By My Side escrita por webber, RockerGirl


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Véi, sei que faz trocentos anos que nós não postamos nada, mas agora finalmente voltaremos a postar, ALELUIA! E eu espero não perder o arquivo nem o computador de novo, rs. LKJGDLKÇFJGKÇLDSGDS' Espero que gostem :3



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As gotas que caíam do céu escuro castigavam o vidro de minha casa-móvel, e deixava a estrada quase invisível se não fosse pelos faróis acessos a minha frente. Eu tive vontade de dormir, ou tocar Bob, já que fazia algum tempo que eu não fazia isso, mas se eu estacionasse meu automóvel ali, roubaria uma faixa dos motoristas loucos que dirigiam assim como eu nessa chuva. A chuva estava realmente me dando sono, e para acabar com ele, comecei a mexer nos CD’s que estavam espalhados ao meu lado, deixando de prestar atenção na estrada por um instante, decidi colocar para tocar um de músicas aleatórias, que eu tinha ganhado de algumas pessoas em uma de minhas viagens. A vantagem de morar num trailer era essa: você sempre conhecia ótimas pessoas, pessoas que marcavam sua vida sem que você se apegasse a elas. A capa do CD estava na minha boca e eu tentava tirar o CD dando uma espiada ou outra na estrada quando eu vi uma figura pequena e magra, de cabelos longo e talvez loiro escuro, castanho, eu não sei bem, eles estavam molhados, mesmo que a garota estivesse com um casaco marrom que parecia ser bem pesado jogado por cima de sua cabeça. Ela tinha uma única mala, que estava no chão, e dava sinal. Eu pensei em passar reto, mas achei que seria maldade não parar e deixar aquele ser que parecia tão indefeso sozinho na estrada, velhos safados passavam por ali, e talvez ela não soubesse disso. Garota ingênua.

Pisei de vagar no freio, e abri as portas de meu trailer, e então vi como dirigia bem, tinha parado no lugar exato, ela estava bem à frente da porta. Tirei a capa do CD da minha boca e a observei. Ela era baixa, e tinha os olhos infantis, e estava completamente molhada. Seus cabelos, ainda de cor indefinível, tinha algo pendurado. Talvez fosse uma pena.

— Você é louca?

Ela pareceu não se importar, apenas tentou dar uma espiadinha por dentro do trailer.

— Ei, você me ouviu?

Mais uma vez ela, não me respondeu, ela parecia estar encantada ou talvez fosse muda.

— Você quer pegar uma gripe? — Fiz uma última tentativa.

E dessa vez, seus olhos pararam na minha coleção de CD’s, seus olhos brilhavam, e ela pegou sua mala e entrou no lugar, sem se importar se eu tinha a convidado ou não indo direto na direção de onde seus olhos estavam, pegando um CD do The Kooks.

— Ai. Meu. Deus! Você tem esse CD. — É, ela não era muda. — E você tem um trailer!

Eu não aguentei, tive de dar uma risada. Ela era realmente muito ingênua.

— Você vai me dar não é? — ela perguntou, olhando para o que ela tinha em mãos, fazendo meus risos acabarem.
Semicerrei os olhos e balancei negativamente a cabeça. Ela fez um biquinho e colocou o CD de volta onde estava.

— O que você... pra onde quer carona? É isso não é? O que você quer. — eu perguntava desconfiado, semicerrando mais ainda os olhos. Logo menos estaria sem enxergar.

Ela soltou um breve riso.

— Sim, eu quero carona. Pensou que eu iria roubar seu trailer? — zombou ela, enquanto passava os olhos no interior dele. O brilho dos olhos voltara e ela deu um sorriso malicioso. — Se bem que eu até roubaria! É aconchegante!

— Ainda não chegou ao ponto: para onde vai? — perguntei de novo já irritado.

— Ah, não se importe com isso. Vá para onde tem que ir. Não me importo de viajar... — dizia ela gesticulando com as mãos. — Como se chama mesmo?
Levei um minuto para responder, já que olhava hipnotizado para ela. Meu pensamento estava certo e minha pergunta confirmada: ela era louca. Como aparece no meio de uma estrada, na chuva, entra em um trailer de um cara que nem conhece e aceita viajar com ele? Tudo bem, sou eu, não vou fazer mal a ela. Mas e se fosse um assassino doentio? Pisquei lentamente e respirei fundo:

— Me chamo Brendon e...

— Rebecca! — ela interrompeu, animada, andando por dentro do trailer. — Mas pode me chamar de Becca. É um prazer.

Arqueei as sobrancelhas e me descontrai soltando um riso baixo.

— Você é doida mesmo. E devo ser pior por... aceitar viajar com uma desconhecida que deveria estar em tratamento. — eu disse fechando a porta ao meu lado.

Ela deu de ombros e riu um pouco.

