar certos esportes...Só para me adiantar.- Explicou empolgado, haveria muito trabalho para ser feito e se não se adiantasse não poderia jogar na liga de basquete sua grande paixão.

-         O primeiro semestre mal começou e eles já querem nos enfiar em atividades extracurriculares?- Bufou Couer cruzando os braços.- Não sei se vou participar, sempre tive um péssimo desempenho nesses esportes.

-         Não me surpreende em nada, você não tem dom algum, não sei para que você serve.- Sorriu.- Talvez só prestasse para vender esse seu corpo, mais já que agora esta tomando jeito...- Interrompeu logo o falatório ao notar a cara fechada com que Couer o encarava e resolveu não dizer mais nada.- Então, como vão as coisas?Cadê o Thomas?Ele vai querer participar de alguma atividade?

-         Eu não sei...Para falar a verdade não sei nada sobre o Thomas.-Debateu Couer de mau humor.

-         Ele não te falou nada?- Maison perguntou seguindo para a escadaria que levava aos dormitórios.

-         Não converso nada disso com o Thomas, se ele quiser me contar algo que faça por conta própria, não quero ser um namorado chato.- Disse acompanhando Maison.

-         Mais você também tem que maneirar, por acaso já namorou alguém serio?-Sorriu ao ver o olhar incriminador do outro.- É claro que não, por isso tente fazer as coisas direito, é sua primeira vez.

-         Oras...-Murmurou Couer irado.

-         Se entenda com o Thomas ok?Nos vemos no jantar.- Se despediu Maison seguindo para os corredores.

-         Como pode saber tanto de mim?- Suspirou Couer se inclinando no corrimão da escada, olhando para o salão esperando um certo “alguém” aparecer.

                        Passados alguns minutos Couer já estava bocejando devido à demora e se perguntou se realmente deveria estar dando tanta importância para aquele relacionamento sem sentindo.Estava quase saindo dali quando ouviu alguém chamar seu nome e olhou para a figura do garoto parado ao seu lado.

-         Oi Vitor.-Cumprimentou com seu melhor sorriso.- Como você esta?

-         Eu to bem...Na medida do possível ne.- Disse dando um sorriso amarelo e levantou o rosto tentando alcançar os olhos de Couer que o encarava com um semblante confuso;

-         Desculpa por tudo Vitor, acho que foi minha culpa você ter confundido a nossa relação.

-         N...Não se preocupe, você sempre deixou claro para mim as suas intenções.Eu é que me iludi.- Explicou o garoto cabisbaixo, escondendo o rosto no meio dos braços que estavam debruçados no corrimão.

                  Couer sentiu que o garoto estava péssimo e com razão.Sentiu um aperto no peito ao ver aqueles olhos azuis tão tristes.Levantou o rosto do menino menor ao seu lado e fez com que ele o encarasse, admirou aquele rosto tão bonito que estava rubro diante da sua presença, podia saber só por olhar aqueles olhos azuis cheios de lagrimas que Vitor o amava e era um amor verdadeiro. Couer abraçou com força o corpo do garoto acariciando seus cabelos negros e longos, sentiu que ele fungava chorando e descansou o queixo em sua cabeça, seria muito mais fácil se tivesse se apaixonado por Vitor que pelo que demonstrava, era muito apaixonado por ele.

              Naquele momento Thomas chegava no colégio com uma cara entediada.Assim que pisou no salão ficou paralisado ao ver a cena onde seu namorado confortava seu ex-amante.Aquilo foi o limite, não poderia continuar aceitando isso de jeito nenhum.Fechou o punho irado e subiu as escadas correndo, iria dar uma surra tão forte em Vitor que ia acabar com a carreira de modelo do menino, de tanto que iria deforma-lo.

-         Couer o que significa essa ceninha? –Gritou Thomas arfando, tentando recuperar o ar pela subida.

              Couer abriu os olhos ficando assustado devido aquele grito.Encarou o namorado que estava com uma cara mal humorada parado próximo a eles, e para evitar mais atritos se desvencilhou de Vitor no mesmo instante.

-         Por que você esta tão nervoso?- Quis saber Couer sem entender aquela atitude.

-         Desgraçado!-Berrou Thomas em plenos pulmões, empurrando Couer e indo enfrentar cara a cara aquele que teimava em significar algo para seu namorado.

-         Esta falando comigo?- Perguntou Vitor calmamente.

-         É com você mesmo, o que pensa que esta fazendo?Será que não sabe que o Couer é meu, seu frutinha.

-         Thomas, para de ofende-lo.- Pediu Couer seriamente.

-         Não precisa me proteger Couer, eu sei o que o Thomas tem e isso se chama ciúmes.- Explicou Vitor se aproximando de Thomas e olhando o loiro de cima abaixo.- Eu posso ate ser frutinha mais saiba que eu amo o Couer e vou continuar investindo nele ate ele ser meu...Logo, logo ele se enjoara de você.- Se gabou com um sorriso vitorioso nos lábios.- Se enxerga garoto, você não passa de um pobre coitado sem nenhum dote especial.Não é bonito, não é interessante...O Couer não nasceu para ficar correndo atrás do carinho de ninguém, ele nasceu para ser amado e desejado e isso ele sempre teve comigo.

