Um mês depois...

            Daniella narrando:

            Nós iríamos voltar para Hogwarts, as férias tinham sido maravilhosas, isso eu não posso negar, mas Hogwarts sempre fora onde eu me sentia em casa, e estávamos voltando.

            Minhas malas já estavam prontas, na verdade de todos nós estava, acho que todos ali estavam ansiosos pra voltar pra escola. Quer dizer, havia muita coisa de novidade... Como o namoro de James e Lilly, e que finalmente Lene amarrou meu irmão.

            Mas então porque aquela sensação de perigo continuava passando por mim?

            -Bom dia Dani – eu ouvi Remus falar, beijando meus lábios, e sorrindo, eu estava na cama dele, havia sido uma noite boa, não havíamos transado, só tínhamos nos curtido.

            -Bom dia Remy – eu falei dando outro selinho, e ignorando pensamentos negativos e idiotas que passavam pela minha cabeça.

            Nós dois ficamos nos beijando até que alguém nos chamou da porta, deveria ser James, já que meu irmão havia voltado com o costume de invadir quartos.

            Eu me levantei, dei mais um beijo em Remus e fui para o meu quarto, onde tomei uma ducha, coloquei uma calça jeans, um all star, uma camiseta de banda, fiz minha típica maquiagem escura, e arrumei meu cabelo, que ainda estava incrível.

            A sra Potter prometeu para nós que de agora em diante, nós só iríamos naquele salão com as bruxas mudas, eu as chamei assim porque elas não trocaram uma palavra conosco.

            Desci com o meu malão, que não estava leve, mas também não tão pesado, coloquei perto das coisas do pessoal, e fui para cozinha, onde Remus já estava me esperando sorrindo.

            O café foi normal, e um pouco mais civilizado, já que os pais do Jay estavam ali, e estávamos voltando para Hogwarts. Nós prometemos sentar juntos no vagão do trem, e tudo o mais, agora que as meninas sabiam do nosso segredo, e estavam com os nossos dois outros marotos, elas eram tipo, parte do grupo.

            Saímos rápido da casa dos Potter, que nos levaram até a estação de trem de carro. A viagem foi divertida, bem, eu acho, eu estava abraçada a Remus. Ou melhor, eu estava beijando o Remus.

            E foi quando eu coloquei o pé na estação, e dentro da plataforma nove e meio, que tudo começou a dar errado.

            Minha mãe estava lá, sim, minha mãe, meu pai, e digamos que um pessoal bem barra pesada. Eles estavam me esperando. E Krish estava com um sorrisinho cínico na cara.

            -Daniella – minha mãe falou para mim, com um sorriso cínico na cara, ela iria começar a atuar, e as coisas iriam dar errado, eu empunhei minha varinha, e encarei minha mãe.

            -O que você quer? – eu perguntei com a voz seca, e olhei para Remus, e depois para Sirius e Jay, eles me encaram preocupados, e eu dei ombros. Iria cuidar da situação.

            -Não é o que ela quer Daniella – eu odiava quando Callum Krish me chamava de Daniella, meu nome parecia sair nojento daqueles lábios – E sim o que ela manda garota.

            -Callum está certo, querida – eu olhei para minha mãe confusa, e entendendo em um segundo, ela queria que todos achassem que eu era a filinha rebelde e que ela me amava, mas ela não sabia com quem estava lidando, minha própria mãe, não conhecia a mim. Daniella Black – Você sabe que sou contra seu namoro e que está prometida a família de Krish...

            -Mas mãe – eu respondi para ela, não deixando-a terminar – Sabe que eu amo Remus Lupin, e não poderia ser feliz com Callum Krish, que odiaria me casar com ele, eu sinto muito por te decepcionar, mas eu esperava que você entendesse – e bem, aí eu passo a ganhar o apoio de todos que estão em volta, menos dos idiotas comensais da morte.

            -Imperio – eu escutei alguém sussurrar em minha direção, eu mordi o lábio, tentando resistir ao impulso de concordar com a minha mãe, e de terminar com Remus. Eu dei um sorriso maroto, aquilo tirava minhas forças, mas não iria deixa-los ganhar.

            -Desculpe mãe, mas agora preciso embarcar, conversamos outra hora – eu falei reunindo toda a minha força de vontade, pegando meu malão e me virando para entrar.

            -Mas você não vai voltar a Hogwarts, Daniella, não se não ficar noiva de Krish e acabar com essa baboseira de namorar com um mestiço – minha mãe falou e eu me virei a olhando – E se não fizer isso agora, irei te mandar para outra escola que tenha costumes mais respeitosos...

            -Você não vai fazer isso sua vaca, porque você só está interessada no que os filhos da puta desses bruxos das trevas irão dizer. O Sirius fugiu de casa há mais de um ano, e desde que eu entrei para a Grifinória você me ignora, então pare de bancar a hipócrita sua vadia, você não tem mais direitos, sobre mim, e eu não te considero mais minha mãe – eu respondi friamente, mas com raiva, vi que alguém deu um passo atrás, eu virei novamente, e entrei no trem.

            Eu fui para a última cabine, a que eu e os Marotos sempre ficávamos, e guardei o malão, sentando, e abraçando as minhas pernas, eu ainda estava tremendo. Resistir a Imperius, enfrentar a minha mãe, e pensar na possibilidade de abandonar Hogwarts me fez tremer.

            -Daniella – eu ouvi alguém murmurar, esse alguém era Remus, o meu nome nos lábios dele me acalmavam, eu senti uma lágrima percorrer meu rosto, e meu olhar se encontrou com o de Remus.           

            Eu senti os braços dele me envolverem, e então eu comecei a soluçar feito um bebê.

            Remus narrando:

            Dani estava chorando, eu a abraçava e a sentia tremer e soluçar em meus braços, mas eu não sabia o que falar, e pela primeira vez não sabia como a fazer ficar calma.

            Mas eu a entendia, vi-a resistindo a Imperius, vi ela sendo fria, e vi ela correndo até aqui, Dani era forte, a pessoa mais forte que eu conheci a eu precisava acalma-la.

            -Daniella – eu a chamei de novo e a fiz olhar para mim – Lembra que eu prometi não te deixar chorar?

            -Sim... – ela sussurrou para mim, eu limpei suas lágrimas, e suspirei.    -Eu estou querendo cumprir minha promessa. Minha Wolf, lembre-se, eu sei que não é fácil isso que você está passando, mas eu estou com você, e sempre estarei, até o fim – eu sussurrei para ela, que me deu um leve sorriso.

            -Eu estarei com você Moony – ela sussurrou em resposta e eu a beijei, sentindo Dani relaxar, e parar de chorar – E se você sempre me acalmar assim, eu sempre vou querer você do meu lado – eu ri com o comentário dela, e lhe dei outro beijo.

            -Pode deixar, eu sempre vou estar com você – aquilo era uma promessa, e eu não quebrava promessas.