Remenissions escrita por lucy_b


Capítulo 3
Invitation


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei um pouco, não respondi nenhum comentário e o capítulo ainda está um pouco curto (pelo menos pra mim), mas não me matem D= eu to aprendendo japonês e isso pega muito do meu tempo, mas eu vou postar na medida do possível. Queria agradecer a todas que comentaram e aos meus leitores fantasmas [risca] por favor, se manifestem, adoro atividades paranormais, kk [/risca]. Desculpem pelos possíveis erros de português, mas a inspiração só surge de madrugada e fica difícil revisar tudo com calma, mas eu prometo que amanhã eu arrumo tudo. E boa leitura!



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   Desde o dia do show muita coisa tinha mudado. Apesar de Annie ainda depender de remédios antidepressivos, pelo menos agora ela sorria e se alimentava. Estava finalmente se recuperando, não se sentia mais culpada pelo acontecido. Aquela sensação era ótima. Já Evelyn ainda acreditava que estava vivendo um sonho, que tudo aquilo que aconteceu não era real. Era mais do que compreensível, já que a garota era uma fanática pela banda e, do nada, se tornou amiga da namorada do vocalista e, conseqüentemente, amiga dos integrantes da banda.

   Valary prometeu que iria ligar para as meninas assim que os shows na cidade acabassem. Já se passaram mais ou menos quatro semanas desde o ocorrido e ninguém ligou. Ann não se importou muito com isso, afinal, eles eram pessoas normais que ela poderia conhecer em qualquer lugar. Já Ev ficou abalada por não receber noticias, eles eram seus ídolos e como qualquer fã normal ela queria se aproximar deles.

   Mais alguns dias se passaram, Evelyn ia constantemente na casa de Annie, até por pedido da mesma, que odiava ficar sozinha depois do acidente. Doía demais o sentimento de solidão que sentia toda vez que acordava e não ouvia seus pais rindo enquanto assistiam a um programa qualquer na televisão. Já era de noite e Ev dormia em um canto do sofá, enquanto Ann mexia no computador. A morena estava quase pegando no sono, quando foi despertada pelo toque irritante do telefone. Amaldiçoou até a décima geração do filho da puta que avia ligado e atendeu relutante o aparelho.

   - Alô? – Perguntou, sonolenta.

   - Alô, poderia falar com Annie Lee? – Uma voz feminina familiar perguntou, formalmente. Ann abriu um pequeno sorriso.

   - Você está falando com ela.

   - Ah, me desculpa Ann! Mas só posso ligar a noite. Aqui quem fala é a Valary, lembra de mim? A gente se conheceu no show dos meninos.

   - Lembro sim – Annie respondeu, acordando Ev, que resmungou alguma coisa e olhou para Ann, como se pedisse explicações. Já era tarde, a morena não culpava a amiga por não querer acordar.

   - Olha, eu sei que esse não é um horário muito propício para sair, mas eu e os meninos queremos ver você e sua amiga de novo. – Explicou – Se você não quiser tudo bem, nós entendemos.

   - Queremos sim – Respondeu, com leves sinais de animação.

   - Eu sei seu endereço, não me pergunte como eu consegui – Riu – Nós não estamos muito longe da sua casa, então chegaremos ai bem rápido – Mesmo pelo telefone Ann sabia que Val estava sorrindo, então permitiu-se sorrir também, timidamente.

   - Aonde nós vamos? – Perguntou.

   - Surprise – Valary falou, imitando uma voz mística, mas sem nenhum sucesso, só fazendo Annie gargalhar. Logo depois desligou, deixando a duvida no ar. Ann olhou brevemente para Ev, que a fitava com o olhar cansado, quase dormindo novamente.

   - Nós vamos sair com os meninos – Ela explicou, com um pouco de medo da reação da amiga, que arregalou os olhos e rapidamente despertou. O efeito que a informação causou na garota foi o mesmo efeito de tomar mais de cinco doses de café puro.

   - Quem era no telefone? – Evelyn perguntou, descrente.

   - A Val, porque?

   - VADIA! – Ev gritou, segurando a risada – Você ‘tava falando com Valary DiBenedetto no telefone e não me chama?

   - Ah, cala a boca e vai se trocar porque eles já estão perto daqui – Riu, tacando uma almofada na cara da amiga, que revidou sem dó.

   Essa guerra durou por algum tempo, elas trocavam xingamentos, risos e falavam besteiras enquanto se matavam com as almofadas da casa de Annie. Como nos velhos tempos. Só Deus sabe o quanto Ann estava com saudade de Evelyn, e o quanto ela precisava de uma amiga que a faça sorrir mesmo nas horas mais deprimentes.