-         Se ele se importasse com o que você “dava” a ele, jamais estaria namorando comigo.- Rebateu Thomas sorrindo triunfante.

-         É questão de tempo ate o Couer dar conta da merda que fez ao ficar com você.Você não é homem para o Couer, ele precisa de alguém que dê a ele o que quer.

-         E o que seria?- Perguntou Thomas já temendo a resposta.

-         Isso.- Vitor deslizou a mão por seu corpo olhando debochado para Thomas.-Ele precisa de sexo para ser feliz.

-         Não diga besteiras Vitor.- Censurou Couer se metendo na discussão.

-         Não é nenhuma besteira.-Afirmou Vitor irritado.-Couer, você era bem mais feliz e espontâneo antes e agora vive triste e melancólico pelos cantos por causa desse cara deprê.Isso é falta de sexo.- Disse convicto.- Esse moleque não te merece, ele não te ama.

-         Chega Vitor, isso é um assunto pessoal que só diz respeito ao Thomas e eu.

                 Vitor encarou Thomas com um olhar irado e fechou o punho querendo arrebentar a cara do garoto, não suportava ver Couer defendendo aquele idiota como fazia.Percebendo que Thomas estava distraído com suas atitudes, esboçou um sorriso no rosto e foi ate Couer agarrando o veterano pelo colarinho da camisa, lhe dando um intenso beijo.

-         Nos vemos depois gatinho.- Se despediu Vitor descendo correndo as escadas.

-         Ah...- Murmurou Couer levando a mão aos lábios sem entender, logo sua ficha caiu e o veterano encarou Thomas que ainda estava pregado no chão com a mesma cara.- Thomas eu...Eu...

-         Eu vou matar aquele filho da mãe!- Berrou Thomas correndo para as escadas, estava com uma expressão assassina estampada no rosto infantil.

               Couer se assustou diante daquela atitude e pegou Thomas em pleno ato, agarrando o garoto pela cintura.Thomas começou a se debater furioso, querendo de todo jeito ir atrás daquele modelo e mata-lo de uma vez por todas.

-         Calma Thomas, para de chutar porra.- Repreendeu Couer colocando o loiro no chão e o prendendo contra a parede.-Vê se relaxa porque já to ficando puto contigo.

-         Esta o que?-Questionou Thomas muito irritado.-Não me faça rir ne Couer, acha que vou deixar você ficar me chifrando e ficar calado?Seu idiota.

-         Eu não fico te chifrando seu babaca.-Debateu Couer sem paciência.- Quem me beijou foi o Vitor, ou por acaso você não viu?

-         E você deixou ne?Você sempre deixa aquele moleque fazer o bem quiser, ele sempre ta certo.- Respondeu já se acalmando.- Se você curti tanto assim aquele fedelho, então por que esta namorando comigo?

                  Thomas abaixou a cabeça ficando encabulado quando Couer o soltou e se afastou dele passando as mãos pelo cabelo os ajeitando devido toda aquela adrenalina.O veterano ficou encarando Thomas tentando entender o por quê daquele garoto não conseguir entender os seus sentimentos.

-         Por que nos estamos namorando Couer?O que você viu em mim?- Perguntou Thomas já sentindo os olhos cheios de lagrimas.- Você esta fazendo isso por pena ne?Pode falar.Todas as vezes que você me viu eu sempre tava chorando pelos cantos e estava sempre excluído e sem amigos, e você muito solidário teve pena do pobre coitado aqui ne?

-         Não fala besteiras cara.- Pediu Couer com um tom serio na voz.- Eu não tenho pena de você, eu te amo!Não sei por que, mais você me chamou a atenção desde o primeiro instante em que pus os olhos em você.Mais...-Deu uma pausa encarando os olhos verdes assustados do garoto.- Eu to sofrendo bastante com esse relacionamento.

-         Mais por que não me disse nada?- A voz de Thomas estava triste e melancólica.

-         Sempre quando eu me aproximo de você, você se afasta de mim.-Explicou Couer pensativo.- Nosso primeiro dia de namoro foi perfeito, mais depois você começou a se afastar de mim a me evitar.

-         Eu...Eu.-Thomas entrelaçava os dedos ficando sem graça, nem sabia o que dizer diante daquela situação.- Eu acho que...N...Não to pronto para arcar com as responsabilidades desse namoro.Um monte de garotos já veio me ameaçar essa semana e...- Ergueu seus olhos para Couer que estava chateado diante daquela declaração.- Não que eu me importe com o que eles digam, na verdade...Poxa Couer eu to tentando lutar pelo nosso relacionamento.To quase sendo linchado nesse colégio por estar contigo.

-         Seria muito mais fácil se você me contasse isso em vez de fugir de mim.- Resmungou o veterano de mau humor.- Não quero causar problemas para você Thomas, acho melhor termina...

-         Não!- Gritou muito alto chamando a atenção de alguns garotos que passavam pelo salão.- Eu...Eu não quero terminar.-confidenciou o garoto ficando muito vermelho.

                   Couer ficou paralisado diante daquela atitude.Ficou muito feliz por saber que o garoto queria continuar com o namoro, mais também não fazia nem idéia de onde ele queria chegar.

