Mais Uma das Cartas. escrita por Annie Chase


Capítulo 1
Mais uma das cartas.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, depois que eu terminei so sick, eu queria muito escrever outra fic, então, num surto de inspiração, escrevi essa.



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Pov: Sara.

Querido Grissom,

Muitas vezes, eu tentei mentir para mim mesma dizendo que não te amo, mas pelo que você pode ver, não deu certo, eu continuo apaixonada, e aconteceu tão rápido, mal pude notar quando ansiava por vê-lo outra vez e seu nome não saía da minha cabeça. Mas agora percebo que deveria ter sido mais persuasiva na mentira, talvez assim, nada disto estaria acontecendo agora. Sinceramente nunca me imaginei numa situação como essa, aqui, desta forma, fazendo isso, enfim agindo por impulso. Lamento que as coisas estejam desta forma, mas eu já perdi o controle sobre elas, e acho que nunca poderei recupera-lo. Um dia, enquanto mais uma vez pensava em você, recebi uma ligação que justamente sua não poderia ficar mais feliz, e quando você chamou-me para trabalhar ao seu lado, saí correndo, não olhei para trás, larguei tudo e vim direto para Vegas. De fato, eu nunca vou me arrepender de ter tomado essa decisão, talvez meu pior erro seja o meu maior acerto, tive a família que eu nunca tive, vivi coisas, aprendi coisas, nunca vou esquecer-me de nada disso.

Faz tempo não é? Desde que eu não o vejo, as coisas mudaram um pouco para mim, ao começar pelo meu visual, fiz questão de mudar, só como uma tentativa básica de esquecer os maus momentos que eu passei em Vegas, a vida é cheia de reviravoltas e essa foi a maior de todas. Tento ter uma vida, conseguir novos interesses e fazer algo diferente uma vez ou outra, mas como sou humana sempre acabo ouvindo o rádio da polícia e lendo livros sobre crimes. Tenho alguns amigos aqui, eles me apoiaram bastante quando cheguei, revi amigos da faculdade e isso foi muito bom. Nunca consegui de fato me adaptar aos lugares por onde passei, mas sempre tirei algo bom disso tudo, fui bem recebida pela equipe do CSI daqui, assim como aí, eles já conheciam meu trabalho, mas confesso que sinto muito a falta do Greg e das piadas dele, do Nick que sempre foi um irmão para mim, do Warrick e do jeito caladão dele, sempre misterioso, mas que era um amigão, da Catherine sempre sendo... Bem Catherine, do Brass que sempre foi como um pai para mim, o pai que eu nunca tive e claro de você, acho que não precisa de comentários.

Eu conheci um cara, o nome dele é Dean, ele é um biólogo marinho, fascinado por todo tipo de vida marinha, tem milhares de livros e replicas de animais na casa, me lembra de um pouco você. Posso dizer que depois de um segundo encontro, passamos a ser um pouco mais que amigos. Ele me faz rir, saímos com os outros e posso dizer que é bastante divertido. É bom ter alguém alcançável e emocionalmente disponível por perto, ele faz-me rir e posso dizer que também gosto bastante dele, dá aquela segurança, sem impedimentos... Um bom relacionamento.

Seria perfeito, mas nunca me esqueci de você, seria fácil ter uma coisa com ele, e tenho de admitir que eu me permita ter, mas a lembrança da coisa complicada e meio sem sentido que tínhamos vem a mim, e eu sinto sua falta mais uma vez, e descubro que nada irá um dia poder se igualar o que tínhamos se é que um dia tivermos alguma coisa, mesmo assim foi inesquecível. A paz que um simples momento que tinha perto de você trazia ou a forma que um simples toque seu, mesmo que sem querer me fazia arrepiar, ou como meu coração batia forte só de ver você se aproximar, ou como minha respiração ficava prejudicada só com sua presença. Eu esperei por você, na verdade, acho que sempre, lá no fundo estarei esperando por você igual a todo dia, depois do meu turno, que fico olhando pela janela, esperando, quem sabe você aparecer, mas sei que é pura fantasia.

