A Relíquia Perdida escrita por letter


Capítulo 19
Capítulo 18 - Revelando


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente gostei muito de escrever esse capitulo. MUITO mesmo. Espero que gostem.



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                 Era a penúltima semana de aulas em Hogwarts, e conseqüentemente a semana dos NOMs, avaliações que mediam o nível de desempenho que um aluno, após cinco anos de preparação deveria apresentar, e que auxiliavam em seu ingresso em uma futura carreira após fechar os estudos. 

                 Meryl McLoren tivera todo o ano letivo para se preparar, não tinha em mente nenhuma carreira futura como objetivo para justificar a sua tamanha dedicação aos estudos e desempenho para se sair tão bem, ela apenas nutria uma secreta e desproporcional ânsia de se destacar e ser a melhor em tudo que decidia fazer, sempre se dedicando ao máximo ao o que quer fosse. Às vezes chegava ao extremo. Talvez essa necessidade fosse decorrente do fato de ser tratada como uma mera sombra dentro dos patamares colocados por sua família, que além de ser uma das mais tradicionais encontradas no mundo bruxo, era uma das únicas e ultimas famílias que se dispunham e esforçavam para manter o sangue puro geração após geração. Meryl nascera mestiça decorrente de sua origem bastarda. Há de se pensar que esse fato fora o que a influenciara para a morena se dedicar tanto em ser a melhor no que faz, e conseguir da maneira mais difícil tudo o que quer. Independente do que seja.

                 Durante o ano letivo houve uma série de pequenos empecilhos que a impediram de estudar e revisar as matérias à medida que queria. Começara com Quin, sua meia irmã mais nova. Quin, assim como Meryl e todas as outras mulheres de sua família, possuía dotes e atributos que eram comuns na antiguidade, mas que se perderam no tempo e já não eram mais conhecidos hoje. A não ser por tais mulheres. Elas tinham a capacidade invocar e auxiliar espíritos ainda presos na terra, segundo a avó de Meryl, a mulher que a ensinara tudo o que a garota sabe, eram um dom provindo da natureza, e como tal não devia ser usado em beneficio próprio, apenas ao auxilio de tais espíritos. Também havia magia, não branca, nem negra. Magia de restauração, que servia para amenizar os danos que comprometiam o equilíbrio da vida natural. E havia livros antigos, que valeriam milhões e mais milhões de incontáveis galeões, mas que eram guardados a sete chaves na mansão da família. Meryl conhecia e entendia muito bem tais particularidades, mas tomara a decisão de deixá-las de lado e seguir com o seu rumo sem essas interferências, mas Quin não. Quin queria aprender e usar tudo que fosse capaz de ter, mas sozinha ela só faria um grande estrago, e la fora Mel a ajudá-la, a persuadir sua cabeça, e tentar fazer a garota deixar isso de lado, ela não iria precisar disso em sua vida.

                 Mas ao tentar ajudar Quin, Meryl descobrira que sua irmã mais nova havia tentado sozinha de mais, e fazendo as coisas por si própria havia rompido as barreiras entre o mundo sensível e inteligível e invocado um espírito. Mal tal espírito não foi embora. Ele tinha algo inacabado, Quin não sabia o que era, e Quin não queria ter de ser responsável pela estadia do espírito. Afinal, era um espírito poderoso e perigoso, embora o mesmo não soubesse disso.

                 Quin McLoren, vulgo irmã mais nova de Meryl, fora a responsável por trazer Elizabeth Gaunt de volta a este mundo e mantê-lo preso aqui.

                 A garota fizera o ritual na floresta proibida, e ao notar que realmente conseguira, abandonara o ritual pela metade, e assustada voltou correndo ao castelo. Isso fizera com que o espírito, Elizabeth, se desperta-se confuso, sem lembranças passadas, sem noção do que o que ali fazia. E a primeira pessoa que avistara foi Albus Potter.

                 Não fora Albus Potter, e não fora a Pedra da Ressurreição que manteve Elizabeth este tempo todo presa aos terrenos de Hogwarts. 

                  Quando Meryl ouviu a irmã lhe narrar o que fez, buscou procurar o que acontecera com o espírito, e descobrira que ele estava assombrando o garoto Potter. E a necessidade de culpa por não ter tomado conta de sua irmã e ter em parte ajudado no que ocorrera a fez se aproximar de Albus e ajudá-lo a ver espíritos.

                 Albus não era mediador como pensava, na verdade, todo o bruxo era capaz de ver espíritos, apenas não sabiam como. Bruxos comuns não eram capaz de invocá-los e auxiliá-los, foi por isso que foi Meryl a ajudar Elizabeth a relembrar seu passador e descobriu onde estava seu corpo. Fora Meryl que ensinara Albus a vê-la.

                 Esses empecilhos impediram a garota de estudar como queria para os NOMs.