   - Precisamos nos trocar! – Ev gritou, enquanto desviava de uma almofada jogada por Annie – Eles já devem estar chegando, e não se faz os caras mais fodelásticos do mundo esperarem – Choramingou.

   - Se faz sim. Minha casa, minhas regras – A morena lançou um olhar mortal para a amiga – E eles são pessoas normais, iguais à gente. Talvez você conheça o verdadeiro ‘eu’ desses caras essa noite.

   - Mas, Ann...

   - Sem mais – Riu – Mas você tem razão, precisamos nos trocar. Val disse que já estava perto, então ela deve chegar aqui mais ou menos em... – A campainha tocou, cortando a fala de Annie – Cinco segundos – Suspirou, se levantando para abrir.

   A garota estava em estado deplorável: com o cabelo bagunçado e desarrumado graças à “guerra de travesseiros” e um pijama azul largo e antigo do Ursinho Pooh. Sem contar com a cara amassada e sem nenhuma maquiagem, o que a deixava com o olhar inocente. Mesmo assim Ann abriu a porta lentamente, sem ligar para a sua aparência, afinal, Val era uma mulher também.

   Mas é claro que, com a sorte da garota, não era Valary que estava na porta de sua casa, mas sim um cara visivelmente mais alto que ela, vestindo uma calça jeans escura e larga, com uma camisa do Iron Maiden, o cabelo bagunçado de uma forma que parecesse um penteado e com um sorriso maroto nos lábios que fez Ann se controlar para não suspirar. Em partes Ev estava certa: eles eram realmente bonitos.

   - Posso entrar? – Synyster perguntou, sorrindo.

   - Onde estão os outros? – Ann perguntou enquanto dava espaço para o guitarrista passar, retribuindo timidamente o sorriso.

   - Valary se pegando com o Matt, Johnny procurando alguma puta, Zacky comendo – Contou nos dedos - e Arin... Bom – Synyster parou para pensar – Arin ‘ta em casa comendo sorvete e assistindo Disney.

   - Mas pra onde a gente vai? – Repetiu a mesma pergunta que fez para Val, rezando para dessa vez ser respondida.

   - Uma boate aqui perto, Lullaby¹, acho.

   - Lullaby? – Ann riu – Que belo nome para uma boate.

   Ambos chegaram na sala, para espanto e quase-morte de Evelyn Miller. Syn riu da reação da fã e deu-lhe um beijo estalado na bochecha, fazendo-a corar. Era divertido fazer isso com as garotas, só não conseguira alguma reação do tipo com Annie, que parecia agir como se ele fosse alguém qualquer que ela conheceu na rua.

   - Desculpe por não termos nos trocados – Ann sorriu, penteando o cabelo com as mãos – Você se importa de esperar um pouco?

   - Não tem problema – Retribuiu o sorriso e se jogou no sofá – Eu como um belo cavalheiro vou esperar as donzelas irem se trocar.

   - Faça-me rir, ó, belo cavalheiro – Ev ironizou, fazendo Ann gargalhar da cara que o guitarrista fez.

   As duas amigas saíram, indo para o quarto se trocar, deixando Syn sozinho na sala assistindo a um desenho qualquer que passava na televisão. Qual era o problema daquela garota... Como era seu nome mesmo? Annie. Seu nome não importava, para falar a verdade, apesar de já tê-lo decorado, graças a Valary que repetia constantemente o quanto Annie e sua amiga eram legais e que eles deviam chamá-las para sair uma noite dessas. E não dá para discutir com o armário-humano do Matthew Sanders. Simplesmente é impossível, a menos que você queira fazer uma visita forçada no hospital.

   Sorriu com o pensamento, Synyster adorava a vida que tinha, apesar de algumas brigas com Michelle, ele a amava do mesmo jeito, e foi àquela garota que conseguiu domá-lo. Mas Annie... Tinha algo diferente nela, um segredo que ela guardava e queria desesperadamente que alguém descobrisse. Syn percebeu isso, e era todo esse mistério que o intrigava e o chamava para perto da garota. Era meio incontrolável não querer ficar perto dela, não por ela não ser fã da banda, mas o simples fato de ser misteriosa acendia um fogo que há muito tempo não queimava.

   Mas o que ele estava pensando? Amava Michelle e isso nunca mudaria. Ela era a mulher de sua vida, e mesmo que muitos fãs pensem o contrário, eram extremamente raras as traições. Mas aconteciam, isso ele tinha que admitir, porém só quando ele bebia demais e nenhum dos garotos estava lá para chamá-lo para a razão.

