Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 3
Esse é o espírito do Halloween!


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um capítulo hilário (na minha humilde opinião).

Vamos ver no que dá essa história de festa.



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Quando Apolo terminou com a minha perna, nós dois fomos direto para a sala. A melhor coisa a fazer era me sentar no sofá, e eu sabia disso.

- Acho melhor relaxar um pouco. – Comentou ele. Minha perna estava se mexendo normalmente, sem nenhuma dor, mas por via das dúvidas, era melhor repousar mesmo – Vem. Senta aqui.

- Obrigada. – Disse sentando-me logo ao lado de Ares no sofá. Infelizmente, não tinha mais espaço para o Apolo, já que Ares fez questão de ocupar o máximo de espaço que conseguira só para me irritar. Trinquei os dentes com raiva, mas Apolo me acalmou.

- Deixa para lá. Eu posso sentar ali naquela poltrona. – Disse Apolo apontando o dedão para a poltrona do outro lado.

- A poltrona da tortura? – Perguntei – Acho que ela devia ser sempre ocupada pelo Ares.

- Poltrona da tortura? – Repetiu Apolo franzindo o cenho.

- Longa história. – Disse ao lembrar-me de como aquele móvel era desconfortável. Apolo não ligou e resolveu sentar-se assim mesmo, mas logo começou a se mover e mudar de posição, incomodado – Mas então... Você estava falando de uma festa.

- Ah, sim! – Disse ele feliz de repente – Você tem que ir comigo, Alice! Vai ser uma das melhores festas da cidade!

- Eu nem mesmo conheço ninguém que vai estar lá. E também... Esqueceu que nós não vamos sozinhos? – Perguntei olhando de modo pouco discreto e educado para Ares.

- Eu fingir que não entendi a indireta, e vou continuar a te ignorar. – Comentou Ares calmamente.

- Ares também vai. Não vai ter problema. – Disse Apolo com toda a certeza do mundo.

- Quero ver você arrastar até lá. – Riu Ares da idéia. Sem querer desapontar Apolo, mas eu também queria ver essa cena. Ares era muito forte. Se ele se jogasse naquele maldito sofá, ninguém o tiraria de lá.

- Vamos lá! Não seja velho! É uma oportunidade de curtir um pouco! – Incentivou Apolo.

- Já estou curtindo muito aqui mesmo. – Disse ele jogando vídeo game.

- Isso aí não é vida. – Rebateu Apolo – Lá vai ter dança, bebidas, garotas... Tudo que você gosta.

- Ainda não me convenceu. – Disse Ares sem ligar.

Eu olhei para Apolo duvidando do tipo de festa que ele queria me levar, mas ele picou para mim e riu.

- Relaxa. A festa não é assim. É só para convencer ele. – Falou Apolo em um tom sussurrante, mas era óbvio que Ares ouvira.

- Continua não me convencendo. – Riu ele.

- Esquece Apolo. Ele não vai. – Disse me jogando para o braço do sofá.

- Mas...! – Apolo ficou realmente desapontando, mas tinha uma coisa diferente nele. Enquanto Ares era muito cabeça dura, Apolo era muito perseverante. Ele nunca se dava por vencido quando realmente queria alguma coisa.

Com um movimento rápido Apolo se jogou para trás do sofá, abraçou o pescoço de Ares com força e começou a choramingar.

- Por favor! – Pediu ele – Por favor! Por favor! Por favor!

- Não! Me solta! – Exigiu Ares tentando se livrar dele, mas ao mesmo tempo querendo ganhar o jogo.

- Por favor! Por favor! – Pediu novamente. Eu me afastei um pouco dos dois e observei a cena com uma grande vontade de rir – Ares, por favor!

- Não! – Exclamou ele com raiva.

- Por favor! Por favor! Por favor! Por favor! – Insistiu Apolo sem largar Ares. Nossa, como aquilo devia ser irritante. Ma estava dando certo, pois Ares estava cada vez mais vermelho de raiva.

- Tá bom! Agora me solta! – Berrou ele com raiva.

Apolo o soltou, e Ares virou-se para trás tentando dar um soco nele, mas acabou errando. Apolo correu para perto de mim e me puxou do sofá.

- Alice, isso vai ser demais! – Disse ele feliz – Viu só? Ares já aceitou ir. Agora só falta você! Você vai, né?

- Se eu disser que não, você vai pular no meu pescoço também? – Perguntei camuflando um riso, e Apolo confirmou – É... Então eu vou.

- Isso! – Comemorou ele – Agora só temos que pensar em uma fantasia. Isso vai ser tão emocionante. Eu posso ir de Elvis.

Apolo fez surgir seu violão e subiu na mesinha de centro.

- Obrigado, muito obrigado mesmo. – Disse ele em um tom de voz mais grosso. Eu acabei rindo, mas Ares revirou os olhos.

- Eu nunca vou ter paz para jogar essa porcaria de jogo. – Comentou ele.