-         Eu te amo Couer.E vou fazer qualquer coisa pra ficar com você!- Sentenciou enxugando os olhos.-Mesmo que eu leve uma surra por dia por ficar ao seu lado.Eu não vou desistir de você.

-         Hun...-Couer deixou um sorriso enorme estampar em seu belo rosto.- Fico feliz em saber disso, mais pode deixar que vou dar um jeito nesses moleques invejosos,eu já imaginava que eles iam ficar no seu pé.

-         “Convencido”.- Pensou Thomas revirando os olhos.

-         Mais quero que você saiba...-Continuou Couer seriamente.- Que eu te amo, e vou fazer de tudo pelo nosso relacionamento.E não leve a serio nada do que o Vitor lhe disse.Eu não preciso de prazeres para estar feliz, só preciso que a pessoa que eu amo esteja feliz para eu estar feliz.Mas se a pessoa que eu amo estiver triste, pode ter certeza que eu também vou ficar.

-         Então é por minha causa que você esta chateado esses dias?- Perguntou o loiro assustado.

-         Isso mesmo.-Concordou Couer.- Mais eu também não quero que você finja estar feliz só para me agradar, quero é que você me diga a causa da sua tristeza para juntos darmos um jeito.Quero compartilhar absolutamente tudo com você.

                  O sorriso de satisfação no rosto de Thomas não poderia ser mais radiante.O garoto se jogou nos braços do namorado lhe dando um intenso beijo.Couer abraçou o menor e intensificou o beijo todo carinhoso, mexendo nos cabelos loiros em um cafuné, após alguns minutos os dois se separaram por falta de ar.

-         Agora melhor não darmos na pinta.- Disse Couer passando o dedo sobre a boca de Thomas após o beijo.-Se algum professor nos pega já era.

-         Tudo bem.-Concordou Thomas sorridente.-Conversaremos no jantar.-Se despediu correndo para o dormitório.

-         Ate mais!-Se despediu Couer descendo as escadas com um sorriso triunfante nos lábios.

**************

                    A noite caiu bem depressa.Naquela sexta feira à noite o colégio estava bem animado.Por todos os lados tinha garotos conversando e rindo. O refeitório estava cheio e muito barulhento, no dia seguinte os pais dos alunos viriam para uma pequena festa organizada pelo diretor de ultima hora.

            No dormitório Thomas estava muito animado, passara o resto da tarde procurando uma roupa que lhe caísse bem.O espelho que ficava ao lado da janela pegava o corpo inteiro e por isso ao redor tinha diversas peças de roupas no chão.Jhean apesar de achar que Thomas estava exagerando, sempre dava sua opinião nas roupas que o amigo escolhia.

-         O que você acha dessa Jhean?- Thomas se vira para o amigo que estava estendido na cama entediado.

-         Hun...-Jhean murmura alisando o queixo.-Maneira.

         Thomas ficou pensativo e olhou para seu reflexo, estava vestido de uma calça jeans preta bem larga com vários bolsos e algumas correntes, uma regata preta que moldava seu corpo que apesar de não ser musculoso era chamativo e usava tênis all stars.Uma careta desdenhosa se desenhou no seu rosto diante da imagem refletida.

-         Só maneira? Eu to parecendo um roqueiro delinqüente, fala serio.-Resmungou já tirando a roupa.

-         Sabe Thomas, na minha opinião qualquer roupa lhe cai bem.- Jhean se levantou e se pôs ao lado de Thomas no espelho e segurou com umas das mãos o seu queixo levantando seu rosto.- Você é lindo vê?- Apontou para o espelho.

-         Não vejo nada de lindo ai.- Thomas se chateou desviando o olhar.

-         Que isso Thomas, você é muito bonito e tenho certeza que o Couer não vai querer olhar para o que você esteja vestindo e sim para seu interior, afinal ele se apaixonou pela pessoa que você é e não por sua aparência.

-         Você fala isso porque se veste super bem.Olha pra você, sempre na moda, por isso o Braian te adora e os outros meninos babam quando você passa.

-         Ah...- Jhean fez bico e logo deu uma risada animada.-Não seja besta Thomas, acha que eu ficaria com o Braian se ele só olhasse para minha roupa ou para o meu corpo?

-         Não sei.-Murmurou Thomas envergonhado.

-         Sabe de uma coisa...-Jhean voltou para a cama e se sentou fitando Thomas que o analisava apreensivo.- Você conseguiu o coração do cara mais promiscuo do colégio, você conseguiu o que todos os garotos aqui afins de homens gostariam de ter e é um amor sincero pelo que parece, não jogue fora essa oportunidade.

-         Eu sei.- Thomas coçou a cabeça e se voltou para o espelho, logo pegou uma camisa preta com uma estampa de uma estrela cadente e uma calça azul escura bem folgada e mostrou para Jhean.-Essa é minha roupa favorita, é será com ela que eu vou, obrigado Jhean.-Disse saindo do quarto para tomar banho.

-         Er...-Jhean tentou argumentar mais o melhor era ficar calado.- Tudo bem esse é o estilo dele.

       

              No refeitório as mesas já estavam completamente todas cheias de alunos, todos esperavam para jantar e conversavam animados sobre a festa do dia seguinte.Na mesa de centro um grupo de garotos conversava animado e descontraído como sempre.

