Segredo Brutal escrita por Apiolho


Capítulo 21
21 - Quase sem querer


Notas iniciais do capítulo

MAIS UM CAP. QUERO MUITO AGRADECER A TORY_DI_ANGELO POR COMENTAR NO ANTERIOR. Muito obrigada mesmo. *-*
Obrigada, espero que curtam. *-*



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Capítulo vinte e um

Quase sem querer

"Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás."

(Caio Fernando Abreu)

 

Lá estava ela, correndo que nem uma doida pelas ruas. A primeira roupa que encontrara estava em seu corpo, sendo que era um suéter de pônei e um calção branco de algodão. Suzanne não deu importância para isso, principalmente depois de receber a ligação de D. Augusta.

Era como um baque, algo que poderia acabar com as chances de ser amiga de Nate. Pelo menos tentar, né.

Yeap! As palavras "Nate descobriu tudo, por favor acalme-o" que vinham da mulher a aterrorizaram, aquilo poderia ser o fim. Talvez ninguém entendesse o seu desespero, mas estavam falando de seu melhor amigo de infância, seu primeiro amor.

Quando chegou no local, viu que a mãe dela suspirou de alivio. Era impressão ou a outra estava começando a gostar da ruiva? Não sei, mas algo havia mudado. Passou pelo corredor até chegar ao quarto do loiro. E, o que vira não foi nada agradável.

— Por que mentiu para mim Susie? — questionou. Como pode se perceber o mesmo era direto quando estava com raiva, sem medo de assustar ou não o ouvinte.

— Eu não menti, estávamos realmente namorando. — sussurrou em nervosismo, tentando parecer convincente.

— É? Então pode me explicar isso, faz o favor? — perguntou, jogando uma foto, de forma bruta, em sua cara.

Ela pegou o papel que estava no chão e olhou atentamente para a imagem de Louis e Nate. Os dois estavam muito felizes, e ela sentiu um revirar em seu estomago. A sensação de ter sido pego no flagra.

— E o que tem? — gaguejou, tentando mostrar indiferença.

— Olhe atrás da foto Suzanne. — declarou com amargura, rolando os olhos.

No canto estava escrito:

"Espero que nunca se esqueça o quanto te amo

ao olhar para essa foto.

Com amor,

Louis."

E uma data, 6 de abril de 2011. A ruiva passou a mão por cima deste dado, lembrando-se que foi no mesmo dia que espalhou sua última fofoca. Que arruinou com o romance dos dois ao contar da traição. Instante do qual também brigou com ele.

— E-eu posso explicar... — começou, mas foi interrompida.

— Péssima escolha de palavras, Suzanne. Frase da qual muitos usam como desculpa após serem pegos no flagra, não acha? — questionou, levantando a sobrancelha ao saber que estava certo.

— Eu apenas queria ser sua amiga novamente, Nate. — sussurrou, os olhos marejados.

— É? E para isso teria que mentir desse jeito? — questionou, fulminando-a.

— Eu fui obrigada, por favor, entenda-me. — o desespero em sua voz.

— Mas poderia escolher mentir ou não, meu amor. — disse com carinho, mostrando que ainda a amava.

— Foi para o seu bem, apenas isso. Eu não ficaria feliz se você ficasse confuso ao saber que eu não era sua namorada, pois ia ser muita informação para você digerir. — tentou se explicar, embolando-se nas palavras, mas algo saiu.

— Infelizmente, eu sei disso Suzanne. Não te culpo por isso, mas quero que me prometa uma coisa.

—Sim, qualquer coisa. — disse alegremente, sorrindo por estar tudo bem.

—Quero que continues sendo minha amiga, por favor. — disse, ferindo seu orgulho. Quebrando as barreiras, completamente indefeso.

Ao dizer isso ele abriu os braços, para depois ser enlaçado pelo ruiva. Parecia que as coisas estavam começando a melhorar, e isso era algo muito gratificante para a menina. Esperou no mínimo que ele a enxotasse, mas não, o mesmo a recebeu com doçura.

