Anny narrando –

Acordei sentindo uma dor de cabeça não muito forte, mas mesmo assim doía muito.

Analisei o local em que eu estava era um quarto completamente branco e tinha alguns fios em meu braço e outros em meu nariz. Tentei me levantar, mas meu corpo pesava muito, e a dor só aumentava, vi que tinha como um aparelho na mesinha ao lado da cama em que eu estava. Estiquei minha mão com dificuldade e consegui apertar o pequeno botão, em segundos uma enfermeira veio correndo até meu quarto e abriu um sorriso quando me viu olhando pra ela.

_ Olha, você acordou, uma boa notícia – ela sorriu – se você sentir falta de ar pisca os olhos bem forte – ela sorriu e foi tirando aqueles fios de meu nariz – está ótima você, acho que já deve sair hoje dessa UTI – ela sorriu, porque eu estava na UTI? Eu senti uma pontada enorme em meu coração, eu só queria ver meu irmão e meus pais.

_ Anny, que bom que acordou, consegue falar? – um homem de cabelos um pouco grisalho e bem charmoso entrou.

_ Sim, minha garganta dói – falei com dificuldade

_ Vamos para outro quarto e você poderá ver seu irmão – ele sorriu

Os enfermeiros me levaram até outro quarto, esse era branco com bege e tinha uns detalhes bem bonitos.

Conversei um pouco com o Lenny e depois conversei com meus pais, eu me sentia uma nova pessoa, às vezes dava uns flash’s de coisas ruins em minha cabeça, nunca era nada bom, era como se eu estivesse sido formatada, é formatada mesmo e estivessem me pondo algumas lembranças.

_ Boa tarde meu amor – olhei um menino de olhar profundo com um brilho – trouxe suas rosas favoritas – ele sorriu, seu sorriso me trouxe um pouco de paz, me fez esquece que eu estava em um hospital.

_ Boa tarde, posso te fazer uma pergunta? – o olhei

_ Claro que pode – ele sorriu

_ Quem é você?

Lenny narrando –

O Doutor nos falou que a Anny iria ter uma pequena perda de memória de coisas boas que aconteceram recentemente, ela lembraria algumas mágoas que sofreu, nada mais.

Fiquei um pouco assustado, mas acho que ela lembraria do Justin já que eles eram amigos, conversei um pouco com ela e o Justin chegou, nossos pais a visitaram e depois saíram rapidamente por conta da empresa.

Justin narrando –

_ Posso te fazer uma pergunta? – ela perguntou confusa

_ Claro que pode – sorri

_ Quem é você? – ela perguntou e eu desfiz meu sorriso.

Aquilo acabou com meu dia, como assim ela não se lembrava de mim, a olhei ainda confuso.

_ Eu lembro de você, mas eu não sei seu nome, lembro que nós namorávamos e você me decepcionou – vi seus olhos enchendo de lágrimas – me decepcionou muito – ela falou

_ Vo-você não se lembra? – perguntei e senti meus olhos encherem-se de lágrimas – eu sou seu namorado, o Justin – me levantei

_ Justin – ela sorriu – eu tinha um amigo com esse nome, mas eu não o vejo faz quatro anos – ela falou – de você, eu só tenho lembranças ruins, de mágoas, choros, sabe, é como um flash em minha cabeça

_ Mas eu sou seu namorado, não lembra mesmo? – a olhei

_ Não, só quero que você saia desse quarto – ela falou e eu senti uma pontada em meu coração

_ Mas... – ela me interrompeu

_ Saia agora, não quero te ver em minha frente – ela falou alterada com sua voz ainda rouca.

De novo, um dia de namoro e tudo acabado de novo, porque eu fui pedir “mesmo que pra isso eu precise me afastar dela” queria estrela, foi sacanagem! Eu a amo tanto, como vou conseguir viver sem ela? Querido destino você sempre acaba com tudo. Só quero sumir, isso mesmo, sumir!

A semana passou rápido, eu sempre tentava conversar com ela, mas ela disse aos enfermeiros para não me deixar entrar, até em um hospital ela é assim, ela recebeu alta e até no jantar que teve em minha casa ela não foi, vou essa semana para a casa de meu pai, faz parte do acordo em que meus pais fizeram, mas ao invés de um fim de semana vou passar logo toda a semana, os jogos seriam dia primeiro do mês de abril.

Já estava arrumando minhas malas, aliás, hoje é domingo, faltaria as aulas essa semana, depois pegaria o conteúdo com o Ryan ou o Charles.

_ Vamos Justin – minha mãe falou – vai se atrasar – ela me apressou pegando uma de minhas malas.

_ Estou indo já mãe – falei sem a mínima vontade

_ Quando você chegar lá vai ver seus irmãos e vai mudar essa carinha na hora. – ela sorriu e eu retribui, não seria mesma coisa.

Saí de casa e entrei direto no carro com minha mãe, ela pôs as malas no porta-malas e foi dirigindo até o aeroporto.