A Loucura do Amor escrita por BiasC


Capítulo 26
Capítulo 27 - Bônus


Notas iniciais do capítulo

Antes de qualquer coisa, eu quero dizer que eu desejo, do fundo do meu coração, um natal maravilhoso e um 2012 cheio de realizações, felicidade, amor, e alegria, pra todos vocês, meus leitores lindos!! =D
Aviso: Spoiler.



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                POV Clarisse La Rue

                Eu andava lentamente pela rua, olhando aquela cena tão triste. A rua estava destruída, carros que tinham sido abandonados pelos donos mortais estavam amassados, algumas armas estavam jogadas pelo chão. Os filhos de Apolo corriam de um lado pro outro, tentando curar os semideuses machucados, tentando salvar as vidas daqueles que tinham sobrevivido à guerra.

                Todos faziam alguma coisa, ajudando a todos que pudesse, ninguém queria que nada mais desse errado. Era uma cena triste e caótica. Eu me sentei em um dos destroços que estavam pela rua. É claro, nós havíamos vencido a guerra, e isso era, sem dúvida, maravilhoso, mas ninguém estava disposto a comemorar. Afinal, havíamos vencido a guerra, mas a um preço muito caro. Comecei a chorar ao me lembrar de todos aqueles tinha perdido. Chorei por meus irmãos mortos na guerra, chorei por meus amigos, e principalmente, chorei por Silena. Não conseguia aceitar que tinha perdido minha melhor amiga, eu não ligava que ela tinha ajudado Cronos, ela tinha se sacrificado pra nos ajudar e seria sempre uma heroína. Se ao menos eu não tivesse sido tão teimosa, se tivesse a escutado e vindo logo pra guerra... Ela não precisaria ter fingido que era eu, nem enfrentado o drakon. E talvez, ela ainda estivesse viva...

                -Não foi sua culpa, amor. –Chris estava sentado ao meu lado, me olhando carinhosamente. Quando ele tinha chegado ali? E como sabia o que eu estava pensando?

                -Ah, eu não te vi chegar.

                -É, eu reparei.  –Ele não falou mais nada, apenas olhou pra mim como se esperasse que eu dissesse alguma coisa. Sorri tristonha. Ele me conhecia mesmo, sabia que eu precisava desabafar.

                -É minha culpa sim, Chris. Se eu tivesse a ouvido, vindo logo... Ela estaria viva.

                -Você não tem como saber isso. Era o destino dela, Clarisse. Foi o que ela escolheu fazer, e você não pode se culpar por isso.

                -Mas...

                -Não tem “mas”. Você acha que ela ia ficar feliz se soubesse que você está se culpando por sua morte?

                -Não...

                -Exatamente. E além do mais, agora ela vai poder encontrar o Beckendorf. E com certeza, ela vai ficar mais feliz junto do namorado, não é?

                Sorri pra ele, e apoiei minha cabeça em seu ombro.

                -É, com certeza

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POV Chris Rodriguez

*Anos Mais Tarde*

                Estacionei o carro na garagem. Depois, me dirigi à porta e a abri, tentando ao máximo não fazer nenhum barulho, levando em consideração que já era tarde. Entrei na sala e me assustei ao notar que ela estava vazia. Era estranho. Clarisse sempre estava na sala, me esperando voltar do trabalho, até mesmo nos dias que eu chegava bem tarde, quando normalmente eu a encontrava dormindo na grande poltrona que havia ali. Fui andando rapidamente até o nosso quarto, enquanto as piores possibilidades passavam pela minha mente.

                Estremeci ao notar que ela também não estava ali. Comecei a vasculhar o resto da casa, desesperado. Mas ao abrir uma das portas, todo o meu desespero deu lugar à emoção. Clarisse estava sentada no chão, adormecida, com um livro infantil qualquer aberto ao seu lado. Do seu outro lado estava Luiza, uma de nossas filhas, com a cabeça encostada no ombro da mãe. E no colo de Clarisse estava Anna, nossa filha mais nova, de apenas alguns meses. As meninas também dormiam tranquilamente.

