Chama Branca escrita por kamis-Campos


Capítulo 11
Ataque


Notas iniciais do capítulo

Hi chicas!
Caramba, demorei não é mesmo? Sorry'
Espero que gostem do cap



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Capitulo 11 – Ataque

Pov Edward

Fazia-se quatro semanas que havia saído de casa. Faziam-se quatro surreais semanas que eu havia abandonado toda minha vida antiga e voltado ao zero, ao inicio de uma quase vida normal, agora me diga que vampiro tem uma vida normal?

Faziam-se semanas que deixei de ser um Cullen e virado um Zé ninguém, um desconhecido no mundo, um sem identidade alguma. Engraçado como já os designo como “eles”. Como se eu não fosse um Cullen, e na verdade eu não pertencia mais àquela família, já não era um deles a partir do momento que sai por aquela porta.

Agora nada faz sentido, eu só sei que ando e falo, mas eu mesmo pareço não existir por dentro.

Como de costume estava na varanda da casa, admirando a bela paisagem a minha frente. Sempre arrumava um tempo para pensar, e aqui, naquele pedacinho de mundo perdido, eu era capaz de colocar a cabeça para funcionar. Mesmo ela estando confusa e defeituosa.

Ler mentes é algo substancial e para mim não passava de um dom corriqueiro pelo passar dos anos. A mente humana já não era tão empolgante, ainda mais dos meus irmãos. Rosálie, como eu costumo dizer, sua mente era como uma piscina rasa e transparente, sem muitas surpresas. Emmett não é diferente, sua cabeça era um livro infantil aberto, aqueles que as imagens dizem tudo.

Os outros podiam ser mais complexos e sensatos nos seus pensamentos, mas assim que devo imaginar, eles não eram grande novidade. Ainda me pergunto até hoje, será que foi isso que me fez apaixonar-me perdidamente por Bella?

Pensando bem, a sua mente me intriga. Mas, ainda assim, a algo maior que me fez ficar hipnotizado por ela, ou melhor, que me faz ficar fixado nela. Algo em seu redor como imãs gigantes, uma força gravitacional e ininteligível. Já ouvi algo parecido na mente de Jacob e de alguns lobos sobre imprinting.

É um sentimento crucialmente forçado até. Não, na verdade, é um amor que surge de repente, tão intenso como o atrito de duas pedras. A uma colisão quando os olhos dos lobos encontram sua parceira, e a partir dali, nada mais existe além dela. É como a queda de dois mundos; a colisão de duas estrelas, onde surge uma só.

Claro que não sou tão louco para pensar que sofri imprinting por Bella. Não sou um lobo, óbvio, muito menos idiota por acreditar nisso. Mas, o fato de não acreditar, não quer dizer que seja mentira. O amor que um dia nutri por Bella, o que realmente nutro por ela, é quase doentio. Chego a pensar se é saudável em sentir assim. Não chego a nenhum lugar procurando uma reposta decente para minhas perguntas, que tanto almejo pensar.

Chego à conclusão que, fui forte e terei que ser para prosseguir longe dela, longe de tudo que tem seu nome; longe de sua essência.

Voltando ao assunto principal, eu estava apreensivo. Até quando aquela incapacidade duraria? Certo, eu estava “normal” agora, meu dom estava perfeitamente estável. Mas, até quando? Começo a pensar que ele funciona quando quer e na hora que quer. Não sabia quando iria parar, ou quando iria voltar; ele ia e retornava, como se nada tivesse acontecido. Aquilo era atordoante.

Minha cabeça dava voltas, pensando em meu passado não esquecido e meu dom, que inexplicavelmente criou vida própria, funciona quando quer. Estava cheio, queria ocupar minha mente com algo produtivo. Levanto-me e me dirijo para frente da casa.

- Estou saindo! – digo já abrindo o carro e entrando. “OK!” ouço Benjamin dizer de algum canto da casa e estranho ele estar tão caseiro nesses dias. Ultimamente, ele se limitava a pensar na minha presencia e nunca que conversava comigo por um longo tempo. Em seu rosto surtia uma preocupação desnecessária, mas eu entendia que devia ser por causa de sua recente perda e por estar quase que em guerra com seu pai.

Podia sentir os pensamentos do mesmo próximo, Amun era esperto o bastante para não se aproximar. Comigo ali, e ele sozinho, não teria chance. Sumia por um tempo e voltava à espreita, sempre nos observando de longe. Teria que tomar um cuidado redobrado, sua mente não era das mais confiáveis, até mesmo ele sabendo sobre meu dom.

Andei pelas ruas, estreitas e apinhadas de gente de Oia. Fui em direção ao cais, que por sorte tinha apenas alguns pescadores. Estacionei e caminhei até debaixo do assoalho, longe de vistas humanas. Sentei-me em um pedaço de madeira solta, com os olhos fixos no mar em meus pés. A maré baixa facilitava muito pra mim, caso não, estaria de baixo d’água.

As ondas ondulavam leves e quase que imperceptíveis naquele mar, calmo e profundo. As águas estavam tão claras, que pensei até ser capaz de vê os grãozinhos de areia no fundo delas. O vento soprou a brisa do mar em meu rosto, tão convidativo, que nem avaliei a situação.

O dia estava claro, mas naquela parte as nuvens não permitiam que os raios solares atravessassem a água, podia ir sem ter que mentir sobre minha pele, o que não funcionaria. E estava longe de tudo e da zona de pesca, menos mal, ninguém me perturbaria.

Tirei minha camiseta (n/a: gente, está um calorzinho aqui, não? *o* kkk para o bem de muitas, vou deixar só na camisa mesmo.) e joguei meus chinelos de lado. Apenas de bermuda, entrei na água, nadando em uma velocidade quase que moderada para uma parte mais afastada do mar.

