Hate Or Love? escrita por reallystrange
Notas iniciais do capítulo
Oi gente,demorei mais to aqui.Espero que curtam o capítulo.
As luzes da cidade e o bom papo de Jeremy não me distraíram de meus pensamentos que espiralavam em torno do que tinha acontecido de manhã. Engoli em seco e passei as mãos pelos cabelos discretamente enquanto parávamos em frente a uma pequena lanchonete num bairro pequeno.
-Esse é meu lugar favorito no mundo. Aqui eles fazem o melhor hambúrguer que o mundo já comeu- ele disse animado abrindo a porta.
Então Jeremy deu a volta no carro e abriu a porta pra mim. Suspirei baixinho enquanto nossas mãos se tocavam. Era bom, mais não me aquecia como o toque de quem eu não queria pensar fazia comigo.
Nós comemos falando amenidades, eu respondia pouco, tentava deixar minha boca ocupada o bastante pra me manter em silêncio. Depois de um tempo Jeremy bufou baixinho e eu tive que falar.
-Eu devo ser uma péssima companhia não é?Desculpe-me por isso- eu lamentei olhando em seus olhos.
Sua mão quente tocou meu rosto até meu pescoço, depois voltou a subir carinhosamente. Um sorriso compreensivo preencheu seu rosto.
-Não imagina o quanto está errada. Eu pelo menos estou tendo uma noite ótima, parece que com você fica mais fácil esquecer meus problemas.
Sorri pra ele desejando poder falar o mesmo. Levantei o copo de coca e propus um brinde. Jeremy ergueu uma sobrancelha pra mim e levantou seu copo.
-Um brinde as pessoas que querem esquecer os problemas. Um brinde aos dias mais simples – eu disse sorrindo.
Batemos nossos copos e rimos alegremente. Terminamos de comer e voltamos ao carro.
-Sabe, você é a primeira garota que encontro que come um hambúrguer e bebe coca ao invés de pedir um copo de água e ficar me olhando comer- ele disse sorrindo de lado.
-Isso é ruim?- eu rebati confusa.
Jeremy riu alto jogando a cabeça pra trás. Num segundo seus olhos me queimavam enquanto ele mordia o lábio.
-Ruim?Você não fala de moda, ou de dieta, você come e bebe. Anny, você é de verdade, uma garota sem máscaras. Isso não é ruim, é simplesmente perfeito!- ele disse animado.
Sorri e ele deu a partida no carro voltando à Nova Iorque iluminada das revistas, depois de quinze minutos rodando sem direção voltamos a parar em frente a um bar de blues. O estilo rústico do prédio e a batida abafada que chegava até nós denunciava que o lugar era muito mais do que um point pra pessoas com bom gosto.
-Aqui tem os melhores artistas do país. Eles se reúnem aqui há décadas pra ouvir e tocar boa música, além de beberem os melhores drinques da cidade- ele explicou.
Saímos do carro e entramos no lugar. Meus olhos brilhavam enquanto eu olhava pra tudo e todos ali. Os instrumentos reluziam, os homens se vestiam no estilo mais boêmio que alguém poderia usar. O lugar respirava elegância e muita malandragem.
Os dedos do velho pianista corriam ritmados pelas teclas gastas de marfim, a fumaça do charuto espiralava dançando no compasso da música. Vozes baixas quase não aumentavam seu tom, quase se eles não quisessem profanar o lugar e a música.
Nós nos sentamos em uma mesa distante do público e próxima do palco. Os instrumentos criavam vida enquanto seu som nos hipnotizava.
Depois de um tempo ouvindo aquele som vi Jeremy tentar disfarçar um bocejo. Peguei seu pulso e vi que o relógio marcava três e meia da manhã. Seus olhos castanhos encontraram os meus e sem uma única palavra ele se levantou e me puxou pela mão até o carro.
-Então, o que achou?- ele perguntou dando partida.
-Foi muito bom Jer, foi ótimo na verdade. O hambúrguer, a música e... Você- eu disse corando.
Jeremy sorriu de lado e me puxou num beijo rápido. Seus lábios quentes cobriram os meus por curtos segundos e ele deu a partida rindo baixinho.
Depois de um tempo nós entramos no estacionamento do prédio. Estremeci de leve quando vi o carro de Justin parado na mesma vaga de mais cedo.
Entramos em silêncio no elevador e eu abracei a cintura de Jeremy sentindo o sono que tomava conta de mim. As mãos de Jeremy passaram por minha cintura e ele beijou meu cabelo demoradamente.
O elevador estava parado em meu andar e ele tinha me soltado. Seus olhos fixos nos meus. Quando vi, ele anotava alguma coisa num pequeno pedaço de papel.
-Me ligue quando precisar se esquecer dos problemas- ele sussurrou entregando-me o pequeno pedaço de papel.
Assenti e acenei pra ele depois de sair do elevador. Segurei com força o pequeno pedaço de papel e respirei profundamente antes de entrar no apartamento.
Uma música baixa ressoava pela casa, e aquela voz fez meu coração perder uma batida.
“Where are you now? When I need you much? Take my hand and walk with me…”
Justin cantava baixinho dedilhando o violão iluminado apenas por uma baça luz de velas. Engoli em seco e subi as escadas. O violão tinha parado, e a voz também.
Olhei pra trás e Justin estava parado no começo da escada. Os olhos marejados e o corpo trêmulo, ele parecia indefeso ali, um menininho que caiu de bicicleta.
-Por que você fez isso?- ele sussurrou com a voz embargada.
Desci as escadas e fique frente a frente com ele. Respirei fundo e olhei em seus olhos.
-Meu plano era sair sozinha, mais acabei por sair com ele. Não importa com quem eu saí Justin, não podemos deixar isso ir pra frente, e você sabe disso tão bem quanto eu.
Sua mão quase tocou meu rosto, subi um degrau e depois corri o resto até o quarto me trancando lá. Eu sabia que não podia rolar nada, ele sabia que não poderia rolar; o que não queria dizer que ele aceitava isso ou que eu queria aceitar. Deixei minha máscara de Annice dura voltar a se prender em meu rosto e em meu coração, não agüentaria que meu coração fosse ferido mais uma vez, muito menos por ele.
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Gente,quem estiver lendo pelo menos mande um "estou lendo a fic e estou gostando(ou se não estiver tudo bem também)".