Chama Branca escrita por kamis-Campos


Capítulo 17
Mordendo a isca


Notas iniciais do capítulo

Oi
Voltei...
Estava de luto...
Mas aqui estou eu!
Boa Leitura!



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Capitulo 16 – Mordendo a isca

Alice POV

Em Forks...

Algumas horas atrás...

Agradeci mentalmente aos céus que estavam todos ali, até Renesmee. Suspirei aliviada e me coloquei a pensar em um jeito de jogar a bomba de forma cautelosa, não explosiva. Isso acabaria com Bella e Renesmee, as deixariam loucas de preocupação. Mesmo fazendo o que fez, Edward era importante pra ambas. Elas ainda amam aquele cabeçudo do meu irmão. Eu tinha que manter a calma primeiro se eu quiser pensar em um jeito de tirá-lo dessa.

Aquela vampira recém-criada ainda matutava na minha cabeça, martelando meu juízo para o espaço. O que ela tem haver com Edward? De onde ela o conhece? Eu detestava não poder vê-los. Tentei ver o futuro da moça, mas era como se um paredão caísse bem na minha frente e eu não enxergo nada. Fico zonza a ponto que tento penetrar essa barreira em seu futuro.

Segurei fortemente a maçaneta da porta e entrei de rompante na casa. Um vulto pequenino passou pela sala e saltou para os meus braços tão rápido quanto um pequeno raio. Miguel sorria largamente pra mim, suas covinhas se evidenciavam fácil quando o fazia. Bella insistia em dizer que ele era muito parecido com Edward. É, parece que a separação a afetou “muito”. Discordo, claro!

Miguel não se parecia em nada, apenas os pequenos olhinhos claros, que deviam ser iguais ao do meu irmão quando humano. Apenas isso! Mas nada. Ele era lindo e crescia muito mais rápido que Renesmee quando tinha sua idade. Era assustador vê-lo todo dia e perceber o quanto cresceu anos. Já parecia um rapazinho de 3 anos. Bella ficou preocupada com isso, até que ponto ele cresceria? Sua infância e pré-adolescência se resumiria em 2 anos? Bem, ele é muito diferente de Nessie, mas nunca pensamos que as diferenças seriam gritantes.

Carlisle está regularmente o examinando como fez com Nessie, como também estudando e pesquisando sobre casos semelhantes. É tudo a mesma coisa, a mesma dieta, o mesmo estilo de reagir, mas parece que para os garotos híbridos as coisas são mais intensas, as transformações mais aceleradas, além de serem venenosos. Nunca soubemos do seu dom, ninguém conseguia decifrar o que ele guardava para si.

- Tia Aly! – ele saudou em uma voz infantil linda. Sorri para ele, mas claro que ele percebeu que algo me preocupava. Sempre perceptivo demais. – O que foi? Tá com uma cara!

- Não é nada, meu amor. – o respondi, tentando tranqüilizá-lo. Não queria o meter nisso. – Vá brincar no quintal com a sua bola nova, vai? – peguei o brinquedo redondo em mãos, logo ele pulou de meus braços e pegou. Mas parou a meio caminho.

- Tem certeza? – perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

- Tenho. – eu disse rindo e ele retribuiu, maneando a cabeça pequenina e correndo porta a fora. Bella e Emmet me olharam de sobrancelhas juntas, talvez se perguntando o que eu tinha pra ficar tão doida da vida como estava. Fiquei andando nervosamente de um lado e pro outro roendo as unhas até ficarem cutocos. Ah elas cresceriam novamente!

Nem percebi quando Bella chamou os outros e, meus irmãos e Esme rodearam-me preocupados.

- Aconteceu alguma coisa, querida? – Esme perguntou pousando sua mão em meu braço, fazendo-me parar e encará-la. Eu não sabia se minha expressão estava clara demais ou – provavelmente – eles já sabiam que alguma coisa aconteceu.

Suspirei, colocando sua mão entre as minhas, e olhando em volta para cada rosto presente.

- Eu preciso contar algo... – comecei tomando um fôlego, que é inútil pra mim. – Urgente.

