Coeur Faible escrita por NRamiro


Capítulo 20
Parte 14.2


Notas iniciais do capítulo

Aká estou eu. Essa parte 14 está saindo maior do que eu imaginava. Parte 14.3 (final) sairá ainda esse mês. x



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Alguns minutos depois o parceiro da ruiva, Craig, levantou-se e foi embora. Henrie e eu continuávamos sentados em silêncio. Não sei se McMahon estava perdido em seus pensamentos, pois eu não conseguia formular um raciocínio lógico sequer; não neste momento. Enquanto meu desejo de vingança gritava, minha razão tentava me manter sentada para organizar meus pensamentos. Fechei os olhos e concentrei-me, contudo Henrie se pronunciou primeiro: - Francesca, precisamos seguí-los, mas não podemos ser reconhecidos.

- O que devemos fazer? Acha que precisamos de um disfarce?

- Sim, seria mais seguro.

Suspirei.

- Vamos resolver esse trabalho ridículo nosso e depois nos concentramos nos detalhes para seguirmos Craig e a ruiva – Sugeri.

- Sim.

Henrie puxou do bolso o papel entregue a ele e leu seu verso. Levantou-se e chamou-me com a mão: - Não é muito longe daqui. Menos de dez minutos de carro.

- Então vamos.

Saímos do Under Four Feet e pulei para dentro do meu porshe, McMahon se sentou cuidadosamente ao meu lado. Olhei para o endereço no papel e concordei mentalmente, de fato não é muito longe.

Virei algumas esquinas que, por sorte, não estavam muito cheias de carro. É bom viver numa cidade na qual a maioria das pessoas prefere usar o transporte público, melhor para mim e meu querido porshe. O trajeto não foi longo, após alguns minutos Henrie e eu estávamos em frente a uma casa de tijolos pintados como madeira e uma porta branca. Atravessamos o curto jardim e me adiantei para bater na porta. O proprietário não demorou pa nos atender.

- Olá – O homem gordo e careca disse. – Quem são?

- Nós lhe trouxemos um recado – Henrie esticou o braço entregando-lhe o papel. Ele o pegou, abriu e começou a ler com as sobrancelhas juntas.

- Não, não estou mais dentro disso. Pode dizer a eles que não vou ma-

- Hey, hey, hey – Interrompi-o. – Por acaso eu tenho cara de pombo correio? Posso parecer amigável, mas eu, Francesca O’Hanoly, não sou a merda de uma coruja! Você tem pernas, amigo. Vá até o meu superior e dê o recado você mesmo – Cuspi as palavras. No final delas, encontrava-me quase ofegando. Sim, eu havia explodido. – Muito obrigada.

Dei as costas ao homem e andei em direção ao meu carro. Sentei-me e esperei por Henrie que não demorou a se acomodar ao meu lado.

- Melhor agora? – Perguntou-me.

- Muito melhor.

- Quer um capuccino?

- Com muito creme, por favor.

Paramos num café de nome desconhecido e pedi, do meu jeito, um special cappuccino. Talvez eu não devesse ter explodido com o homem, mas ele havia conseguido me irritar com poucas palavras. Estava me sentindo inútil com toda essa situação de entregar recados, contudo, amanhã faria algo digno da minha capacidade. Lilly, Jason. Minha maior pista sobre eles estava nas mãos de Craig e sua parceira ruiva. Na França.

Depois do café, despedi-me de Henrie e voltei a minha casa. Meu parceiro passaria na coeur para dar baixa do nosso serviço medíocre e também voltaria a sua casa. Nós dois precisaríamos estar descansados para o dia de amanhã. Sendo assim, ocupei-me de permanecer sentada no sofá da sala lendo um jornal vespertino qualquer.

Era noite quando decidi tomar um banho para me deitar. Já havia me despido quando meu celular tocou. Era tão raro de tocar, portanto apressei-me para pegá-lo. O visor mostrava o nome de Abraham Wilson.

- Sim – Atendi. – Abraham.

- Parece apressada. Estou atrapalhando?

- Apenas estava me preparando para um banho – Sentei-me em minha cama.

- Então devo estar atrapalhando.

- Não, realmente – Respondi um pouco confusa. Na verdade ele estava sim me atrapalhando.

- Gostaria de te convidar para sair, amanhã talvez.

- Não vou poder, estarei fora do país.

- Ah, é? – Sua voz tomou um tom interessado de repente. – Está indo para...?

- França.

