Coeur Faible escrita por NRamiro


Capítulo 11
Parte 9.1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal :) Bom, espero que gostem desse capítulo. Não ficou tão grande quanto eu queria, na verdade, estou me esforçando bastante para deixar os capítulos maiores. A segunda parte desse cap vou adicionar aqui assim que eu puder. Separei esse cap em duas partes para conseguir atualizar aqui mais rápido, espero que não se importem!
Beijos x



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Meus passos estavam rápidos pelas calçadas de Salismouthh, podia escutar os de Henrie bem atrás de mim. O ar era sugado e jogado com força pelos meus pulmões numa tentativa falha de tentar me acalmar. É normal não sabermos como agir quando nos deparamos com uma situação da qual não estamos acostumados, o anormal era essas situações existirem no meu cotidiano. Estava acostumada a seguir três passos simples: buscar, eliminar e escapar. Sem falhas, sem deslizes. No entanto, em menos de 72h a cadeia de acontecimentos pareceu contradizer todos os meus planos, mas isso não me impediria de finalizar a missão. Estava buscando pelos dois homens misteriosos, só faltava eliminá-los e por fim escapar.

Quando chegamos ao hotel onde estávamos hospedados, subimos rapidamente até o nosso andar e lá guardamos nossas coisas com cautela. Não seria sensato deixar algo para trás. Em poucos minutos estávamos novamente no hall fazendo o check-out. Não via a hora de deixar aquela cidade.

- Tiveram um bom tempo aqui? - Perguntou Andy, seus cabelos negros estavam totalmente lisos dessa vez.

- Mas é claro - Henrie tratou de mentir, já que eu não conseguia formular uma palavra desde a foto que havia visto há menos de uma hora.

- Quem bom! - Respondeu animada. - Espero que voltem mais vezes!

Com certeza não voltaríamos. Salismouthh não seria um lugar de boas lembranças.

Check-out feito e lá estávamos Henrie e eu com nossas malas de pequeno porte sentados em um dos bancos da estação de metrô. Sentia-me como uma criança com medo, qualquer barulho me fazia olhar de esguelha e ficar alerta. Medo era um sentimento que eu gostava de ver nos olhos de quem eu deveria eliminar, dava-me uma sensação de poder e grandeza. No entanto, agora quem estava com este sentimento era eu, e tudo o que mais queria era voltar correndo para Londres.

Não tardou para me sentir acomodada dentro de um vagão indo de volta para uma das cidades mais cosmopolita e chuvosa de toda a Inglaterra.

- Aquele lugar deve estar um caos - Henrie falou baixinho ao meu lado.

- Estou evitando pensar nisso, sabe? Mas é inevitável. Spork, Jenester e... Lucy. São os únicos que eu sei em que falhamos - Suspirei. - Isso não pode voltar acontecer.

- Precisamos achar aqueles dois homens, Francesca. Agora é pessoal.

- Sim, Henrie, é pessoal.

Passaram-se longos minutos, ou quem sabe algumas horas – não estava me importando muito para o relógio –, meu corpo começou a reclamar por descanso. Olhei pelo vagão e o percebi ainda muito vazio, as únicas pessoas ali além de mim e Henrie eram um casal de adolescentes e uma mulher mais velha com uma criança de colo. Nenhum perigo aparente, mas mesmo assim algo me dizia: “fique alerta, fique alerta!”.

- Você está cansada, Fran? - Perguntou-me Henrie gentil.

- Um pouco - Estralei os lábios.

- Pode dormir um pouco. Estou bem acordado, vou ficar de olho - Sorriu enquanto piscava. Ri pelo nariz e murmurei: - Se você diz...

Aconcheguei-me um pouco melhor e cruzei os braços numa posição na qual se eu precisasse levantar rapidamente com a minha arma em punho, seria fácil. Precauções nunca eram demais, ainda mais em tempos como esse.

“Muitos ainda vão cair, Francesca. A culpa é inteiramente sua e de Vector!” Ele falava com seu sotaque carregado. “Sua organização vai chegar ao fim. Você consegue lidar com isso?” E então ria descontroladamente.

Não conseguia ver seu rosto. Uma sombra sobrenatural ocultava parte de seu corpo, dando-me apenas vislumbres de seus olhos. Eram verdes? Azuis? Não conseguia distinguir.

“Quem é você?” Consegui buscar minha voz. Estava falhada e era perceptível o desespero nela.

“Sou seu fim, Francesca O’Hanoly”

Estremeci ao acordar. O sonho perturbador que havia tido fazia minha cabeça doer um pouco.

- Está tudo bem? - Henrie perguntou enquanto me analisava.

- Sim. Apenas pensamentos ruins.

- Recomponha-se então, estamos chegando.

Com um suspiro comecei a estralar meus dedos, esse ato além de ser relaxante ajudava-me na concentração e, como conseqüência, a me acordar. Em poucos minutos estávamos na estação mais próxima do Under Four Feet. Cheia de pessoas andando apressadas e conversando alto.

