Segredo Brutal escrita por Apiolho


Capítulo 9
9 - Sentindo-se magoada


Notas iniciais do capítulo

MAIS UM CAP. PARA MEUS QUERIDOS FANTASMAS.

ESPERO QUE CURTE, BEIJOS E OBRIGADA.



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Capítulo nove

Sentindo-se magoada

"Amar:
Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...
O amor é quando a gente mora um no outro."

(Mario Quintana)

Era uma terça-feira e estava em uma casa da qual não tinha o menor anseio de comparecer, a do Philip Hunter. Todos a olhavam de forma avaliativa, buscando respostas do porquê dele a escolher. Suzanne estava com uma simples vestimenta, sendo que, pouco se importava com a sua aparência.

A mulher, que aparentava ser a mãe dele, a mirava com superioridade e o pai com muita frieza. James era a única pessoa que parecia estar feliz ao vê-la.

— Não tinha outra melhor para escolher, não? — questionou uma voz feminina, deixando-a desconfortável com a situação.

— Infelizmente, "não". — sussurrou somente para Suzy, tentando, com sucesso, irritá-la. — Ela é a melhor para mim, mãe! Todavia, você deveria me apoiar, e não humilhá-la. — O tom ensaiado, quase que robótico.

— E estou, pois cumpri meu papel de mãe ao comentar sobre a sua nova, e espero que daqui algum tempo ex, companheira. Por acaso você sabe em que local a mesma mora? Ela pode te roubar a qualquer instante Philip, pois tenho certeza de que a mesma deve ser a pior das marginais. — declarou, na maior "cara de pau", o que pensava sobre ela.

Oh, ela fora tão cruel! Fora tão insensível, que até Philip, o qual era grosseiro com Suzanne, ficou espantado com a fala da progenitora. A ruiva não conseguia acreditar no que estava ouvindo, tentando controlar seus impulsos, já que sua razão havia sumido ao escutar a primeira frase da mulher.

— Pare com isto, ou... — começou Philip, quebrando o silêncio, após se recuperar com esforço do choque que sentira. Normalmente sua mãe não era assim, e isso era o que mais o assombrava.

— Não Philip, ela tem razão. Eu não sou o bastante, nunca fui. Eu sei que não sou suficientemente rica para ser aceita, e o melhor seria eu sair para não atrapalhá-los. — cortou Suzanne, correndo antes que vissem suas lágrimas.

Ela só admitiu soltá-las ao chegar na varanda. Uma a uma, gota a gota sendo lançada ao chão. Seu orgulho, seu ódio, e principalmente sua raiva, não permitiram que ela mostrasse o quanto estava frágil para eles. Talvez, Suzanne quisesse que isto fosse apenas um pesadelo, algo que por tantas vezes desejou que fosse.

Agora a mesma queria gritar, esvaziar a sua mente, e fazer com que esquecesse seus problemas. Pensou em Pollyanna, a menina do jogo do contente, tentando ver um lado bom nesta situação. Depois de muito pensar, o achou, algo que a fez curvar os lábios em um sorriso. Talvez a mãe dele a ajudasse, pois de qualquer maneira, seu motivo era fazer com que Philip desistisse desta estúpida ideia. Sim, estúpida. O que ele mais faria, senão estragar tudo ao por em prática seu planos?

Tinha Lucinda em suas mãos, e mesmo assim, preferiu a usar. Parece que o mesmo era inseguro, e só teria a certeza de que a mesma estava aos seus pés ao ouvir um doce "eu te amo" dela. Talvez, só talvez, ele estava acostumado com as meninas "correndo atrás" e queria que Suzanne também fosse assim. Não sei, pois havia várias soluções, e todas poderiam ser corretas.

Suzy não percebeu quando alguém se aproximou dela, sentando-se ao seu lado. Pensava que era Philip, virando-se rapidamente em sua direção. Porém, ficou paralisada ao ver que era James. Sorrindo para ela, a expressão simplória, olhando diretamente para a mesma.

— Até agora não entendo, então todas aquelas brigas, discussões, eram fingimentos? Vocês realmente se amam, e estão namorando? — começou, o tom desconfiado e confuso.

Ela não queria mentir para ele, principalmente por saber o quão gentil é. Porém, a mesma sabia que não teria escolha, teria que omitir. Dizer algo que não a denuncie. Mentira, era isso o que mais temia fazer.

