A Relíquia Perdida escrita por letter


Capítulo 2
Capítulo 1 - Floresta Proibida




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Albus Severus Potter era o perfeito quintanista Sonserino, muito bem obrigado. Tirava sempre as maiores e melhores notas, não tinha dificuldades em nenhuma matéria, jogava como apanhador do time de sua casa, fora nomeado monitor agora que o ano letivo começara, possuía certa beleza que encantava a todas, tinha os melhores e mais fiéis amigos que poderia ter conquistado e uma família da qual tinha tamanha admiração e orgulho. Sua única decepção era saber que seu irmão mais velho, James Sirius Potter, não se conformara que ele, apenas ele, fosse o único da família inteira a ser selecionado em uma casa que ninguém antes – da sua família – fora selecionado. Todos seus primos – e olha que era muitos – e seus dois irmãos foram para a Grifinória, mas Albus não queria viver as sombras da família que já conquistara seus méritos por si só, ele queria sozinho conquistar e fazer sua estrela brilhar, queria sozinho receber mérito por seus feitos e não vantagens por ser um Potter e todos seus parentes já terem passado por aquela casa. E afinal ele tinha orgulho de ser da Sonserina e carregar consigo o verde e reluzente brasão em formato de cobra. Segundo o chapéu seletor não fora sua habilidade de ofidioglota que o fizera ir para Sonserina, mas sua ambição por querer sozinho conseguir seu valor. E depois de tudo isso Albus perguntava a si mesmo que diabo ele estava fazendo na floresta proibida ao lado de Scorpio e Benjamim.

      - Porque estamos aqui mesmo? – perguntou ele imergindo de seus pensamentos e voltando a si, interrompendo uma animada conversa em que Scorpio mostrava a Benjamim porque a Grifinória não iria ganhar o campeonato de quadribol esse ano.

      - Para cumprir detenção? – perguntou Scorpio como se fosse algo muito obvio.

      - Lembre-me de agradecer o seu querido irmão por isso Albus – Benjamim disse olhando para trás – Falando nele, onde ele se meteu? – Albus olhou para trás, mas as suas costas havia apenas dezenas de gigantes árvores que tampavam sua vista do que seria a última tarde ensolarada do ano.

      - Espero que não esteja enchendo o saco dos hipogrifos – Albus disse dando de ombros forçando a memória a se lembrar porque não estava curtindo o sol e sim a densa e úmida floresta.

     Fora culpa de um simples acaso. Saindo de sua aula de transfiguração se debateu com Lily que vinha correndo em sua direção para contar que o irmão mais velho estava usando Hugo e Roxanne para pregar uma de suas várias peças em algum Sonserino que estudava no mesmo ano e que James não ia com a sua cara. Era sempre assim, James, Fred e Louis fazendo suas armações e usando de cobaias seus primos mais novos, Hugo, Roxanne, Dominique e Lucy, como Lilian e Molly eram mais espertas nunca caiam em suas armações e sempre corriam para contar a Albus e Rose, que com muito custo impediam que os menores se dessem mal junto com os mais velhos. Albus atendendo ao pedido da irmã recrutou Scorpio e Benjamim para junto com ele irem averiguar o que estavam fazendo dessa vez. Lugar errado, hora errada. Chegaram à torre de adivinhação bem na hora que uma bela bomba de bosta estourava, destruindo toda a sala da professora Trewlaney. Não tiveram tempo de entender o que estava acontecendo, Minerva McGonagall, estava próxima ao local e não aceitou desculpas, tirou pontos e todos os presentes na cena do crime, além de puni-los injustamente com duas semanas de detenção, os mais velhos auxiliando o já idoso Rúbeo Hagrid em seus afazeres na floresta, enquanto os mais novos limpavam as centenas de troféus que havia na escola, por meio trouxa.

      - Porque seus primos podem ficar limpando os troféus e nós não? – perguntou Scorpio tirando de suas costas uma bolsa cheia de carne crua e a colocando na terra.

      - São crianças, você viu como o Hugo ficou só de ouvir que nós iríamos cumprir detenção na floresta? – Albus perguntou levantando suas vestes enquanto se abaixava ao lado do amigo para ajudá-lo com as carnes.

      - Ele ficou mais vermelho que o normal – Benjamim falou rindo se recostando em umas das árvores – E como Hagrid espera que alimentemos os testrálios se nem ao menos podemos vê-los?

