Chama Branca escrita por kamis-Campos


Capítulo 2
Decepções


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap! E desculpe por não cumprir o pormetido, disse que iria postá-lo antes mas, por achar que ele não estava "bom" o suficiente, o modifiquei! Então está ai, a disposição de vocês!



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Capitulo 2 – Decepções

POV Edward

Eu e Bella já estávamos alguns metros do chalé e podíamos ouvir Jacob e Nessie, também se aproximando do mesmo. Ela agora morava em La Push, depois que se casou, então apenas vinha quando era chamada ou nos finais de semanas e, quando tinha festas. Tinha que admitir sentir um pouco de ciúme, Jacob passa mais tempo com ela, do que nós, que até então, somos os seus pais.

Tinha uma leve impressão de que Alice já havia lhe contado alguma coisa, podia sentir nos pensamentos dela a preocupação se alastrando como fogo em palha. Ela estava com medo do que estava por vim e com toda razão. Reneesme já desconfiava de que estava acontecendo alguma coisa, ela se controlava em não pensar no assunto, mas ela não era muito boa nisso.

Em sua mente, ela sentia medo e preocupação. Minha filha sofria ao vê os pais tão desunidos, ela queria que tudo voltasse ao normal e isso só me fazia sentir mais culpado. Ela nunca teria isso, infelizmente, o seu pior medo se realizou.

Bella por um instante hesitou, quando estávamos na porta do chalé. Ela me olhou por um breve segundo, o olhar oscilando entre a angústia e o temor. Segurei sua mão passando uma confiança que eu não sentia. Ela apenas assentiu, enquanto eu girava a maçaneta e adentrava.

- Mãe, pai! – Nessie se levantou do sofá, onde estava abraçada ao Jacob. Seus olhos caíram para minha mão entrelaçada a de Bella e um sorriso de extrema alegria surgiu em seu rosto. – O que houve?

- Filha, sente-se, por favor. – larguei-me de Bella e sentei-me na poltrona em frente ao sofá, enquanto Bella sentava-se na outra. – Eu e sua mãe queremos conversar com você.

- Ok! – Jacob disse se levantando e Nessie protestou, o fazendo sentar novamente. – Estou vendo que isso não é da minha conta...

- Jake, fique. – Bella disse séria. – Isso é da sua conta, tanto quanto é da minha.

- O que está havendo? – perguntou Nessie, agarrada ao braço de Jacob, como um suporte. Ele a apertou em seus braços, quando ela começou a ficar nervosa com o nosso silêncio. Nossas expressões eram tão claras, que ela se antecipou e seus olhos encheram d’água. – Mãe? Pai...?

- Reneesme, sabemos que é difícil... – Bella começou com a voz entrecortada, mas eu estava impaciente. Tinha que dá um ponto final naquilo, ela tinha que entender. Eu a criei para ser forte e tenho certeza que ela não era tão frágil assim.

- Reneesme, eu vou embora. – confessei em um sopro. Como uma explosão, ela se levantou tremendo, lágrimas escorrendo em seu rosto. Ela nos encarou fria e a dor já se fazia nas suas expressões duras, que agora se pareciam inumanas.

- Eu não ouvi isso! – com os dentes trincados, disse em um rosnado. Jacob se levantou, tentando acalmá-la, mas ela o afastou. Com os passos pesados e furiosos ela veio em nossa direção. – Qual o problema de vocês?

- Filha, me escute, por favor. – Bella se levantou, também e a segurou pelos ombros. – Seu pai e eu estamos dando um t...

- Não me venha com essa história de dando um tempo! – explodiu. – Porque estão fazendo isso?

- Se fosse por mim filha, isso nunca estaria acontecendo. – Não foi pelo que Bella falou que me deixou terrivelmente chocado, mas sim, pelo modo que ela proferiu as palavras. Seu tom era amargo e acusatório, como se ela tivesse querendo depositar toda a culpa em mim.

Sua súbita mudança de humor me transtornou e eu criei mais motivos para ir embora.

- Então, me digam. – Reneesme exigiu, os seus dentes trincados. – Por quê?

