Tentando Amar escrita por Leticia Di Angelo


Capítulo 17
Perco pessoas muito importantes.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem *-*



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Percy

 Aparecemos na sala do trono. Nico estava mais apavorado do que eu. Ele colocou Manu na frente do trono de Hades. Meu pai se levantou e ficou na nossa altura, chegou bem perto de Nico e lhe deu um soco. Nico não fez nada para impedir, apenas deixou meu pai bater nele com força.

-Você matou minha filha! – Meu pai gritava. – Você disse que daria a sua vida para salva-la, então você merece morrer.

Ninguém fazia nada para impedi-lo, nem Hades, nem Zeus. Em meus olhos saiu uma lagrima, olhei para todos os meus amigos e percebi que eles também estavam chorando.

-Eu não sei se consigo – Hades disse.

Eu não estava entendendo nada.

-Eu só posso fazer isso a cada mil anos com uma pessoa. – Hades continuou.

Nico olhou para ele chorando, ainda no chão, por ser arremessado por meu pai e só disse uma coisa:

-Por favor... – sua voz era fraca e triste.

Hades fechou seu olho e se concentrou. Um símbolo que era de Hades apareceu em cima de Manu.

Agora eu estava entendendo: Hades havia dado a sua benção, salvando Manu da morte.

Todos estavam esperando, nada tinha mudado. O símbolo em cima de Manu começou a sumir. Nico abriu um sorriso. Eu não via nada de diferente nela, mas eu sabia que ela não estava mais morrendo.

Nico

 Meu pai havia dado sua benção a Manu. Do nada eu não senti mais a morte nela. Ela estava viva, graças ao meu pai. Percebi que não é tão ruim ser filhos de Hades, eu me orgulhava dele ser meu pai. Ele havia salvado minha namorada e eu sorri com a sensação boa.

 Manu começou a respirar, dava para ouvir naquele silencio. Cheguei perto dela. Ela era tão perfeita, mas não merecia ser minha. Poseidon iria me matar se ela quisesse continuar comigo.

 Ela abriu os olhos. A primeira coisa que ela deve ter visto fui eu. Ela sorriu. Percy chegou perto dela e disse:

-Descanse maninha.

Manu sorriu para ele e fechou os olhos, deve ter dormido na hora. Lembrei-me de uma coisa:

-Gente, e a pedra? – perguntei.

Percy me olhou assustado. Legal, havíamos se preocupado tanto com Manu que esquecemos da pedra.

-Vocês acham mesmo que eu iria esquecer? – Annabeth disse, mostrando a pedra na mão.

-Essa é minha sabidinha – Percy disse dando um selinho nela.

-Essa missão é sua, você devia fazer isso – Annabeth disse.

-Tem razão, me desculpe.

Eu não tinha coragem de pegar Manu no colo, não com Poseidon ali. Percy percebeu isso e pegou Manu no colo.

 Annabeth entregou a pedra para Hera.

-Obrigado – Hera disse.

E assim voltamos para o acampamento.

Manu

 Eu já sabia que eu estava morta, mas mesmo assim, não sei como, conseguia ouvir o choro do Nico. Eu iria sentir falta dele, de todo mundo. Não poderia partir agora, mas se é assim que tenque sem, é assim que será.

 Do nada me senti mais forte, consegui voltar a respirar e meu coração estava batendo de novo. Não sei se isso é possível. Sabia que Hades que tinha feito isso, agradeço por ter Hades como pai do meu namorado.

 Decidi abrir o olho. A primeira coisa que vi foi Nico. Ele estava bem pálido e seus olhos estavam vermelhos de chorar, não sabia que ele se importava tanto assim comigo. Sorri para ele. Sentia-me tão bem, apenas pela dor que sentia em minha barriga pela espada que Atlas colocou em mim.

-Descanse maninha – Percy disse.

 Sorri para ele e fechei os olhos. Dormi no mesmo instante. Estava exausta.

  Acordei em um chalé. Percebi, depois de um tempo, que era o meu chalé, só que eu estava deitada na cama de Percy. Do meu lado, em uma cadeira, estava Percy sentado dormindo. Não queria acordar ele, então sentei bem devagar.

-Não se preocupe – alguém disse. Virei-me e vi Nico na porta – ele não vai acordar.

-Por que estava do lado de fora? – perguntei.

-Fui tomar um ar. Fiquei com você esse tempo todo, e Percy disse para eu ir tomar um ar, quando voltei, ele estava dormindo e você estava acordado.

-Há quanto tempo estou dormindo?

-Há dois dias.

-Dois dias? Nossa. E você ficou aqui, comigo, dois dias?

-Sim.

Sorri para ele.

-Como você esta? – ele perguntou.

-Melhor. Não sinto mais dor.

Olhei para minha barriga e lá só havia uma cicatriz.

-Seu pai – ele explicou – te curou.

-Hum...

-Vamos à praia?

Sorri para ele e tirei a coberta. Estava com um short e uma camiseta azul. Bem devagar coloquei minha sandália para não acordar o Percy.

Dei a mão para Nico e fomos para a praia.

Chegando lá sentamos na areia. Estava tão feliz por ter ele ao meu lado.

-Eu não sei se podemos continuar – Nico disse. Aquilo fez tirar meu sorriso do rosto.

-Como assim? – perguntei. Minha voz estava triste.

-Seu pai me odeia por eu não ter cuidado de você. Prometi que daria a minha vida por você, e eu simplesmente nem percebi quando você sumiu. E você quase morreu. Eu não cuidei de você direito, tudo isso foi culpa minha, você não merece me ter como namorado.