                Fiquei um tempo ali, encostado no portal da porta, admirando a cena mais bonita que eu já tinha visto na vida. Depois, andei até elas calmamente. Primeiro, peguei Luiza no colo, ela tinha quatro anos, então eu conseguia a carregar facilmente. Coloquei-a na pequena cama num dos cantos do quarto, e a cobri carinhosamente, dando um beijo em sua testa em seguida. Após isso, caminhei de volta a Clarisse e Anna. Com muito cuidado, para não acordar Clarisse, eu tirei Anna do colo dela e a aninhei em meus braços. Andei com ela até seu quarto, do outro lado do corredor, e a pus em seu berço.  Fiz com ela o mesmo que havia feito com Luiza, coloquei o cobertor em sua volta e beijei sua testa.

                Voltei ao outro quarto, para acordar Clarisse, mas a encontrei já se levantando.

                -Boa noite, amor. –Ela me cumprimento, naquela voz de que acabou de acordar, para depois vir me abraçar.

                -Boa noite, bela adormecida. –Eu disse rindo, e provocando uma careta em Clarisse.

                -Anna acordou chorando, e Luiza não queria dormir até que você chegasse, então eu as trouxe pra cá, e estava lendo uma historinha pra elas. A gente deve ter caído no sono... –Explicou ela.

                -Entendi. E desculpe pela demora, eu tive que resolver algumas coisas no trabalho.  –Falei, guardando o livro, que ainda estava no chão, na estante.

                -Papai, você voltou? –Perguntou uma voz baixinha.

                Eu e Clarisse estávamos conversando tão distraidamente que havíamos esquecido que ainda estávamos no quarto de nossa filha. Ela tinha acordado, e estava sentada na cama, tentando enxergar através dos olhos comprimidos, por causa da claridade.  Andei até a cama e me sentei na ponta.

                -Oi, meu anjo. Sou eu sim.

                Ela se deitou, novamente.

                -Por que demorou tanto, papai?

                Senti meu coração se comprimir, odiava quando tinha que ficar no trabalho até mais tarde.

                -Ah, querida... Eu estava trabalhando. Mas agora eu já estou aqui e você pode voltar a dormir, está bem?

                -Ta, papai.

                -Ótimo. Boa noite então.

                Eu e Clarisse saímos do quarto, desligando a luz e deixando Luiza dormindo tranquila.

                -Onde está Anna?

                -Eu já a coloquei no berço, no quarto dela.

                -Então, nós já podemos ir dormir, certo? –Perguntou ela com a voz exausta, passar o dia com as meninas era sempre cansativo.

                -Certo. Vamos dormir, afinal, amanhã é natal!

                Nós rimos e fomos para o quarto.

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                O dia seguinte estava agitado, as meninas estavam animas por causa do natal, e eu e Clarisse estávamos nos desdobrando para dar conta de cuidar delas e ao mesmo tempo deixar tudo pronto para a ceia à noite. Eu e Clarisse havíamos decidido que esse ano faríamos o natal aqui em casa, apenas nós, as meninas e Judy, mãe de Clarisse, já que Anna não havia completado nem um ano, e por isso, era melhor não sairmos de casa esse ano.  

                 De noite, quando já estávamos todos prontos na sala, a campainha tocou. Clarisse foi atender, já que eu estava com Anna no colo. Ouvi ela cumprimentando a mãe e as duas entraram na sala. Luiza, que estava brincando no chão, foi correndo abraçar a avó. Elas se abraçaram e Judy deu um beijo na bochecha de Luiza. Deixou rapidamente os presentes em baixo da árvore de natal e depois pegou Anna do meu colo, dando um beijo em sua testa.

                A campainha tocou novamente e eu olhei pra Clarisse, mas esta ergueu os ombros, mostrando que também não sabia quem era. Fui abrir a porta, mas não havia ninguém ali, apenas um cartão. Olhei o endereço do remetente, curioso.

                Monte Olimpo, Empire State Building, 600º andar,  New York, NY.

                Fechei a porta e levei o cartão até Clarisse, lhe mostrando o endereço. Ela assentiu e abri o cartão, para lermos juntos.