-         Fiquei sabendo que as atividades extracurriculares este ano será obrigatória.-Comentou um garoto loiro.-Mais dessa vez temos que nos escrever em esportes também.

-         Esportes não fazem parte das tarefas extracurriculares Jhosh.- Maison que desde que chegara a lista dos esportes não a largava mais, nesse momento a estava examinando mais parou ao ouvir o amigo comentando.- Os esportes este ano vão fazer parte do poliesportivo.

-         Do que?-Perguntaram todos na mesa em coro.

-         Não acredito que ainda não estão sabendo.-Maison passou a mão pelos cabelos castanhos os levando para trás e olhando com cara de espanto para todos.-O poliesportivo é um evento de esporte entre as escolas é um tipo de competição e quem concorrer estará livre das atividades extracurriculares.

-         Bom saber.-Magnes comentou coçando a testa.-Será maneiro me livrar das aulas de francês e de espanhol, pelo que sei são as mais fáceis mais da mesma forma são uma chatice.

-         Pra mim vai continuar a mesma merda.-Bufou Couer brincando com uma mecha de seu cabelo.-Odeio esportes, vai dar no mesmo.

-         Calma lá Couer, isso é um evento bastante interessante, já imaginou concorrer e ir jogar fora do colégio?Ser suspenso das aulas...- Explicou Maison empolgado.

-         Maneiro.-Dois garotos dizem ao mesmo tempo e logo uma algazarra de vozes se mistura discutindo o tema.

-         Quanta besteira...-Murmurou Couer de mau humor.-Tenho coisas muito mais importantes para me preocupar, sinceramente.

-         Mais é uma oportunidade para você ser responsável uma vez na vida ne Couer?Já pensou você ganhar um troféu para essa escola?Será uma recomendação e tanto para uma boa faculdade não acha?- Comentou Maison encarando seriamente a cara debochada do amigo.

-         Eu não pretendo perder meu tempo pensando nisso, a única coisa que eu quero é me formar logo e voltar para casa...-Resmungou Couer mexendo entediado na comida.- Assim que eu me formar meus pais irão me mandar para estudar numa faculdade fora do país, não preciso de recomendações de ninguém.

-         Sinceramente você é o cara mais fútil que conheci na vida!-Debateu Maison dando as costas ao amigo.

-         Não amola Maison.-Couer revirou os olhos e encontrou os verdes de Thomas que acabava de entrar no refeitório.-Thomas!- Chamou acenando no meio daquela algazarra de alunos.

                  Thomas corou ao passar pela porta, o olhar de todos vinham em sua direção afinal estava famoso entre aqueles garotos, era o namorado de Couer oficialmente. Vários garotos fecharam a cara muito despeitados e muitos como Vitor enciumadissimos.Thomas tratou de pegar logo o seu jantar e seguiu ate a mesa onde seu namorado estava o mais rápido que pôde e nem se deu ao trabalho de olhar ao redor, havia bastante hostilidade por ali e ele sabia muito bem.Assim que se aproximou de Couer ficou chocado ao ver o veterano empurrar um garoto que estava sentado ao seu lado, só para lhe dar espaço.

-         Senta aqui.-Pediu o veterano sem tirar os olhos do namorado.

-         Valeu.-Agradeceu Thomas olhando para o menino que estava de cara feia.-Não precisava ter empurrado o menino ne Couer.

-         Não se preocupa não, quem eu quero perto de mim é você.-Sorriu com a boca roçando a orelha de Thomas que sentiu o corpo gelar.

-         Couer.-Thomas xingou o empurrando.- Deixa de ser pervertido.

-         Relaxa Thomas.-Magnes ria para o garoto do outro lado.- O Couer adora se mostrar.

-         Mas não aqui, imagina se nos pegam.-Thomas corou violentamente.

-         Te amo bobinho.-Sussurrou Couer em seu ouvido, mais não passando despercebido por Vitor que olhava aquela cena com um bico enorme.

-         Para com isso Vitor, ta parecendo um marginal.-Comentou David observando o amigo xingar Thomas baixinho.

-         Não se mete David, você não sabe pelo que eu to passando, eu sempre fiz tudo pelo Couer, para ele vir e escolher logo o Thomas.

-         Hun...- David olhou para a cena e logo revirou os olhos.-Não começa ein.

                             Após o jantar os alunos continuaram mais um tempo no salão conversando.O dia seguinte por ser visita dos pais no colégio as aulas haviam sido suspensas e os alunos aproveitaram essa folga para extravasarem um pouco durante a semana.

                          Em uma das mesas próximas as janelas, Thomas e Jhean conversavam bastante entretidos.Os dois observavam o movimento no salão e comentavam sobre seus familiares e do que esperavam para o dia seguinte.

-         Os meus pais provavelmente não virão.-Comentou Thomas mexendo sem animo na sobremesa.-Eles vão estar muito ocupados com o meu irmão.Por isso eu nem to muito empolgado com essa reunião familiar não sabe.

-         Relaxa cara, estamos no mesmo barco então.-Animou Jhean engolindo um grande pedaço de pudim.- Meus pais nunca podem vir nesses eventos porque não estão nesse país.São alguns acompanhantes da minha família que sempre vêem representa-los.

-         Nossa isso é serio?-Se surpreendeu Thomas encarando perplexo a cara tranqüila do amigo.- Seus pais trabalham fora do país?

