A Ultima Profecia escrita por EmyBS


Capítulo 11
Por um mundo novo




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Hogsmead era uma cidade destruída como todo o resto da Inglaterra e praticamente da Europa. Aquela que outrora fora o maior vilarejo inteiramente mágico da Grã-Bretanha, hoje era um lugar tomado pelos Comensais da Morte. Logo depois da tomada de Hogwarts como centro das atividades Comensais, um número cada vez maior de fieis se aglomerarem em volta do antigo castelo tomando Hogsmead como ponto central.

A verdade é que sem a floresta proibida dividindo e separando a área, tudo parecia um grande descampado de terra barrenta vermelha e folhas secas com fogos de incêndios ocasionais no verão e uma expressa neve congelando tudo no inverno. As casas eram mantidas em pé magicamente sem nenhum cuidado para transformá-las mais atraentes aos olhos. A lógica parecia dizer que quanto mais desgastada era a casa, menor seria o incomodo que sofreria com novos visitantes.

E visitantes chegavam todos os dias, já que Hogsmead era a principal e única rota de entrada para o castelo de Hogwarts, assim a região vivia abarrotada de lobisomens, mercadores, soldados e todo o tipo de pessoas que serviam e sobreviviam em meio a causa do lado negro.

**********

A porta se abriu bruscamente deixando aparecer os cabelos loiro cacheados de Duda assim que o mesmo colocou a cabeça para dentro com uma expressão séria no rosto.

- Estamos nos preparando para atacar. – ele disse sem rodeios.

- Onde? – perguntou Harry decidido a dar um novo rumo e seguir em frente.

- Hogsmead...

**********

Draco mantinha o olhar firme enquanto terminava de vestir sua máscara de Comensal da Morte. O alarme de ataque a Hogsmead havia soado a poucos instantes e todos estavam se dirigindo a cidade para a se juntarem a defesa. Normalmente ele ignoraria o chamado, mas alguma coisa dentro do seu coração o fazia seguir determinado para o povoado devastado.

Feitiços voavam por cima da sua cabeça. Por toda parte havia gente duelando. Comensais por todo povoado e membros da Resistencia. Pessoas corriam por todos os lados, alguns carregando ou arrastando amigos feridos. Vidro, madeira, destroços das casas voavam pelo céu estrelado. Fogo era visto por toda parte. Dois corpos caíram do andar superior de uma casa acima de sua cabeça quando ele corria pelas ruas.

Ele não sabia exatamente o que procurava, mas seu coração procurava algo no meio daquela batalha. Gritos de terror cortaram o ar e jatos de luz verdes e vermelhos voaram. O ar em volta dele parecia congelar e Draco corria em meio aquele pandemonio. A luz se fez em sua mente quando reconheceu os cabelos rebeldes loiro platinados no fim da rua por onde corria.

**********

Astorie não podia acreditar que no fim iria morrer no meio de uma batalha tão sangrenta quanto a que sua irmã havia sido enviada. Tinha fugido durante tantos anos de toda aquela loucura e agora estava bem no meio do apocalipse.

Agarrou firme a criança em seus braços. Sua vida não era tão importante quanto a daquela criança. Ela era tudo o que tinha restado e tudo pelo que tinha forças para lutar. Tentava revidar os feitiços e se proteger da melhor forma que conseguia. Nunca tinha sido uma grande duelista. Nunca tinha tido toda a experiência que sua irmã. Nunca tinha se sentido tão perdida em toda a sua vida.

Corria a esmo pelas ruas com o pequeno Drarry no seu colo. O garoto parecia procurar alguém na multidão. Corpos caídos no chão. Não conseguiu segurar as lagrimas, não queria se entregar mais tudo gritava que era o fim. Levantou a varinha, a desesperança estava se abrindo sobre ela: quanto mais já tinham morrido naquela loucura? Astorie sentia que sua alma já estava a meio caminho do corpo quando Drarry segurou seu rosto.