Abraham passou alguns instantes em silêncio, mas logo depois voltou a falar. Agora seu tom de voz estava mais baixo – quase rouco – e demonstrava curiosidade.

- Viagem comum, é?

- Vou com um amigo de longa data, nada importante.

- Compreendo. Então, talvez, podemos sair quando voltar.

- Sim – Concordei surpreendendo a mim mesma. – Conversamos quando eu estiver de volta.

- Claro, até mais Gabriela – E desligou.

Eu, Francesca, não era alguém que facilmente deixava as pessoas entrarem em minha vida, porém esse homem de olhos bonitos, Abraham, estava conseguindo pular essa barreira. Era algo que beirava o surpreendente ao assustador, mas era delicioso me arriscar em um jogo pessoal com um homem praticamente desconhecido.

Deixei o celular jogado sobre a cama e fui para o banho. No momento em que comecei a lavar meus cabelos senti uma diferença enorme, parecia estar faltando algo. De fato estava mesmo, havia o cortado mais cedo, mas ainda não me acostumei com o novo tamanho. Dizem por aí que quando se está insatisfeito com algo em sua vida, seu primeiro pensamento é mudar o cabelo. Não sei o que pensar sobre isso.

Com uma noite mal dormida por conta da ansiedade acordei pouco depois das cinco. Não estava sonolenta, mas sim elétrica. Arrumei-me cedo e gastei um longo tempo checando minha OTS-38, fazia tempo que não a usava.

Já estava com botas, calça escura, blusa de cor fria e uma jaqueta de couro. A campainha tocou e logo fui atender, afinal poderia ser Henrie, porém ao abrir a porta encontrei um homem alto, branco, de cabelos escuros e que parecia tentar se parecer com um adolescente.

- Anthony – Cumprimentei-o.

- Você não é muito qualificada para ficar entregando recados?

- O que você acha? – Girei os olhos.

- Prefiro guardar a resposta para mim – Riu. – Talvez você tenha uma adaga com cabelos de virgem pronta para me matar. Nunca se sabe.

- Você é tão engraçado Anthony – Dei as costas ao inccubus e fui até a cozinha preparar uns ovos de café da manhã.

Anthony ficou sentado numa cadeira ao fundo me observando. Ignorei-o o máximo que pude, mas quando acabei de cozinhar tive que me pronunciar: - Vai ficar ai me observando comer?

- Se eu pudesse, com certeza me juntaria a você – Apontou para o prato nas minhas mãos.

Sentei-me a sua frente e demorei alguns minutos para comer. Quando acabei me recostei na cadeira e o encarei.

- O que veio fazer aqui?

- Uma visita a minha ex-babá. Nada de mais – Deu de ombros. – Está arrumada. Conseguiu algum trabalho bom dessa vez?

- Talvez – Esquivei-me.

- Tem sim – Riu. – Parece animada.

Levantei-me e fui até sala deixando-o na cozinha. Claro que não demorou a se sentar ao meu lado no sofá. Anthony parecia uma sombra, ou quem sabe um rabo, tudo com o objetivo de tentar me irritar, mas já havia me acostumado com a presença importuna dele.

- Para onde está indo, Fran? – Perguntou com a voz manhosa e apoiou a cabeça em meu ombro.

- Saia, Ant – Empurrei-o. – Estou indo à França.

- Uh, princesse. Que trabalho interessante.

- Não é um trabalho, apenas estou indo acompanhada de Henrie – Respondi e me levantei. – E pra falar a verdade, Anthony, preciso ir. Antes que me atrase.

- Tudo bem, princesse Francesca – Foi até a porta. – Te vejo por aí – E saiu.

Olhei-me no espelho e ajeitei alguns fios de cabelo. Saí logo após de Anthony e sentei-me no meu porshe prateado; bebê. Alguns minutos dirigindo cheguei ao Under Four Feet e rapidamente avistei Henrie encostado à porta. Esperava por mim.

- Consegui boas informações – Disse-me. – E isso – Mostrou-me uma peruca morena de fios longos.


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Notas finais do capítulo

Esse cap não teve muita emoção, mas tananana quem deu as caras? Anthony, feliz e etc como sempre, mas sinto informar que isso pode mudar em breve. Talvez.
.
Tenho boas notícias! Aulas acabando, já passei de ano, e já fiz todos os vestibulares que deveria fazer. Isso quer dizer que agora eu tenho tempo livre para escrever, ou seja, as postagens de agora em diante terão um espaçamento muuuuito menor!
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Obrigada à quem lê e acompanha x



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