- O que? – perguntou Rose já apreensiva pelas as minhas palavras. Percebi que Carlisle estava ausente, decidi esperá-lo. Todos mereciam saber. Balancei a cabeça e alcancei a mão de meu Jasper para me apoiar. Ele sorriu reconfortante pra mim, me dando paz.

- Vamos esperar por Carlisle, por favor. – pedi e todos assentiram. Esme sentou-se na poltrona com Rosálie no braço do móvel, ambas tinham apreensão e expectativa estampada na face delas. Renesmee relutante, sentou-se no colo de Jacob, que parecia curioso com a minha inquietação. Emmett apenas esparramou-se ao lado do casal e ligou a TV. Típico dele!

Apenas eu, Jasper e Bella continuamos em pé. Minha melhor amiga não se continha de curiosidade, está que será engolida, quando eu disser o que está acontecendo no outro lado do oceano. Colei-me mais a Jasper em apenas imaginar alguém fazendo mal ao meu maninho cabeçudo e topetudo. Juro que depois de explicar a situação para minha família, eu mesma vou dar partido disso e arrancar Edward daquele lugar.

Não faltava muito para que Carlisle chegasse, Esme já o ligara e em poucos minutos estaria aqui. Fiquei batucando o pé no chão liso e frio da casa, até que ouço seu carro aproximar-se em alta velocidade. O motor roncar alto e os pneus em atrito com o asfalto. Ele nem entrou na garagem, apenas tratou de deixar na frente de casa e subir os degraus da varanda. Corri e abri a porta pra ele, prontamente.

- Alice. – me saudou preocupado. Ele apressou-se a entrar na casa e varrer os olhos pela sala. – O que aconteceu? Esme disse que era “urgente”. Alguém se feriu? – olhou pra mim. Sua maleta de serviço foi jogada ali na mesa de centro, e todos esperavam que eu começasse a falar.

- Não, ainda. – eu murmurei baixo. Todos me lançaram olhares confusos e assustados. Afastei-me de Jasper e dei um passo à frente. – Não, se nós interferimos.

- O que está acontecendo, Alice? – perguntou-me Bella categoricamente. A fitei profundamente e ela sustentou meu olhar. Eu não podia enrolar mais, eles tinham que saber o que acontecia o mais rápido possível. Quanto mais depressa, melhor.

- é o Edward. – soltei e desviei meu olhar do rosto distorcido pela dor e desilusão de Bella. É difícil demais não poder fazer nada por conta disso. Olhei em volta e me contive em Carlisle, ele era o único dali que não estava se precipitando em imaginar alguma coisa pior. Alguma coisa em seu rosto calmo e preocupado, me deu força pra continuar. – Ele tá com problemas.

Bella POV

- É o Edward. – A voz de fada de Alice foi tomada por uma aflição sem igual. - Ele tá com problemas.

Se eu tivesse um coração, ele estaria minúsculo e apertado. E se eu pudesse chorar, estaria afogada em lágrimas. Eu me pergunto: Porque vampiros não podem chorar? Eu não sei se isso aliviaria essa dor na minha alma condenada ou só pioraria as coisas para um estado catatônico.

Eu fecho os olhos e aquele sorriso torto aparece tatuado nas minhas pálpebras perseguindo-me pra onde escapo, a face celestial emoldurada por seus cabelos acobreados perfeitos. Nesses últimos dias, todos pensavam que eu estava finalmente começando a aceitar a separação. Mas é doloroso demais aceitar o fato de que não seremos como antes. Eu não consigo, os nossos momentos eram bonitos demais para serem esquecidos. E ele foi o meu primeiro amor de verdade. Não há como esquecer!

Agora eu entendo o que Leah Clearwater sente ou, sentia. Pensar que um dia tinha planos de um futuro lindo e feliz ao lado da pessoa certa, e de repente, ela não está mais lá pra você. Mesmo que nossas situações sejam diferentes e irreversíveis, não posso evitar me compadecer. Mas, acho que não posso mais contar com ela como parceira de bar.