- Deixa de ser chato! Nós ainda temos que pensar em uma fantasia para você também. – Disse Apolo pensativo. Ele desceu da mesinha de centro e examinou Ares com um olhar.

- Eu posso ir de mim mesmo. – Comentou ele – É a melhor fantasia.

- Isso não seria justo! Você já é você. Não precisaria nem mudar de roupa! – Reclamou Apolo.

- Exatamente. – Sorriu Ares.

- Uhm... Acho que você pode ir de Apolo. – Disse Apolo sorrindo. Dessa vez eu tive que rir. E muito. Olhei para Ares e imaginei ele vestido de Apolo. Com uma camisa com fones desenhados, uma calça jeans um pouco rasgada e All Star. All Star! Ele?! Há Há!

- Vai se ferrar! Que ir de Apolo o que! – Reclamou Ares – Para que eu ia quere me vestir igual a você?!

- Para ficar mais bonito. – Respondeu Apolo naturalmente. Como ele era exibido... – Ia ficar legal. Todas as garotas iam amar. Menos a Alice, é claro. Ela não precisa da cópia. Já tem o original.

Apolo piscou para mim, e eu revirei os olhos.

- Ainda voto para você ir de bailarina. – Murmurei rindo.

- Ainda voto para você calar a boca. – Rebateu ele olhando para mim.

- Só estou tentando ajudar dando opções variadas. – Comentei fazendo um sinal de rendição.

- E você, Alice? – Perguntou Apolo animado – Do que você vai?

- Eu acho que você podia ir de caipira do Alabama. – Comentou Ares sorrindo torto para mim – Não sei porque, mas isso parece combinar com a sua personalidade.

- Eu já disse que não sou do Alabama! – Reclamei. Maldito dia em que contei para ele que eu viajava para o Alabama. Agora nunca mais ia me deixar em paz.

- Ah, é! Eu esqueci! Então você podia ir de California girl. Opa. Você já é uma. Mas... Se bem que... – Ares fingiu estar pensando – Você é tão sem graça, que as pessoas vão acreditar que é só uma fantasia mesmo, e não que você está indo como você mesma.

Estava prestes a dar uma resposta não tão bonita para Ares, quando Apolo me interrompeu.

- Você é da California?! Jura?! – Perguntou Apolo admirado – Que demais! Você nunca me contou isso!

- É... As pessoas geralmente têm assuntos mais interessantes para discutir do onde nasceram. – Comentei.

- Bem... Mesmo assim... – Apolo parou para pensar – Ah! Você podia ir de havaiana! Ah, não. É inverno. Droga. Uhm... Ah! Ah! Já sei! Já sei! Podia ir de enfermeira.

- Claro! Por que não? Eu podia ir de dançarina de can can também. – Comentei em sarcasmo, mas Apolo sorriu com a idéia – Você só pode estar brincando.

- Valia a pena tentar. – Disse ele dando de ombros.

- Esquece. Eu penso em alguma coisa e nós vamos amanhã, ok? Vai ser surpresa. – Disse levantando do sofá.

- Tudo bem... Pode ser. Me surpreenda, então. – Disse Apolo. Eu me virei pensando que ele tinha dito aquilo com certa maldade, mas ele saiu de casa antes que eu pudesse identificar.

- Já era hora. – Resmungou Ares voltando a jogar seu jogo. Eu revirei os olhos e subi as escadas para voltar a estudar um pouco.

No dia seguinte, logo ao fim da tarde, eu comecei a montar a minha fantasia. Seria surpresa para todos, mas não era nada de novo para mim. Já tinha saído daquele jeito antes, mas eu não precisava comentar. Sempre que vestia aquela roupa, lembrava de um amigo muito bom que conhecia na California. Passei alguns minutos olhando a roupa encima da minha cama com um ar nostálgico, porém logo fui acordada para o mundo real quando a campainha tocou.

Saí do meu quarto e desci as escadas. Estava prestes a ir até a porta, quando vi que Ares já tinha atendido.

- Buh! – Fez ele de um jeito alto e repentino. Aquilo nunca ia dar medo em ninguém, mas por incrível que pareça pude ouvir gritos histéricos de crianças e adolescentes correndo para longe.

Franzi o cenho imaginando o que tinha provocado aquilo, enquanto Ares fechava a porta rindo alto.

Ele se virou para a escada, que era onde eu estava, e foi a minha vez de levar um leve susto. Ares estava usando uma mascara idêntica á de Jason (clássico dos filmes de terror), e segurava um tão de baseball com a ponta vermelha, como se tivesse acabado de arrebentar a cabeça de alguém com ele.

- Tá olhando o que? – Perguntou ele.

- Eu ainda não sei ao certo. – Comentei com o cenho franzido – Assustando criançinhas? Por que isso não me surpreende?

- Cala essa boca. – Disse ele rindo – Mas tenho que admitir que vou gostar dessa festa de Halloween.

Revirei os olhos e voltei a subir as escadas.

- Ei! Não está pronta ainda? Se você quiser, acho que ainda tem a oportunidade de ir de caipira! – Disse Ares do andar debaixo.