Ah, esse era o velho Nate.

— Por que não se deitas comigo? Tenho um filme para ver, e nada melhor do quer ver contigo. — comentou, os olhos penetrantes se conectando com os dela.

— Claro. — respondeu corada, deitando-se ao seu lado.

A primeira reação foi ficar estática, não sabendo o que fazer a seguir. O loiro, sabendo disso, tomou uma atitude ao posicionar suas mãos em suas costas e empurrá-la para seu peito. Aquela sensação era aconchegante para a mesma, porém constrangedor. Parecia que ainda eram um casal, e dos mais "fofos".

— O que houve? — disse ao perceber que a mesma estava vermelha, tentando não rir.

— Acho melhor não ficarmos deste jeito, Nate. O que eles pensariam se nos vissem assim? — confessou, não o olhando pela vergonha.

O que antes parecia ser tão fácil falar para ele, agora parecia algo difícil. Já com Philip era automático, ela até falava coisas que não devia. Céus! Desde quando o loiro se tornou um estranho para ela?

— Não precisar ter vergonha Susie. Pois ninguém tem a ver com a nossa vida, não é? — perguntou, sorrindo para a mesma como consolo.

— Tens razão. — finalizou, aninhando-se mais nele.

Ela não queria admitir, principalmente agora que não tinha motivo para isso, mas sempre se sentia protegida em seus braços. Mas, ao ouvir o coração dele batendo forte em seu peito, parecia que ia morrer. O loiro ainda a amava muito, mesmo sabendo que Louis era a sua comprometida.

Logo, ouviu um pigarro atrás de si, era Philip. O moreno parecia estar irritado, e que o mesmo estava observando essa cena há um tempo. Suzy teve vontade de berrar pela felicidade que estava sentindo, será que ele estava com ciúmes? Não, acho que não!

— Philip, o que faz aqui? — esbravejou Nate, mostrando o quanto não gostou da interrupção.

— Apenas vim te visitar, mas acho que estou atrapalhando, não? — questionou, sentando-se no sofá de maneira tediosa.

— Não! — respondeu a ruiva ao mesmo tempo que o loiro dizia "sim".

— É? — questionou confuso, mas continuou ao se lembrar de algo. — Aliás, já que estou aqui mesmo, o Michel pediu para nos irmos ao seu escritório hoje, Suzyanne. — disse com sarcasmo, olhando o mesmo bufar e ela se desvencilhar dos braços do loiro.

— E se eu não quiser ir? — comentou, sabendo que Nate estaria sorrindo neste momento.

— Facilitaria para mim, já que iria ser despedida. Mas, como eu sei que você não quer isso, é melhor ir para a casa e trocar de roupa, pois esta está ridícula. — sussurrou a última para que só a ruiva ouça.

— E então senhor-eu-sou-demais, você poderia me dar uma carona? — perguntou divertida.

— Claro que não. É capaz de você me envergonhar deste jeito. — comentou com uma falsa maldade, zoando com a mesma.

Contudo ela não levou na brincadeira, tanto que ficou estática quando ouviu aquela frase. E o seu choro, antes interrompido, queria sair de sua face. Seus olhos já estavam novamente marejados, e ela se odiou por isso. Como Philip poderia a afetar tão rapidamente?

— Droga! Eu estava brincando, Suzanne. Vem, vamos, que eu te levo. — disse arrependido, puxando-a pelo braço.

Eles se despediram do Nate antes de entrar no elevador, e aquele espaço a fez ficar muito constrangida. Ela nunca desejara estar em um lugar lotado como agora, pois não queria ficar sozinha com o moreno. Principalmente depois do selinho que levara e da vontade de dizer que o amava.

Olhou para o lado e viu o quanto ele estava sério, provavelmente ia receber sermão quando chegassem lá fora. Mas, de qualquer forma, a ruiva o achou muito bonito. Desde que admitira sua paixão ela o via como um Deus grego, algo que achava impossível.