Ronald Grabbel é o mais novo morador de Forks, e dono do mais novo e único clube da cidade. Segundo Jake, os anciões apostavam que ela fosse imprimir no pequeno Tyler, o filho de dois anos de Emily e Sam, como acontecera com o Jake e a Renesmee. Mas ninguém imaginou que ela fosse logo imprimir no grande empresário de Seattle. E ninguém, muitos menos Sam, imaginou que ele também se apaixonasse por ela. Bem, ela seguiu em frente e hoje está noiva, tendo seu tão desejado final feliz.

Tento ser tão forte quanto ela. Pelo menos, tento ser pelos meus filhos, que tanto precisam de mim. É o mais saudável para mim e para a minha alma atormentada, mas as lembranças estão ai para me perseguir e tirar-me o sossego.

Porém, eu não posso dizer que o esqueci e que não quero saber dele pra nunca mais, porque é “mentira”. Eu só penso em como estar e se vivi bem e feliz, seja com quem for. Dói e por amor, o deixei ir. Porém, prometi a mim mesma se Edward precisasse de mim, estaria ali para ele na hora que for. Seja para o que der e vier. Mas isso não quer dizer que eu vá perdoá-lo...

- Bella, você está bem? – A voz de Alice me tirou dos meus devaneios. Eu fitava inexpressivamente o chão, como uma estatua de mármore, sem falar nenhum “ai”. Levantei a cabeça e percebi que todos esperavam alguma reação minha.

- O que aconteceu? – perguntei organizando minha cabeça no lugar.

- Bem, vou explicar tudo desde o começo. – ela começou claramente e escutamos com atenção. – Edward não queria que ninguém fosse atrás dele, então ele decidiu mudar sua rota e partiu pra Grécia em vez de Sidney, assim ninguém saberia onde ele estava, exceto eu. – ela disse com os seus olhos passeando por cada rosto. – Eu decidi ajudá-lo não contando pra ninguém onde ele estava... – Pausou e seu rosto foi tomado pela culpa. Ela apressou-se a falar quando viu a incredulidade nos rostos da nossa família. – Mas, antes que vocês me esculachem, eu pensei que ele só queria um tempo pra pensar e que voltaria depois de esfriar a cabeça. Eu nunca, nunca pensei que fosse tão sério e... Fosse arrecadar tantos problemas.

Sua cabeça pendeu para o chão. Meus ombros se arriaram ao vê sua expressão culpada, e eu estendi a mão pra tocar seu pequenino ombro.

- Nós compreendemos, não é pessoal? – eu disse lançando-lhes um olhar de aviso. – Sabemos que não fez por mal.

- Sim, Alice. Você não tem culpa. – Esme me acompanhou sorrindo ternamente para a filha e todos concordaram com ela. – Agora diga o que está acontecendo, querida? Queremos saber.

- O.K. – ela murmurou e ergueu a cabeça. – Edward está na Grécia em uma das ilhas do arquipélago de Santorini. Sabe, ele sempre quis ir para lá, mas antes de ir para a ilha, ele encontrou-se com Benjamin em Atenas.

- Benjamin? – exclamou Jasper um pouco atrás de mim, virei meu rosto em sua direção. – Digo... Eu pensei que ele deveria estar com a família nesse momento, já que Tia morreu.

- Tia morreu?

- Sim, você não soube? – ele perguntou casualmente, enquanto abraçava a cintura de sua mulher confusa. – Bom, ao que parece, ela foi atacada por vampiros nômades.

- Coitado. – comentou Esme e Renesmee em coro. Eu também sentia um enorme pesar por Benjamin, mas essa história estava muito esquisita para o meu gosto. Porque diabos fariam isso com a pobre vampira? Ela me parecia tão inofensiva da primeira vez que a vi. E eu não era a única a achar isso.

- Porque os nômades fariam isso? – questionou Rose desconfiada. – Não é como se Tia tivesse devendo um deles. Ela não me parece esse tipo!

- Eu não faço idéia. – Jasper respondeu, balançando a cabeça com algum desgosto. – Fiquei sabendo pela companheira de Amun, parece que o Benjamin está mais devastado do que parece. – Ele apoiou o queixo no topo da cabeça de Alice, que continuava calada absorvendo tudo sem nenhuma expressão. Só choque.