— Depois do que ocorreu na sala, eu não sei o que te responder. — comentou, olhando para seus pés, para a grama. Parecia que o chão era mais interessante que respondê-lo, ou seja, a típica ação que uma pessoa mentirosa, ou constrangida, faria.

— Entendo que não queira responder, porém reconheço que há muitas coisas a me contar. Não é? — respondeu calmamente, suspirando em seguida. Ele sabia, que Philip tinha se metido em confusão. Doce patrão, tão bom, porém tão estúpido!

— Eu não sei! Sinto que ficar com ele é um erro, algo que nem deveria ter aceitado. — declarou, a expressão cansada. Não havia mais rastros de lágrimas em sua face, provavelmente haviam sumido com o vento.

— Quer um conselho? Acho que deveria ficar com ele se o ama, eu adoraria que o fizesse. Eu gostei de Lucinda, porém você é a minha favorita. — declarou, de um jeito tão fofo. Era adulto, mas tinha meigas atitudes.

Paralisou, completamente, ao escutar sua confissão. Como assim alguém a preferir? Principalmente, escolher ela a Lucy? Isto, para ela, era humanamente impossível. Ergueu seu rosto do chão, olhando de maneira avaliativa para James, a procura de pistas de que o mesmo estivesse mentindo, todavia não o achando.

— Sinto que Philip deveria ficar com Lucinda, e não comigo. Eles se combinam mais, parece que foram feitos um para o outro. — declarou, o tom sério, olhando diretamente para o motorista.

— Apenas parece, Suzanne, porém, se observar atentamente, compreenderá que você é a melhor para Philip. — respondeu a mesma altura, tentando a convencer de que poderia continuar com o moreno.

Não poderia pensar, e muito menos imaginar, nessa hipótese. Era tão irreal a ideia de ser realmente a namorada do detestável, que a deixava perplexa. Começou a olhar para os lados, para o chão, menos para o homem ao seu lado. O motivo era que ela estava a ponto de contar sobre a chantagem do patrão dele, dizer que os dois se odiavam. Yeap! Talvez fosse essa, a razão de James achar que eram feitos um para o outro, que o ódio que sentiam era apenas para esconder o amor.

Concordava que a linha entre esses sentimentos, que se dizem opostos, é tênue; porém com Philip era diferente. Era o que sentia por um inimigo, por alguém que fez mal a pessoa que ama, ou seja, a si mesma. Logo, notou que seus olhos estavam lacrimejando, algo que ocorreu por ter que esconder o que tanto queria contar.

— Não, nunca! — exclamou, mas em um sussurro. De repente, ela sentiu a necessidade de ir embora, dizendo um simples "adeus". Palavra cujo tom foi tão baixo, que a ruiva podia jurar que ele não tinha ouvido.

Quando virou de costas, deixou que suas lágrimas caíssem. Uma, duas, três gotas, que molhavam novamente o chão. James não deixou que a mesma escapasse, puxando-a pelo braço. Suzanne, sabendo que ele a veria chorando, virou o rosto, deixando que o mesmo a segurasse.

— Por favor, não vá embora. Quero que fique para o jantar, principalmente porque fui eu que fiz e ordeno que o experimente. — finalizou, levando-a para que fosse com ele.

E James só percebeu que Suzy estava abalada ao lhe virar de encontro a si. Por fim, sua expressão se tornou tristonha por sentir pena da garota. Ela desejou sumir, enfiar a cabeça em um buraco, pois odiava que os outros a vissem chorando.

— Por que você está chorando? O que houve? Foi Dona Amélia que a magoou, não? — questionou rapidamente, nunca a soltando, e sim a abraçando fortemente.

Quando ela ia inventar uma desculpa, contar que era por causa de sua mãe, outra pessoa se aproximou. Novamente pensou que seria Philip, tinha que ser, não tinha como errar... mas, pela segunda vez, a mesma errou. Era Michel, seu chefe, olhando-os com a cara fechada.

Suzanne se escondeu no abraço de James, com o intuito de esconder sua face inchada. Não queria, não podia, mostrar o quanto estava fraca. Mas o mesmo a tirou de seu conforto, virando com esforço a mesma. Então o mais velho viu o que estava acontecendo, porém não se abalou.

— Não podemos ficar tanto tempo esperando por suas bobagens, Suzanne; nós temos que jantar. — disse ríspido, deixando a horrorizada com a crueldade do homem a sua frente.

