A Ultima Profecia escrita por EmyBS


Capítulo 6
Um lugar no mundo




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Havia feito mais dois meses desde a batalha na base principal que havia sido desocupada fazendo-os se instalarem em outra cidade próxima igualmente devastada e durante todo esse tempo Harry procurou por Ginny, seja no meio dos destroços ou para saber de boatos sobre possíveis prisioneiros feitos pelos Comensais da Morte.

Ninguém parecia saber o paradeiro de Ginny Weasley.

Ele não sabia muito bem como se sentia em relação ao desaparecimento de Ginny. Havia a culpa por não ter estado ao lado dela para saber o que tinha acontecido, o sentimento estranho de deitar na cama vazia e fria e mais nada. Não sentia o desespero maior do que quando havia perdido tantos outros companheiros de batalha.

E isso o fazia se sentir estranho.

Podia perceber a aflição de Ron que mesmo com o nascimento da pequena Rose parecia constantemente preocupado com a irmã. Seus olhos azuis se voltavam sempre para Harry cada vez que esse retornava de suas buscas. Hermione sempre abraçava o marido com a filha de cabelos ruivos como os do pai no colo tentando confortá-lo. Porém o mais difícil era enfrentar os olhos questionadores do pequeno Teddy.

Depois da batalha na base e o sumiço de Ginny, Fleur decidiu ir para junto da única família que ainda possuía para lhes dar apoio, já que sua família na França também havia morrido sobrando apenas Gabrielle que a acompanhava sempre.

Fleur continuava linda como Harry se lembrava do seu quarto ano, mas a tristeza dos seus olhos depois da morte de Gui pareciam não apagar conforme o tempo passava. Os longos fios loiros contrastavam com os cabelos vermelhos de Victorie de apenas quatro anos com seus graciosos olhos curiosos de criança.

Quem realmente cuidava das crianças era Gabrielle que com os mesmos traços da irmã despertava a atenção de vários soldados do acampamento, mas ela costumava lançar um olhar triste e sempre que podia verificava a lista de Comensais da Morte mortos em combate. Não era segredo entre os familiares que ela ainda procurava pelo antigo namorado que havia se alistado junto a família do outro lado. Ela ainda carregava no pescoço uma correntinha de ouro branco que ele havia lhe entregue antes de partir.

Como mais velha e mãe, Fleur havia ficado responsável pelo pequeno Teddy depois que Andrômeda faleceu de uma forte febre no inverno de dois anos atrás. O pequeno que tinha os olhos dourados e os cabelos sempre muitos coloridos como os da mãe parecia ter se acostumado bem aos cuidados de Fleur e Gabrielle, mas corria para os braços de Harry sempre que o via chegar.

- Padrinho, onde tá a tia Gy? – Teddy sempre perguntava a mesma coisa assim que se via firme nos braços de Harry.

Aquele era o pior momento do dia para o rapaz, pois ele nunca sabia o que responder para o afilhado. Sentia um bolo na garganta e olhava desesperado para Hermione que felizmente sempre socorria o amigo.

- Ela ainda não voltou querido. – Hermione pegou Teddy no colo já que a pequena Rose dormia no berço improvisado.

- E quando ela vai voltar tia? – o pequeno tinha os pequenos olhinhos piscando fazendo seu cabelo ter o mesmo tom ruivo dos Weasley.

- Eu não sei meu amor... – Hermione murmurava apertando a criança no colo – Eu não sei...

**********

O azul límpido do céu lhe dizia que uma nova estação deveria estar chegando, finalmente primavera e um tempo mais quente. Não fazia idéia de quanto tempo estava naquela estrada sem rumo. Olhou mais uma vez para o céu e sentiu um calafrio fazendo-a se enrolar mais na manta.

A mesma manta em que ele a havia enrolado no dia em que se arriscará a tirá-la de Hogwarts. Havia ficado desolada com a destruição do lugar, mas não teve muito tempo para verificar todos os danos, precisava ser rápida. E foi estranho sentir o coração apertar com o fato de que Malfoy não iria com ela.

