A Loucura do Amor escrita por BiasC


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo! Espero que gostem! Capítulo especialmente dedicado a Flor Do Deserto. Obrigada pela recomendação. E só pra vocês saberem, estou aceitando recomendações como presente de natal! =)



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POV Clarisse La Rue


Eu andava em direção ao arsenal de armas, pisando forte, como se quisesse fazer buracos no chão a cada passo. Eu estava irritada, irada. Como ele ainda tinha a coragem de dizer que não beijou ela, que foi ela que o beijou?! Será que ele achava que eu era idiota ou algo do tipo?

Suspirei pesadamente. Por mais que eu quisesse ficar com raiva e jurar que nunca mais ia sequer falar com Chris, eu não conseguia. Eu havia acabado de brigar com ele e já desejava loucamente fazer as pazes. Só então percebi o quanto ele era importante pra mim. Em alguns dias, ele conseguira virar a pessoa mais importante da minha vida. Ele conseguira virar, literalmente, a minha vida.

Mas ainda assim, eu era orgulhosa demais pra ir atrás dele. Não, eu não me colocaria nessa situação humilhante. Ele que viesse atrás de mim!

Chegando ao arsenal de armas, eu não sabia realmente o que fazer. Não tinha nada pra fazer ali, só tinha ido até lá porque era um dos lugares mais calmos do acampamento, já que a maioria dos campistas estava treinando a essa hora. Sentei em um banco próximo ao arsenal, não demorou muito e as péssimas lembranças daquele dia voltaram pra minha mente, trazendo junto consigo as lágrimas. Era estranho pensar que desde que encontrei Chris, eu estava chorando numa frequência enorme. Em compensação, estava sorrindo numa frequência ainda maior. Quanto mais eu lembrava o que acontecera mais cedo, mais eu chorava. Estava tão distraída, tão triste, que nem notei quando alguém se sentou do meu lado. Isso é, até esse alguém por a mão em meu ombro, me fazendo erguer a cabeça. Ares me encarava com uma expressão absolutamente impenetrável. Abaixei a cabeça novamente.

-O que veio fazer aqui?- Ele não respondeu. Olhei pra ele, irritada. –O que você quer? Se você veio aqui pra jogar na minha cara que você estava certo e dizer eu deveria te ouvir, esse é o momento perfeito. Pode falar “eu bem que te avisei”.

Não sei dizer ao certo como ele reagiu depois de ouvir isso. Ele parecia extremamente chateado, mas também parecia muito, muito triste.

-Você acha mesmo que eu faria isso?- Perguntou ele com uma voz magoada. –Acha que eu viria aqui pra humilhar a minha própria filha, justo quando ela esta tão triste?

-Eu não sei!-Respondi com um certo desespero na voz. – Não estava irritado comigo?

Ele virou o rosto pra frente, pensativo.

-Sim... Não... Bem... -Ele suspirou, derrotado. E então sorriu, repetindo a minha frase. –Eu não sei. Eu acho que... Que só estava com ciúmes. Não estava realmente irritado com você, e na verdade, nem com ele. Só não consegui encarar o fato de que a minha filhinha não era mais só minha.

Eu estava chocada. Chocada pelo o que ele acabara de dizer e também pela sinceridade que havia em sua voz.

-Ah, pai... –Eu tentava lhe dizer algo, mas não conseguia pensar em nada.

-Olha, filha, eu só quero que você saiba que... Eu sei que eu não sou e nunca fui um exemplo de bom pai, e que errei muito com você. Eu sei que eu deveria ter sido mais presente na sua vida. Mas eu quero que você saiba que eu sempre te amei muito, e que eu sempre estive olhando por você, mesmo que distante. –Ele ainda olhava pra frente, e eu tive a nítida impressão que não era só eu que estava sentindo os olhos ficarem marejados. –E eu sinto muito por ter brigado com você, muito mesmo. Eu te amo, filha, e só quero a sua felicidade. E se a sua felicidade estiver com aquele... Rapaz... Que assim seja.

Ele terminou o discurso olhando pra mim com um olhar carinhoso, um olhar paterno. Eu o abracei fortemente.

-Eu te amo, pai.