Mantendo os passos rápidos, Henrie e eu continuamos nosso caminho sem desviar a atenção. Passei pelo meu porshe ainda estacionado no local onde o havia deixado e acabei por sussurrar: “Senti sua falta, baby”, mas não parei para olhá-lo melhor, minha cabeça já tinha um objetivo traçado. Mais do que nunca precisava saber o que estava acontecendo nas entranhas da Coeur Faible.

Atrás da porta que continha o isolamento acústico estava tudo muito silencioso, diferentemente do que eu imaginava. Ao passar pela porta, esperava ver pessoas andando apressadas e em seus semblantes, a preocupação. Henrie pareceu perceber isso também, já que assim como eu, mantinha o cenho franzido.

- Talvez tenha acontecido algo e não ficamos sabendo - McMahon observou.

- Sim, talvez. Vamos procurar nos informar, e também precisamos avisar sobre o que aconteceu em Salis-- Engoli minhas palavras ao chegarmos em nossa sala. Havia alguém lá dentro, por um momento pensei que era a Srª O’Hanoly mais uma vez, porém observando melhor, percebi ser um homem. Ele tinha um copo em mãos e analisava um recém colocado quadro na parede. Estiquei minha mão até o interruptor e acendi a luz, revelando assim a identidade do homem. Era Vector. Cabelos curtos e loiros, pele clara e olhos castanhos.

- Espero que ainda goste de café, Francesca - Ele disse e apontou para a mesa. Nesta, dois copos largos, nos quais obviamente havia a bebida que meu pai citara.

Fiquei sem reação ao ver Vector O’Hanoly ali parado e bebendo o que provavelmente era uma dose de conhaque. Aquele poderoso homem não costumava ser visto, nem mesmo nos corredores ocultos do Under Four Feet.

- Quanto tempo não a vejo, Francesca. Informaram-me que estava em Salismouthh, então decidi te esperar aqui. Se não se importa, tomei a liberdade de colocar um quadro em sua sala - Apontou para a parede. - É um dos meus preferidos.

Aproximei-me um pouco mais do quadro, e conseqüentemente de meu pai, para observar melhor a pintura. Era de uma mulher, mas não uma comum, nos lados da cabeça chifres saíam e faziam uma curvatura para baixo. Seus olhos castanhos estavam perdidos e parcialmente escondidos pelos cabelos negros, a pele alva entrava em contraste com os lábios extremamente vermelhos.

Sem dúvida era uma succubus. Há séculos atrás retratavam essas criaturas com chifres longos e curvados – erroneamente, é claro –, isso apenas para dar um ar mais maléfico.

- Bonito quadro, não? - Perguntou Vector. Senti quando Henrie saía delicadamente da sala, aparentava querer me deixar a sós com meu pai, no entanto, o homem de cabelos loiros disse com a voz energética: - Oh, por favor McMahon, o que tenho a tratar aqui hoje também se diz a você.

- Sim, senhor - Respondeu com toda educação que lhe era direito.

Vector deu um longo e último gole em sua bebida, deixou o copo vazio sobre a mesa e finalmente desviou o olhar do quadro para nós.

- Estamos em tempos difíceis. A última vez em que me vi numa situação como essa foi com Lucy, no entanto, parece que dessa vez é ainda pior. Já foram dois - Disse enquanto caminhava e brincava com um anel em seu dedo anelar. - Vocês estavam em trabalho, há algo que precisam me acrescentar?

- Dois homens - Comecei. - Não sei nomes, mas eles pareciam saber demais e... - Perdi a voz enquanto tentava explicar sobre a misteriosa conversa e a foto com meu nome.

- E?

- Eles sabem quem eu sou. Sabem da minha identidade e parecem querer chegar até você - Falei brevemente.

Vector murmurou algo inaudível e tirou o anel do dedo, levantou-o e semicerrou os olhos como se estivesse lendo uma inscrição dentro do objeto. Ao passar de longos segundos, quase minutos, ele guardou o anel no bolso traseiro e voltou a se dirigir a mim e Henrie.

- Eu preciso de um favor de vocês, e é claro que não espero um ‘não’ - Sorriu. - Temos um inccubus que está realmente causando problemas...

- Problemas? - Indagou Henrie.

- Sim, problemas. Ele parece não se dar conta do que é e das conseqüências dos seus atos.

- Um recém transformado?

- Sim.

- E o que precisamos fazer? - Perguntei curiosa.

- Vigiá-lo. Escolhi vocês dois a dedo para isso - Explicou de modo breve. - O nome do inccubus é Anthony, em breve vocês o conhecerão - Ao acabar de falar nos encarou por alguns segundos, apenas concordamos com a cabeça. Vector andou lentamente em nossa direção e colocou a mão no ombro direito de Henrie, então logo nos deixou sozinhos naquela sala.

Inconscientemente peguei o café que esperava alguém para bebê-lo e o levei até meus lábios, ainda estava quente.

Um recém transformado e desobediente inccubus em tempos como esse?



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Notas finais do capítulo

É isso ai. Queria pedir desculpas por qualquer erro de betagem. Não sou muito boa nisso... Qualquer errinho, qualquer sugestão, qualquer crítica, sintam-se livres para me falar ok? :)
Como me sugeriram, mudei a capa. Não sou muito boa com edições, então espero que tenham gostado!



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