Regras escrita por gemeasgc
Bati na porta da sala de Transfigurações antes de abri-la ruidosamente. Todos se viraram para mim.
- Não tolero atrasos, senhorita Evans.
- Prometo que não irá acontecer novamente, professora. - murmurei olhando para os meus sapatos, tentando esconder meu rosto ainda avermelhado
- Vá para o seu lugar, senhorita. - ela disse e eu me encaminhei para a cadeira mais próxima, sentindo os olhares dos estudantes seguirem cada passo meu.
Comecei a rabiscar o pergaminho, e novamente senti um olhar cair em mim. Olhei para cima e encontrei os olhos acinzentados de Sirius Black, quais não pude sustentar por muito tempo, abaixando o rosto quando o sentimento de culpa voltou a me invadir. Quando o sinal bateu, Marlene veio me procurar, porém a mandei embora, com uma promessa de que explicaria tudo mais tarde. Mas o que eu não esperava foi o que veio a seguir.
- Evans, você viu James? - duas figuras estavam a minha frente. Sendo Sirius Black a que se pronunciou.
- Ahn... - senti minha boca secar - Há algum tempo. Er, no terceiro andar.
Os meninos se viraram, porém quando já estavam na porta, os chamei.
- Black, por favor, vá rápido. E, hm, me diga como ele está. - eu gaguejei e ele assentiu antes de sair em disparada com Remus ao seu encalço.
Joguei meu material na mochila e saí em direção à sala de Runas, que seria minha última aula antes do jantar.
- Lils! Espere! - eu ouvi Fabian me chamando. Reprimi uma careta ao ouvir sua voz. - O que está acontecendo, ruiva?
- Não... não me chame assim. - eu o encarei sério. Ele pareceu estarrecido.
- O quê? Potter te chama assim todo o tempo! - ele tentou passar seu braço pelos meus ombros. Eu desviei.
- Não me parece certo. Saindo de você.
- Mas nós estamos namorando. Não estamos? - eu estava entorpecida. Não sentia nada. - Ou você estava só me usando, Evans? Agora conseguiu o Potter...
- Cala a boca! - eu rugi - Cala essa boca, Prewett, e não se atreva a falar de James! - inferno, o que eu estou dizendo? - Nós não temos e nunca vamos ter nada, entendeu?
Sua expressão passou de entendimento para raiva, e depois de raiva para mágoa, antes de chegar ao nojo.
- Eu entendi. - eu lhe dei as costas e continuei meu caminho conforme ele falava - Pode ir atrás dele, Evans. Eu não vou mais te impedir.
Já estava no final do corredor, porém ainda sentindo seu olhar sobre mim. Muitas das pessoas que tinham assistido à nossa pequena discussão estavam esperando por uma resposta minha. E foi o que lhes dei.
- Quer saber? Você não entendeu nada! - eu joguei meus livros no chão e me virei para o garoto que estava na outra ponta do corredor - Nós estamos saindo há alguns dias e você já está querendo me controlar! E mais: James é meu amigo se você ainda não notou! Eu sou a única pessoa que tem o direito de odiá-lo, xingá-lo e adorá-lo ao mesmo tempo, pois fique sabendo, ele sempre esteve ao meu lado!... Ao contrário de você.
E aí eu saí batendo os pés. Simples assim. Deixei meu material no chão e tudo!
Por Merlin, o que está acontecendo comigo?! Ouvi barulhos de passos apressados e me virei a tempo de ver Lene, quase caindo, ao carregador todo o meu material.
- Então é isso que está acontecendo? - ela pareceu um pouco fria
- Desculpe. Não sabia que você estava assistindo ao meu show - suspirei - É, James me viu dando uns amassos com o Fabian e veio tirar algumas satisfações. - eu peguei meu material de seus braços, eu olhei para o chão, conforme meus olhos se enchiam de lágrimas ao me lembrar do que havia acontecido mais cedo - Sem querer acabei dizendo que estávamos namorando e ele simplesmente desistiu. Fabian bateu nele até não poder mais. E então ele me mandou embora. Aos gritos.