                 E houve mais um. Muito tempo ao lado do garoto Potter fizera Meryl conhecer suas fraquezas, seus anseios, seus sonhos, seus medos e seus desejos. Muito tempo ao lado do garoto Potter fizera Meryl se abrir a sentir algo por alguém, coisa que sempre se alto proibiu de se permitir. Muito tempo ao lado do garoto Potter fizera Meryl se apaixonar

                 Depois de tudo isso, Meryl se sentiu orgulhosa de si mesma. Sempre se compelira em ser a melhor e fazer da melhor maneira tudo que faz, e ela conseguiu. Albus nunca desconfiou da participação das irmãs McLoren nos acontecimentos de sua vida, nunca a culparia por nada. E depois, ela conseguiu se livrar de Elizabeth, poderia investir em Albus. Afinal, Meryl estava acostumada a ter tudo que queria, fosse difícil o quanto fosse.

                 Apesar de tudo, ela conseguira revisar para os NOMs. O fato de ser perseguida por Benjamin não a atrapalhou. E haveria um baile pra recompensar tudo. No final das contas, tudo dera certo.

                 Anunciaram o baile na manhã de segunda, e todos estavam preocupados em descolar algum par que não fosse vergonhoso de mais. Albus não apareceu para convidá-la. Mas Meryl o conhecia muito bem para saber que o garoto seria acanhado de mais para isso, por isso, na noite terça após o jantar, Albus ao entrar no seu dormitório se deparou com Meryl.

              -Ah, oi – disse o garoto surpreso ao entrar no quarto e ver a figura de Meryl sentada na cama, teve de abrir um sorriso pela surpresa inesperada – Como entrou?

             - Benjamin me deu a senha – ela deu de ombros se levantando         

             - Ele não te nega nada, né? – Albus falou desamarrando a gravata e a jogando de qualquer jeito pelo quarto – E então?

             - E então, o que? – perguntou Meryl vendo Albus se sentar na cama que julgara ser de Scorpius e tirar os sapatos o jogando igualmente de qualquer jeito.

             - O que você quer – disse Albus rindo – Quer dizer, se você veio aqui, você quer algo, certo? – supôs ele começando a desabotoar a camisa.

             - Foi bem nos NOMs de hoje? – indagou ela prestando atenção nos movimentos dos dedos de Albus que trabalhavam de forma suave sobre cada botão.

             - Esperto que sim, e você?

             - Parcialmente – disse ela, Meryl se sentiu incomodada, ela estava... nervosa.

             - O que foi Meryl? – perguntou Albus com um sorriso travesso na cara. O garoto tirou a camiseta e a deixou na cama do amigo se levantando e indo em direção ao closet.           

              - O que foi...?

              - Você está quase arrancando os cabelos de tanto mexer – disse ele procurando pelo o que quer que seja. Droga, Meryl realmente estava nervosa, nunca havia ficado assim perto de um garoto! Mas quem mandou ele começar a se despir daquela forma na frente dela? Afinal, Meryl poderia esconder seus sentimentos muito bem, mas seus desejos era algo que ela nunca tinha treinado em esconder.

              - Não é nada...

              - Você está estranha – disse ele. A essa altura do campeonato, outro garoto teria percebido os sinais, mas Albus era lerdo, lerdo de mais – Que ta rolando? – indagou ele virando com uma blusa amarrotada nas mãos e as jogando sobre os ombros enquanto descia as mãos para o cós da calça.

              - Ei, ei, ei – disse Meryl – Não vai tirar as calças na minha frente, vai? – perguntou ela perplexa.

              - Eu estou de cueca – respondeu o garoto com voz de escárnio

              - Mesmo assim... Não seria...

              - É só você se virar Mel – disse ele como se fosse algo obvia de mais.

                 Claro, era só ela se virar, como não havia pensado nisso antes? Mas, se ela se virasse ele iria colocar a blusa, e mesmo Albus Potter não tendo um corpo esplendido, músculos ou um tórax largo e tanquinho formado, o que Meryl avistava dava para satisfazer sua visão, e o pior, fazia suas mãos soarem e uma queimação surgir pelo seu corpo. Ela não queria se virar.

              - Tudo bem – disse ela se virando, sendo obrigada a encarar uma parede cheia de pôsteres de times de quadribol e fotos de bruxas famosas, e algumas trouxas pobres, que não tinha nem galeões para comprar roupas do tamanho apropriado para cobrir todo o corpo.

              - Você ainda não me disse para o que veio – disse Albus enquanto Meryl ainda estava de costas.

              - Você vai ao baile? – perguntou ela mexendo as mãos, como se não fosse nada, e decidiu que de costas era mais fácil do que olhando para o rosto dele.

              - Não, você vai? – respondeu ele

              - To esperando alguém me chamar – falou Meryl em tom esperançoso

              - Não vai precisar esperar muito – Meryl abriu um grande sorriso ao ouvir isso e se virou de imediato, Albus havia colocado uma camiseta e shorts, pronto para dormir, mas Meryl não se importava, estava feliz de mais, e para ela, ele continuava lindo – Logo Benjamin te chama, ou Lorcan... Ou qualquer outro, você é bonita de mais, vai ter muitos na sua cola – garantiu ele, e instantaneamente o sorriso da garota se desfez.