— Eu sei que sou lindo, mas não precisa ficar me olhando deste jeito, "ta"? — comentou de repente, fazendo-a virar o rosto para o lado pela vergonha que sentiu.

— Pare de se achar, Philip, eu não estava olhando para você. — mentiu, mirando, agora, o chão.

— Sei. — ironizou antes de pegá-la pelo braço e a virar rapidamente, levanto o rosto corado da mesma e fazendo olhar diretamente para ele. — Por que mentes tanto? O que custa confessar que estava me admirando, em? — questionou, deixando-a ainda mais vermelha.

Céus! Ela chegava a observar as paredes metálicas para não respondê-lo verdadeiramente, rezando para que o elevador parasse.

—Eu... — e, o objeto parou, fazendo-a sair correndo do local.

— Você ainda terá que me responder Suzyanne. — comentou aos risos, enquanto colocava as mãos no bolso da calça.

Ele ficou a observando, e não pode deixar de gargalhar mais ao ver o modo como ela corria. Era tão desengonçado. Parecia que andava com um pé-de-pato enquanto colocava as mãos no rosto pela vergonha. E, ele nunca entenderia como pode se controlar ao ponto de não beijá-la naquele pequeno cubículo. Yeap! A ruiva o atraia, um pouco.

Passou pela porta transparente, vendo que ela o esperava em frente a limusine. O que mais o estranhara foi que James não estava conversando com Suzanne, mas sim dormindo ao volante. Seu motorista não existia, só pode.

— Suzy? — começou, a voz carinhosa e calma.

— Sim? — respondeu nervosamente, temendo pelo que vinha a seguir.

— Você não sabe o quanto está feia com essa roupa. — declarou, rindo altamente.

Ela nunca ficou tão feliz com uma zoação do detestável.

— É? Então acho melhor entrarmos, não? Seria cruel se você perdesse a sua preciosa imagem por causa de alguém como eu. — satirizou, entrando rapidamente no veículo.

— Só espere um pouco. — comentou, indo para o outro lado do carro.

A cena a seguir foi terrível para alguém, mas engraçada para o resto. Philip abriu a porta e sentou na carona, olhando para o empregado. Aproximou-se lentamente do motorista e encostou no volante, apertando a buzina com força. O barulho foi tão alto que James pulou pelo susto que levara, colocando a mão no coração.

— Muito engraçado, Philip. — revirou os olhos após se recuperar. — Vaza daqui, menino, temos muito o que fazer. — finalizou, mexendo as mãos como pedido de afastamento.

— Está bem. — disse, indo para os últimos bancos, junto de Suzanne.

— Ainda não esqueci o que tu fizeste Suzy. — sussurrou em seu ouvido, lentamente, fazendo-a engolir a saliva em nervosismo.

— Eu não fiz nada. — gaguejou, deixando explicito sua mentira.

— Então por que estava me olhando daquele jeito? — Bingo!

— T-tinha um mosca em seu cabelo, apenas isso.

— E só por causa disso você fugiu daquele jeito? — disse aos risos, pois sabia que a mesma não falou a verdade.

— S-sim. Temos um compromisso e não podiamos nos atrasar Philip. — Ufa! Essa passou por pouco.

— Então está bem. — deu de ombros, gargalhando por dentro.

Por mais que soubesse a realidade, ele tinha que admitir que ela foi boa.

Ela saiu da limusine, a respiração descompassada. O fato era que, a ruiva estava a um passo de dizer que estava o admirando, de confessar que o ama e ser completamente destroçada por ele. Pegou uma roupa mais aceitável, um vestido florido, pegou um colar e colocou um grande laço azul em seu cabelo. Saiu correndo por entre a casa, indo de encontro até onde o moreno estava.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Bem... eu fiz esse rapidamente para compensar os dias que eu parei, porém, se eu tiver um bloqueio é capaz de eu demorar mais um pouco.
Por favor, quem ler comente? Ficaria, muito, muito, muito agradecida.
Beijos *-*