- Se ele está com o Edward, eu não vejo problema algum. – disse Carlisle aproximando-se de Esme e entrelaçando suas mãos. – Ou há? – os olhos caíram em uma Alice, que assumira uma postura séria de repente. Preparei-me para o pior, sabia que nada de bom sairia dali pela expressão da minha amiga/irmã. Rezei mentalmente para que Edward não esteja envolvido, em uma tentativa fracassada de mantê-lo a salvo.

- Eu tive uma visão hoje mais cedo. – começou sua voz tornando-se sombria. Ela encolheu-se nos braços de Jasper, que enlaçavam sua cintura como uma cobra. - Eu vi... – ela contou a visão detalhadamente e pausadamente, e eu só absorvia cada palavras e repassando-as na minha mente dezenas de vezes.

Como uma história de terror. Eu não queria acreditar nas visões de Alice, eu não podia acreditar. Perdendo o controle a toa, não... Tinha que ter um motivo para tudo aquilo que acabei de ouvir. Aquilo soava nos meus ouvidos sensíveis como um absurdo. Se a situação não fosse tão assustadoramente séria e pela cara de Alice, eu diria que ela estava mentindo ou brincando com a minha cara.

Eu confiava fielmente no autocontrole de Edward, mas todos tinham suas recaídas, até aqueles que tem mais de cem anos de estrada.Ele estava com problemas. Esse pensamento repercutiu pela minha cabeça e foi com choque que conclui que isso poderia acontecer, se não interferirmos. Edward nunca se perdoaria, meu Deus!

E quem era aquela vampira loira? Ela queria vingança, meu Edward estava em apuros, deus! E o que Amun tinha haver com isso?

- Alice. – a chamei e ela virou-se para mim. – Tem certeza que foi isso que viu?

- Sim, tenho. – confirmou convicta e eu assenti, tina que pensar em um jeito de trazê-lo de volta. Mesmo que ele me não queira, ele seria obrigado a ficar por perto. – E o mais estranho é que não consigo vê o futuro deles, nem de Amun, nem da vampira. Eu fico até tonta só de tentar. – seus dedos foram para suas têmporas, massageando.

Franzi o cenho. Isso é no mínimo estranho!

- Você acha que pode ser uma Volturi? – perguntou Jacob ainda abraçado a minha filha, que parecia tão aflita quanto eu. Pelo menos, ela o tinha ao seu lado.

- Duvido que seja. Se fosse, teria descoberto quaisquer que forem os planos de Aro. – Alice cruzou seus braços sobre o peito Na sua testa formou-se uma ruginha de concentração. – E ela não me parece ser uma vampira treinada ou experiente. Acho que é uma recém-criada. Estava totalmente descontrolada.

- Já avisou aos dois? – perguntou Carlisle pensativo.

- Sim, avisei-lhe alguns minutos depois que tive a visão.

- O que vamos fazer? – exigiu Renesmee levantando-se. Seus lindos olhos chocolates como foram os meus, brilhavam pelas lágrimas. – Temos que fazer alguma coisa. Ele é meu pai! Não podemos deixá-lo se descontrolar.

- Querida, vamos, se acalme. – a tranqüilizou Esme, chegando para mais perto dela e afagando seus braços. – Temos que manter a calma. Vamos conseguir conter seu pai, tudo bem?

Ela concordou e sentou-se de novo ao lado do marido. Jake a envolveu protetoramente em seus braços, beijando-lhe carinhosamente sua testa. Rapidamente, Renesmee acalmou-se e sorriu apaixonada pra ele, lhe dando um selinho. Suspirei, e abracei meu corpo sozinha. Ao mesmo tempo em que queria trazê-lo de volta, não sabia se teria coragem de olhá-lo nos olhos e não cair em um pranto sem lágrimas.

- Então, Carlisle? – Rosálie instigou chateada, era a primeira vez que ela falava, em todo esse tempo ela se mantinha calada e pensativa. Perguntei-me se realmente ela estava interessada em ir atrás de Edward. – Como vai ser? Vamos ou não para Grécia?

- Partiremos hoje mesmo. – Carlisle disse por fim, dirigindo-se para seu escritório. – Não podemos deixar isso pra depois.

- E quem vai à viagem? – Jasper perguntou um pouco mais empolgado embora a nostalgia ainda pairasse o ambiente.

