A Ultima Profecia escrita por EmyBS


Capítulo 10
Seu filho, seu mundo


Notas iniciais do capítulo

Nada a dizer... Ninguém comenta... Acho que só existe uma pessoa que gosta dessa fic além de mim mesma...



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O quarto parecia pequeno e abafado ou seria apenas impressão de Harry com esse sentimento sufocante. Fazia uma semana que tinha aparatado direto para a base depois daquele estranho encontro e ficava estendido na cama. Tinha sido informado que os planos dos Comensais da Morte falharam e ninguém havia sido gravemente ferido o que era bom.

Deitado naquela cama olhando o teto sujo deixava sua mente vagar. Estava a tanto tempo naquela contemplação que Hermione havia desistido de tentar entender e num rompante tinha deixado o quarto fazia alguns minutos, ou seriam horas? Tinha perdido a noção de tempo.

A imagem da criança de cabelos claros estava marcada em sua mente e a certeza de que aquele ser pequeno e delicado era seu filho o enchia de um sentimento estranho. Havia contado para os amigos o que tinha visto incluindo o rosto de felicidade de Malfoy, mas ninguém parecia se preocupar muito com aquele assunto.

Então Harry continuava deitado na cama contemplando o teto e tentando entender o que aquilo tudo significava. Ele tinha um filho. Um pedaço da sua família. Uma criança que sempre sonhara. Um ser puro que era parte dele e parte da mulher que tanto o apoiará durante todos aqueles anos. Parte de Ginny.

Ginny...

Passou as mãos pelos cabelos rebeldes desistindo de segurar as lágrimas que se formavam. Finalmente o fim da esposa, amiga e amante parecia penetrar sua alma e sua mente. Ela não estava lá. Não havia sido ela a correr com para a criança. Não havia mais desculpas.

Porque ela não retornou?

Porque não lhe contou sobre o filho?

A imagem dos fios platinados, os dedos longos lhe apertou o coração. A fisionomia de Malfoy naquela colina de alguém que havia encontrado o que tanto procurava. Não podia acreditar. Não podia aceitar o que aquilo parecia. Respirou fundo passando o braço sobre os olhos desolado.

O cheiro suave de outono preencheu o quarto fechado e escurecido pelo tecido rasgado que cobria a janela fazendo com que a presença da mulher de cabelos acinzentados fosse notada. Pelo canto de olho ele viu Luna observar o ambiente com uma expressão de tédio e após um longo suspiro andar calmamente até a janela retirando o pano encardido e deixando o sol entrar, assim como a brisa da manhã ao abrir a janela também.

Harry ainda encarava o teto apesar de prestar atenção aos movimentos da amiga que voltava a prender os fios longos e eternamente embaraçados num coque no alto da cabeça e se sentava no pé da cama.

- Pretende ficar aqui até o fim dos dias... – Luna ainda arrumava os cabelos e não olhava para ele, mas sua voz tinha o mesmo tom despreocupado e distante de sempre.

- Eu não consigo esquecer aquela criança... – a voz saiu um tanto rouca e Harry teve que tossir um pouco para recuperar seu tom normal.

Luna deixou seus olhos azuis profundos mirarem Harry.

- O que ela significa Harry? – o tom divertido lembrava muito as insanas conversas em Hogwarts e Harry se sentiu bem.

- Eu sei que é meu filho... – Deu uma olhada desconfiada para Luna, mas como ela apenas sorria continuou – Eu sinto aqui dentro! – apontou para o seu peito.

- E porque você não está procurando esse filho perdido?

Os olhos verdes escureceram e ele se sentou na cama.

- O cabelo dele era bagunçado como o meu, mas era... – sem se dar conta tocou os fios igualmente claros de Luna.

- Loiros... – Luna sorriu fazendo os olhos verdes a fitarem.

- Loiros esbranquiçados... – Harry voltou a olhar as mechas soltas do cabelo de Luna quase fascinado.

- Como os meus? – ela sussurrou com medo de assustar o amigo que parecia perdido em si mesmo.

Harry balançou a cabeça em negativa.

- Como os de Malfoy...

A dor e o desespero nos olhos verdes quando voltaram a fita-la fizeram Luna abraçar o amigo com força enquanto aquela onda de sentimentos confusos percorriam o corpo deste o fazendo se agarrar com mais força a amiga, numa tentativa de mudar, de manter a consciência e a sanidade. E ele se deixou ficar sendo confortado pelos braços finos mais firmes dela.

E no fundo ele não tinha duvidas que a criança era seu filho, mas não apenas seu e de Ginny e isso o tirava o chão.

**********

Mais uma vez ele se encontrava sozinho no alto daquela torre destruída. Fazia algum tempo que não fica ali. Na verdade desde que passará a se empenhar na busca por seu filho. Um sorriso torto brotou na boca ressecada. Tinha visto seu filho, mesmo que por apenas alguns minutos, mas tinha estado a apenas alguns passos do seu herdeiro.

E aquele sentimento parecia tão surreal.

Lembrava de cada traço, cada pequeno detalhe e isso que o trazia para aquele lugar isolado em que tantas vezes ele havia se escondido no passado. Draco lembrava dos dedos longos, mas a maneira como aqueles dedos seguiram aos cabelos, aqueles cabelos bagunçados, aquilo tudo era tão Potter.

