- Não, Peter. Fica com o dinheiro. Eu quebrei sua janela, o mínimo que eu poderia fazer era te pagar. – eu disse. – E além disso, eu gosto de vir a pé. Acho que vou começar a vir todos os dias. – disse. E eu não estava mentindo. Havia gostado mesmo de vir a pé.

- Posso vir com você se quiser. – disse ele.

- Não, tudo bem. Eu já sei andar sozinha. – disse dando uma risada fraca.

- Ah, claro. Mesmo porque eu imaginava que você ainda nem soubesse andar, o que dirá andar sozinha. – ele disse, me fazendo rir.

Esse dia, diferente de todos que eu havia passado na escola, foi muito divertido. Percebi que depois que você conhece melhor o Peter, descobre que ele é bem engraçado, divertido, e o que todo mundo já sabia antes... Ele é lindo.

Quando tocou o sinal que anunciava a hora da saída dos alunos, eu estava caminhando até a porta principal quando sinto alguém me puxar pelos braços.

- Espera, eu vou com você. – disse Peter e deu um sorriso lindo.

- Tem certeza? – perguntei.

- Absoluta. Espera aí que eu já venho. – disse e saiu correndo pelo corredor.

- Ok. – disse e dei um pequeno sorriso quando ele saiu.

Fiquei olhando os quadros das pessoas que se formaram na escola antes de mim. Até que sinto alguém me cutucando. Me virei e vi que era Peter.

- Ah. Já voltou. – eu disse.

- Fui rápido. – ele disse.                                                                    

- É. – disse e desviei o olhar para o lado.

- Então, vamos? – perguntou.

- Vamos. – disse e nos dirigimos até a saída.

Andamos, andamos... Quando a gente ta com fome parece que o caminho aumenta.

Eu continuei caminhando ao lado de Peter, quando de repente ele me passa e para a minha frente.

- Megan, posso te mostrar uma coisa? – perguntou ele com a expressão insegura.

- É que Peter, são quase 13h00min, e eu estou com fome e... – fui interrompida.

- A gente para em um restaurante que tem próximo ao que eu quero te mostrar. Pode ser? – perguntou ele com uma cara tão fofa que eu não consegui dizer não. Apenas assenti com a cabeça e ele mostrou um sorriso de canto perfeito.

Dito isso, viramos a direita e seguimos reto. Fiquei pensando aonde ele me levaria.

- Chegamos. – eu “acordei” para a realidade e quando olhei estava em frente a um restaurante.

Entramos, pedimos e comemos.

Assim que saímos, continuamos nosso caminho até que chegamos a uma praia. Muito bonita por sinal. Mas estava toda deserta.

- Vem. – disse ele e me puxou.

Ele me levou até o começo da praia e pediu que eu tirasse o tênis e ele fez o mesmo com o dele. E eu ainda babando na paisagem. Fomos andando até que ele parou e me olhou.

- E então, gostou da surpresa? – ele perguntou.

- Adorei Peter. – disse ainda maravilhada pelo lugar.

- Eu sempre venho aqui quando quero ficar sozinho. Já que quase ninguém vem aqui então... É um ótimo lugar pra pensar. – ele disse ainda olhando o mar ao fundo.

- É realmente um lugar muito bonito. – eu disse olhando o mar também, assim que me virei, vi Peter olhando pra mim.

Ele continuou me olhando, e eu olhando para ele. Fomos nos aproximando, mais e mais. Até que senti meus lábios tocando os dele. O beijo que havia se iniciado em um selinho calmo, agora era um beijo apaixonante. E então nos separamos pela falta de ar. Estávamos com as testas apoiadas uma na outra, e nossas respirações aceleradas.

- Eu te amo, Megan. – ele disse depois de alguns segundos.

Eu congelei. Não sabia o que dizer. ELE ME AMA? Foi isso mesmo que eu escutei? Continuei ali, com os olhos arregalados e uma confusão enorme nos meus pensamentos.

- E-eu também... t-te amo P-Peter. – consegui dizer por fim. Ele apenas deu um sorriso.

- Megan, você... Aceita ser minha namorada? – ele disse palavras e de uma forma que eu nunca esperaria sair de sua boca. Eu apenas repeti umas 5 vezes a frase em minha cabeça para reformular o que acabei de ouvir.

- S-sim. – disse corada e ele deu um sorriso que mostrava todos os seus dentes perfeitos e logo após me deu um selinho.

- Acho melhor voltarmos, sua mãe ficará preocupada. – ele disse assim que parou o selinho.

- É. – limitei-me a dizer.

Então, assim que voltamos ao início da praia, colocamos nossos tênis e ele estendeu a mão para mim.

Saímos de mãos dadas pelo caminho, até chegar a nossa rua.

- Amanhã eu passo aqui para te buscar pra irmos para a escola. – disse ele assim que chegamos a porta da minha casa.

- Tudo bem. – foi tudo o que consegui dizer.

- Eu te amo namorada. – disse ele com ênfase na palavra “namorada”. Era difícil imaginar ele dizendo isso pra mim.

- Eu também. – foi tudo o que consegui dizer. Dito isso, ele me beijou. Um beijo calmo e tranquilo. Mas que expressava tudo.