-Você não me quer mais?

-É claro que eu quero. Você é tudo para mim. Quero ver você feliz, e eu não sei se você seria feliz comigo.

Eu não estava acreditando que ele estava fazendo aquilo.

-Eu sou a pessoa mais feliz do mundo ao seu lado. Principalmente quando abri os olhos e vi você lá, ao meu lado, você veio me buscar. Eu não ligo para o que meu pai diz, e você também não pode ligar. O que aconteceu não deu para impedir, nós sonhamos com isso.

-Mas você sofreu. Aquela surra que seu pai me deu foi merecida.

-Mas você me salvou desse meu sofrimento, e eu estou, agora, aqui do seu lado e ninguém vai me tirar de você. Meu pai te bateu?

Ele sorriu. Depois eu vejo esse lance de meu pai bater nele.

-Ainda não me convenceu – ele disse.

-Nico EU TE AMO!

-Eu também te amo muito! Eu tenho uma coisa para te dar.

Ele pegou, no seu bolso, uma caixinha de veludo.

-Você não vai me pedir em casamento, né? – perguntei.

Ele riu.

-Pode ficar tranqüila.

Ele abriu a caixinha e lá tinha dois anéis.

-Meu pai deu isso a Perséfone, para tentar conquistá-la, e bom, ele conseguiu. Ele é feito de ouro, mármore e prata. Cada parte do anel é feito de um tipo. Eles usaram isso por milenares de anos. E agora, querem que nós usemos isso. – ele explicou.

Eu não estava acreditando, aquilo era a coisa mais linda do mundo. Ele pegou um anel e colocou em meu dedo. Pegou o outro e colocou no seu.

-Isso é prova que nada vai nos separar. – ele disse. – Nada.

Dei um beijo nele.

-Posso te perguntar uma coisa? – ele disse.

-Pode.

-Qual é o seu nome? Pode ser Manuella, Manuelle, pode ter um L ou dois. Conte-me.

-Se eu te disser, teria que matar você.

-Por quê? Você não gosta do seu nome.

-Não. Prefiro meu apelido.

-Depois de salvar sua vida, você não confia em mim.

Ele tinha me pegado.

-Emmanuelle Benson. Com dois M e dois L.

-Emmanuelle. É um nome lindo!

-Mas não vai se acostumando!

-Vamos? – ele disse.

-Vamos.

Chegando em meu chalé vi Percy correndo e me abraçando.

-O que aconteceu? – perguntei.

-Eu sinto muito – ele disse.

-Pelo que? – perguntei.

Ele apenas me olhou.

-O QUE ACONTECEU? – gritei desesperada.

-Sua família... – ele disse – Eles morreram.

Meu mundo tinha caído. Minha mãe, meu padrasto e minha irmã haviam morrido. Comecei a chorar muito.

-Quem? – perguntei.

-Foi um ataque de um monstro – meu pai disse. Só agora eu havia percebido que ele estava lá.

Senti uma tontura e cai nos braços de Nico.

 Acordei na cama. Não deve ter tido muito tempo que eu desmaiara. Comecei a chorar. Meu pai veio até mim.

-Sinto muito – ele disse – os monstros queriam se vingar da morte de Atlas e mataram sua família. Eles estavam no carro, e os monstros atacaram. Seu padrasto perdeu o controle e... – ele não continuou a frase, eu não queria ouvir.

Foi ai que me toquei de uma coisa.

-Você sabia disso – disse para Nico. Levantei-me da cama e fui a sua direção. – Você sabia que eles iriam morrer. Por isso me deu presentes e fez-me dizer que eu te amava!

-Manu. Sinto muito. Sou filho de Hades, pressinto quando alguém vai morrer. Mas a morte que escolhe.

Empurrei-o. Estava com muita raiva.

-Você sabia! Poderia ter me avisado! Eu poderia salva-los!

-Não poderia!

-EU TE ODEIO! – gritei. – VOCÊ NÃO ME CONTOU!

-DESCULPA.

-NÃO ADIANTA PEDIR DESCULPAS! ELES ESTÃO MORTOS AGORA!

-VOCÊ NÃO PODE IMPEDIR A MORTE!

-VOCÊ IMPEDIU A MINHA! SÓ PENSA EM VOCÊ! ELES SÃO MINHA FAMILIA! SÃO IMPORTANTES PARA MIM!

-EU SEI!

-ENTÃO POR QUE NÃO ME CONTOU?

Ele não disse nada.

-Meu pai tinha razão. – disse com nojo – você não presta! Só pensa em você mesmo. Nunca vai sentir amor por alguém, nunca vai se importar com alguém, alem de você. Não sei por que estou com você.

-Manu...

-Acabou – o interrompi – Eu não quero mais te ver. Aquela surra que meu pai te deu foi merecida. Agradeça, pois você não vai levar a surra prometida se você me magoasse. Você já levou. Mas isso não quer dizer que você não me magoou.

Sai correndo do chalé. Ele não iria me seguir. Ninguém iria me seguir, tinha que ficar um tempo, sozinha. Fui para a praia. Comecei a chorar.

Eu estava sozinha. Não tinha família nem a pessoa que eu amava. O jeito era voltar para minha vida normal, só eu e a Ana, a única pessoa confiável.

Bem, agora eu tinha Percy. Mas não muda nada. Não se pode confiar em ninguém nesse mundo.

 E assim, chorando, acabei dormindo na praia.


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Notas finais do capítulo

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