- É difícil. – eu decidi falar, as coisas estavam muito mal esclarecidas. – Filha, você via como o nosso casamento estava. Nesses últimos anos muita coisa mudou e agora estou arcando com as conseqüências. Eu tenho que ir. – disse em um suspiro. Era quase doloroso vê pelos seus olhos a dor de... Perda.

- Você está nos abandonando, é isso? – Sua expressão mais se parecia como de uma criança em assolo.

- Não! – reprimi o impulso de desistir de tudo e ficar ao seu lado, consolando-a. Mas, nunca me perdoaria por isso. – Nunca vou deixá-la! Sempre serei seu pai...

- Mas, é isso está fazendo. – insistiu em sua lamúria. – Me deixando... Deixando a mamãe. – soluçou fortemente e não tive como evitar abraçá-la. Ela tentou recuar, mas logo passou os braços ao meu redor.

- Oh, Nessie! – murmurei, sentindo-me um fiasco. Estava me sentindo culpado, não queria que ela se machucasse. – Eu sinto muito. Juro que não queria te magoar.

- Não é o que parece. – se afastou, abraçando Jacob e enterrando seu rosto em seus braços. Nessie ainda estava a chorar, porem sua voz era fria e afiada como adagas.

- Não fale assim. – sussurrei vendo-me como o vilão da história, quando Bella se junta ao abraço de Nessie e Jacob, que me dá um olhar ressentido. Busco por uma alternativa, mas eu não vejo nada.

Atordoado, vejo que estou sobrando ali e saio cabisbaixo para o quarto. Ainda decidido do que queria para mim, arrumei minhas coisas lutando com a dor de vê minha filha sofrendo. Ela não tinha culpa, mas sabia que era tarde demais.

Peguei a primeira que tinha em vista no closet e comecei a colocar minhas roupas. Ficar ali seria ainda pior, não podia me permitir agravar mais a situação. O meu quarto na casa de meus pais sempre estaria vago e sabia que eles iriam entender. Ficar na mesma casa que Bella, dava pra perceber o quão seria difícil.

Já estava com tudo pronto e procurava os papeis que anteciparia nossa separação, quando Bella entrou no quarto e sentou na cama, perfeitamente arrumada. Ela apenas esperou em silêncio, analisando-me atentamente, então decidiu quebrar a quietude.

- Porque ainda continua com isso? – perguntou evidentemente frustrada. Era óbvio que ela esperava que eu desistisse de meu plano ao vê Reneesme daquele jeito. – Você não vê que a faz sofrer?

Mas, eu não estava tão frágil aos poderes de persuasão de minha filha. Iria prosseguir com aquilo, nem os Volturi iriam ser capazes de me deter. Estava lutando para ser feliz, eu não era mais aquele homem que ficava em seu mundo solitário, enquanto todos se divertiam a suas custas. Tinha orgulho próprio e ele se fortalecia quando era ferido.

- Bella, eu já te disse... – respirei fundo e a encarei com as malas em uma mão, como se não pesasse nada e o envelope com a papelada da separação na outra. É, eu já havia pensado na possibilidade de um possível divorcio e havia me providenciado caso fosse preciso.

- É, eu sei. – me cortou impaciente. – Eu não sou surda, Edward. – sorriu levemente, mas aquilo não me convenceu. De Bella, eu espero tudo.

- Entenda, o meu lado. – dei-lhe um olhar confortador. – Se coloque em meu lugar, ok? Estou fazendo o possível para que vocês estejam bem, mesmo após a minha saída. Não sei por quanto tempo vou ficar fora, mas prometo que mandarei uma quantia...

- Edward, eu não preciso de dinheiro e nem Nessie... – seu olhar se desviou para a janela, uma fina chuva caia. – Não temos necessidade. Mas, com você ausente será muito difícil. – murmurou com a voz embargada.

- Mandarei noticias. – não consegui falar mais nada de coerente.

- Não queremos noticias suas, queremos você aqui, ao nosso lado. – disse em quase uma súplica. – Por favor, não vá! Fique! – em uma tentativa desesperada de que eu permanecesse ali, Bella pegou minha mão com força.

- Não dificulte as coisas para o meu lado. – lhe pedi, saindo com minhas coisas do quarto, enquanto ela se lamentava. Fiquei feliz que Nessie e Jacob já haviam partido, tudo que eu mais queria era sossego. Não queria deixá-las magoadas, mas parecia algo inevitável.