Deixou de respondê-lo, e muito menos o obedeceu, se desvencilhando dos braços dele e correndo para a sua casa. Olhou para trás e viu um homem a olhando preocupado enquanto o outro bufava pela sua ação, porém reconhecia que tinha sido infantil. Poderia ter encarado de frente, ido ao jantar e mostrar que não havia ficado magoada, mas acabou mostrando o contrário.

Quando chegou em casa, depois de correr horas a fio, sua mãe a recebeu prontamente. Ela já havia recebido a noticia, correndo para abraçá-la, consolando a filha. Acariciou seus cabelos, a expressão triste, sabendo que isso estava longe de acabar.

— Por favor, minha pequena, não chore. — começou, quebrando o silêncio, percebendo que sua blusa já estava encharcada.

— Eu... — ia explicar o ocorrido, porém sua mãe a cortou.

— Não precisa contar, eu já sei de tudo. — confessou.

— Quem te contou? — perguntou, sabendo quem era.

—Michel. — e pela terceira vez, a mesma errou. Tendo a certeza de que Philip pouco se importava com ela.

—E o que ele disse? — perguntou enquanto limpava suas lágrimas com a blusa, aquela família não merecia seu choro.

— Apenas me contou o ocorrido e avisou que amanhã você terá que passar em seu escritório, pois ele contará onde iram trabalhar. — declarou, estava sem graça por saber que Suzanne não queria pensar nisto.

— Ok. Sinto muito, mas acho que irei dormir, estou cansada. — finalizou, indo em direção ao quarto.

Ela não queria mais conversar com sua mãe, porque sabia que ia desabar novamente. Deitou-se em sua cama, desejando, pela milésima vez, que esse pesadelo acabasse.

"Alejandro" tocava enquanto ainda pensava em sua amiga, Lucy. Tinha faltado novamente, e isto a deixava preocupada. E não era só Suzanne, Philip também estava. E ela sabia disto, mesmo ele não dizendo. Talvez, bem no fundo, o mesmo estivesse arrependido do que tinha feito a loira. Aproximando-se da ruiva, esbravejou:

— Você é muito idiota, Suzyanne! — sua face demonstrava nem a metade do que sentia por dentro, tinha que culpar alguém, tirar o peso em sua consciência. — Não deveria, nunca, ter brigado com ela! — o rosto, agora, se tornando vermelho.

— Não põe a culpa em mim como se eu quisesse isso, Philip. Você foi estúpido o bastante ao propor este falso namoro, e para quê? Só para estragar a única amizade que eu tinha feito em anos. — disse saindo, e as lágrimas? Elas não saiam mais, haviam secado há tempo.

E então ela viu, Lucinda na frente da escola com um garoto. Garoto não, homem. Parecia ter uns vinte anos, o capacete tampando sua face. Ao tirar, várias meninas ficaram espantadas ao ver a beleza dele, porém Suzanne já o reconhecia. Era a pessoa que levou a sua amiga embora na festa, aquele que várias vezes pensou ser o homem que poderia ter a sequestrado.

Não havia tirado esta ideia do nada, vários acontecimentos a fizeram imaginar isto. Já havia ligado para a casa, para o celular da mesma, e ninguém atendia. E agora, vendo que a mesma estava segura, sentiu-se mais aliviada. Mesmo que tivessem se brigado, ela ainda era sua melhor amiga.

Riu, a felicidade a tomando, ao ver que ela estava beijando o homem. Notando que ainda era a mesma, e pela primeira vez, ficando contente ao ver o quanto a amiga era galinha. Porém, a expressão dela se tornou diabólica, e desmanchou seu sorriso ao ver Suzy.

— É bom se sentir um lixo, não? Saber que a pessoa que você gosta a odeia. — comentou Philip, a mente longe, porém olhando diretamente para Suzanne.

— Quê? — questionou, não entendendo o que o mesmo estava dizendo.

— E sabe o que mais? Eu não quero que fique longe de mim, Suzyanne, quero que ainda sejamos namorados. — declarou, os olhos em chama.

—Realmente, você enlouqueceu Philip. — rolou os olhou, observando-o atentamente.

E então Suzanne percebeu, ele era mais alto que ela. Provavelmente, um dos maiores da escola, sendo que a altura da ruiva não era tão baixa assim. Tinha 1,69m, odiando-se por não dizer, com toda a certeza, que tinha 70 raso.