E Marlene fez algo que eu deveria esperar, mas não esperava. Ela jogou os próprios livros no chão, que caíram com um baque, e me abraçou. E eu chorei. Mais e mais.
- Você está apaixonada por ele, não está? - ela me perguntou
- Eu não sei, Lens. Eu, sem duvida alguma, desejo ele. E, eu não sei, ele está sempre aqui, querendo ou não. Quando estou triste ou feliz, aceitando o meu desprezo e ainda assim correndo atrás de mim.
- Você o ama? - eu a encarei, tentando decifrar o que se passava entre seus cachos - Você sabe, quando há a amor e ódio, é a paixão. Mas se o amor estiver apenas acompanhado da lealdade... não passa de amizade. E todos nós sabemos que você o odeia, então...
- Não... não me peça para pensar nisso agora, Lene. - ela se abaixou para pegar seu material, e quando se levantou passou seu braço por dentro do meu.
- Eu acho que o sr. Binns não vai reparar se nós faltarmos hoje. - ela sorriu um pouco divertida.
Nós passamos o resto da tarde no Salão Comunal. Vimos ele se encher conforme as aulas terminavam, e em momento algum Sirius, Remo e... bom, James passaram pelo buraco do retrato. Quando Emme chegou, já parecia saber de toda a confusão e ela e Lene 'trocaram de turno' para que Lene fosse jantar, depois de eu fazer com que elas compreendessem que comida era a última coisa que eu queria agora.
Vi o Salão se esvaziar conforme as horas passavam, também. Dei 'boa noite' para todas as meninas do dormitório que passaram por mim, uma a uma, todas foram se deitar. E quando só restava eu e o fogo da lareira no Salão, Sirius e Remus entraram, cochichando sobre algo e escondendo um pedaço de pergaminho no bolso, mas pararam quando me viram. Um silêncio desconfortável se formou.
- Como ele está? – tentei soar o mais otimista possível
- Melhor. – Sirius respondeu – Um estrago bem feio, o que Prewett fez nele. Não sei o que aconteceu, James nunca deixaria isso acontecer. – Sirius me encarou esperando que eu dissesse alguma coisa.
- Mas se aconteceu alguma coisa, James não quis nos dizer, Padfoot – Remus se colocou à frente de Sirius – Então respeite a decisão dele.
- N-não. – eu me senti mal por estar causando danos à amizade deles – Amanhã. Amanhã eu conto tudo. Prometo.
- Não precisa, Lils... – Remus tentou me dizer, mas o olhar de Sirius dizia o contrário.
Com um empurrão de Remus, ele e Sirius subiram para seu dormitório, porém alguns minutos mais tarde, Sirius estava de volta.
- Se você fizer alguma coisa com ele, Evans, qualquer que seja, eu vou defendê-lo. Ele é meu irmão... e é isso que irmãos fazem. – e se foi, sem me dar tempo para uma resposta, ou um aceno de cabeça.
Sem agüentar mais a solidão do fogo da lareira, resolvi sair para uma volta. Pelo menos os quadros falam e, se eu desse sorte, pegaria uma detenção.
A alguns corredores de distância do retrato da mulher gorda, meu estômago fez um barulho gutural e eu soube para onde devia ir. Cozinha.
Centenas de passos e alguns andares depois, lá estava. A pintura das frutas. Fiz cócegas na pêra, que logo se transformou em uma maçaneta. Ao dar o primeiro passo para dentro do local, já me via cercada por dezenas de elfos, cada um me oferecendo alguma coisa. Cumprimentei todos e me dirigi à bancada.
Duas xícaras de chá depois, e uma conversa com uma elfa muito amigável, já me sentia pronta para voltar à Torre da Grifinória. ‘Volte quando quiser!’, eles me disseram, com suas vozes finas e sorrisos enormes.
Passei pelo quadro da Mulher Gorda e encontrei a pessoa que mais desejava e mais temia ver. James. Ele estava no segundo degrau da escada, mas se virou quando eu entrei.
- Hey. – eu disse. Ele não respondeu, mas também não foi embora. – Você está melhor?
