Valerie estava andando pelo vilarejo, quando viu Erick descansando.

-Oi. —disse Valerie.

-Oi Valerie. Tudo bem?

-Tudo, e você?

-Também, descansando também?—perguntou Erick.

-Não, eles não tão deixando eu trabalhar, por causa das coisas que aconteceu comigo.

-Ah.—disse Erick com pena de Valerie.

-Não acho isso justo, ver todos trabalhando e eu andando por ai. —disse Valerie.

-Eles estão certos, quem sofreu tantas perdas não pode ficar se preocupando em trabalhar.

-Tanto faz. Erick?

-Sim!

-Quando vocês foram procurar o corpo da minha avó, vocês não encontraram nenhuma pista de onde tenha parado o corpo?—perguntou Valerie.

-Não Valerie, sinto muito.

-Não tudo bem, não é culpa de vocês.

-Mas eu havia te prometido. E como eu sou um cara de palavra qualquer dia  desses eu vou juntar uns 3 ou 4 homens para ir procurar de novo.

-Você tá louco? Quer morrer?—Valerie disse—A floresta é perigosa, para ir só 4 pessoas.

-Vocês estavam sozinhas quando eu conheci vocês, e vocês são mulheres, bem mais perigoso.

-É... eu não sou muito de obedecer.—disse Valerie.

-Eu já percebi isso.

Valerie deu um sorriso.

-Erick, você está gostando da Prudence?—Valerie perguntou

-Só como amiga. —mentiu Erick.

-Erick eu sei quando as pessoas mentem.

-Ok, eu estou gostando dela.

-Sabia.

-Percebi isso ontem, quando você me pressionou par falar a verdade. —disse Erick.

-Todos sabem só Prudence que não.—disse Valerie.

Erick deu uma risada sem graça.

-Relaxa, tem alguma coisa te afligindo, quer me contar?—perguntou Valerie.

-É muito ruim não saber dos sentimentos dela, não sei se ela gosta de mim como eu gosto dela.

-Eu tenho certeza que ela gosta sim. Por que você não conversa com ela?—perguntou Valerie, encorajando Erick ao mesmo tempo.

-Tenho medo de ela me rejeitar. —disse Erick —eu não sei o que ela sente em relação à mim.

-Mas se você não tentar nunca saberá. Vai em frente e veja no que dá. Tenho certeza que vai dar um bom resultado.

-Não acho...

-Erick seja otimista, não pessimista.

-Ok. Vou tentar. Prometo!—disse Erick. —Agora eu vou trabalhar. Vejo-te mais tarde.

-Não, não. Você e Prudence têm muito que conversar passe essa noite conhecendo melhor Prudence. Tenho certeza de que você vai gostar mais ainda dela, e ela de você. —disse Valerie

-Ok.

-Agora vai trabalhar que já estão te olhando com uma cara feia. —disse Valerie rindo.

-Obrigado Valerie!—agradeceu Erick pela ajuda que Valerie tinha dado.

-De nada!

Valerie saiu andando e sem querer esbarrou em um menino, infelizmente ela acabou caindo devido a força do menino, mas felizmente era o menino de quem Roxanne gosta.

-Desculpe.—disse o menino ajudando Valerie a se levantar.

-Não foi nada. É...?—disse Valerie como se ela estivesse perguntando o nome dele.

-Victor, prazer!

-Valerie.

-É eu sei, a menina que vem sofrendo muito. Eu sinto muito pelo que você está passando.

-É doloroso.—Valerie viu a oportunidade de ajudar a sua amiga, ela pensou: ‘meu amor pode não ter dado certo, mas o das minhas amigas pelo menos tem que dar.’

Eles ficaram em silencio por alguns segundos, quando Valerie interrompeu:

-Eu e as minhas amigas vamos fazer um fogueira depois de amanhã, quer vir?

-Claro! Vou estar lá.—respondeu Victor, que sabia que Roxanne estaria lá.

-Que bom! Vou esperar. —Valerie disse.

Valerie saiu andando quando viu Rose e Roxanne brigando, chegou mais perto da briga.

-Você é uma invejosa mesmo, né Roxanne?—disse Rose.

-Cala a sua boca! Quem é invejosa aqui é você!—disse Rox.

Rose foi dar um tapa na cara de Rox, mas Valerie foi mais rápida e segurou a mão dela.

