The Last Song escrita por milesaway


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Viram? Dessa vez eu não demorei tanto assim, hahaha.
Acho que esse foi um dos caps que mais gostei de escrever, principalmente por causa da música que o inicia.
Bom, boaa leitura e nos vemos lá embaixo :)



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“Debaixo das pedrinhas soa uma música rebelde”

Every Teardrop Is a Waterfall, Coldplay

– Travis – disse Sarah para um dos beliches na parede do chalé. Ela aproximou-se da cama mais perto do chão, cutucando levemente o ombro de quem dormia ali – Travis...

Sarah continuou sussurrando, cutucando o ombro do garoto chamado Travis, embora ele não parecesse se mover um milímetro. Apenas afundava a cabeça no travesseiro, como se o menor barulho o perturbasse. Sarah por um momento pareceu cogitar acordar a pessoa que dormia na cama acima, direcionando o seu olhar para lá.

- Ah, deuses. Vou me arrepender muito disso amanhã – ela soltou um suspiro, sacudindo a cabeça.  Pegou as duas pontas mais próximas do travesseiro, juntando-as com a dos lençóis. Em um movimento rápido, puxou o emaranhado de tecido, trazendo Travis ao chão.

- Ok, ok, já acordei! Onde é o incêndio?! – perguntou ele, desesperado. Colocou a mão direita no lado da cabeça que havia acertado o chão do chalé, a dor visível em seu rosto, assim como a decepção ao ver Sarah logo acima de si – Ah, Sarah... De novo?

Sarah riu. – Nós temos visita.

Na manhã seguinte, Sarah (agora, com um humor muito mais agradável) e os irmãos Stoll me levaram para dar uma volta no acampamento. Não achei muito seguro deixarem praticamente o chalé todo com Silena Beauregard, uma das filhas de Afrodite, para cavalgarem pégasos, mas resolvi não me meter.

Embora me sentisse uma intrusa naquele universo em que viviam, eles estavam sendo bem legais comigo, ajudando-me com as regras do lugar (mesmo que não fossem seguidas à risca pelos Stoll) e a encontrar facilmente cada um dos locais que compunham o Acampamento Meio-Sangue, onde a partir daquele ano, viria a passar todos os verões. E havia uma grande chance da maioria deles serem no chalé de Hermes, pelo que me disseram.

- Então, Aimee. Espero que a noite tenha sido agradável no adorável Chalé 11 – comentou Connor, irmão quase-idêntico de Travis, em uma fracassada tentativa de imitar um sotaque inglês. Não tinham a mesma idade, mas pareciam gêmeos de qualquer modo. Nas poucas horas que passei junto deles, vi ambos completarem as frases um do outro, pensarem exatamente do mesmo jeito e até percebi que os dois tinham as mesmas manias e um olhar praticamente igual. Isso só alimentava a tristeza que eu tinha pelo sumiço de Ben, que sempre formava um bolo na minha garganta e fazia as lágrimas quererem saltar de meus olhos livremente.

Na noite passada, não consegui dormir direito. Uma meia-hora, no máximo.  A frase Você é a pior irmã existente na face da Terra continuava a circular na minha mente, espalhando-se por todos meus pensamentos como um vírus.

- Claro – respondi, preferindo não dar detalhes de pesadelos que tive sem sequer estar dormindo, nem do bizarro sonho em que Melanie detalhava a missão para Quíron, auxiliada por Percy.

A cena, extremamente real, diga-se de passagem, era mesma que vi antes de deixar a Casa Grande: Melanie sentada ao lado de Quíron, embaralhando um bolo de cartas, Quíron remexendo as mãos em grande preocupação, e o Sr. D, distraindo-se com os pares de cartas à sua frente. Percy correu pelos degraus, postando-se ao lado de minha amiga.

- Então? O que podemos dizer que concluímos dessa missão? – começou o Sr. D, levantando os olhos para os dois adolescentes.