-         Não, meus pais não moram nesse país.-Respondeu não entendendo a expressão na cara de Thomas.- É que eu não sou americano e sim europeu e meus pais estão lá na Europa saca?

-         Ah saquei...E você tem esses parentes que vem quando você precisa ne?Que sorte.-Murmurou o loiro sentindo inveja.-Não tenho parente algum que se preocupe comigo.

-         Hun...-Jhean terminou sua sobremesa e ficou sem graça ao perceber a cara mal humorada com que Braian o olhava da outra mesa.-Acho melhor irmos para o dormitório Thomas.

-         Por que?

                   O semblante de Jhean logo se tornou preocupado e apreensivo.Thomas não entendeu nada ate voltar a sua atenção para onde o amigo olhava, só podia ser uma coisa que deixava Jhean com aquele aspecto tão apavorado daquele jeito, ou melhor, alguém!

-         Esse Braian é um otário.-Argumentou nervoso.- Não entendo o relacionamento de vocês.

-         Não entende por que?

-         Porque sempre te vejo preocupado e com medo.Esse cara é um mal encarado e nunca fala com você quando estamos em publico.- Disse e apontou na direção onde Braian estava sentado com os amigos.-Olha lá, ele só fica te olhando de cara feia, ai você fica intimidado e vai pro dormitório.Nada a vê, ele pensa que te manda ou coisa do gênero, não curto o seu namorado Jhean, não curto mesmo.

-         Hun...-Jhean abaixou a cabeça sem graça diante daquele comentário, estava bastante sem graça devido à atitude de Thomas.- Acho que...Bom, o Braian e eu não somos bem namorados.

-         O que?- Os olhos verdes de Thomas não poderiam ter ficado mais arregalados.- Eu ouço vocês de noite...-Disse baixinho.- Vocês fazem e não namoram?

-         É...- Jhean estava muito vermelho.- É que nos ficamos e tal, mais ele nunca me pediu em namoro e nunca andamos juntos por ai e...- Seus olhos já estavam se enchendo de lagrimas.

-         Jhean...- Thomas murmurou o nome do amigo se sentindo muito chateado, não conseguia acreditar que Jhean estava passando por uma situação daquelas, namorando um cara que não lhe dava valor.-Vamos resolver isso cara, se você quiser eu te ajudo a encontrar um novo namora...

-         Tenho que ir.- Gritou o moreno de supetão.-Ate mais Thomas.-Se despediu saindo correndo do salão.

                 Thomas se assustou diante daquela atitude e ficou encarando Jhean que desaparecia na porta do salão.Não entendia o por quê de seu amigo estar agindo daquela forma, pelo pouco tempo que convivera com Jhean havia percebido que o garoto tinha uma personalidade forte e parecia bem independente, mais sempre quando o assunto era Braian, as coisas saiam um pouco do controle.

                  O salão àquela hora já estava muito mais vazio, quase todo mundo havia ido para os dormitórios e o zelador já mandava o resto dos garotos para os quartos.Braian e seus amigos saíram discutindo com o zelador, Thomas ficou encarando aquela discussão já se preparando para ir para seu quarto mais gelou ao ver a cara mal humorada com que Braian o encarava.

-         Hei Thomas, onde você pensa que vai?

             A voz vinha de alguém bem próximo a ele.Thomas que estava parado na porta esperando Braian parar de querer assassina-lo com o olhar se virou e deu de cara com Couer que já o enlaçava pela cintura e beijava seu pescoço.

-         Para com isso Couer.- Pediu Thomas o empurrando e olhando ao redor para vê se ninguém tinha notado aquela intimidade.-Ta louco é?

-         Você ainda pergunta cara?- Debochou Maison dando uma forte gargalhada e puxando Thomas para seu lado.

-         Ele vem comigo.- Resmungou Couer tentando puxar o loiro de volta, mais sem êxito.Maison já o carregava para fora do salão.

-         Deixa eles Couer.- Pediu Vitor passando o braço pela cintura do veterano.- Não tem problema andarmos abraçados não é?

-         É...Acho que não.- Gritou Couer para que Thomas escutasse.

                Maison se virou na direção de Couer e Vitor e começou a rir da cara do amigo que andava abraçado ao modelo só pra fazer ciúmes no namorado.Thomas fechou a cara diante daquela intimidade toda entre Couer e Vitor e fungou irritado quando viu os dois passarem abraçados na sua frente.

-         Maldito Vitor.-Murmurou entre dentes, sendo arrastado por Maison para os dormitórios.

                Quando chegaram no dormitório 3-A, David foi logo abrindo a porta e dando passagem para que todos entrassem.Couer foi logo tomando a dianteira e se jogou na cama agarrando o travesseiro todo manhoso.

-         Que canseira.-Sussurrou bocejando.

-         Se quiser vamos embora.-Disse Maison dando um tapa no pé de Couer e indo se sentar na cama.

-         Não foi isso que eu quis dizer seu mane.- Couer se sentou na cama e olhou para Thomas que estava parado ao lado da porta.- O que você esta fazendo ai Thomas, senta aqui comigo.-Pediu batendo no colchão.

-         Melhor não.-Respondeu o garoto ficando sem graça.