Eu senti que havia chego a hora de ir embora, era melhor assim, melhor para todos nós, meus devaneios atrapalhavam a equipe e você precisava se concentrar algo que não fosse a sua subordinada atrapalhava que se envolvia demais com os casos, era desequilibrada e sempre arranjava um problema. Ainda peço muitas desculpas para o nada e me culpo por não ter retornado as ligações de ninguém de ter praticamente fugido, sem deixar rastros, de não ter dito um último adeus a minha família, mas eu nunca gostei de despedidas e não queria ver todos me dizendo um “tchau”, achei que era melhor deixar minha demissão na sua mesa e um pequeno bilhete dizendo:

Lamento por isso, vou sentir muito a falta de vocês... Mas é melhor assim, eu amo vocês.”

Sara Sidle.

Menos de duas linhas, acho que realmente vocês mereciam mais. Só que foi o mínimo que eu consegui escrever em meio às lágrimas. Espero que esteja tudo bem por aí, e que todos estejam bem, gostaria de estar aí agora para dar um forte abraço em vocês, penso todo o dia em como eram importantes para mim e ainda são, para sempre.

Eu parti aquilo que chamo de coração em Vegas,  posso dizer que realmente, mesmo estando em San Francisco, meu coração ficou com você, na verdade, na porta da sua sala, como sempre eu ficava escorada para te dizer um “boa noite” esperando que você dissesse algo que eu quisesse ouvir, mas eu era boba e ficava me enganado com esses pensamentos, foi apenas mais doloroso para mim. Eu esperei por você, mas não podia fazer isso para sempre. Queria apenas saber se fui mesmo apenas uma aventura, destas que se tem quando se sai da rotina, e que tudo que eu achei que tivéssemos tido naquela vez em San Francisco foi apenas mais uma das suas pesquisas um dos seus experimentos. Mas a culpa foi minha, eu nunca deveria ter esperado demais, era apenas coisa da minha cabeça, eu vi sinais, pistas, gestos, eu ouvi palavras e todos esses erros diziam que lá no fundo você realmente sentia algo por mim, mas era apenas coleguismo, éramos apenas amigos afinal.

Lamento por todas as vezes que tudo pareceu confuso e indeterminado, lamento por todas as vezes que fiz você passar alguma situação, mas esta carta é mais uma que escrevo falando das mesmas coisas e batendo na mesma tecla.

Na verdade quero pedir desculpas a isto que chamo de coração, que não merecia sofrer e ser quebrado tantas vezes, peço desculpas a mim mesma, por te me magoado tantas vezes com você, afinal compliquei as coisas, fiz tudo se tornar doloroso, principalmente quando te via com outras companhias. Desculpa coração, por todas as vezes que eu fiz você esperar por algo que não existia, sinto muito.

Quando peguei este papel em branco, não sabia como ao certo o preencher com palavras, mas depois de alguns instantes coloquei tudo que estava enterrado na minha garganta e preso dentro do meu coração, pouco a pouco eu vi as palavras surgindo e enchendo esta folha, coisas que eu sempre quis dizer, ou melhor, gritar para alguém me ouvir... Mas isso não aconteceu, e elas acabaram parando neste papel, que ficará guardado eternamente um uma caixa, junto com muitas outras que eu escrevi em dias, que acordei com uma dor no peito, e amanheci cheia de saudades suas. Toda semana eu escrevia uma carta para enviar á você, mas nunca tive coragem...

E bem, está é mais uma delas, mais uma carta que eu não envio para você.

Espero que você esteja bem, que esteja feliz e que finalmente tenha deixado que alguém toque seu coração.

Eu ainda sinto sua falta.

E ainda te amo.

Com carinho,

Sara Sidle.

Pov: Autora.

E assim, Sara Sidle pegava um caixa azul de cima de seu guarda-roupa e colocava mais uma as cartas que nunca enviaria para Grissom...


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Notas finais do capítulo

Se leu a carta se gostou ou não (não me importo muito) deixa review, faz bem para alma...Beijos