- Pra todo caso você, Jasper; - Carlisle apontou sorrindo fraco no alto da escada. Jasper abriu um sorriso presunçoso. Ele meio que já contava com a presença dele. – Eu, Emmett, Alice, Rosálie e... – ele me olhou devagar, como se medindo suas palavras. – Se você quiser também, Bella.

- Não. – neguei. Eu queria evitar esse reencontro.  – Eu vou ficar com Esme aqui, Miguel é muito para um “vampiro” só. – eu ri. Meu humor voltou consideravelmente, e eu tinha certeza que não era por causa de Edward... Eu acho. Não! Eu não estou feliz que ele vai voltar pra casa... Estou? Nãooo! Ele terminou comigo, droga!

Fui atrás de Miguel que ainda brincava no quintal. O peguei no colo e sorri-lhe amavelmente. Porque temer o diabo se eu tenho o meu anjo ao meu lado? Beijei a testa do menino que brincava com uma mecha do meu cabelo.

Edward POV

Em Thera...

- Vejamos, – Amun caminhou ainda prendendo Greta em seus braços. Um dos seus braços enroscava-se ao redor de seu pescoço, que eu jurava que com um só movimento dele, o quebraria. – Os dois imbecis pensaram que podiam me enganar... Pensaram, né? – seu tom sarcástico me dava nos nervos. Eu estava odiando o fato de não poder ler sua mente, meus poderes estavam novamente incapacitados. Que Merda!

Ele riu alto, as gargalhadas ecoando pelo armazém assustadoramente. Ele andava em círculos a minha volta como um leão. Eu não só atacava por causa de Greta, ela estava muito perto. Eu ou ele, poderíamos machucá-la. E tudo que eu menos queria era ser culpado pela sua morte, já não bastava as dezenas de pessoas mortas na casa da colina.

- Na verdade, eu enganei vocês. – Amun ainda ria descontrolado. Os dentes brancos em contraste com sua pele de oliva, brilhavam na escuridão do armazém. – Morderam a isca direitinho. Mas, isso não importa. – ele começou a brincar com a mecha de cabelo próximo a nuca de Greta. Eu nem percebia que ela se debatia em seus braços, de tanto que ela a apertava contra seu corpo.

-Amun, por favor, você está passando dos limites. – comecei tentando fazê-lo retroceder. – Pense, os Volturi não irão gostar nada quando souberem o que você fez. – tinha que ir ao ponto fraco deles. E uma fraqueza de Amun, era os Volturi. Eu não precisava ler sua mente para saber disso, era claro. Ele os temia mais do que ninguém, mesmo não admitindo isso em público.

- O-Os Volturi? – ele engasgou com as palavras. Com satisfação, vi um relance de medo e horror passar por seus olhos vermelhos.

- Sim, os Volturi. – confirmei assim que ele parou de rondar-me e seus braços afrouxaram-se em torno de Greta. Ela suspirou aliviada com isso, mas dei-lhe um olhar de aviso que não tentasse nenhuma menção de fugir. Ela obedeceu e ficou parada apenas escutando. – Eles prezam as leis deles e você sabe disso, não é Amun? Não há perdão para aquilo naquela casa, além do mais, quando se há testemunhas.

Seu olhar ficou perdido no vazio do tempo. Talvez de dando conta do seu erro fatal!

- Mas, o que os Volturi não vêem os Volturi não sentem. – retrucou sorrindo de lado e erguendo seu olhar trêmulo pela raiva na minha direção. Agora, eu que o rodeava como se ele fosse uma caça. – Eles nunca desconfiarão de nada.

- Tem certeza? – ergui uma sobrancelha pra ele. – Eu não sei não, meu caro! Você pelo menos já ouviu falar de “espiões”?

Seus olhos se arregalaram e suas mãos desceram para os braços de Greta, mais como um apoio.

- Ah sim, “espiões Volturi”. – continuei com um sorriso torto, cutucando seu medo até que ele desistisse dessa obsessão. – Eles fazem parte da patrulha especial da guarda. Os melhores rastreadores e camufladores que existem em todo o mundo. – seu rosto foi de choque para espanto. – Estão por toda parte, mas ninguém os nota. Toma cuidado, Amun, um deles pode ter visto o que você fez e acho que pelos meus cálculos, já deve estar a caminho de Volterra pra contar tudo ao Aro.