               Todos no quarto começaram a assobiar e rir daquela atitude.Realmente Couer ia ter um grande trabalho com aquele loiro.Diante de alguns comentários, Vitor que estava carrancudo num canto do quarto resolveu se aproximar de Couer e se sentou ao seu lado na cama, cessando na hora todos os comentários.

-         Quem será o seu novo companheiro de quarto Couer?- Perguntou Vitor tentando romper toda aquela tensão.-Não acredito que esse ano vai ficar só você e o David nesse quarto;

-         Eu ainda não sei...- Murmurou Couer coçando a testa parecendo descontraído.- Você sabe David?

-         Bom, acho que o novato vai chegar nessa reunião de pais.

-         Ah é?- Questionou Vitor indo para a cama de David e se sentando ao seu lado.- Mais como você sabe disso?

-         Bem eu só ouvi falar.- Respondeu David encarando Vitor, e de repente se ruborizou ao notar os olhos azuis do garoto sobre si e se levantou cobrindo o rosto.

                  Aquela atitude não passou despercebida por ninguém naquele quarto.Maison encarou Couer com um sorriso malicioso e Thomas estranhou bastante quando viu David seguir para a janela evitando olhar para os colegas.

-         É...Eu acho que tem mais gente apaixonada por aqui.- Disse Couer de supetão.

-         Meu Deus estou num antro de pecadores.-Debochou Maison brincalhão.- Será que sou o único aqui que não curte homens?

-         Ah para com isso Maison.-Repreendeu Vitor olhando de cara feia para o colega e indo ate David.- Liga para eles não David, eles não entendem que somos como irmãos ne?

                      David concordou com a cabeça e olhou para a face sorridente de Vitor, o garoto ultimamente era seu melhor amigo e sua companhia o agradava, afinal Vitor era um garoto muito educado e gente boa, pelo menos com ele.Nunca passou por sua cabeça que pudesse ficar afim do garoto...Mais quem disse que estava?Só ficou sem jeito por Vitor ser tão bonito, mais normal o garoto era modelo, era normal homens heteros acharem modelos bonitos não era?

-         Que irmãos que nada.- Implicou Couer.- Eu vejo o David e o Vitor pra cima e pra baixo, ta na cara que eles estão se pegando.

-         Deixa de falar merda Couer!- Exigiu Vitor ficando furioso.-Você sabe que o único homem que eu gosto é você, eu nunca me interessaria por outro cara seu idiota.

                    David fechou o punho com força devido aquele comentário.Não entendia pra que Vitor ficava correndo atrás do carinho de alguém como Couer, era simplesmente ridículo.Alguém fazia outro comentário idiota sobre seu relacionamento com Vitor, não agüentou mais ficar ali ouvindo besteiras e saiu do quarto antes que comprasse uma briga e falasse alguma merda.

-         Hei mais o que aconteceu?- Questionou Couer com um olhar assustado.- Não acredito que ele levou a serio a nossa brincadeira.Melhor ir falar com ele.

-         Não!- Pediu Thomas se colocando na frente da porta.- Acho que ele deve estar querendo ficar sozinho.

-         Como você sabe?- Gritou Vitor alterado.-Você não sabe nada sobre o David, então não dê seus palpites onde não foi chamado.- Finalizou indo em direção da porta,mais Thomas ainda impedia sua passagem.-Me deixa passar.

-         Não.- Thomas encarou Vitor com um semblante cheio de raiva.- Que tipo de amigo é você que não percebe que...- Ficou mudo de repente.- Couer, estou indo para o meu quarto ok?

-         Mais por que?- Resmungou o veterano não entendendo o motivo da conversa ter ficado tão seria.- Thomas, eu tava querendo que você passasse a noite aqui comigo e...

-         Ai, droga.- Xingou Thomas interrompendo Couer, o loiro tinha sido jogado contra a parede por Vitor que saiu do quarto furioso.

-         Você ta bem?- Perguntou o veterano ajudando Thomas a se levantar.- O Vitor às vezes é muito mimado.

-         Deixa pra lá, eu to bem.

-         Olha gente, to indo nessa também.-Se despediu Maison percebendo que estava ali segurando vela.-É muita viadagem para uma noite só.

                     Couer se despediu do amigo com um abraço e o levou ate a porta discutindo alguns assuntos.Assim que fechou a porta o veterano voltou toda sua atenção para a figura loira sentada na cama.

-         Agora vamos cuidar de nos ne?

-         Como assim?- Perguntou Thomas distraído enquanto olhava para o machucado, percebendo que ainda sangrava passou a língua para estancar o sangue.

-         Hun...Que lingüinha linda.-Sussurrou Couer engatinhando sobre a cama indo na direção de Thomas que ficou muito sem jeito.

-         Co...Couer.- Ficou sem jeito ao sentir a língua do outro roçando em sua orelha.-Ah...

-         Hoje a noite é toda nossa gatinho.

                   O veterano deitou sobre o garoto beijando carinhosamente seus lábios.Thomas o retribuiu na mesma intensidade cheio de empolgação.Couer percebeu que o garoto estava totalmente entregue a ele, então começou a investir com as caricias, aquela noite seria fácil tirar do namorado o que tanto queria.

-         Couer.- Thomas chamou baixinho ao sentir o peito desnudo.- Eu acho que ainda...N...Não...