- Nos vamos ficar bem...

Ele disse com tanta firme e segurança que Astorie não pode evitar rir de nervoso. Estava suja e tinha sangue em suas roupas e no rosto infantil em seu colo. Respirou fundo e beijou os cabelos claro do menino voltando a correr.

**********

Harry correu mais rápido, meio que acreditando que podia não morrer, ignorando os jatos de luz que voavam na escuridão por toda a volta dele, e o som de tudo se quebrando, e os barulhos da batalha; e pensar que fora por culpa dele que a rebelião começara, ele correu mais rápido do jamais correra na vida, e foi quando ele viu aquilo que no fundo tanto procurava.

Uma criança de cabelos rebeldes e claros no colo de uma mulher desconhecida.

Tossindo e engasgando, Harry diminuiu a velocidade, olhando para todos os lados se desviando de feitiços e lançando outros quando necessário. Corria desesperado como se tudo dependesse dele chegar até aquela criança e quando viu o feitiço ir em direção a elas se jogou caindo por cima delas sentindo o feitiço passar por suas costas. Rolou para o lado e ficou preocupado por ter machucado alguém.

- Você está bem? – perguntou sem folego pela corrida.

A mulher agarrou a criança e começou a procurar por qualquer ferimento aparente desesperadamente, mas não pareceu encontrar nada se acalmando.

- Obrigada... – babulsiou voltando a apertar a criança no peito.

Harry viu o pequeno sorrir para si. Um sorriso aberto muito familiar e seu coração disparou a se reconhecer naquele olhar maroto. Foi com espanto que viu a criança sair dos braços da mulher e se agarrar em seu pescoço.

- É bom conhecer você...

Se agarrou ao corpo pequeno respirando aquele cheiro que lembrava tanto Ginny e sorriu feliz. Não era loucura. Era seu filho. Estava tão perdido nesses sentimentos que se assustou ao ouvir um feitiço escudo e o som de alguém se ajoelhando a sua frente.

- Comovente cena Potter! – o tom arrastado o trouxe a realidade – Mas fique alerta.

Levantou a cabeça e viu os olhos cinzentos cheios de ciumes para si. Quase teve vontade de rir pelo beiço de birra que se formou no rosto cansado do outro. Naquele momento nem se lembrou que se tratava de Draco Malfoy, o novo Lorde das Trevas. No fundo ele sabia que aquela criança nos seus braços também era filho dele.

E como se quisse provar seus pensamentos o garoto voou para os braços de Malfoy que parecia aterrorizado e sem ter certeza do que fazer.

- Apenas o abrace Draco... – a mulher sorria para os dois acariciando os cabelos do menino.

Malfoy pareceu ouvir e abraçou forte o menino. Lágrimas cairam dos olhos claros. Harry mal se lembrava da vez em que encontrou Malfoy chorando no banheiro da escola e lá estava o homem criado na guerra chorando com uma criança nos braços.

Uma grande explosão proxima deles os tirou daquele momento magico. Harry se levantou assim como Malfoy que devolveu a criança para os braços da mulher que tanto a protegia, mas os dois sabiam que não era a mãe legitima.

A risada fria cortou a noite.

Uma mulher estava de pé arfando, olhava ansiosamente para eles. Um brilho animalesco no seu olhar preso na criança no meio deles.

- Finalmente... – murmurou doentia.

**********

Draco viu os cabelos cor de cobre da mulher louca a sua frente se agitarem. Ela mataria a criança, seu filho e algo dentro dele se acendeu. Não poderia deixar algo assim acontecer. Era seu filho, seu sangue, seu herdeiro. Aquela loucura acabaria agora.

- Leve-os Potter! – cuspiu as palavras se colocando entre a criança e a orla de Comensais da Morte que se aproximavam.

- Malfoy... – Harry tentou falar segurando firme Astorie que tremia em seus braços, abraçada com o pequeno Drarry.