                Queridos Chris e Clarisse,

                Nós estamos enviando esse cartão para desejar-lhes um ótimo natal e um ano novo maravilhoso. Sentimos muito por não vermos vocês há tanto tempo, mas esperamos encontrar todos vocês em breve, inclusive nossas lindas netas. E por falar nelas, estamos enviando dois presentes de natal para elas, esperamos que gostem.

                                                                                                                                                                Afetuosamente,

                                                                                                                                                                Ares e Hermes.

                Nós terminamos de ler no mesmo instante que dois pequenos pacotes apareceram em nossa frente. Clarisse os pegou e colocou embaixo da árvore, junto com os outros.

                -Foi bem legal eles terem enviado o cartão... –Disse ela assim que voltou.

                -Sim, foi. Sabe, no fim das contas, eles são bons pais. E bons avôs.

                Ela sorriu e foi chamar o resto da família, que brincava num canto, para a ceia.

                O jantar passou de modo agradável, e logo estava na hora de abrirmos os presentes, antes que as meninas pegassem no sono. Eu abri os meus primeiro, sorrindo ao ver a camisa que havia ganhado de Judy e o relógio de Clarisse. A próxima foi Clarisse, que tinha ganhado um vestido da mãe. Judy amou o conjunto de pratos que eu e Clarisse havíamos dado, e já estava prometendo servir vários bolos com eles, assim como prometeu pendurar na geladeira os desenhos que tinha ganhado das meninas.

                Finalmente era a vez de Luiza e Anna e as duas estavam muito animadas. Desembrulharam os presentes rapidamente, ansiosas para verem os presentes. Anna tinha ganhado um novo bichinho de pelúcia, dado por mim e Clarisse e uma pequena boneca, de Judy. Já Luiza tinha ganhado uma boneca um pouquinho maior, de Judy e um jogo de tabuleiro para crianças, de mim e Clarisse. Então chegou a vez dos presentes dos deuses. Minhas filhas perguntaram quem tinha enviado aqueles, e quando eu disse que havia sido seus avôs, elas ficaram um pouco surpresas. Ao abrirem os pacotes, elas revelaram duas lindas pulseiras de ouro, com pingentes em forma de tênis, uma espada e o prédio do Empire State. Dentro, havia um bilhete, que dizia que as pulseiras eram mágicas e cresceriam junto com as meninas, e assim elas nunca se esqueceriam daquela parte “especial” da família.

                O tempo passou rapidamente e logo as meninas ficaram cansadas e nós as colocamos na cama. Judy foi embora logo depois também, dizendo que precisava dormir. Logo estávamos apenas eu e Clarisse na sala.

                -Amor?- Eu a chamei.

                -Hum? –Respondeu ela brevemente, catando os papeis de presente rasgados no chão.

                -Não estranhou que o meu presente pra você não estivesse na árvore?

                -O que? Ah, você... Não precisa... Me dar nada...-Disse ela envergonhada. Eu sabia que ela tinha notado, eu lhe dava um presente todo ano. Mas esse ano, eu resolvi fazer uma surpresa.

                Andei lentamente até ela, pegando um embrulho escondido no caminho. Ela não se moveu, apenas me olhou curiosa.

                -Espero que goste. –Disse, lhe entregando o presente.

                Ela o abriu, e seu queixo caiu ao ver o que estava dentro.

                -Amor... É lindo.

                -Então combina com você. –Respondi, a fazendo sorrir.

                Era um maravilhoso e delicado colar, feito de pequenas esmeraldas. Clarisse ainda o olhava atônica, mas então, o colocou numa mesinha ao nosso lado e, enquanto eu a olhava confuso, se jogou em meus braços.

                -Eu te amo! –Escutei ela dizer.

                -Eu também te amo, muito.

                -Feliz natal, Chris.

                -Feliz natal, Clarisse.


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Notas finais do capítulo

É oficialmente o fim da fic. *autora triste*
Bom, espero que vocês tenham gostado de lê-la tanto quanto eu gostei de escrevê-la.
Muitos Beijos, Bia R.