Mergulhei e pude vê a exuberância da fauna marinha do lugar. Era realmente lindo, parecia um planeta colorido, os peixes em cardumes prateados e raias enormes. A vegetação de algas e as esponjas amarelas e algumas esverdeadas. Estava a oito metros de profundidade, mais ainda assim tudo estava tão claro e transparente como uma piscina de um clube.

Estava à meia hora no fundo das águas do mar Egeu, sem a necessidade de respirar, se eu tivesse tempo, passaria a eternidade naquela imensidão azul. O sol estava a pino no céu, um feixe de luz do mesmo ultrapassou as barreiras das águas, em minha direção. Instantaneamente, minha pele brilhou como um diamante perdido no mar.

Não tive tempo nem de recuar, alguém bateu nas minhas costas. Virei-me e arregalei os olhos, como não a percebi se aproximando? Que Droga! Meus poderes se foram novamente e eu nem percebi, de tão distraído que eu estava com o meu redor.

- Edward?! – falou algo ininteligível, as bolhas de ar saíram de sua boca, e se eu não fosse um vampiro, nem teria reconhecido meu nome entre aquelas palavras. Como ela se lembra do meu nome? Do jeito que ela estava a quatro semanas atrás naquela praia, não devia nem se lembrar do porque de estar em Oia.

Nadei até a superfície, com ela em meu encalço. Já tínhamos emergido e agora Greta sorria abertamente, ela me olhou desconfiada e com um misto de surpresa em seus olhos.

- Oi! – exclamou me abraçando. De imediato a afastei, mesmo estando com a sede controlada, seu sangue era algo delicioso e atrativo demais para não ser notado. – O que faz aqui?

- Eu que te pergunto. – não pude deixar de ser sarcástico. – O que você faz ainda aqui? Pensei que nem se lembraria do seu próprio nome.

- Sempre adorável. – disse no mesmo tom, sorrindo de lado. – Para a sua decepção, não é qualquer bebida que me faz esquecer um belo rosto.

- E não é qualquer uma que me faça esquecer uma desequilibrada temperamental. – disse e a carranca se fez em seu rosto. Estava disposto a afastá-la, ou evitá-la pelo tempo que fosse. Aquela garota era um problema, e seria um ainda maior se eu desse bola para sua infâmias.

 - Que foi? – falou enquanto eu nadava em direção ao cais de novo. – Acordou de saco cheio de sua vidinha ranzinza?

- Não, eu encontrei com você. – respondi mal-humorado e ela não retrucou, melhor assim. Nadei com ela logo atrás, e parecia que não me deixaria em paz. Garota irritante, será que não vê que eu quero ficar SOZINHO?

Já estava embaixo do assoalho, vestindo minha camiseta, quando novamente ela abriu a boca.

- Você realmente é a pessoa mais insuportável que já conheci. – disse aquilo e sentou-se no chão, observando o mar. – Caraca, é tão difícil conversar civilizadamente com uma pessoa?

- Sou meio anti-social, Greta! – sorri torto, calçando meus chinelos e começando a andar. - Se te incomoda tanto, porque ainda continua aqui?

- Ao contrário de você, sou educada o bastante para não deixar a pessoa falando sozinha. – trincou os dentes, visivelmente irritada.

- Não é o que parece. – falei e sai dali, a fim de dá um basta naquela garota. Ela me traria problemas se continuasse a me seguir ou tentando encontrar um jeito de falar comigo. Minha última experiência com humanos não foi a das bem-sucedidas, mas pelo menos estava fazendo aquilo por amor.

Continuei andando até onde meu carro estava estacionado, mas algo me intrigava mais do que tudo. Porque sempre que encontro com Greta, meus poderes somem? E porque ela continua a me seguir?

Não que isso seja grande coisa, eu posso estar exagerando e ser tudo uma grande coincidência. Mas, isso não é desculpa pra ser estranho.

Entrei no carro e logo estava me afastando do cais. À medida que me distanciava dali, que me afastava de Greta, meus poderes voltavam vagarosamente. Estava indo em direção a minha casa, pelo leste da ilha, foi então que eu pude vê e ouvi com mais clareza. Com pequenas interrupções, eu pude ouvi alguém gritando por mim, em pensamentos.

EDWARD! Era Benjamin, sua voz estava carregada de pânico. Sua mente estava em desespero, enquanto uma nova mente se encarregava de tudo para levá-lo embora. Era Amun!

Havia mais um vampiro com eles, eu não sabia quem era, mas estava focado em Benjamin. Acelerei em direção a casa, parei bruscamente e corri para dentro do casarão. A cena no interior parecia que uma guerra ocorrera ali; como se uma bomba tivesse explodido no local. A sala estava destroçada, os moveis quebrados, as paredes com tijolos soltos, as janelas arrancadas. Havia um grande buraco na lateral, como se alguém fora arremessado por ele.

Evidente que eles não estavam mais ali. EDWARD! Benjamin voltou a gritar em meus pensamentos outra vez e vislumbrei algumas árvores ao redor e o rosto de Amun, consumido pelo ódio.

Segui o rastro dele, davam para o bosque ali próximo. Corri o mais rápido que pude, cheguei a tempo de vê Amun com as mãos apertando o pescoço de Benjamin e um vampiro de cabelos grisalhos, segurando o garoto para ele. Uma raiva subiu pelo meu peito em um crescente rosnado, ninguém mexia com minha família, e aquele garoto já fazia parte dela.

Ataquei...


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Notas finais do capítulo

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