- Agradeço a sua boa vontade de me ajudar, mas eu já tenho uma fantasia, idiota. – Respondo entrando no meu quarto.

Não demora muito para escurecer. Já eram oito horas da noite, quando eu estava completamente pronta. Sorri para o espelho ao lembrar a última vez que me vestira daquele jeito. Eu tinha apenas 13 anos, mas foi um dos meus melhores Halloweens.

- Alice! – Chamou a voz de Apolo.

- Estou indo! – Respondi com um grito.

Guardei a pequena bagunça do meu quarto e desci as escadas ainda rindo comigo mesma. Ao chegar no andar debaixo, vi Apolo vestido de Elvis, o que me deu vontade de rir.

Ele estava com uma camisa branca com decote em V bem largo. Algumas peças brilhantes davam um charme á fantasia. Seu cabelo loiro estava penteado em um pequeno topete, e em seu rosto estava um óculos escuro muito engraçado.

Sua calça era bem apertada, o que me prendeu um pouco atenção. Mas logo desviei o olhar para os sapatos, que eram pretos e feitos para dançar.

- Você está muito legal. – Disse sorrindo.

- Uau! Você também! Você é... – Apolo tinha esquecido o nome. Não me importei, pois poucas pessoas realmente lembravam dele.

Eu dei um giro, revelando melhor a minha calça jeans surrada, a camisa preta com o desenho de uma caveira, e os All Star pretos velhos de cano longo. Por cima da camisa eu ainda tinha uma jaqueta com taxinhas. Meu cabelo estava uma bagunça só, mas era essa a intenção.

Meus olhos estavam marcados por borrões de lápis preto.

- Sou Alice. – Disse rindo.

- Alice? – Repetiu Apolo franzindo o cenho.

- Alice Cooper. – Respondi.

- Alice Cooper! Claro! – Lembrou Apolo – Eu tinha até esquecido que ele existia.

- Tudo bem. Vamos? – Perguntei olhando ainda para suas roupas engraçadas.

- Vamos. Ah... Espera. – Apolo deu volta logo após ir até a porta, e olhou para mim com um pouco de impaciência – Ainda temos que esperar o Ares. Ninguém merece... Por que ele demora tanto? Se nós... Aaah!

Apolo deu um berro quando Ares pulou do portal da cozinha parando bem na sua frente. Ele ainda estava com a máscara do Jason, o que provocou um quase-enfarto no Apolo.

Ares começou a rir desesperadamente, porque Apolo tinha se jogado no chão de tanto susto. Tive que admitir que aquilo foi engraçado, pois em um piscar de olhos eu estava morrendo de rir também.

- Não... Não teve graça! – Exclamou Apolo ainda tenso – Eu... Senti o meu coração parar por alguns segundos. Toda a minha vida... Ela passou diante dos meus olhos como um flash.

- Apolo... Você tem mais de 3 mil anos. É impossível toda a sua vida ter passado como um flash. – Comentei rindo.

- Eu quase morri, e você ainda vem me chamar de velho?! – Exclamou ele ofendido – Não! Chega. Tchau, Alice.

Apolo se levantou fingindo que ia embora, mas eu puxei sua mão antes que ele fosse embora. Ele se virou e olhou para mim.

- Ok... Eu não consigo. – Disse ele – Mas vou fazer um protesto, ouviu?

Olhei para Ares e vi que ele ainda estava morrendo de rir. O Jason imortal estava jogado no sofá rindo completamente sem ar.

- Ares, você é um miserável. – Disse Apolo sorrindo com raiva – Espera só chegar a minha vez de te dar o troco.

- Eu...! – Ares levantou-se lutando com todas as forças para respirar novamente – Eu tinha que ter tirado uma foto! Ou filmado! Onde estão as câmeras da TV Hefesto quando nós precisamos?! Há Há!

- No quarto da Afrodite, se é que me entende. – Respondeu Apolo para implicar.

- Uuuh, ficou irritado, é? – Riu Ares sem ligar para a ofensa – Isso não é nem metade. Vamos! Eu estou começando a gostar do Halloween!

Ares saiu correndo para a porta como se fosse uma criança atraída por doces. Só que ele era atraído pela doce emoção de provocar ataques cardíacos nas pessoas.

Soltei um suspiro, mas não pude deixar de sorrir. O vento frio soprou contra o meu rosto, no exato momento em que Ares assustou mais algumas pessoas na calçada.

- Acho que isso vai ser engraçado. – Comentou Apolo perto de mim. Ele me deu a mão e olhou para os meus olhos borrados de lápis preto – Vamos nessa, Alice Cooper?

- Você é o rei. Se quer ir... Vamos. – Respondi rindo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Ok... Se alguém sobreviveu depois de imaginar o Ares vestido de Jason, então espero reviews.

Se quiserem procurar na internet sobre o Alice Cooper, não se assustem. Lembrem-se que ele é um cantor de rock, por isso é tenso de nascença. Hahahaha!

Até o próximo, gente!