-Nem pense nisso!—disse Valerie.

-Ou o quê?—perguntou Rose sarcástica.

-Não tem ou, só tem ‘nem pense nisso’, você não tem outra opção. —disse Valerie.

Prudence que havia saído para pegar água voltou e disse:

-O que você está fazendo aqui baranga?

-Não te interessa.

Prudence respirou fundo duas vezes, mas Rose tirou a mão de Valerie e  bateu em Prudence.

-O que você pensa que é?—perguntou Prudence puxando os cabelos de Rose.

Valerie foi tentar separar a briga, mas acabou levando um tapa na cara. Valerie cambaleou para trás. Henry vendo a cena correu para acudir as amigas.

Separou a briga e disse:

-O que você pensa que está fazendo Rose?

-Acabando com invejosas.

-A única invejosa...—Valerie tentou falar mas Henry interrompeu ela dizendo:

-Saia daqui Rose.

-O quê?

-Sai daqui. —disse Henry mais devagar para ver se ela entendia.

-Você não manda em mim. Eu faço o que eu quiser.

-Rose!—vociferou Henry.

-Eu saio quando quiser.

-Ah é? Então vou te dar um motivo para você querer sair.—disse Valerie já indo para cima de Rose, mas Henry colocou o braço na frente de Valerie, isso bastou para Valerie se sentir tonta e quase cair, se não fosse ele segurando seu braço assim que viu ela estranha.

-Valerie?—perguntou Henry preocupado.

-Eu estou bem.

-Está não.—disse Prudence preocupada.—Sai daqui o víbora.

Rose vendo que se não saísse seria chutada, saiu com a cabeça levantada como se isso fosse mostrar que ela estava saindo com dignidade, o que ela já não tinha.

Valerie não estava passando bem.

-Gente... —ela se apoiou em Henry. —Está tudo girando.

-Calma. —disse Henry. —deve ser o nervoso da briga. Senta aqui. —Henry pegou Valerie e ajudou ela a se sentar.

Valerie se sentou.

-O que aconteceu?—perguntou Henry.

-Ela veio me xingar do nada, e eu não agüentei e joguei umas verdades na cara dela.—disse Roxanne.

-Você perdeu a paciência? Logo você que é tão calma. —disse Henry.

-Ela me estressou. Ai Valerie chegou para me defender, porque se não ela tinha me batido. —disse Rox.

-Essa víbora está me dando nos nervos. —disse Prudence.

-Calma Prudence!—disse Valerie quase sem ar. Sua visão estava escurecendo cada vez mais.

Valerie caiu no colo de Henry. Henry preocupado pegou ela no colo e disse para as meninas:

-Vou levar ela para a ferraria. Se eu levar ela para casa ela vai me xingar, por causa da mãe dela. Mando noticia.

-Ok.

Chegando na ferraria, Henry deitou Valerie no feno que tinha lá. Ficou o tempo todo do lado dela preocupado, quando Valerie acordou.

-O que aconteceu?—perguntou Valerie.

-Você desmaiou, e eu trouxe você aqui. Não achei bom levar você lá para sua casa, porque lembrei da ultima vez.—respondeu Henry.

-Fez bem, não quero que a minha mãe saiba que eu desmaiei, por favor, não fala nada para minha mãe.

-Eu deveria ter te levado para sua casa, não aqui. Aqui não é um bom lugar para se trazer quem desmaiou, eu fiz mal em trazer você aqui.

-Henry você fez a melhor coisa que podia fazer. Obrigada!

-Se você tiver algo grave Valerie? Você não conta pra sua mãe.

-Eu só desmaiei, mais nada.

-Você desmaiou pela segunda vez Valerie. Não foi a primeira vez, isso já tá ficando grave.

-Não se preocupe comigo, por favor Henry, eu não gosto de que as pessoas fiquem preocupadas.

-Não tem como não ficar Valerie.

Valerie só olhou para ele e disse:

-Eu preciso ir. Passa mais tarde lá em casa para eu te contar uns negócios. Já te atrasei demais.

-Não, não me atrasou não.

-Atrasei sim. Já vou Henry. Tchau.

-Eu vou com você.

-Não precisa, por favor, quero ir sozinha, pensar melhor.

Valerie se despediu e foi para casa descansar, sua cabeça estava girando ainda.