- Não... – ele murmurou e suas mãos arriaram-se na cintura de Greta. Ela poderia sair dali facilmente, mas não poderíamos arriscar tanto. – Eles... Eles vão ter que entender que foi para fins pessoais.

Eu gargalhei alto, divertido e tomado pelo humor negro.

- Até parece que Aro, Caius e Marcus estão ligando para vinganças pessoais. – ironizei da cara dele, sabendo que ele estava caindo direitinho em minha lábia. Mas, eu não poderia deixar de considerar minhas conclusões ali. Se realmente algum espião visse o que visse, eu estaria condenado por cumplicidade. Seria o cúmplice e assim sendo, toda a minha família também seria penalizada. Talvez, eles me poupassem, e poupasse também a Alice, o Jasper e a Bella. Mas o resto seria insignificante.

Não me deixei abater. Continuei a aterrorizar Amun.

- Eles não importam, Amun! – eu disse frio e seco. – E só relembrando: Para os Volturi não há uma segunda chance!

Foi tudo para que ele largasse Greta e afastasse gradativamente dela. Tomei isso como minha chance de acabar logo com isso. Arremessei-me contra seu corpo e colidimos juntos a parede do armazém. Eu vi pelo canto do olho Greta afastar-se assustada e correr para fora do local. Melhor assim, pelo menos ela estaria à salva.

Apertei fortemente o pescoço do vampiro a minha frente, mas ele investiu sua perna contra meu abdômen. Pulei pra trás antes do impacto, fechei minhas mãos em punhos e lhe acertei um soco no queixo, fazendo-o quebrar. Imobilizei o corpo de Amun e antes que ele desse mais uma investida, arranquei sua cabeça. O soltei e foi assim que notei a presença de Benjamin aproximar-se. Ele parecia bem melhor.

- É estranho vê o cara que te criou todo desmembrado, morto. – comentou ajudando-me a desmontar Amun todo. Dei-lhe um sorriso compadescente. Benjamin, como todos os vampiros, quase não se lembra de sua vida humana. Eram só lembranças embaçadas e incompletas, sem sentindo. E Amun fora o único exemplo de pai que conheceu realmente, mesmo não sendo os melhores.

- Bom, pelo menos ele não irá incomodar mais ninguém a partir de hoje. – eu disse, enquanto pegava alguns pedaços de madeira e ganhos. Juntei tudo e peguei o isqueiro ali numa mesa qualquer. Ascendi a fogueira, o fogo logo crepitou e as chamas cresceram. Benjamin jogou os pedaços do corpo de Amun no fogo e logo a fumaça densa abafou o lugar. Para os olhos humanos ficaria impossível de enxergar e até de respirar de tão sufocado estava o armazém. Porém, eu e Benjamin ficamos ali fitando as chamas queimarem o mármore do corpo de Amun.

Eu tinha a leve impressão de que isso era só o começo.

Greta POV

Vampiro idiota!

Oh Meu pai o que eu fiz de errado? Diga-me! Eu posso ser doidona e mal-educada, mas... É genética. Culpe os meus genes explosivos.

Quando Amun me largou e o Edward tudo-de-bom Cullen se jogou para cima dele, eu fiz a única coisa certa que me passou pela cabeça. Eu corri! Nem me importei se os dois estavam se matando naquele armazém. Não queria ficar para vê quem dos dois iria sai ganhando, eu só queria ir pra casa e marcar uma consulta com o melhor terapeuta de Londres. Isso traumatiza qualquer um!

Ah cara! Dane-se Thera; dane-se a Grécia! Eu vou é voltar para a Inglaterra, minha Londres. Essa viagem em família já deu no que tinha que dar. Nem que eu tenha que arrastar minha mãe pelos cabelos, eu vou embora. Pronto, fim de jogo!

Tá, quem não queria descobrir que existi mais do que nosso mundo diz ser verdade? Que não estamos sozinhos no mundo? Eu particularmente queria, e eu descobri, mas eu NÃO queria que fosse DESSE JEITO! NÃO DESSE JEITO! Talvez de forma indireta, mas não tão de direta.