      - Eles sentem o cheiro da carne crua e vem buscá-la – Albus respondeu espalhando a carne ensangüentada pelo chão – É estranho de se ver.

      - Isso é trabalho para servos, meu pai vai saber disso – resmungou Scorpio.

      - E onde está seu irmão para ajudar Albus?

      - Não sei,  talvez do outro lado da floresta fazendo o mesmo eu espero. E você não vai ajudar?

      - Não. Pra começo de conversa nem era pra eu estar aqui.

      - E era pra nós está? – Scorpio perguntou incrédulo se levantando, deixando Albus com todo o trabalho sujo.

      - Vocês bem que poderiam me ajudar.

      - Al, a culpa é sua de estarmos aqui.

      - Do que está reclamando Benjamim, você não está fazendo nada!

      - Quantos homens são necessários para colocar algumas carnes de dragão pela floresta?

      - Vou me lembrar disso quando vocês dois forem copiar meus deveres de novo.

      - Relaxa Benjamim, ele vai emprestar – disse o loiro com um sorriso maroto – Não vai Albus?

      - Querem apostar? – o moreno perguntou se levantando, batendo as mãos uma na outra para tirar o excesso de sujeira.

      - Um galeão? – sugeriu Scorpio com um malicioso brilho que aparecia em seu olhar sempre em que se falava em apostas – Finalmente, vamos?

      - Apostado – respondeu Albus, puxando a bolsa vazia do chão e tacando-a para Benjamim – Você não pensou que seria tão simples assim, pensou?

      - Ainda tem mais? – o desespero exagerado dos amigos divertia Albus, de uma forma que ambos desconheciam.

      - Olha o tamanho da floresta Benjamim, os testrálios podem ficar em qualquer lugar, se você puder ver em qual, nos avisa e vamos direto pra lá, mas se não – Albus deu de ombros – Se as duas belezas fizessem a beldade de me ajudar terminaríamos mais rápido. 

      - Seu irmão me paga – resmungou Benjamim contra gosto caminhando mais á fundo pela densa floresta.

    Nenhum dos três garotos conseguia enxergar muito bem. Sobre as enormes copas das gigantes árvores o que seria o ultimo dia ensolarado do ano começara a acabar. Albus tinha certeza que nunca fora tão longe em toda a floresta, já tinham saído da trilha e terminavam de acabar com a última bolsa de carne. Como de costume, Malfoy e Schuster reclamavam mais do que a situação exigia. O estoque de paciência de Albus aos poucos chegava ao seu limite. O que fizera ele para merecer passar o que seria uma maravilhosa tarde ensolarada, em uma floresta, alimentando animais invisíveis e agüentando seus dois melhores amigos reclamarem?

      - Albus seu irmão me paga! – exclamou Benjamim pelo que parecia ser a milésima vez.

      - Porque você não volta para o castelo?

      - E agora que você está terminando é que me diz isso?

      - Do que ta reclamando? Você mal carregou essas malditas bolsas! Anda, não precisa ficar aqui! – e assim o estoque de paciência de Albus chegou ao limite – Você também Malfoy, o que está esperando?

      - Estou te esperando, ora.

      - Quer saber? Não precisa. No castelo podem reclamar em paz, vão lá reclamar por ter ficado a tarde inteira vendo eu, sozinho, fazer todo o trabalho. Afinal, isso deve cansar.

    Scorpio resmungou algo sobre Albus está em seus dias vermelhos e seu humor ser mais fácil alterado que o humor de Rose Weasley, mas o moreno assumiu sua nobre pose de perfeito Sonserino e fez questão de ignorar. Não foi preciso falar mais de uma vez e Malfoy e Schuster já tinham abandonado o outro em meio à floresta. Afinal, a culpa não fora dele de estarem ali. Se estiverem achando ruim, que fossem os dois no gabinete da diretora e reclamassem com McGonagall, pois ele também não queria estar ali, ele preferia mil vezes estar treinando quadribol com o resto da equipe, trocando idéia com Rose, se divertindo com Emmie.

    Com os joelhos sobre a terra, Albus tirava furiosamente as tripas de dragão da bolsa e as jogavam contra a terra. Porque todos tinham que culpá-lo? Porque Lilian não poderia correr e contar direto para Minerva o que James aprontava? Porque tinha de correr e contar logo para ele? Porque James tinha de ter enorme atração pelo mal feito? Porque os amigos tinham que ficar enchendo sua paciência? Porque ele tinha de alimentar os malditos testrálios?