-         Você vai adorar, isso é normal Thomas, afinal somos namorados.

               Thomas olhou no rosto de Couer que lhe sorria, aquele sorriso tão lindo.Como ele era lindo, o cabelo castanho estava balançando sobre seus olhos por estar totalmente inclinado para observa-lo, os olhos cor de mel tão sedutores. Sentiu seu corpo queimar e virou o rosto constrangido, Couer estava de quatro sobre ele se sustentando sobre os braços desnudos e torneados, ergueu as mãos ao sentir os beijos dele em seu pescoço e alisou as costas suadas de Couer.

              Alguns minutos depois ambos já estavam inteiramente nus.Thomas já se encontrava totalmente entregue e já se acostumava com a sensação do corpo de Couer sobre o seu, estavam começando a ousar nas caricias mais de repente os dois se assustaram com a barulhada no meio daquele silencio onde só se ouvia os gemidos de ambos.David acabava de entrar eufórico no quarto e bateu a porta com tanta força que deveria ter acordado a metade da escola, o moreno sem se importar em ser inconveniente seguiu ate a janela do quarto e tirou do casaco um maço de cigarros.Realmente parecia estar muito transtornado;

-         Porra David, não vê que estamos ocupados?- Gritou Couer irritado, já se levantando e pondo a bermuda para ascender à luz.- O que aconteceu dessa vez?

-         Não te interessa.- Respondeu o moreno ríspido.Mais logo sua atenção se voltou para Thomas que estava escondido debaixo das cobertas e seu semblante ficou ainda mais carregado.- Olha aqui Couer, eu sempre vendei meus olhos e meus ouvidos a cada dia que você trazia um garoto para este quarto, nunca reclamei e nem falei nada.Passei noites sem dormir por causa dos gemidos e dos gritos e sempre fiquei em silencio.- David já perdia o controle e encarava Couer cara a cara.- Mais agora quero que se manque e perceba que este quarto também é meu e por isso não vou esperar lá fora quando você fica aqui comendo o primeiro putinho que aparece na tua frente!

                       Mal terminou a frase e recebeu um soco no meio da boca, caindo sobre a cômoda.Couer estava parado no meio do quarto com o punho erguido e com um olhar cheio de ódio.

-         Seu maldito, quem tu pensa que é para falar assim da pessoa que eu amo, seu bastardo!- Gritou furioso olhando para a enorme figura que se levantava do chão passando as costas da mão sobre a boca.

-         Filho da mãe.- Xingou David olhando para sua mão e reparando que tinha sangue ali.-Eu vou te matar sua bichinha.

                   David desferiu um soco na cara de Couer que desviou e pulou sobre o moreno com tudo, fazendo os dois caírem no chão.Os dois começaram a se atracar pelo chão derrubando tudo que tinha pela frente, se agrediam com pontapés e socos e xingavam um ao outro sem parar.Thomas arregalou os olhos assustados diante daquela briga violenta, tratou de vestir logo uma roupa e tentou se meter entre os dois para separar aquela pancadaria antes que alguém saísse realmente machucado.

                  Thomas tentou entrar entre os dois pedindo que parassem com aquela briga, mais acabou levando um chute nas costas e caiu de quatro no chão.O loiro ficou irritado e quando foi se levantar sentiu um impacto muito forte contra o cotovelo do braço direito.Tudo tinha acontecido muito rápido, Thomas estava sustentando o braço no chão e logo perdeu todo seu equilíbrio, o chute que recebeu deslocou o osso do cotovelo o fazendo perder o sustento do braço e cair de cara no chão.

                  O grito foi ouvido por todo o colégio.Os dois logo pararam de brigar e viram a cena deplorável no chão.Thomas estava caído de bruço e seu braço estava retorcido para trás, quebrara o osso do braço direito e muito sangue vazava do corte que o osso fizera em sua pele.

-         Tho...Thomas...- Balbuciou um Couer em choque.O veterano ficou apavorado ao ver o estado do namorado e imediatamente puxou o garoto para seus braços e o abraçou com força, sentindo as lagrimas do garoto molhar seu peito nu e o sangue escorrer por sua perna.-Thomas, Thomas...- Repetia o nome do namorado diversas vezes, estava descontrolado ao ver que o garoto sofria daquele jeito.

-         Thomas...- David olhava assustado também, afinal foi por sua causa que o garoto sofria.O chute que quebrou seu braço foi dado por ele, mais tinha sido sem intenção, estava nervoso e nem percebeu.Estava calçado de coturno e por isso imaginava o estrago que teria feito naquele braço.- Meu Deus.

                     O clima naquele quarto estava o pior possível.David olhava apavorado para Thomas que sangrava no colo de Couer e não sabia nem como reagir estava pasmo diante daquela situação.Couer não parava de chorar e acariciar o cabelo de Thomas, que devido à dor já estava desmaiado no colo do namorado.

-         Mais que alvoroço é este?- Perguntou Maison já abrindo a porta com força, sendo seguido de uma multidão curiosa.Mais o garoto se deteve ao ver tal cena.-Co...Couer, mais o que ouve cara?