A vegetação de onde estava era precária. Parecia um sitio abandonado, eu corria sem rumo. Ótimo, é bom saber que estou perdida depois de ser seqüestrada por um vampiro! Que maravilha! Acelerei minha corrida, tirando qualquer galho ou planta do meu caminho em uma tentativa desesperada de chegar em casa. O medo tomou conta de mim como um vírus e corri cada vez mais rápido.

Tudo estava uma penumbra, escuro pra caramba! Eu não conseguia vê nada, nenhuma luzinha no horizonte. A lua estava a pino no céu e não havia estrelas. Só alguns fulgores de nuvem. Tomei ar e continuei a correr desesperada. Senti uma necessidade enorme de ter minha mãe ali comigo e foi então que senti os pequenos pingos salgados escorrerem por minha bochecha.

As gotículas de suor brotavam de meus poros sem parar, e faziam meu cabelo grudar na minha testa, a todo instante. Enquanto corria, pensei ter visto vultos pretos correndo próximo a mim. Parei no meio da minha corrida, não sei por quê. Eu respirava com dificuldade e as arvores a minha volta estavam muito quietas. Um calafrio percorreu minha espinha e meu instinto foi correr. Correr como eu nunca corri na minha vida.

Sentia os vultos cada vez mais próximos e eu já não agüentava mais. Minhas pernas protestavam e eu sentia meus pulmões doerem pelo esforço. Mais permiti lutar pela minha vida, eu sabia que estava em perigo. Meus pés alcançaram uma vegetação rasteira e percebi que não existia mais arvores a minha volta. Estava no alto de uma colina.

Mais abaixo avistei a casa de meus avôs. Era a casa da colina. A única que tinha em todo o vilarejo de Oia no alto da colina Ahmed. Aliviada, desci aos tropeços morro abaixo em direção a grande casa. Cheguei à portinhola e entrei na varanda repleta de flores. Olhei ao redor, parecia que ninguém estava em casa ou, já estavam todos dormindo.

Espiei no meu relógio de pulso e eram 3 da madrugada. Estava tarde! Subi o alpendre e a porta estava aberta, estranhei porque dificilmente eles dormem com tudo aberto e as luzes acesas. Na verdade, isso nunca aconteceu. Se estão acordados, porque não... Não terminei meu pensamento, porque mal entrei na sala de estar, me deparo com a cena mais aterrorizante de toda a minha vida.

Meu sangue fugiu, gelei até a minha mente. Não conseguia pensar em nada, tudo o que eu via era a minha família morta... Ou melhor, massacrada por toda a parte da casa. Dei dois passos vacilantes para dentro e na mesinha de centro o corpo pequenino de Lucy, minha sobrinha mais velha, jazia todo despedaçado, seu sangue escorria pelas bordas e se acumulava em uma poça embaixo do móvel.

Lágrimas rolaram por meu rosto, desenfreadas. Eu queria gritar, mas um bolo fechou minha garganta, impedindo que o ar adentrasse meus pulmões. Minhas primas tão risonhas e jovens mortas... Meus tios tão gentis e felizes mortos... Minhas tias tão doces mortas... E...

Meus avôs... Corri pelo corredor ainda me sentindo tonta pelo desespero. Minha visão estava embaçada pelas lágrimas e a dor fincava em estacas no meu peito. Subi as escadas sem acreditar em todo aquele massacre a minha volta. Claro, é um pesadelo! O seqüestro e isso... É um pesadelo horrível!

As paredes do corredor dos quartos estavam manchadas de sangue e o fedor de carnificina era forte. Tampei meu nariz por conta do fedor insuportável e vi mais corpos mortos no chão. Meu Deus, que marcas são essa? Aproximei-me e toquei o colo de Sally, uma de minhas primas, onde tinha marcas em forma de lua. Uma marca não, era uma mordida. Que diabos!

Todos estavam com a mesma mordida, e pareciam ter sido drenados vivo.