Por mais que eu tente, a cada passo que eu dava só machucava minha filha e a dor não podia ser pior. Eu só queria uma chance de provar a mim mesmo que nem tudo está perdido, porém arrecado a cada minuto a ira de uma parte importante da minha família.

Não me deixe! Bella deixou o pensamento chegar até mim, propositalmente. Sem me abalar, segui minha caminhada uniforme até a grande mansão. Seria muito difícil fazê-la aceitar. Pelo seu olhar, podia perceber a grande reluta dela a esse fato.

Sinceramente, não me agradava deixar as coisas daquele jeito, mal resolvidas. Tinha que tomar providências, deixar claro minhas intenções e o porquê, não queria ser um peso e nem o vilão da história.

A mansão já se estendia a minha frente, temeroso pela reação dos meus irmãos, adentrei a casa cauteloso. A essa altura, Alice já deve ter espalhado a todos da minha decisão, tão repentina. Emmett estava no sofá com os olhos vidrados em um jogo de basquete. Ao passar por ele, sua atenção foi voltada a mim e ele logo se levantou. Aquilo foi tão rápido, que me fez imaginar se ele estava apenas esperando-me chegar.

- Edward, isso é mesmo verdade? – perguntou e logo pensou: Austrália, sério? Uma imagem se fez presente em sua mente, eu estava em uma prancha de surf no tubo da gigantesca onda. Sorri, só Emmett pra pensar em uma coisa dessas.

- É. – foi apenas o que eu disse e ele me acalentou com um riso confortante. – Por quê?

- Rosálie não está de acordo, mas eu apoio totalmente. Não há mais que recomendado uma boa viagem a Sidney! – murmurou pensativo.

- Bem que você poderia vim comigo! – pisquei pra ele sorrindo, que fez uma negativa nervosa. Ele nunca largaria sua ursinha e ela nunca permitiria. Do andar de cima ouvi um rosnado e sorri vitorioso, ao ler os pensamentos nervosos e maldosos de Rose a mim.

- Tá louco? – ele passou o braço pelo meu ombro. – Rosálie nunca me deixaria viajar sozinho, ainda mais com você. Não é, amor? – disse sorrindo divertido voltando-se a escada, onde Rosálie descia com o semblante irritado comum em seu rosto.

- Edward, se pensa que vai deixar minha sobrinhazinha em depressão, vai logo tirando seu sorriso do rosto. – acusou, parando na minha frente com os dentes cerrados. Em sua cabeça só Nessie a preocupava, ela achava que Bella sabia se cuidar muito bem sozinha, ainda mais agora que é vampira. Mas, Reneesme era a sua maior preocupação.

- Para de exagero, Rosálie. – me movi indiferente até a cozinha, só para irritá-la. – Reneesme, sabe se cuidar! – sorri de lado. Porém, por dentro era tudo muito o contrário, sentia-me o verdadeiro paradoxo, absolutamente o contrário de tudo que aparentava estar. Mas cima de tudo estava decidido.

- Será mesmo que ela sabe se cuidar não tendo um pai ao seu lado? – Carlisle apareceu de repente ao meu lado, com o semblante mais assustador que pude imaginar nele. Era uma mistura de remorso e dor.  

Bombardeios de visões de Reneesme amargurada, passando aquilo que ela aprendeu da vida a seus filhos. Um final nada satisfatório, um trágico final feliz para minha filha. Na visão ela estava descontando tudo que eu fiz a ela em seus filhos e no seu marido, principalmente nela.

- O que você está querendo me dizer com isso? – desmanchei a pose de indiferença e abaixei a cabeça, desfocado do seu olhar duro. Porque tudo estava sendo tão difícil?

- Não estou querendo te dizer nada. – Carlisle disse sério, respirando firme e deixando de pensar na horrível visão de Reneesme acabada. Aquilo estava me afetando e ele sabia muito bem disso, a dor que ele estava me infligindo e submetendo-me a passar por aquilo. – Edward, isso não é nada comparado ao que pode acontecer de verdade, se você deixá-las.

- Sabe que eu não posso. – consegui dizer com os dentes trincados, controlando-me contra o rosnado que crescia dentro de meu peito. De novo a visão, mas de outra mente, a de Alice.

