POV Licia

Estava dançando com Justin no meio da pista quando senti alguem me puxando pela cintura para trás, olhei para trás, era Bernardo. Ele nunca vai me deixar em paz?

- Eaí Licy... Você não devia ficar sozinha numa boate movimentada como essa. 

- Eu não estou sozinha. - falei fria ainda fazendo força com as mãos, tentando me soltar.

- Ah sei, estar com aquele branquelo do cabelo de viado é mesma coisa que estar sozinha, baby. - ele me apertava com mais força e passava uma das mãos na minha coxa.

- Você deve ta na seca mesmo né cara? Larga ela! Já devia ter percebido que ela não quer mais você. - Justin empurrou o peito dele, eu fui para trás de Justin. Bernardo estava furioso a expressão dele era assustadora, e eu estava morrendo de medo de acontecer algo com Justin.

- Você ta doido pra levar uma pisa não é?- Bernardo dizia, com os olhos fulminantes.

Vi Bernardo fechar a mão em punho e acertar em cheio a barriga de Justin. Aconteceu o que eu temia, eu estava vendo um garoto que eu amava sendo machucado, por minha culpa. Justin foi para trás com as mãos na barriga.

- Justin, Justin, Ah meu Deus você está bem?- gritei desesperada, chegando perto dele.

- Licy, se afaste, por favor. - ele estava ofegante, parecia estar com muita dor.

Justin mudou o seu estado de dor para ódio, vi ele avançando para cima de Bernardo, fechei os olhos, eu não queria ver aquilo, quando abri os olhos vi que o rosto de Bernardo tinha uma fresta pequena que sangrava. Os seguranças da boate seguraram os dois, eles sentaram Justin em um pequeno sofá que tinha ao lado do bar. Sentei ao lado dele, eu estava desesperada.

- Calma Jus, eu vou te levar para minha casa. Eu vou cuidar de você. Onde estão as chaves do seu carro?- ele não conseguia responder, só gemia de dor e colocava as mãos no local do soco. Vi as chaves do carro no bolso dele, pedi aos seguranças me ajudarem a colocar ele no carro, eles colocaram Justin deitado no banco de trás. Liguei e Range Rover de Justin e fui para minha casa, não pensei em ligar para Pattie naquele momento, eram duas horas da manhã, e eu não queria preocupá-la. Cheguei em casa, abri a porta do banco de trás, Justin estava dormindo pois ele estava muito bêbado, respirei fundo e entrei no carro.

- Vamos lá Justin, acorde!- falei chacoalhando o seu corpo. Ele estava revirando os olhos.

- Ah, onde ele ta? Eu vou quebrar a cara dele Licy, você vai ver. - ele estava inconsciente, já vi que ia dar trabalho ter que subir as escadas com ele.

- Justin, levante-se, ele não esta mais aqui. - eu puxei a mão dele, ele ficou sentado no banco, depois saiu do carro, ainda com a mão na barriga, ele cambaleava, coloquei um dos braços dele sobre meus ombros, fechei a porta do carro com o pé. Abri a porta de casa e entrei, subi as escadas com ele bem devagar e deixei-o deitado em minha cama, enquanto ia buscar uma compressa de água quente para colocar no local da dor.

Ao voltar, ele já estava dormindo de novo. Levantei sua camisa e coloquei a bolsa de água fervente, ele gemeu. Estava sendo divertido e ao mesmo tempo muito trabalhoso cuidar de Justin naquele momento. Me deitei do outro lado da cama e acabei pegando no sono.

Acordei-me com um clarão, eu não conseguia abrir os olhos, mas ai eu vi a imagem de Licy no clarão.

- Eeeeeei onde eu estou? Eu morri, estou no paraíso e você é um anjo que veio me buscar, acertei? - eu ainda estava atordoado, não me lembrava de muita coisa, só me lembro que levei de dei um soco. - Nãaao, seu bobinho. - Licy sentou ao meu lado na cama.

- Ai, minha cabeça e meu estômago estão doendo muito, e você nem cuida de mim Licy... - fiz um bico.

- HAHAHA, eu não cuido de você? Passei a noite inteira cuidando de você ontem, e deixe me ver isso. - ela levantou a minha camisa.

- Eeeeeepa, que assédio é esse?

- Haha, ridículo. Quero ver se o inchaço já passou. – ela disse olhando para a minha barriga. – Já, está pronto para outra – nós rimos.

- Olha Licy, agora é sério, me desculpe por não ter me controlado ontem, me desculpe por ter feito você cuidar de mim... - ela me interrompeu colocando o dedo indicador em meus lábios.

- Não foi nada, foi engraçado. - ela disse rindo. 

- Hey, não deveríamos estar na aula?

- Sim, mas nós faltamos à aula.

- Você faltou aula por causa do bêbado barraqueiro aqui?- apontei para mim mesmo. 

- Foi. - ela me olhou e depois sorriu. – Já ouviu falar em "cafuné" ? - ela me olhava curiosa.

- Hã? O que é isso? É de comer? – perguntei, pois nunca ouvi falar aquela palavra.

- Não, seu bobo! É um carinho. – ela riu de mim – Quer que eu te mostre?

- Hmmmm, um carinho, as coisas estão ficando interessantes por aqui... – dei um sorriso malicioso para ela, ela me deu um tapa na cabeça. - Quero. 

- Vem cá. – ela disse, sorrindo e dando tapinhas no colo, me deitei e coloquei a cabeça no colo dela. – Agora feche os olhos. – fiz o que ela mandou. Ela entrelaçou os dedos em meu cabelo e coçar bem devagar a minha cabeça com as unhas, fazendo um movimento horizontal, ela ficava trocando de lugar, nossa, aquilo me deu sono, era bom demais. 

- Ahhhh, onde aprendeu a fazer isso?- perguntei ainda deitado no colo dela com os olhos fechados. 

- No Brasil isso é muito normal, e como uma brasileira nata, faço direto no meu pai, ele adora.  

- Você é brasileira? - Sou. - entendi tudo naquele momento, o corpo maravilhoso e escultural, o jeito de andar de Licy...

Ela é brasileira.  Ela continuou com o tal do “cafuné”, é o melhor carinho que já tinham feito em mim. 

- Você não devia ter me mostrado isso, vou querer todos os dias.- nós rimos. 

- Licy, o que eu faço para te agradecer?.

- Não precisa de nada, mas, você faz oque você quiser...

- Se eu fosse você, não teria dito isso. - falei me levantando de seu colo, fitando os olhos dela com um sorriso malicioso. – É perigoso. – ela mordeu os lábios e riu. – Tem certeza?- falei, me aproximando dela.

- Tenho. – ela sussurrou no meu ouvido, ficamos com os rostos a milímetros, respirávamos o mesmo ar.

C O N T I N U A . . .