    Em meio sua silencio fúria Albus tacava a última carcaça de carne na úmida terra e acabara com a mão de encontrão a uma pedra. O que a maldita pedra estava fazendo em meio a terra? Não era para ela está ali, afinal ela só acabara piorando o tão bom humor que já dominava Albus. Com raiva ele pegou a pedra, na intenção de mandá-la longe para que caísse com força no chão, quem sabe assim ela não sentiria a mesma dor que ele? Era uma atitude exagerada e infantil, mas Albus não se importava afinal ninguém estava vendo.

    Ele pegara a pedra entre os sujos dedos e fizera menção de jogá-la, mas antes que fizesse o ato, à pedra reluzira um pequeno reflexo que chamara sua atenção. Levantou-se e analisou a curiosa pedra. Pedra não reflete luz, pensou ele. Era de tamanho médio, escura, parecia ter algo escrito ou desenhado em seu meio, mas era impossível de se ver devido à sujeira que a muito já grudara ali. Era engraçada, era curiosa. Caberia perfeitamente dentro de um pomo de ouro.

    Albus virou a pedra em sua mão, uma, duas, três vezes.

    Ficou por algum momento encarando-a, como se esperasse encontra algo saindo de dentro dela. O que estava fazendo, afinal? Balançando a cabeça e voltando a pensar racionalmente, tacou a pedra longe. Repentinamente um pequeno arrepio correu por sua espinha. Frio, era apenas isso, pensou ele.

    Mas calmo do que estava, Albus voltara para trilha da floresta e lentamente fazia o percurso de volta. Estava com fome, sujo e cansado. Imaginava sua confortável cama o aguardando em seu quente dormitório nas masmorras.

    Embora a noite fosse quente, uma breve e fria brisa correu entre as árvores fazendo Albus sentir um leve arrepiar. Era impressão sua ou tinha escurecido de repente? Tirou a varinhas vestes e sem dizer uma palavra a acenou e de sua ponta saiu uma clara e inofensiva luz. Ouviu gravetos próximos a ele se quebraram. Albus se virou rapidamente, mas nada vira. Deveria ser os testrálios, sim, testrálios, era isso, com certeza. Um pequeno farfalhar em alguns arbustos ao seu lado o sobressaltou. Mas porque diabo estava tão incomodado e assustado? Ele fez uma pequena notação mentalmente de nunca mais ficar até ao anoitecer na floresta. Os testrálios estavam ali perto, sim era isso, afinal de onde viria essa sensação de estar sendo observado por algo... Ou alguém. Albus balançou a cabeça para tirar a idéia irracional da cabeça e acelerou o passo. Nada o observava. Nada podia observá-lo.

    O moreno nunca ficara tão aliviado em ver um pôr-do-sol ao horizonte em pé à orla da floresta. A paranóia logo foi esquecida, renovado por uma nova calma entrou no castelo, sujando o chão com o barro de seus pés, causando uma crise de gritos, vindo de Filch, o zelador.

    O crepúsculo encantava a loira que estava em pé à orla da floresta. Sem pressa ela esperou o sol sumir ao longe, e foi com extremo perplexo que acompanhou a chegada da noite e a triunfal entrada da lua que com estilo se posicionava ao céu, seguida de várias e brilhantes estrelas. Depois do que se pareceu muito tempo à loira voltou seus infantis olhos corda d’água para o esplêndido castelo ao seu lado. Ela queria muito se lembrar de onde conhecera aquele castelo, de onde conhecera aquela floresta, mas o simples ato fazia sua cabeça latejar de uma forma impossível de se expressar. Afinal de contas, o que ela estava fazendo antes de se despertar e ver o curioso garoto moreno de olhos claros em meio à floresta? Ele parecia tão assustado e confuso, ela queria se aproximar dele, mas o máximo que se permitiu fazer fora observá-lo de longe e vê-lo adentrando ao enorme castelo. Ela mesma estava tão confusa. Porque tudo parecia tão familiar e ao mesmo tempo ela desconhecia? Dor, muito dor, sua cabeça iria explodir se permitisse ficar pensando mais em tal assunto, mas por ora, o que ela iria fazer? 


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Notas finais do capítulo

De coração, espero realmente que tenham gostado.