Segredo Brutal escrita por Apiolho


Capítulo 22
22 - Revelando para o inimigo


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap. de Gossip. Obrigada a Tory_di_Angelo por não me abandonar e continuar a comentar. *-*
Espero que gostem desse, beijos.



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Capítulo vinte e dois

Revelando para o inimigo

"Mãos de finada, aquelas mãos de neve,
De tons marfíneos, de ossatura rica,
Pairando no ar, num gesto brando e leve,
Que parece ordenar mas que suplica.
Erguem-se ao longe como se as eleve
Alguém que ante os altares sacrifica:
Mãos que consagram, mãos que partem breve,
Mas cuja sombra nos meus olhos fica...
Mãos de esperança para as almas loucas,
Brumosas mãos que vêm brancas, distantes,
Fechar ao mesmo tempo tantas bocas...
Sinto-as agora, ao luar, descendo juntas,
Grandes, magoadas, pálidas, tateantes,
Cerrando os olhos das visões defuntas..."

(Alphonsus de Guimaraens)

 

Estava ouvindo mais uma vez o Michel, tendo uma péssima sensação. O fato é que a mesma não queria encará-lo mais uma vez, principalmente ao se lembrar da cena em que sua mãe rouba o dinheiro dele. Ele a olhava com ódio, mostrando que estava com muita raiva pelo ocorrido.

— Fiquem tranquilos, pois darei uma ótima noticia a vocês. Enquanto estava pesquisando um site, que não precisa ser comentado, vi que o nosso blog foi um dos convocados para ganhar um prêmio como um dos melhores. Fiquei muito feliz ao ouvir isso, pois... — Oh! Ela já estava ficando entediada. Justo hoje ele era detalhista e não objetivo?

— Espero que se divertam. — pegou apenas a última parte da conversa, ficando assustada por não ouvir o ponto mais importante, que é o local, data e hora do evento.

— É? Pode repetir a data, o local e a hora do evento por favor? — questionou temeroso, olhando-o de modo suplicante.

Ele deu um risinho maquiavélico. Boa hora para uma vingança.

— NÃO! Agora saiam, pois estou muito ocupado. — disse, continuando a jogar um jogo de arma. Só deu ouvir sua gargalhada antes de sairmos pela porta.

— Seu irmão é sempre tão maldoso assim? — questionei, olhando para Philip.

— Pode apostar. — disse simplesmente, indo em direção a saída.

— E você me informar o eu perguntei antes? — envergonhada.

— Claro, mas só se você admitir que estava me admirando no elevador. — divertido, olhando-a com malicia.

— Maldito! Eu já disse que foi porque uma mosca estava em seu cabelo. — esbravejou.

— Eu sei quando está mentindo e se você não confessar não irá ver o nosso blog ganhar, Suzyanne. — disse sério, mirando-a diretamente.

— Tens razão, é verdade. Eu estava te admirando sim, mas foi um erro. — suspirou, olhando para baixo enquanto demonstrava sua fraqueza. Maldição! Como ele conseguia tudo?

— Hm, então a "durona" admite que tem sentimentos, em? — sarcástico, mas o objetivo era ouvi-la novamente. Ah, aquilo era tão doce para o mesmo.

— Sim. — disse convincente, conectando seus olhos com os dele.

E aquela simples palavra o abalou, era como se ela tivesse declarado tudo o que sentia com esse pequeno "sim".

— É, realmente você me ama. — comentou, rindo enquanto dizia ao se lembrar da cara que a mesma fazia.

— Dá para parar de enrolar e me contar onde fica aquele evento, fazendo o favor? — questionou irritada, não querendo respondê-lo de maneira alguma. O moreno havia quebrado suas defesas, e a mesma provavelmente diria o que não deve.

—Rua José Costello, edifício 337, 1ª andar. Será realizado amanhã, as 20h. — comentou rapidamente enquanto caminhava em direção a limusine.

— É? Em que bairro? — perguntou, rindo pelo mesmo perder um dado essencial.

— Jacinto Pinto. — declarou sem graça.

— Não sabe o quão viado você fica envergonhado. — tirou sarro do mesmo, imitando um homossexual enquanto citava a frase.

— Eu não sou gay! — retrucou altamente, assustando-a.

— É sim! Pois quem se altera mente. — confirmou na mesma intensidade, chegando perto do mesmo.

Os dois estavam tão próximos, porém o desafio falava mais alto do que vergonha neste momento.

— Sério? Suzy, só não esquece que você beijou esse gay. — sussurrou, pegando-a pela cintura.

Ela entrou na "brincadeira", muito perigosa por sinal, e posicionou a mão em sua nuca. Suzanne já podia sentir o hálito de menta próximo a si, tão perto que ela ouvia a sua respiração e a dele descompassadas. Era um sinal de que o selo ia acontecer, enquanto ela já percebia que sua perna estava bamba e seu coração batia rapidamente.

Philip sorriu maliciosamente ao ver que a mesma fechou os olhos em entrega. Se tivessem em outra situação, se tivesse um motivo para tocá-la ele já teria o feito. Querer não era suficiente, principalmente porque não teria coragem de confessar depois. Soltou-a a contragosto, vendo a mesma abrir os olhos em derrota. É, estava ferrada.