- Sai daqui Potter! – Draco rosnou – Eu posso segura-los um pouco.

- Malfoy... – Harry tentou novamente uma onda de preocupação estranha na sua voz.

Draco se voltou para ele a varinha apontada.

- Você é o único que pode mante-lo a salvo. – os olhos cinzentos brilhavam lançando um olhar de suplica em direção a criança – Faça! – e olhando novamente para os olhos de Harry completou – E salve minha mãe das masmorras de Hogwarts...

Harry foi empurrado dali com força e correu quando os primeiros feitiços chegaram. Ele queria sair dali, mas também queria ver o que aconteceria. Arrastou a mulher que tremia em seus braços em direção aos membros da Resistência que estavam próximos.

- Papai... – a criança disse seus bracinhos esticados em direção a Draco que duelava com uma mulher insana.

- Sim querido... – a voz de Astorie tremia – Aquele é um dos seus pais.

Seu corpo doía, mas Draco sabia que não podia desistir. Não quando seu filho estava ali atrás dele. Não poderia simplesmente perder aquela batalha. Respirou fundo e apertou firme sua varinha. Tinha chegado até ali e seguiria até o fim. Podia pressentir a maldição da morte surgindo na boca de sua adversária, mas seu grito foi mais rápido.

A luz verde parecia vir em câmera lenta, mas Draco sorriu ao ver sua própria maldição derrubar a verdadeira cobra por trás dos Comensais da Morte. Talvez esse fosse o fim de uma guerra e ele sorriu antes da maldição o atingir.

Astorie viu o corpo de Draco cair e soluçou apertando a criança ainda mais forte. Sentiu as pernas falharem, mas por sorte Harry ainda a segurava firme em seus braços e foi com o amparo dele que se viu andando em direção ao corpo estendido no chão.

Harry vagamente percebia as pessoas a sua volta. Parecia inacreditável demais que justamente Draco Malfoy havia se sacrificado. Foi com espanto que notou os Comensais da Morte tirarem as máscaras e se ajoelharem no chão conforme eles andavam.

Era surreal.

Drarry deslizou pelos braços de Astorie e caminhou até o corpo de Draco que mantinha os olhos abertos e um sorriso no rosto. As lagrimas corriam pelo rosto infantil e ele se ajoelhou ao lado do pai que não conhecia fazendo um número maior de pessoas de ajoelharem diante aquela cena. O pequeno fechou os olhos e beijou a testa de Draco pegando a mão do homem e colocando nas suas. O anel de prata com o brasão dos Malfoy brilhou e Drarry o tirou do dedo deste colocando-o em seu próprio dedo fazendo o anel se moldar a sua mão pequena de criança.

- Eu te amo, papai... – o menino sussurrou se levantando e voltou para junto de Astorie que estava de joelhos o esperando e Harry que olhava para ele com um misto de admiração e temor.

- Acabou... – Drarry disse na sua voz infantil.

As pessoas ainda pareciam entorpecidas naquele campo de batalha, mas ninguém parecia querer continuar aquela loucura e tudo parecia estranho naquele cenário. Harry ainda estava congelado nos últimos acontecimentos quando um grito agudo vindo das suas costas chamou a atenção de todos.

- Josh... – Gabrielle vinha gritando correndo entre as pessoas em direção a um dos Comensais da Morte que se levantava lentamente.

- Gabrielle... – o homem abriu os braços quando a jovem de cabelos claros se jogou em seus braços como se sua vida dependesse desse ato e o beijou.

E Harry soube, diante daquela cena, que realmente havia acabado. Da mesma maneira estranha que havia começado, a guerra chegava a um fim e se permitiu sorrir abraçando o filho e Astorie. Uma nova vida começava a partir de agora.


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Notas finais do capítulo

Acabou! Esse é o último capítulo... Eu não ia posta-lo, pois não teve nenhum retorno, mas isso seria apenas uma pendência, então decidi finaliza-la de uma vez...
Beijinhos...



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