1000 Meere - 30 Segundos de Ausência escrita por seethehalo


Capítulo 10
They Don't Care About Us


Notas iniciais do capítulo

Oi crianças *-*
Olha, apesar de sentir saudade do tempo em que eu discorria bíblias gigantescas nas notas iniciais, vou ser breve por hoje.
Parece que a cada capítulo eu tenho menos reviews. A fic não está atendendo às expectativas de vocês? Bom, isso é só mais um motivo pra ME DIZER o que nisso aqui que está um pudim.

Então. Lembro que quando eu comecei a trabalhar aqui, eu avisei nos capítulos de GF, que eu estava postando naquelas épocas. E bom, agora tá acabando meu contrato, só tenho que vir pra cá hoje e amanhã e AMÉM, MINHA INTERNET DE VOLTA! *mão chifruda que o nyah corta a contrabarra*

Enfim, galerinha do mal, enjoy (:



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Bata-me, odeie-me

Você nunca vai me derrubar

Obrigue me, aterrorize-me

Você nunca vai me matar

Julgue-me, processe-me

Todo mundo me obriga

Chute-me, espie-me

Não diga que sou negro ou branco

Tudo o que eu quero dizer é

Eles realmente não ligam pra gente

They Don't Care About Us - Michael Jackson


*-*-*-*-*

     - Quem vai contar pra tua mãe que andamos fazendo isso?

     BOA PERGUNTA. Fiquei em silêncio olhando pro nada.

     - Hein, Bill? Creio que você não quer esperar que ela descubra abrindo a porta e vendo, né?

     - Realmente – refleti.

     - E aí?

     Engoli em seco.

     - A ideia foi sua. Fala você. – falei com o melhor sorriso de tacho que consegui esboçar.

     - Não. Primeiro: a mãe é sua. Segundo: eu não transei sozinha. Terceiro: ela vai ficar preocupada tanto com você quanto comigo. Quarto: você não quer passar pela vergonha de pedir à tua namorada que fale para a tua mãe que você perdeu a virgindade sendo que quarenta minutos atrás eu era tão virgem quanto você. E por último, mas não menos importante: Tom te arrastaria até a morte se soubesse que você fez o que eu acabei de descrever.

     - E quem se importa com o Tom?

     - Você. – pausa. – Solução: contamos juntos.

     - Como, gênio?

     - Ah, aí eu já não sei. Você também não é burro. Mas a gente pensa em alguma coisa. – ela veio até mim e me deu um selinho. – Pronto.

     Eu não tinha pensado nisso. O fato é que fiquei agoniado. Como íamos falar uma coisa dessas? Não dava pra puxar assunto depois da janta e metralhar “mãe, Maria e eu transamos”. Que aflição. Como será que o Tom falou com ela?

     Em busca de uma luz (não com muita esperança de que Tom me desse uma), fui falar com meu irmão.

     - Então era isso que vocês faziam ontem à tarde trancados no quarto? Eu devia ter desconfiado! Mas também quem diria que o santo do meu irmão ia fazer isso bem dentro de casa!

     - Ah é, animal? E você fez onde, num beco escuro atrás de uma lata de lixo? – perguntei usando todo o sarcasmo de que fui capaz.

     - Não, seu trouxa. Foi na casa dela, os pais tinham ido trabalhar e nós estávamos sozinhos, rolou. E sem risco de flagrante. Já pensou se a mãe tivesse chegado em casa bem na hora que vocês tavam lá? HAHAHAHAHA!!

     - Realmente, não posso negar que corremos o risco... Mas e aí, vai me ajudar ou não?

     - Bill, isso não é coisa que se dê conselho.

     - Traduzindo?

     - Se vira.

     - Obrigado pela força, meu caríssimo irmão – mais uma vez enchi a frase de sarcasmo.

     Deixamos passar o sábado, e gastamos a manhã de domingo bolando alguma forma e ensaiando as palavras para contar. Achamos. Depois do almoço, quando todo mundo terminou de comer, Maria e eu ficamos na cozinha ajudando minha mãe a tirar a mesa e lavar a louça. Quer dizer, Mari lavava e eu secava e guardava os pratos, copos e talheres.

     Quando acabou ela ia saindo da cozinha, quando a chamei:

     - Mãe... Peraí, a gente... quer falar com você.

     Ela assentiu e tornou a sentar-se à mesa. Terminamos de guardar a louça e sentamos de frente para ela.

     - Muito bem, o que vocês querem?

     - Ok. – comecei. – Mãe... A gente tem que contar uma coisa.

     - Estou ouvindo.

     - Assim... ‘Cê sabe que a gente se gosta muito, e bom, a gente namora...

     - Tá legal, Bill Kaulitz e Maria, onde estão querendo chegar?

     Peguei a mão da Maria por baixo da mesa e dissemos em uníssono:

     - A gente transou!

     Minha mãe prendeu a respiração.