                 A multidão que entrava no quarto logo se assustava diante daquela cena.Muitos murmuravam “tadinho dele” e outros viravam a cara ficando enojados.A multidão logo vai saindo do quarto diante de uma gritaria que vinha dos corredores, os alunos vão dando espaço para o diretor que aparecia seguido por alguns professores e o coordenador.

-         Saiam da frente.-Berrava o diretor passando pela porta do quarto e encarando aquela cena irritado.- Mais o que significa isso?

-         Olhe o braço do garoto.- Interveio um dos professores empurrando alguns alunos que estavam á sua frente.-Saiam, me deixa passar.

                  O professor sem se importar com os lamentos de Couer puxou Thomas de seus braços e saiu o mais rápido que pôde do dormitório, o diretor fez uma careta quando viu o estado do braço do aluno e ajeitou os óculos que escorregavam do seu rosto.

-         Professor Gustavo acompanhe o professor Alisson ate a enfermaria e certifique que o garoto ficará bem.

-         Sim senhor.- Respondeu o professor pedindo passagem entre os alunos e já saindo do dormitório.

-         Agora eu quero saber quem foi o autor disso.- Gritou o diretor furioso.

-         Senhor Caio, vejo que o melhor é mandar o resto dos alunos para os quartos antes de qualquer coisa.- Sugeriu um outro professor.

-         Mais isso eu pensei que já tivesse sido ordenado professor Andress.- Debateu Caio censurando o professor.

-         Ah sim, claro.Vamos, todos de volta ao quarto.- Pediu Andress tirando os garotos do corredor.

-         Então...Quero uma boa explicação.- Caio voltou a perguntar, olhando diretamente para Couer que estava todo ensangüentado.-Senhor Láviron, por um acaso você pode começar?

-         Eu só quero saber se o Thomas ficará bem, só isso.- Respondeu Couer ríspido.

-         Oras, primeiro agride o garoto e depois se preocupa?

-         Eu nunca agrediria o...

-         Fui eu diretor.- Interrompeu David se pondo de pé.- Estávamos brigando, Couer e eu.O Thomas só quis separar a briga e o acertei sem querer.

-         E posso saber o que o senhor Renderson fazia neste dormitório?Pelo que saiba ele é do segundo ano...

-         Eu explico diretor.-Se intrometeu Maison que estava sentado ao lado de Couer.- Acontece que esse dormitório esta sem um aluno, então às vezes revezamos, ontem quem dormiu aqui foi eu e hoje seria a vez do Thomas...Tem algum problema?

-         O problema senhor Nagvol é que eu não sei o que continua fazendo aqui já que o professor Andress já mandou todos para seus dormitórios.- Grunhiu Caio quase cuspindo fogo.

-         Eu sei mais...

-         Mais nada.-Repreendeu Andress seriamente.- Vá para seu dormitório Nagvol.

-         Hun...- Murmurou Maison de mau humor olhando de cara feia para o professor de literatura e saindo logo do quarto.

                    A tensão estava enorme naquele dormitório.A única coisa que Couer queria era estar com Thomas, estava muito preocupado e queria saber o que havia acontecido com o garoto.David estava pensativo na janela e o diretor conversava baixo com o coordenador.

-         Hoje não resolveremos nada.- Começou o diretor limpando a lente dos óculos no paletó.- Já são uma e meia da manha e estamos todos cansados.Mais saiba que quero os dois amanha de manha na minha sala, vocês terão o castigo que merecem.- Disse e saiu nervoso do dormitório sendo acompanhado pelo coordenador.

-         Bastardo.- Murmurou Couer entre dentes, mais se arrependeu ao perceber que o professor Andress olhava serio para ele.

-         Couer.-Chamou Andress indo sentar ao lado do garoto na cama.- Posso saber o motivo dessa briga?

-         Não!- Respondeu Couer olhando fundo nos olhos do professor e se levantou logo em seguida.

-         Eu sempre quis ajuda-lo Couer...-continuou Andress se levantando e segurando o aluno pelo braço.- Não entendo por que você esta agindo assim, feito criança...

-         Olha aqui professor, vê se me deixa em paz ok?Eu não quero conversar, o único que merece sermão é esse bastardo do David que alias...- Fechou os punhos já querendo surrar a cara de David, mais Andress o impediu de imediato.- Me solta, esse cara merece umas surras, ele quase matou o meu...-Ficou mudo.

-         O seu o que Couer?- Questionou Andress o encarando seriamente.- Seu namorado?

-         Vá a merda.- Disse Couer indo se deitar e puxando o edredom ate a cabeça.

                  Andress ficou chateado diante daquele comportamento mais resolveu não levar a serio as grosserias do aluno, afinal o garoto parecia estar bem transtornado com tudo aquilo.O professor olhou na direção de David e ficou sem saber o que dizer, o rapaz estava com um olhar vazio e perdido, os olhos castanhos estavam úmidos e o cabelo muito liso estava bagunçado sobre o rosto manchado de lagrimas.

-         David é melhor que descanse.-Pediu Andress tendo a atenção do moreno.- Amanha conversamos tudo bem?

-         Ok professor.- Respondeu David indo ate a sua cama, o rapaz se deitou mirando o teto do quarto parecendo muito pensativo.Não tinha nem se dado ao trabalho de tirar as botas.

-         Boa noite para vocês.-Desejou Andress antes de apagar a luz.

Continua...