- Eu pareço melhor? – ele desceu os degraus que faltavam, voltando para a luz. Seu nariz estava roxo e inchado, e o corte do seu supercílio havia parado de sangrar, porém ele também estava sem camisa, o que me deixava ver um enorme roxo na lateral. Uma costela havia sido quebrada, talvez duas.
- Não. – eu fui honesta e ele suspirou impaciente – Você se importaria de sentar... só um pouco?
- Não tem nada que você tenha a dizer que eu não possa ouvir de pé. – ele cruzou os braços com cuidado, mas ainda resmungou. Seu óculos estava quebrado em sua mão.
- Você precisa de ajuda? – eu apontei para seus ferimentos – Eu tenho umas poções que podem curar esses...
- Eu não preciso de nada, Evans. – ele viu minha expressão triste, mas continuou – Eu desisti. Por que não vai cuidar do seu namorado? Eu acho que desloquei a mandíbula dele, não?
- Eu não sei. E ele não é meu namorado. – eu me aproximei, até estar a dois passos dele. Ele me encarou em duvida e um pouco de descrença – Nunca foi.
Me aproximei mais um passo e ele descruzou os braços. Seus cabelos estavam despenteados, seus olhos inchados e caminhos de lágrimas se marcaram na quantidade de poeira que havia em seu rosto. Peguei minha varinha e apontei para seus óculos. Reparo.
- Você pode ter desistido de mim, James. Mas eu não desisti de você. – apliquei um beijo suave em sua bochecha – Boa noite.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Olá pessoas! Quando postei o capitulo nao deu nem tempo para uma nota, mas eu voltei. Voltei para explicar a minha frequencia de posts, ou até mesmo a falta dela.
Como alguns de voces devem saber, eu - autora - sou meio nova. E acabei de entrar no primeiro colegial, em uma escola nova, ou seja, professores novos, materias novas, MAIS DE 3 PROFESSORES PARA CADA MATERIA, toneladas de deveres e as atividades extra-curriculares (sério, tem até 'academia' na escola. é muito perfeito!). Ou seja, eu nao tenho mais tanto tempo quanto voces imaginam. Ficar das 7h as 19h na escola, voltar, tomar banho e cair de tanto cansaço. Mas eu nao vou desistir de nenhuma atividade, uh-uh, não contem com isso!
Enfim, quando eu comecei a postar Regras eu já respondia nas reviews: 'Esse é o meu cantinho maluco, onde eu posto quando tiver ideias legais. Eu posso passar meses sem postar e depois voltar aqui.'. Entenderam onde eu quero chegar? Eu realmente mudei os planos desde o começo, e eu posso afirmar agora: Mais quatro capítulos e Regras acaba! E eu já tenho o epílogo pronto.
Resumindo: eu nao vou prometer nada, nem garantir. Sim, eu vou terminar Regras ainda esse ano. Não, eu não sei quando vai sair outro capitulo.
Agora, enquete: Quem quer um micro-capitulo, ponto de vista do Sirius, sobre quando os Marotos encontraram James? Respostas urgentes, pois se sim, esse será o proximo.
E para ser ainda mais chata, aqui vai um trecho do epílogo:
" [...] Ela estava com o tronco deitado no piso frio da banheira, porém suas pernas se estendiam em direção ao registro do chuveiro, deixando a água quente aquecer sua pele alva. Suas pernas apoiadas à parede se cruzaram e ela se moveu para deixar maior parte da barriga em baixo do jato de água.
- Hey. - eu disse, me apoiando à pia, com os braços cruzados. Ela respirou fundo, porém nao disse nada. - Quer companhia? - ela moveu seu corpo um pouco para o lado, deixando espaço o suficiente para mim.
Retirei os sapatos e, enquanto desabotoava a camisa, ela abriu levemente os olhos, parecendo se deliciar com a visão. Nunca se cansava. Tive que reprimir um sorriso. Deitei ao seu lado, com as pernas também para cima e ela se mexeu procurando pela minha mão. Eu a puxei para um abraço e ela se acomodou em meu peito.
- O que foi? - eu perguntei. Ela se remexeu desconfortavel, e eu apertei seu ombro, em sinal de apoio.
- Eu não sei. - ela fechou os olhos e fez uma leve carranca. "