— Vou considerar isto como um elogio. Já que vem de alguém tão egoísta, a ponto de não querer me dar um CD do The Kooks.

— Não vou dar mesmo.

E então eu ouvi um baque, e ao olhar para trás, vi sua pequena mala jogada numa ponta da cama e Rebecca perder o equilíbrio quando dei a partida no trailer. Isso me fez rir, e rir alto.

— Acho melhor eu... — disse ela com a voz trêmula.

— Se sentar? Também acho. — sugeri ainda rindo.

Ela parecia estar bem à vontade quando vi pelo retrovisor a própria se jogar em minha cama. Ela estava com uma das pernas levantadas encarando a bota que calçava. Logo depois, ela havia tirados as duas, e chacoalhando as duas pernas no ar, como uma criança feliz. Voltei minha atenção à estrada rindo.

— O que foi? — perguntou ela.

— Oras, nada. — respondi parando de rir.

De repente, me passou pela cabeça que seria divertido viajar com ela, e que ter uma companhia não seria tão ruim. Não, não... Eu estava enlouquecendo, talvez loucura fosse contagiosa.

— Então... qual o nome do manicômio que você fugiu?

— Haha, muito engraçadinho você.

Eu dei uma risada baixa e olhei para trás, e ela me mostrou a língua. Além de ingênua era atrevida! Mas essa observação não foi a única coisa me chamou a atenção, ela estava sentada na outra ponta de minha cama, abraçando os joelhos, suas botas estavam jogadas no chão, e seus dedos se encolhiam, e então eu me dei conta de que a garota estava na chuva, sua mala e consequentemente suas roupas também estavam completamente molhadas, e de que meu trailer não estava nada quente.

— Ahn... Pegue alguma roupa seca no cesto atrás de você. — Disse sem tirar os olhos da estrada. Eu não queria ninguém ali com chances de me passar vírus.

Eu observei ela fazer isso pelo retrovisor, e depois de pegar uma blusa que provavelmente serviria para ela como vestido ficou olhando para o retrovisor, como se esperasse por algo.

— O que foi?

— Você não espera que eu me troque aqui né? Vai saber se você não é um tarado louco.

— Puxa! Só agora você se preocupa em eu ser um tarado?

Ela revirou os olhos e continuou esperando

— O banheiro fica nos fundos. — Falei entre um riso.

Não demorou muito para que ela aparecesse, e a cada passo que dava, seus olhos cintilavam. Eu estava tão hipnotizado por como minha camisa tinha caído bem nela que levei um pulo quando ela gritou.

— VOCÊ TEM UM VIOLÃO!

E então ela pegou o Bob. Não, não, não, aquela garota era pior do que criança, ela com certeza causaria algum dano sério e irreparável ao meu violão.

— Solta isso!

Ela me olhou com os olhos cheios de más intenções.

— O que você vai fazer se eu não soltar?

— Estou te avisando, solta o Bob.

— Bob? Você dá nome às coisas? — Ela falou com os olhos cheios de emoção, que logo se transformaram em confusão. — Que coisa mais... infantil?
Mas por alguma divindade de Deus, Rebecca colocou o violão no lugar e pegou outra coisa, que estava próximo ao violão.

— Oba! Doritos. — ela comemorou ao abrir o saco e se jogar novamente na cama.

— Ei, ei, ei, larga do meu Doritos. — protestei.

— Não. Gosto de Doritos. — dizia ela colocando um na boca.

— Qual é... — reclamei.

— Vou deixar pra você, eu não sou egoísta como você, para de ser crianção.

— Crian... ?

Revirei os olhos e rimos juntos.

O tempo passava enquanto o trailer era dominado por um único barulho: os doritos sendo triturados por Rebecca, que não demorou a se cessarem, e ser deixar levar pelo silêncio total. O silêncio durou tanto, que eu até pensei que ela tinha dormido. Senti uma pequena pontada de inveja por isso, eu ainda queria dormir, mesmo depois da inquietação que ocorrera em meu trailer, minutos atrás.

— E então... você não cansa de dirigir? — Não, a louca não tinha adormecido mesmo depois daquele longo silêncio.

— Canso, eu estou cansado agora. Mas não posso parar o trailer no meio da estrada não é? — Disse dando uma espiada pelos meus ombros.

— Mas você não vai parar no meio da estrada, olha só.

Enquanto ela falava, ela se levantou e andou até o meu lado, tomando o cuidado de se segurar para não cair como antes, e me poupar de algumas risadas. Quando voltei a atenção a minha frente vi outra intervenção divina ocorrer no meu dia: A minha esquerda, e um pouco mais a frente tinha um terreno onde pessoas como eu poderiam alojar suas casas móveis, era só fazer o contorno e pronto, eu me veria deitado sobre minha cama, dedilhando Bob até o sono chegar.


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Notas finais do capítulo

E ai, galero? :3



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