              - Por Merlin! – disse ela levantando as mãos e andando a pesados passos até ele – Não percebe que estou me jogando para cima de você Albus Potter? – indagou ela perdendo o sentido da razão, colocando ambas as mãos sobre o rosto de Albus, ignorando seus olhos arregalados e assustados, e puxando o rosto dele para si.

                 Meryl só se dera conta do que estava fazendo, quando o beijo que tascara de surpresa em Albus fora correspondido. Ela não sabia quando teria outra oportunidade, e resolvera que não era hora para pensar racionalmente, sentiu as mãos de Albus segurarem sua cintura e entrelaçou seus braços em sua nuca.

                 Aos ouvidos de Meryl chegava o som de estalos, e os lábios de Albus agiam de forma sincronizada com os seus, o beijo que começara roubado se tornara suave, mas tão rápido quanto se suavizou ele esquentara.

                 Albus puxara Meryl mais para si, apertando seu corpo contra o dela, não pensando racionalmente no que estava fazendo. Sem desgrudar os lábios por um segundo que seja, Meryl colocou uma das mãos por baixo da camisa de Albus, e sem saber explicar se fora as mãos frias de Meryl em contato coma pele quente de Albus, ou a imagem repentina de Elizabeth que viera em sua cabeça, instantaneamente ele afastou Meryl. Aliviado por ter se despertado antes que o que começara com um beijo roubado terminasse com outra coisa.

             - Não podemos fazer isso – disse ele ofegante, segurando Meryl pelos ombros.

             - Ambos queremos – retrucou a garota, igualmente ofegante

             - Mel... Me desculpe – disse ele a soltando e se virando, colocou as mãos na cabeça e soltou um pesado suspiro – Você é incrível... Linda, inteligente... Mas...

             - Mas eu não sou ela – completou Meryl com amargura na voz – Eu não sou Elizabeth

             - Mel... – Albus se virou para ela – Eu... Eu acho que eu a amo – disse ele pensando que talvez aquilo realmente fosse verdade.

             - Ela não estava viva – disse Meryl fitando Albus.

             - Eu sei – afirmou ele – Acredite, eu sei.

             - Tudo bem – disse a garota se virando em direção a porta.

             - Mel... – começou Al

             - Eu disse que está tudo bem – falou ela o interrompendo e deixando Albus sozinho no quarto, com sua frustração. Sua mão direita realmente ficou dolorida depois dele esmurrar a parede vezes seguidas. Quando Scorpius entrou no quarto, ele não encontrou Albus, encontrou tudo no lugar, o quarto estava impecável, igual quando o encontraram no primeiro dia do ano. Albus se recusara a destruir coisas, e para espairecer, arrumara com o auxilio da magia o quarto. Vendo como estava tudo em seu devido lugar, Scorpius soube de imediato que seu amigo não estava bem.

                 O loiro saíra do Salão Comunal da Sonserina a procura de Al, mas não fazia ideias de onde encontrá-lo.

                 Albus estava esse momento sentado no chão empoeirado da casa dos gritos, tivera esperanças de encontra Elizabeth, mas ela não estava lá. Lembrou do o que ocorrera a pouco com Meryl, e julgou que isso nunca aconteceria entre ele e Elizabeth. Nunca teria a chance de tocá-la daquela forma, a chance de ter mais do que conversas com ela, a chance de demonstrar de diversas formas o quanto a amava. Enquanto pensava tais coisas, sua visão embaçou, e quando vira uma cabeleira loira bagunçada aparecer em sua frente, julgou ser Elizabeth, mas apenas porque a imagem dela estava em sua mente, quando coçou os olhos que estavam úmidos dera de cara com Scorpius, ele apresentava um sorriso amigável.

             - Desabafa, irmão – disse Scorpius enquanto Albus apoiava a cabeça em seu ombro e sem vergonha deixara lágrimas guardadas tempo de mais escapulirem. Albus não chorava, mas havia coisas de mais acumuladas, e elas pediam, elas imploravam para sair. E sem dizer nada, Scorpius dera o maior auxilio e demonstração de amizade que um dia pudera dar a Albus.

                  Meryl não queria ver suas colegas de quarto, e aclamando pela solidão ligara todas as torneiras da enorme banheira que havia no banheiro dos monitores, água sempre a ajudava a pensar, e se mergulhando toda a cabeça e corpo a morena fechou os olhos, afogando tudo o que sentia e o que não queria sentir.

                   Elizabeth estava deitada no gramado atrás do lago, fitando a lua. Quin estava a seu lado.

             - Você me desculpa Lizzie?

             - Pelo o que pequena? – perguntou ela com sua voz sinuosa que a denunciava como um ser não humano.

             - Eu queria poder te ajudar, mas não sei como – a verdade era que Quin se desculpava por a fazer passar por tudo isso – Al já decidiu o que vai fazer com a pedra?

             - Não sei pequena... Já não nos falamos mais.

                  Elizabeth apenas desejava que Albus agisse com a cabeça, e não com o coração. 


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Notas finais do capítulo

Pronto, 70% do mistério foi revelado. Alguém imaginava? Não foram muitos os que leram o último capitulo... Ou foi o que pareceu, mas eu realmente espero que tenham lido e gostado, porque amei muito esse *-* Me digam por favor o que acharam *w*