Suspirou passando as mãos no rosto magro.

Se concentrou na emissão fraca de sinal de sua mãe. Tão perto e tão longe. Queria poder conversar com ela, tirar suas duvidas. Abraçar, pedir conforto e explicações. Queria alguém para dividir aquele tormento, aquela angustia. Queria o sorriso e a sabedoria da matriarca Malfoy ali do seu lado.

Como aquilo era possível?

Seu filho e de Potter?

Fitou as estrelas tentando colocar a mente no lugar e lá em cima, sem conseguir ver as constelações direito, tudo o que podia divisar era que Marte brilhava e essa informação parecia importante, mas ele nunca esteve nas aulas de adivinhação para se importar. Voltou seu olhar para o chão onde um grande número de Comensais da Morte se aglomeravam em volta da antiga Hogwarts.

Seus olhos ardiam pelo cansaço e Draco não tinha muita certeza de quanto tempo mais ele aguentaria. Aquele lugar era como veneno e ele sabia que estava morrendo lentamente, assim como sua mãe. Aquilo seria o fim da linhagem dos Malfoy se não fosse aquela criança.

Não importava se de alguma maneira estranha Potter também fosse o pai, o menino era seu herdeiro e tinha seu sangue. Continuaria a linhagem e mesmo naquele caos, ele, Draco Lucius Malfoy conseguira cumprir com sua obrigação como Malfoy e tinha algum para continuar.

Olhou para seu anel e esboçou um sorriso triste.

- Você ainda irá usar esse anel... – girou o anel no dedo – Meu filho...

**********

- Pai... – Drarry abriu os olhos sonolento esfregando as mãos nos olhos para depois olhar a mão direita atentamente.

- O que foi querido? – Astorie acariciou os cabelos rebeldes do pequeno e o pegou no colo.

Olhou pra o menino tão pequeno e sério no colo e suspirou. Desde o dia em que o aparatou naquela colina Drarry parecia estranho. Inicialmente achou que ele poderia estar doente, mas não parecia ter nada, ele apenas oscilava entre melancolia, esperança, raiva e solidão. Ela percebeu que ele não chorava mais e normalmente olhava o horizonte como esperasse ver alguém ao longe. Para piorar nos últimos dias acordava chamando pelo pai.

Astorie não tinha certeza quem eram o pai de Drarry, mas sabia que a mãe era a grifinória menina Weasley e olhando para o pequeno ela admitia que ele lhe lembrava alguém. Na verdade duas pessoas. Drarry era uma mistura perfeita de dois garotos que ela conhecia bem de Hogwarts. Os dois tinham a idade de sua irmã mais velha Dafne.

Era impossível não conhecer os dois.

O mesmo atrativo para problemas, os cabelos desgrenhados, a pele clara, o sorriso aberto quando feliz e um incrível olho esmeralda de Harry Potter.

Porém ele tinha uma maneira fria de lidar com estranhos, um sorriso sarcástico quando aprontava algo, dedos longos, cabelos loiros platinados e um penetrante olho azul tempestade de Draco Malfoy.

Astorie conhecia bem os dois da época de Hogwarts para ver os mínimos detalhes em Drarry. Um era o herói do mundo mágico que todos suspiravam, inclusive secretamente as sonserinas e o outro era aquele que toda garota puro sangue queria se tornar esposa. O herdeira da mais rica e tradicional família do mundo mágico britânico. O melhor partido de Hogwarts e sem duvida um dos mais bonitos de toda a sonserina, apesar do seu jeito arrogante e impecável.

Ela sorriu.

Drarry... Draco e Harry. A Weasley sabia que a criança que carregava era filho dos dois? Uma onda de admiração pela mulher ruiva percorreu seu corpo, antes de se dar conta que ela mesma já havia passado por mais situações, para se orgulhar de algum maldito grifinório, do que qualquer sonserino teria gostado, mas bastava olhar para a pequena criança em seu colo para ter certeza que fazia o que era certo.

Suspirou colocando o menino no chão para recomeçarem a caminhar, não podiam se dar ao luxo de pararem por muito tempo.

- Mamãe... – Drarry a olhou ainda um pouco sonolento – Onde está o meu anel?

Ela enrugou a testa e pegou a mão que o mesmo estendia para ela.

- Você nunca teve um anel querido...

- Ah... – o garotinho pareceu pensar um pouco e balançou os ombros – Meu pai ainda não me deu então.

Astorie parou em choque vendo o menino se afastar lentamente no caminho.

- Você sabe quem é seu pai?

Drarry se virou para ela sorrindo, um sorriso torto no canto do lábio esquerdo, mas balançou a cabeça vigorosamente em negativa e voltou a andar sendo seguido por uma Astorie confusa, receosa e sem perceber que a criança tomava o caminho para as fronteiras de Hogsmead.


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Notas finais do capítulo

Está acabando... Mais um capítulo e o epílogo... Pois é...

Beijinhos e até o próximo:

Por um mundo novo

Draco viu os cabelos cor de cobre da mulher louca a sua frente se agitarem. Ela mataria a criança, seu filho e algo dentro dele se acendeu. Não poderia deixar algo assim acontecer. Era seu filho, seu sangue, seu herdeiro. Aquela loucura acabaria agora.



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