- Temos certeza de que Aimee é mesmo a garota da profecia – respondeu Percy – As descrições batem, e acho que há confirmações suficientes para provar que é ela mesmo que procurávamos. A missão foi... Bem-sucedida, acho.

- Sinceramente? – disse Melanie, sem tirar os olhos do baralho em sua mão – A missão fracassou. E fracassou bonito.

- Fracassou? – questionou ele – Trouxemos Aimee até o Acampamento. Missão cumprida.

- Se você tivesse prestado o mínimo de atenção, seu cabeçudo, – ela retrucou – era parte da missão deixar a vida dela sem muitos danos. Explicar aos pais a situação da própria filha, alertá-los sobre os perigos que isso pode trazer. E além do mais, acho que ter o irmão sequestrado pela Moon e o fiel capacho dela não é exatamente deixar a vida da Aimee sem danos.

- Não tenho dúvidas de que foi Cronos que ordenou às duas que fizessem isso – Percy concluiu – Quem mais poderia precisar de Aimee do seu lado?

- Você pode ter razão – Mel reforçou – Moon mencionou a mãe, Hécate. Ela não se aliou à Cronos recentemente?

- Os dois podem estar certos – comentou Quíron, encarando os dois – Mas o importante agora é tirar o irmão dela da posse de Cronos. Quanto mais rápido, melhor. Afinal, o senhor titã é qualquer coisa, mas não imprevisível. Pode usar o irmão da Srta. Fletcher para atraí-la até lá, forçá-la a se juntar a eles.

- E então? – perguntou Percy – O que faremos agora? Ela nunca vai sentar e ficar esperando. Eu mesmo não faria isso. Tinha doze anos da primeira vez que saí daqui para recuperar a minha mãe. E se ela resolver ir procurar o próprio irmão, vocês não terão como impedi-la.

- Esperemos pelo nascer do Sol – sugeriu Quíron após um suspiro – Aí veremos o que Aimee decidirá fazer.

Se aquilo era algum tipo de premonição, provavelmente não iria descobrir tão cedo. Só sabia que agora tinha um plano, e que teria de ser posto em execução o mais rápido possível. A vida do meu irmão dependia disso.

Após me despedir dos irmãos Stoll e de Sarah, insistindo que eles deviam ir vigiar os moradores de seu chalé para que não aprontassem com Silena, que havia sido muito legal e simpática comigo, fui correndo até a área dos chalés.

Procurei primeiro por Melanie no chalé 1, o destinado aos filhos de Zeus. A fachada de mármore branco possuía uma enorme porta de bronze, atravessada por dois raios. Estava entreaberta, permitindo-me ver a enorme estátua do deus que se encontrava bem no centro da parte interna do chalé. No entanto, isso também revelava que Mel não se encontrava ali. Suspirei em frustração. Onde estaria ela?

Uma grande quantidade de campistas passando por ali me chamou a atenção. Mas o que estava acontecendo agora? Eles deviam estar, não sei, praticando esgrima, arco e flecha ou sei lá mais o quê com seus conselheiros chefes, não? Qual o problema que as pessoas dali tinham em seguir regras?

Segui o fluxo de camisetas laranjas indo para o que parecia uma grande parede de escalada. Nunca fui muito fã desse tipo de esporte e seus semelhantes, mas o evento que se seguia ali não parecia muito com uma escalada comum.

A grande parede de pedra brilhava com lava e pedras incandescentes, o que me assustou um pouco. Perto dali, pude ver Melanie, um olhar competitivo brilhando em seus olhos azuis. Vindo em sua direção, estava Travis Stoll.

Atravessei a pequena concentração de gente, tentando obter uma visão melhor do que iria ocorrer ali.

- Então, tudo bem – disse Melanie, prendendo o longo cabelo castanho em um rabo de cavalo simples – Aqui está a sua tão antecipada revanche.

- O que eu ganho dessa vez, Hunter? – perguntou Travis, aproximando-se até ficar frente a frente com Melanie.