Trêmula, corri até o final do corredor, tropeçando nos corpos ali, e empurrei a porta do quarto de meus avôs. Minha mão foi direto para minha boca e um grito foi abafado. Senti mais um soluço irromper por minha garganta e me deixei cair no chão, ao vê os corpos dos meus amados avôs.

Minha avó estava jogada de forma nada humano no banquinho de frente a sua penteadeira. Estava pálida, sem sangue em suas veias, e coberta pelas mordidas, principalmente no pescoço. O sangue ainda escorria dos furos. Seus olhos estavam entreabertos, mas lágrimas saiam dos olhos claros, iguaizinhos aos meus.

O mesmo estava meu avô, jogado na cama de bruços. Seu pescoço estava quebrado e banhado de sangue que saia de suas mordidas e feridas. Hematomas se estendiam por sua pele frágil e sem vida. Fechei os olhos querendo acordar! Não podia acreditar, eu queria acordar. Solucei forte e recomecei a chorar descontroladamente. Nunca me senti tão sozinha – funguei forte. – estava com tanto frio e com medo.

Quis saber onde estava meu irmão e minha mãe. Temi pela resposta. Apenas não tive força para procurá-los. Abracei meus braços e afundei meu rosto nos meus joelhos. Eu queria acordar, não queria mais continuar dormir. Aquilo era um pesadelo, o mais macabro e cruel que eu já tive.

Fiquei ali por bastante tempo e o cansaço me dominou. Talvez eu fosse finalmente acordar! E vê que isso tudo não passa de um sonho.

- Que dó, Timothy! – uma voz de harpas e repleta de uma falsa doçura pegou-me de surpresa. Levantei a cabeça assustada. – Uma menina tão linda chorando por coisas tão... Inúteis.

O rosto imponente e cínico do cara na minha frente, sorria como se divertisse as minhas custas. Suas roupas pretas contrastavam com a sua pele alva e perfeita. Parecia brilhar, tal como seu longo e liso cabelo preto. Ele tinha um brilho quase doentio em seus olhos... Vermelhos?

Meu deus, mais um vampiro, não! Já não basta?

Recuei mais para a parede, enquanto ele aproximava-se de mim. Ele agachou-se na minha frente e, sua mão fria e dura, afagou minha bochecha lambuzada pelas lágrimas, que insistiam sair.

- O que você quer? – cuspi querendo arranjar alguma coisa para acertar aquele idiota.

- Oras, minha cara, eu vim ajudar. – seu sorriso cresceu assim como o brilho em seus olhos escarlates. – Deve estar confusa, não é mesmo? E... Deve querer saber “quem” fez isso com sua querida família. – Não eu estou sonhando ou tendo um pesado, sei lá! – Você não está tendo um pesadelo, linda! Isso é sua mais pura realidade.

- Quem é você? – me alterei começando a tremer. – O que quer de verdade?

- Você já vai saber. – sua mão se afastou do meu rosto e ele levantou-se dando espaço para mais outro vampiro, que usava uma capa quase preta. – Timothy, mostre para nossa Greta a “verdade”. – o modo que ele falou, me fez estremecer. Meus instintos me avisavam para sair dali, ir embora.

O vampiro loiro aproximou-se de mim com um sorriso sarcástico, sua cara retorcida pelo desprezo. Ele se ajoelhou perto de mim, e eu desejei sumir dali, suas mãos pegaram meu rosto rudemente e ele me fez o olhar nos olhos. Suas pupilas escuras se dilataram e não pude fazer nada...

Oi – achei um ator perfeito para o papel de Miguel, então:

http://trialx.com/curetalk/wp-content/blogs.dir/7/files/2011/04/gcelebrities/Mike_Weinberg-2.jpg


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Notas finais do capítulo

Bem, eu estava sumida, né? Muitas coisas aconteceram e acabou que eu não tendo tempo! E quero avisar que passei em um dos seletivos, estou muito feliz com isso!
Mas, voltando, minha férias acabaram, mas vou dar atenção especial para essa minha xodozinha aqui, tá?
Quero também agradecer, vocês, minhas leitoras maravilhosas por estarem sempre presentes na fic e por serem tão carinhosas nos comentários. Obrigada pelo apoio de vocês!!!
Então, mereço reviews?