Ao ver que se rebaixara tão baixo ao ponto de pensar que o mesmo a beijaria ficou irritada. Não com ele, nunca, mas com si própria. Como podia ser tão tola? Se as apaixonadas são assim, por que não haveria de ser? Agora, ela reconhecia, teria que saber se controlar na frente do moreno.

—Vamos esquecer o que aconteceu. — começou, todavia foi interrompido.

— Eu te odeio, garoto. Aquilo que quase ocorreu ia ser um erro, e dos grandes. — disse entrando no carro, mas longe dele, na carona.

Ficaram em silencio até a sua casa, sendo que a mesma estava com vontade de chorar. Será que agora estava mais do que claro, para ele, que o amava? Sendo que, se comportou como uma garotinha apaixonada, daquelas que vêem filmes românticos e sonham em serem beijadas pelo príncipe encantado. Porém o dela era um sapo e não podia esperar menos que aquilo.

Quando abriu a porta do veículo, James a interceptou.

— Não liga para o meu patrão, ele é orgulhoso demais para descobrir que se apaixonou por sua odiada. — sussurrou em seu ouvido, soltando-a a seguir.

Ela foi para a residência pensando no que o motorista disse. Mas balançou a cabeça em desaprovação, pois o que dissera nunca ia se concretizar. Logo, o celular toca.

— Alô. — disse com lágrimas nos olhos, mas a pessoa da outra linha não percebeu.

— Susie, desculpe-me por favor. E-eu fui um idiota ao falar aquilo para você no telefone. Quer sair comigo? Como em um encontro? — começou, deixando-a ainda mais aborrecida. Não poderia falar com Brad de cabeça quente, não quando tinha tantas coisas para pensar e decidir antes de respondê-lo.

— Não posso falar agora, desculpe-me. Outro dia te respondo. — desligou na cara dele novamente, voltando a chorar.

 Era realmente estúpida.

Quanto estava indo para a saída alguém a seguia. E isso a fez temer pelo que ia ocorrer, fazendo com que corresse. Os passos atrás dela fizeram o mesmo e em segundos a pegou pelo braço. Ao olhar para a pessoa tudo estava explicado, era uma ótima corredora no atletismo.

— Para uma desengonçada até que você corre bem, mas não tanto quanto eu. — começou Louis, olhando-a de maneira superior.

— Eu sei, mas o que veio fazer aqui? — disse, não entendendo o porquê de falar com ela. Sendo que, com toda a certeza, tinha vergonha da mesma.

— Preciso que me acompanhe até minha casa, pois tenho muito o que conversar. — mandou, puxando-me para o lado oposto.

Quando estávamos a umas quadras do colégio, ela parou um pouco. Yeap! Pessoas não muito inteligentes tem que ficar estáticas enquanto pensam.

— Você deve estar se perguntando o por que de vim falar contigo, não? — começou lentamente, pesando suas palavras.

— É. — disse simplesmente.

— E Nate te disse algo?

— Sim, nós terminamos. — deu de ombros, vendo sua expressão se transformar em um sorriso de satisfação, para logo se desmanchar.

— Então quer dizer que você não gosta mais dele? — questionou, voltando a andar.

— Faz um tempo. — respondi seriamente.

— Mesmo que algo tão bom seja dito por você, infelizmente ele ainda a ama. Então preciso que me ajude a conquistá-lo novamente, Suzanne. — disse seriamente, mas no fundo demonstrava insegurança.

— Não sei, acho que deveria fazer isso sozinha. — disse simplesmente, lembrando-se que ela havia o traído com a Sammy.

— Por que não sabe? — questionou irritada.

— O que eu ganho ao ajudar uma pessoa que pode traí-lo, a qualquer momento, com outra mulher? — retrucou, fulminando-a.

— Droga! Aquilo foi passado, um erro que nunca mais cometerei. — disse de forma envergonhada.

"As duas se mereciam". Pensou a ruiva enquanto estavam passando pela favela, perto da casa de Louis.

— E deve ter ficado muito arrependida, não? Porque na hora você nem pensou no Nate, apenas em enfiar essa língua na boca da Sammy. — declarou furiosa, ficando com náuseas ao imaginar a cena.

— Ela me obrigou, está bem? Porque eu não faria isso com Nate, nunca. — respondeu quase aos choros, implorando para que a ajudasse.

— Sei... — satirizou.

— Vai ajudar ou não? — questionou.

Ficou um tempo pensando, parada no meio da rua. Hei! a mesma não tem culpa por fazer a mesma coisa que ela. Pois, quem disse que Suzy é inteligente? No entanto, infelizmente, a ruiva ficou tempo demais estática.

— Thaise Silveira, é você? Onde está o seu cabelo loiro? Não diga que os pintou. — berrou uma voz amiga do outro lado da rua, a tra- cross-dresser.

— Não, e- — ia continuar, mas foi tarde demais pois a outra chegou perto da mesma.

— É você mesmo. O que fez com seu cabelo garota? — questionou, completamente horrorizada.

Ela olhou para a mulher castanha ao seu lado, que pensava distraidamente. Logo, deu um sorriso triunfante. Até que ela não era tão burra assim.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? O que será que a Louis descobriu?
Só no próximo cap., se não tiver muito obvio claro.
Não sei o porquê, mesmo sendo uma informação inútil, eu fiquei pensando em "repita trinta e seis ou trinta e três, sei lá" AEHIEAUHEUIHIUEHAHEIHAEHEIUHE
Kisses e obrigada para quem ler! *-*