A proximidade entre os rostos dos dois não fez Melanie hesitar.

- O mesmo da outra vez. Eu pego o seu turno na detenção lavando os pratos com as harpias – respondeu ela, a confiança presente tanto no seu olhar quanto em sua voz – Ninguém mandou aprontar tanto com as garotas de Afrodite – Ela sacudiu a cabeça, rindo discretamente - E se eu ganhar, Stoll?

- Hmm... deixe-me ver, srta. Hunter. Você se vê livre das minhas pegadinhas pelo, digamos... Resto do verão. Feito? – Travis estendeu sua mão.

- Feito. – Melanie apertou rapidamente sua mão, retomando sua posição em um dos lados da parede, e Travis fez o mesmo.

- Prontos, então? – Connor Stoll apareceu a alguns metros a minha esquerda. Então por isso que havia bastante gente por ali: Em vez de vigiá-los, os irmãos trouxeram os moradores de seu chalé para assistir a pequena aposta entre Mel e Travis. Minhas suspeitas foram confirmadas ao ver Sarah conversando com uma garota morena, que lembrava bastante os garotos Stoll – Se os senhores já acabaram com as apostas, acredito que podemos começar.

As pessoas ali pararam de conversar por um breve instante, olhando diretamente para os dois competidores em frente à parede de escalada. Não parecia ser o que eu chamaria normalmente de um desafio fácil ou simples, mas nada nesse acampamento podia ser considerado um tanto comum.

Connor ergueu um pequeno apito de seu pescoço. – Preparados? Três... Dois... Um!

Assim que ele assoprou-o, Melanie e Travis dispararam em uma velocidade impressionante para o topo da parede. Pude ouvir vários gritos de apoio atrás de mim. A maioria deles era para Travis, mas isso não desanimou Melanie; ela continuou escalando, o retrato da pura concentração enquanto evitava a lava que descia do topo da parede.

Melanie conseguiu chegar ao topo, e Travis a alcançou apenas alguns segundos depois. Entretanto, durante a descida, Mel distraiu-se com alguma coisa que nem eu, nem muitos ao meu lado conseguimos ver o que era.

Isso foi o suficiente para que a lava e as pedras chegassem a uma distância perigosa de seus braços, fazendo-a soltar seu firme aperto das rochas, caindo no chão no exato momento em que Travis acabava sua descida. A queda fez um baque surdo, mas, felizmente, Mel parecia não ter se machucado tanto assim.

- Ei, Mel! – Travis estendeu a mão para ajudá-la a se levantar – Você está legal?

- Claro, claro, estou bem – ela rapidamente segurou sua mão, levantando-se – Obrigada, Stoll – disse, limpando casualmente um pouco de sujeira da blusa. Pude jurar que vi seu rosto corar – À que horas começa o seu turno, mesmo?

- Logo depois do jantar, mas – Melanie o interrompeu.

- Certo, então. A gente se vê depois – ela sorriu para ele e se virou para ir embora.

- Ei, Melanie, espera- Travis tentou chamar sua atenção, mas minha amiga já havia lhe dado as costas.

Enquanto se dirigia para longe dali, segurei seu braço rapidamente.

- Preciso de sua ajuda, Mel – sussurrei quando estávamos a certa distância da pequena multidão. O barulho da comemoração ainda podia ser ouvido da altura do pavilhão de jantar, onde nos encontrávamos – E, para falar a verdade, da de Percy também.

- Pode falar – disse ela – O que foi?

- Já é de manhã, não é? Está na hora de termos uma conversa com Quíron.


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Notas finais do capítulo

Enfim, gente, é isso. Comentários, críticas, etc? Deixem um review dizendo o que pensam da história! E para aqueles que leem, mas não deixam review: Não tenham medo, galera! Eu não mordo, hahaha.
Nos vemos na próxima att, amores. Espero que tenham gostado do cap!
beijoos ♥
Gi