Conseguiu fugir e pedia a Merlin todos os dias para que ninguém entre os Comensais da Morte suspeitasse de sua fuga, não gostava de imaginar o que poderia acontecer com Malfoy ou como ele mesmo havia dito o que poderia acontecer com Narcisa Malfoy caso descobrissem que ela esteve naquele lugar e tinha ido embora. Nunca havia sido uma grande admiradora daquela família, mas acreditava que eles não tinham culpa real naquela loucura.

Seguiu fugindo sem ter certeza para onde ir.

Seu primeiro pensamento foi voltar para a Resistência e para os braços de Harry, mas se sentia suja demais para isso. Não se arrependia na verdade dos momentos passados com Malfoy, nunca havia sentido nada parecido com Harry, mas não achava justo voltar como se nada tivesse acontecido. Seu coração dizia que apesar da saudade deveria seguir em frente e foi exatamente isso que fez.

Continuou caminhando e entrando nas cidades apenas para conseguir alguma comida, reaprendendo a viver sozinha naquele mundo desolado. Sua sorte era ainda ter sua varinha bem firme nas mãos. Descansava no alto das árvores agradecendo aos gêmeos por terem lhe ensinado o truque quando criança.

Lembrava muito da família perdida, seu pai, mãe e irmãos e pedia muito para que Ron e Hermione estivessem bem. Sabia que aquela altura o bebê de Hermione já havia nascido e sentia a curiosidade de conferir se o desejo de Ron havia sido realizado e a pequena Rose tinha realmente os cabelos ruivos e a inteligência da mãe.

Quando as lagrimas começavam a correr pelo rosto, Ginny as limpava e desistia desses pensamentos que a deixavam apenas triste e dormia um sono agitado com lembranças da guerra onde Harry e Draco lutavam, mas o que mais tranquilizava seus sonhos era a imagem de uma criança.

As vezes via uma criança com os olhos azuis cinzentos como os de Draco e outras com os olhos verdes vivos de Harry, mas sempre com seu nariz pequeno e cheio de sardas. Aquela imagem a aquecia e a deixava nervosa, pois parecia real demais. Com o tempo se deu conta que não era apenas uma imagem.

Ginny estava grávida.

Com essa certeza no coração soube que não poderia mais voltar para a Resistência e mais do que nunca precisava se esconder. Não apenas para proteger a nova vida que ela carregava, mas para se assegurar que nada de ruim acontecesse a ela mesma.

Ainda amava Harry, mas e se essa criança fosse filho de Draco?

Não tinha certeza se o corajoso grifinório criaria como seu um filho do maior inimigo e ainda existia a possibilidade de Draco e os Comensais da Morte descobrirem sua gravidez e tentarem matá-la ou raptá-la. Não podia arriscar, sua única esperança era se manter incógnita.

Cobriu os fios rubros que tanto a marcavam naquele ambiente árido com um pano cor de terra, se utilizou de glamour e todo tipo de feitiço que conhecia para conseguir passar despercebida pelos locais mais movimentados e só respirou aliviada quando o peso na barriga ficou demais para suas andanças e ela finalmente chegou num lugar calmo.

Uma trilha apagada pelo tempo a levou até uma chapada de ardósia úmida, por onde um rio passava e se lançava do ar e caía por uma encosta cheia de musgo. Lá embaixo havia um vale, com um punhado de edificações tortas de cor marrom. A fumaça branca subia das chaminés feitas de barro desafiando a área selvagem que circulava o local.

Era um acampamento dos nômades, aqueles que não quiseram participar da guerra em nenhum dos lados e por isso fugiam do conflito. Soube assim que viu as casas simples com a terra em volta ressecada e arenosa, onde o mato seco dançava ao vento e de pessoas com o rosto abatido, que ali estaria em segurança, não só ela como a criança que carregava.

Nota da Autora:

Leitoras más... Muito más... Eu sofro com vocês... Muito...

Beijinhos e até o próximo capítulo que só devo publicar na próxima terça por falta de motivação:

Uma criança para mudar o mundo

Um clarão no céu o fez abrir os olhos arregalando-os, que nem tinha percebido que havia fechado na entrega do momento, para fitar o anel de prata com o brasão dos Malfoy que tinha no seu dedo anelar da mão direita. Olhou atentamente para o anel sentindo um misto de medo e emoção.


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