- Ed, me olha! – ela pegou meu rosto entre suas mãos. Foquei-me em outra mente, a pena dos demais era mais suportável do que aquilo. – Eu tive essa visão logo depois que tive a conversa com você... – não podia acreditar, ela estava forjando tudo. Minha filha nunca se tornaria aquilo.

- Não, vocês estão mentindo! – balancei a cabeça freneticamente, tentando expulsar a imagem que teimava em dançar na minha frente. – Estão fazendo isso para que eu fique! Fazendo-me desistir, mas não estão enganados. – a verdade era que eles não estavam mentindo, aquilo era a mais dura realidade.

- Você acha que eu mentiria uma coisa dessas! – gritou exasperada, mas eu não queria ouvir. Tentava bloquear todas as mentes, que me torturavam sem piedade, mas sem sucesso.

Era um fardo que tinha que levar pra toda vida, um monte vozes e imagens que me atordoavam, segredos que não são da minha conta zuniam em meus ouvidos, o mundo como um livro aberto. Será que foi por esse motivo que me apaixonei por Bella? Por ela ser tão misteriosa, por ser uma novidade, por ter segredos que não me eram revelados?

- Eu não sei, Alice. – me soltei dela e me afastei, um pouco sem rumo e evasivo. – De vocês, espero tudo.

- Você espera tudo de todos, Edward! – Rosálie cuspiu seca, postando-se na frente de Alice. - Você é um egoísta, um idiota que pensa que todos estão a sua disposição, pra usá-los e depois jogar fora.

- É, Rose! – ri sarcástico, aquilo estava me irritando, sufocando-me por dentro. – Talvez o que me falta é um pouco de ceticismo! Vivi esses anos todos em função de proteger todos, trazer tranqüilidade a tudo e verem-los protegidos e felizes. Não sabia ser feliz, vivi em função da alegria dos outros. Cansei disso! – pausei e os olhando mais calma, mas com olhar cheio de decepções. – Talvez eu seja mais feliz sendo um egoísta e pensando apenas no meu bem estar.

- Pelo menos vai ter algo para se distrair. – disse azeda, virando-se para o lado e procurando ajuda em Carlisle, que apenas me encarava sereno e cheio de reflexões. – Você mesmo!

- Eu não me importo. – sorri de lado sem emoção na voz. – Afinal, só pensou em mim mesmo.

- Edward, volta aqui! – Esme disse autoritária, quando eu dei as costas pra eles, que estavam de olhos esbugalhados. – Você não pode nos deixar, não acredito que não vá sentir a nossa falta. Edward! – ela pegou meu braço, quando fiz a menção de sair dali. – O que vai fazer se não encontrar o que quer?

- Seguirei em frente! – apenas disse isso, encarando-a e a vendo triste. Então ela logo pensou Prometa-me que quando esse dia chegar me mandará lembranças de que você está vivo e bem. – Sim, por você, sempre mandarei lembranças. – ela sorri levemente, não convencida.

- Então, é isso?! Lembranças? – Jasper veio saiu de seu estado calado para ressentido. – Viverei só com as lembranças e cartas do meu irmão? – a tristeza o assolava e sabia que aquilo era uma verdade.

Eu também, não podia negar que sentiria muito a falta dele, era algo inevitável sentir. Era um sentimento verdadeiro e puro, uma coisa que não me arrependo. Vivemos anos e décadas juntos, ele era o irmão mais velho que eu nunca tive. Seria doloroso partir e deixar tudo para trás, mas tinha um compromisso comigo mesmo, com a felicidade. Algo me esperava impaciente lá fora, não podia recusar.

- Jasper, também sentirei sua falta. – Sentiria falta de todos eles, minha família, meus irmãos, Bella e principalmente minha filha. Não queria ser um imbecil egoísta, eu não poderia mentir que eles eram importantes para mim. Eles, apesar de tudo, faziam parte do que eu sou.

Peguei minhas malas e sai sem nenhuma hesitação. Precisava de um tempo sozinho, tinha que prezar o tempo deles também.


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Notas finais do capítulo

E ai? Valeu o tempo perdido? Pois é, acho que exagerei um pouco, porém... Um pouco de drama nunca é demais!