— Devo ter endoidado, mesmo, mas não irei mudar de ideia. — declarou, deixando-a estarrecida. Ele sabia que quando o mesmo falava deste jeito, era difícil fazê-lo mudar de plano.

— Oh, céus! Não está vendo que deste jeito a esta afastando, e não fazendo com que se apaixone por ti? — questionou, já cansada de todo este enredo.

— Nada melhor que um ciúmes para perceber quem realmente ama, Suzyanne. — comentou, ele realmente estava convencido de sua opinião.

"Suzyanne", ele adorava irritá-la com isso. Porém, ela já estava mais do que acostumada, tentando de outro jeito fazer com que Philip parasse com este apelido. Andou pelo pátio, deixando o detestável falando sozinho. Queria falar com Lucinda, porém sabia, só pelo olhar que a mesma lhe lançara, que ainda estava brava com ela.

Philip a seguiu prontamente, alegando que namorados não andavam separados. Yeap! Eles teriam que fingir, e bastante, durante este falso romance. A única coisa que Suzanne negaria até a morte, era beijá-lo, porém sabia que teria que ser carinhosa com o mesmo.

— Amor, vamos ao shopping hoje à tarde? — questionou a menina, tentando ao máximo convencer o povo ao redor.

Quando ele a abraçou, a mesma sentiu seus pelos se eriçarem, desejando que Philip parasse de tocá-la. Mas ela não podia, por tudo que fosse sagrado, nunca poderia afastá-lo, haveria de encenar. Logo, sentiu um hálito indo de encontro a sua orelha, sabendo que estava a provocando.

— Não precisa fingir, eu sei que me amas. — sussurrou travesso, e a mesma reconhecia - e como! - que ele estava a milímetros de beijar seu lóbulo. — E meça suas palavras, pois estamos em público.

O garoto se afastou de Suzanne, fazendo com que a ruiva suspirasse para recuperar o fôlego. A verdade é que, ela não estava respirando desde o momento em que o moreno a tocou.

— Amo-te, e muito, meu Philip! — disse do modo mais falso que pode, tentando ao máximo controlar seu impulso de xingá-lo.

— Sei, mas eu não. Realmente, é difícil não aceitar algo de alguém que tanto implorou por isso, meu amor. — respondeu, deixando-a furiosa.

"Seu canalha." Teve vontade de dizer, porém teria que honrar sua palavra. Não seria tão baixo quanto ele, não mais. Sorriu e passou a mão pelos seus cabelos, enrolando uma mecha para demonstrar que estava o amando.

— Ainda não, mas logo será meu. — gritou, para que todos ouvissem.

Quando atravessaram o jardim, ela pode ouvir o que todos diziam. Não era algo que a agradasse, mas algo que a magoava, e muito. Os comentários variavam de: "Vadia desgraçada, o pior tipo de espécie de existe. Além de roubar o homem da amiga, fez isto a força! Pobre rapaz." e "O que ela fez para enfeitiçá-lo deste jeito? Va-ca sor-tu-da!"

— Eu juro, se estivéssemos sozinhos, matar-te-ia a marteladas! — exclamou. Quase chorando, ela não podia, não queria ser julgada por algo que não era culpada.

Ele apenas riu ao ver a tristeza da menina. Nunca poderia deixar de sorrir, era algo automático e momentâneo. Ela o olhou de maneira sombria, fuzilando-o. Levou a mão a boca de Philip, calando-o de maneira mais brusca.

— Fique quieto, seu idiota! Não sabes o quanto te odeio. — sussurrou para que os outros não ouvissem, ficando aliviada por falar o que sentia.

— Eu já te disse, não há maneira melhor de dizer o quanto me ama do que me xingando. — declarou calmamente, e isto a afetou mais ainda.

Saiu, teria que fazê-lo para não cometer um homicídio. A raiva era tanta; que dava de ver a fumaça saindo de suas orelhas.

— Corre, pode correr a vontade, pois eu sei que logo voltarás para mim. — berrou, o tom em divertimento.


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Notas finais do capítulo

ALGUÉM MANDAR REVIEW? PLEEEEEEEASE! *-*

MUITO OBRIGADA A BEIJOS.

SE TIVER ALGUM ERRO, DESCULPE-ME! *-*



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