Um Casal de Dois escrita por Liz03


Capítulo 9
Porque aquela música tocou na rádio


Notas iniciais do capítulo

Como vocês estão? Trilha sonora: Come se non fosse stato mai amore (olhem a tradução e me digam se não foi feita para esse capítulo...).



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Cecília pegou a única mala que tinha no quartinho dos fundos, tratou de enfiar de qualquer jeito as roupas, pegou um pote que guardava na cômoda com suas economias. Não era muito, mas deveria bastar para sair da cidade, depois ela saberia se virar. Foi despedir-se de todos, aqueles que trabalhavam na casa foram por muito tempo seus amigos. Abraçou-os e eles desejaram uma boa partida, fizeram uma vaquinha e deram a ela dinheiro para ela conseguir se instalar em algum lugar. A cozinheira tinha uma irmã dona de pousada, falou com ela, Cecília poderia ficar num quarto sem precisar pagar, ela agradeceu.

Entrou no ônibus, Carmem foi até a rodoviária com ela, despediram-se. Ela manteria contato. A estrada era repetitiva, mas ela não prestava muita atenção. Os pensamentos oscilavam entre os momentos de sofrimento daqueles cinco anos, as cenas vinham  em sua mente, mas depois os melhores seis meses da vida dela, o mesmo homem e sentimentos tão diferentes.

A casa era rosa, ela tocou a campainha. Uma mulher robusta de vestido florido apareceu no portão.”Pois não?”. Explicou que a haviam dado aquele endereço a ela, disse que seu nome era Cecília.

-Cecília...- A mulher franziu o cenho - Cecília! A moça que minha irmã indicou? - Cecília acenou que sim - Oh, minha filha...

A moça abriu o portão, e desceu os degraus que davam na calçada.

- Seja bem vinda meu amor - A moça abraço-a gentilmente- Olha essa barriga, que linda!

- Obrigada - Ela sorriu

- Venha que você deve estar cansada da viagem - A moça segurou a bagagem - Meu nome é Pérola, fique a vontade

- Dona Pérola, eu fico muito agradecida por a senhora me receber mas, eu faço questão de pagar pela hospedagem ...

- Nada disso! - A mulher parou bruscamente já no portão - Você é minha con-vi-da-da

- Mas Dona Pérola...

- Não , não Cecília, não vamos mais falar nisso querida - Entraram na casa- Agora você tem que descansar, aliás vocês - A mulher de tom de pele rosa, para combinar com a casa, sorriu.

A casa era estreita mas longa, de andar, no térreo, de um lado -a cozinha -de outro a sala de jantar, subiram as escadas. Era apenas um corredor mas com vários quartos, entraram em um dos aposentos, pequeno mas limpo e com um certo ar de aconchego. A moça explicou os horários das refeições e a deixou um segundo sozinha.

Cecília pôs as roupas no armário, entrou no banheiro, deixou as roupas caírem sobre o chão frio, ligou o chuveiro. A água fria percorreu seu corpo como se fosse anestesiando por onde passasse. As lembranças vieram sem permissão e, quando percebeu, as lágrimas já corriam. Desligou o chuveiro, vestiu qualquer roupa. Como não conseguia dormir ligou o rádio e deixou o volume baixo, no começo não surtiu efeito. Depois percebeu que tocava “Come se non fosse stato mai amore”, teve a certeza que alguém na rádio pôs aquela música para que ela ouvisse.

“Ieri ho capito che

E´ da oggi che comincio senza te”

Lá estavam as lágrimas de novo sem seu consentimento.


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Notas finais do capítulo

Comentem e façam uma criança feliz ;) Bjundas



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