     - Nós... dormíamos juntos já fazia algum tempo – Mari disse -, mas aconteceu na sexta à tarde, depois que chegamos do estúdio.

     - A gente tava no quarto e aí... rolou. – completei.

     - Mas D. Simone, não tem com o que se preocupar. Nós usamos preservativo.

     - Menos mal. – ela conseguiu finalmente dizer. – Era essa a minha preocupação.

     - Resolvemos te contar juntos porque bom, se a senhora soubesse de um ia saber que fosse com o outro... – Mari explicou.

     - Fizeram bem, Maria. Eu me preocupo com os dois da mesma forma, e vocês terem vindo juntos me faz sentir um pouco menos impotente como mãe. Não vou fazer o discurso politicamente correto porque vocês são bem grandinhos e sabem se cuidar. Agora sumam daqui.

     - Obrigado, mãe.

     Levantamos. Dei um beijo na minha mãe e saí da cozinha atrás da Mari.

     POV MARIA

     Esta foi a última semana de gravações do ano. Resolvi fazer uma surpresa pro Bill e fui até a casa dos Kaulitz na sexta à tarde.

     Ele me recebeu entre dentes e me repeliu quando fui beijá-lo, dizendo:

     - Não, Mari. Tô com faringite. É contagioso.

     - Uh, eu sei – fiz careta. – Eu já tive isso uma vez. Toma um antibiótico.

     - Quê?

     - Antibiótico. É o que cura essas infecções. Minha tia me dava antibiótico quando eu tinha faringite.

     - Não, eu tô falando de tomar remédio assim do nada. Você é louca?

     - Não, não é do nada. Minha tia é enfermeira. Eu tenho certa cultura na área da farmácia por conta disso.

     - Ah tá.

     - Faringite é horrível, né? Quando eu tive, minha garganta doía tanto que eu não conseguia comer nada. Fiquei uma semana vivendo de sopa e o remédio era horrível.

     Nós dois fizemos caretas e caímos na risada.

     A faringite deixou Bill estranho a semana toda. Além da distância pra não transmitir a infecção (distância até maior do que a necessária), dizia tudo entre dentes e um dia eu o peguei chupando gelo.

     - O que você tá fazendo na geladeira, Bill?

     Ele jogou a forminha de gelo dentro do freezer e fechou a porta.

     - Nada – disse, evidenciando que estava com alguma coisa na boca.

     - O que você tem na boca?

     - Nada – ele insistiu.

     - Você tá chupando gelo? Você tem problema?! Você tá com faringite e tá chupando gelo?!

     - Ué, eu achei que fosse bom e...

     - Achou errado, cospe isso! É capaz de piorar.

     Ele cuspiu a pedra de gelo e acabou com o assunto.

     O mistério foi resolvido na sexta, véspera de Natal. Bill e Tom tocaram no apartamento onde moro perguntando se eu não queria ir no centro ver a parada. Disse que sim, troquei de roupa e desci.

     Bill me recebeu me abraçando e me beijando a testa.

     - E a faringite? – perguntei.

     - Que faringite?

     - Você melhorou?

     - Não tinha faringite. – dizendo isso, me deu um beijo pra tirar o atraso e gelar a espinha.

     Gelar a espinha? Espera aí! Tem alguma coisa estranha.

     - Bill – falei tão logo ele me soltou -, o que tá acontecendo aqui?

     - Gostou?

     - Gostei do quê?

     - Não notou nada diferente?

     - Agora que você falou... sim. Tá legal, Kaulitz, o que tá aprontando? – perguntei pondo uma mão na cintura. Em vez de responder, ele me beijou de novo e AÍ eu entendi o que tava acontecendo. – O que você tem na boca?

     Bill esboçou aquele sorriso safado que só ele sabe e depois pôs a língua pra fora, mostrando um piercing cravado ali.

     - Te apresento a minha faringite – ainda disse, sarcástico. Não foi preciso mais nenhuma palavra para compreender a situação. Eis aí o porquê de eu tê-lo pego chupando gelo!

     - Pra quem mais você fingiu que tava doente?

     - Pra todo mundo. Só a minha mãe sabia. Nem o Tom sabia. Era água no vidrinho de remédio, ela foi minha cúmplice.

     - Seu filho da mãe!

     - E aí, vamos ver a parada nesta vida ou na próxima? – perguntou Tom.

     - Vam’bora, Tom, antes que eu bata no seu irmão.

     Quando chegamos no centro, a parada já estava rolando. Nunca tinha assistido a uma parada, e adorei as bandas, acrobatas e carros de som. E foi num desses que Bill subiu, Tom e eu ficamos olhando surpresos com o atrevimento.

     O carro começou a tocar They Don’t Care About Us. Eu amo essa música! Bill pediu o microfone ao motorista, saiu pelo teto solar e fez um dueto com Michael Jackson. Nós o seguíamos pela calçada. Logo ele virou a sensação do evento e chamou-nos para subir também. A música já estava no fim, de modo que eu só pude ajudar a cantar o refrão. Tinha bastante gente da escola vendo a parada. Muito louco.