   Balançou a cabeça para espantar o pensamento, não gostava muito de pensar nisso. Olhou para o relógio e viu que já tinham se passado 15 minutos. Para falar a verdade Syn não estava com tanta vontade para ir à boate, ele sabia que os garotos estariam ocupados demais fazendo certas coisas e ele beberia demais. Como já fora dito: 90% de certeza que ele ia trair Michelle. Odiava isso, principalmente quando as únicas companhias eram uma fã psicótica da banda e uma garota que ele tinha atração. Mas que droga, pensou com sigo mesmo.

   - Demorei? – Annie perguntou com a voz rouca de sono, ela devia estar dormindo quando Val ligou.

   Só Ann já tinha acabado de se arrumar, e o guitarrista não fez questão de esconder as segundas, terceiras e quartas intenções quando a olhou dos pés a cabeça. Ela estava bonita, tinha de admitir. Ela vestia o mesmo jeans preto, rasgado e justo que usou no dia do show, mas dessa vez também usava um all star cano médio também preto e uma blusa vermelha com pequenos detalhes cinzas que moldava seu corpo sutilmente, o decote de longe era vulgar, mas deixava muitos homens imaginando coisas só de olhar para a garota.

   Annie corou ao ver o olhar de Syn sobre si e andou mais depressa para a sala, sentando-se no sofá e fingindo prestar atenção da televisão.

   - Evelyn ainda está se arrumando – Suspirou – Eu só demorei porque aquela paranóica queria me maquiar. Foi uma briga para que ela aceitasse que eu só queria usar lápis e delineador.

   Só então a atenção do guitarrista voltou-se para os olhos castanhos da garota. A maquiagem escura só aumentava a intensidade que ele transmitia, e mesmo assim ele conseguiu notar pontos de tristeza naquele olhar. Annie virou o rosto para o lado oposto, vermelha.

   - Você é guitarrista, não é? – Perguntou.

   - Ah, vai dizer que nunca ouviu falar do Synyster ‘Fucking Gates, o melhor guitarrista do mundo e o cara mais gostoso do planeta inteiro, isso se levar em conta à opinião das mulheres? – Ele inflou o peito e abriu um sorriso presunçoso.

   - Não.

   A cara que Syn fez foi impagável. O sorriso se desfez para dar lugar a uma cara de indignação. Ele olhou para a garota na sua frente como se ela fosse um ser de outro planeta.

   - Você ‘ta brincando, não é? – Perguntou, incrédulo.

   - Sério. Nunca ouvi falar de você – Deu de ombros – Mas pelo menos eu não vou querer arrancar pedaço. E isso é uma coisa boa, não é?

   Os pensamentos que passaram pela cabeça do guitarrista foram de longe puros, mas logo ele os espantou e sorriu, malicioso.

   - Não acho que isso seja positivo – Sussurrou, fazendo a garota corar – Aliás, quantos anos você tem? Isso que eu posso fazer pode ser considerado crime em diversos países – Riu.

   - Vai pro Inferno, antes que eu me esqueça – Rebateu, corada.

   - ‘To brincando – Ele sorriu – Sou casado, sabia?

   - Ah – Suspirou, quase como se isso a decepcionasse – Belo modo de ser fiel a sua esposa, Synyster.

   - Pode me chamar de Brian – Tentou mudar de assunto, não gostava quando alguém falava que ele não era leal a Michelle.

   Como se fosse combinado, Ev desceu rapidamente as escadas. A garota usava um vestido tomara-que-caia vinho-escuro com o comprimento um pouco acima dos joelhos. A sandália vermelha com o salto relativamente alto também chamava um pouco atenção. Assim como Annie, o visual não era vulgar, mas despertava muitos pensamentos nada puros.

   - Podemos ir? – Syn propôs, já de dirigindo a porta.

   - Temos escolha? – Ev riu, acompanhando-o.

   Annie estava logo atrás, trancou a porta e seguiu os dois até o carro do guitarrista. Estava com um estranho pressentimento que algo ia acontecer e, como sempre, não sabia se era bom ou ruim.


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Notas finais do capítulo

Comeeeeeeentem? Prometo que respondo tudo quando tiver tempo =)
¹Lullaby quer dizer "Canção de Ninar". Tirei a ideia de um anime que eu assisto, e em um episódio falou sobre um demônio chamado Lullaby, mas isso é uma coisa que vocês não precisam saber, kk
Penso em fazer promoções, até porque eu também leio a maioria das Fics que vocês lêem (cof, apesar de não ser muito presente). Então, o que vocês acham da ideia? =)



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