Ele passava a mão pelos meus cabelos, enquanto eu chorava baixinho abraçada a seu peito. Ele não tinha ideia do quanto aquilo significava pra mim. Ouvir tudo aquilo dele, era simplesmente surreal, até porque eu imaginava o quanto devia ter sido difícil pra ele, provavelmente o deus mais orgulhoso do Olimpo, admitir tudo aquilo.

-Pai?

-Sim?

Levantei os olhos para ver seu rosto.

-Obrigada.

Ele me olhou confuso.

-Pelo que?

-Você disse que não é “um exemplo de bom pai”, mas eu acho você um bom pai sim. Porque se não fosse, não teria dito tudo o que disse. Então, obrigada.

-De nada, filha. –Respondeu ele sorrindo. Mas logo parou de sorriu e me olhou sério. –Sabe, eu soube que você brigou com seu namorado.

Não respondi, só abaixei o rosto novamente. Não queira que ele visse o quanto aquele assunto me deixava triste.

-Eu posso saber o porquê?

-Eu o vi beijando outra.

-E o que ele disse?

-Que não a beijou. Que foi ela que o beijou.

-E você acredita nele?

-Eu não sei.

Ele riu.

-Essa frase já ta me cansando. Eu só vou dizer uma coisa, eu posso até não gostar muito dele, mas não posso negar que ele te ama muito. Eu acho que você deveria tentar conversar com ele.

Eu pensei um pouco. Eu o amava, não tinha duvidas. E agora meu pai dizia que achava que ele me amava. E se meu pai estava dizendo isso... Bom, talvez fosse verdade. Me levantei, limpando o rosto.

-É, eu acho que você tem razão.

Ele abriu um sorriso.

-Que bom! Vai lá então. E filha, independente do que aconteça, eu estou muito orgulhoso de você.

Sorri e o abracei pela última vez antes de sair correndo pelo acampamento, ao me afastar, dei uma olhada pra trás e vi que meu pai tinha sumido. Não importava, ele estaria me olhando.

Então, eu fui fazer o que pouco tempo atrás eu tinha chamado de humilhação. Fui atrás dele. E quer saber? Talvez fosse mesmo uma humilhação, mas eu não tava nem aí.

Saí procurando Chris pelo acampamento. Fui ao estábulo, às forjas, a casa grande, aos chalés, mas ele não estava em lugar algum. Já estava quase desistindo quando o vi saindo da floresta, parecendo um tanto abatido, mas feliz. Corri até ele. Ele estranhou quando me viu indo em direção a ele, mas parou de andar e me observou enquanto eu chegava a sua frente, sem ar pela corrida. Depois de uns segundos, eu recuperei o ar e falei:

–Eu só quero que me responda duas coisas. Primeiro, você queria beijar ela?

Ele me olhou desesperado.

–Não, amor! Eu não queria. Ela foi até o chalé, começou a falar um monte de besteiras e eu juro, eu tentei ir embora, mas ela não deixou. Aí ela me agarrou e você entrou no chalé na hora. Eu não a beijei, ela me agarrou e você chegou na hora. Só isso. Por favor, acredita em mim.

Ele continuava me fitando com um olhar desesperado e verdadeiro. Não tinha como ser mentira.

–Eu acredito. Mas me responde uma segunda coisinha: você me ama, Chris?

Ele sorriu.

–Mais que tudo na minha vida.

Eu me joguei em seus braços. E ali, o beijando, com as minhas mãos em sua nuca e suas mãos em minha cintura, eu tive a certeza de que era isso que eu queria, pro resto da minha vida.

Ficamos ali por um tempo, entre beijos e abraços, aproveitando a companhia um do outro. Decidimos voltar aos chalés algumas horas depois, antes que perdêssemos o jantar. No caminho, encontramos Quíron.

–Quíron! Você estava querendo falar comigo, né? Desculpe, acabei esquecendo. –Disse Chris.

O centauro sorriu, entendendo o motivo do esquecimento.

–Sem problemas. Bem, não era nada demais, eu só queria saber, depois de todos os acontecimentos de cedo, se você estava bem.

Chris olhou pra mim e com um lindo sorriso, respondeu ao centauro.

–Que saber uma coisa, Quíron? Eu nunca estive melhor.

FIM.


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Notas finais do capítulo

É isso ai! Espero que tenham gostado da fic! E por favor, leiam o próximo capítulo, os agradecimentos. Eu escrevi com todo o coração, e adoraria que todos lessem. =)