     Depois que descemos do carro, voltamos à multidão rindo e entramos numa lanchonete. Lanchamos um hambúrguer e fomos para a casa deles.

     O Natal e a virada passaram bem. Logo a banda voltou a gravar e nós voltamos pra escola, que em duas semanas se tornou o único lugar onde nós nos víamos. Bill passava o tempo todo resolvendo coisas da banda, e quando parava, o único assunto que tinha era o trabalho que fazia pela banda. Sei o quanto é importante pra ele, mas até o Tom já começou a comentar que ele está sendo um chato obcecado.

     Sinto falta das tardes que passávamos juntos fazendo qualquer coisa desimportante, ou dos fins de tardes em que ficávamos namorando depois que começaram a gravar.

     - E eu sinto falta do meu namorado. – disse-lhe terminando meu desabafo.

     - Oh, Mari. Desculpa, você mesma disse que sabe o quanto a banda é importante pra mim.

     - Sei, Bill. Mas ultimamente você mal come pensando na banda. Na escola, não faz nada, e a desculpa é a banda. Quando eu venho aqui, você me dispensa porque tá sempre ocupado com a banda! Você já reparou que não pensa em outra coisa? Até um certo ponto dá pra te entender, mas dedicação e obsessão são duas coisas diferentes.

     - O que tá insinuando?

     - Não tô insinuando nada. Estou lhe comunicando que você está tão obcecado com o trabalho com a banda que tá esquecendo de existir.

     - Maria, tudo isso é crise de ciúme do meu trabalho?

     - Seu trabalho! Fala como se fosse o presidente da BMW.

     - Você devia entender duas vezes mais do que ninguém por que eu tô sendo assim. Você não é do futuro? Eu garanto que nós não vamos vender nada sentando no sofá e esperando que tudo seja feito porque Deus quis!

     - Agora você vai jogar isso na minha cara, Bill Kaulitz? Tá certo então, deixa estar. Eu volto pro futuro e deixo você trabalhar! Até mais ver!

     Saí da casa dele, não vou dizer em prantos, mas realmente magoada com o desaforo. Encontrei Tom virando a esquina.

     - Maria? O que foi? Tá indo pra onde?

     - Pro futuro deixar o seu irmão trabalhar.

     - Ai, não. Esse sarcasmo eu conheço. Qual foi a merda que o Bill fez essa vez?

     Resumi a discussão, acrescentando:

     - Acho que nem vou mais ao show no parque na semana que vem.

     - Ah, qual é. Até eu vou, Gustav e Georg também estarão lá... Não vai estragar um programa que você mesma tava super animada por causa de uma discussão idiota, vai?

     - É a minha vontade. Eu tava animada porque ia com o Bill. Mas agora...

     - Sozinha você não vai precisar ir. Já disse que Georg, Gustav e eu também vamos. Nós três teríamos muito prazer em te acompanhar.

     - O que você tá querendo, Tom Kaulitz?


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Notas finais do capítulo

#01: Vocês acharam que aconteceu muito rápido? Hahahahaha ~

#02: E essa faringite fac-símile do Bill. Isso é realmente horrível, quando eu tinha uns 10/11 anos teve uma epidemia disso lá em casa (cada mês era uma que pegava; ora era eu, ora minha mãe). E uma vez, minha irmã, nos seus 5 meses, arranjou uma estomatite e, não contente em me transmitir, veio uma faringite JUNTO de brinde. Fiquei uma semana vivendo de sopa. Engolir até a saliva dava a sensação de que tinha brasa acessa descendo minha pobre garganta abaixo -_- Dá agonia só de lembrar!

#03: inspirei a parte mais legal desse capítulo (a da parada) num filme que meu antigo professor de Inglês levou uma vez pra gente ver. (Só lembro o nome do filme em inglês porque eu o vi inteirinho em inlês, com áudio e legenda e menu - era "Ferris Bueller's Day Off".) Um filme beeem antigo mas MUITO MASSA! Então eu não pude deixar de compartilhar um pouco na fic, né... Claro que eu troquei a música, Twist and Shout não tinha nada a ver com isso aqui.

#04: Bill pisou no tomate! O que será que isso vai dar agora? :B

#05: Juro que foi coincidência. Hoje seria aniversário de MJ se ele estivesse vivo (tds chora). Acordei cantando You Are Not Alone e a trilha sonora do capítulo de hoje é They Don't Care About Us. Eu não lembrava, quem me disse foi a cunha no msn agora a pouco. Fica aí então a homenagem ao eterno Rei do Pop.

Bom, galëre, até semana que vem, diretamente da minha casa! UHULES ~~~~~
E não custa reforçar, não vai cair a mão em deixar review. xoxo



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