A Relíquia Perdida escrita por letter


Capítulo 18
Capítulo 17 - Escolhas




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Os alunos do quinto e sétimo ano em Hogwarts estavam representando o perfeito retrato do desespero em forma humana. Depois de tanto tempo esperando e se preparando, chegara à época de fazer os NOMs e NIEMs, felizmente ou infelizmente dali á uma semana começariam á fazer as provas e tudo acabaria. Ou pelo menos a preocupação.

Rose Weasley acordava e dormia ditando datas, revoltas, feitiços, ingredientes para poções, formulas de aritmância e características das principais runas antigas. Roxanne decorara os conceitos de cada matéria e para ela isso já era o suficiente. Scorpius estava mais preocupado era com a taça das casas e taça de quadribol. Albus resolvera tirar o atraso do ano inteiro estudando durante as duas ultimas semanas, mas isso se mostra uma missão impossível. Sempre que terminava de ler uma página, mal se lembrava do que havia escrito, ou dava por si rabiscando letras qualquer no canto das páginas que logo formavam um nome. Elizabeth. Ele já não a via á dois meses, desde que Meryl disse que ela se fora.

Meryl não tocava em seu nome, nem mesmo Quin, ou Scorpius ou Rose. Às vezes Albus duvidava de que alguma Elizabeth tenha existido. Não havia nenhuma prova de que existira, e se dava por si pensando se não fora apenas uma grande ilusão e tudo isso não passasse de fruto de sua imaginação. Afinal, Meryl não falava... Quin não falava... Ninguém falava de Elizabeth! Teria Elizabeth alguma vez realmente existido a não ser em sua cabeça?

Às vezes, Albus se levantava a noite e corria escadas à cima até a biblioteca, tinha em mente a intenção de procurar qualquer anuário ou noticia que provasse que realmente Elizabeth Gaunt existira e que ela não era fruto de sua imaginação, mas tinha medo de não achar nada, tinha medo de que poderia sim ter sido apenas invenção, e não queria ter essa certeza, por isso antes de entrar na biblioteca sempre voltava para cama.

Nas madrugadas de aula de Astronomia, a professora sempre ralhava com Albus por apontar seu telescópio para baixo e não para cima. Ele sempre pensava em uma forma de explicar a professora que queria ver algo mais importante na floresta, mas ele sabia que ela não daria ouvidos.

E pra completar, era de conhecimento geral da escola, menos de Albus, que ele estava numa séria relação com Meryl McLoren. A única coisa que o ligava com Meryl era o fato de ambos serem mediadores, mas depois da partida de Elizabeth, Albus se desligou completamente disso, e mal ligava para seus poderes especiais , mal ligava para o que quer que seja. Vez ou outra conversa com Meryl, pegava em suas mãos, a acompanhava até suas aulas, depositava um beijo em seu rosto, nada mais do que isso. Mas mesmo assim as pessoas continuavam falando. Ele não importava. Não ligava, afinal, que grande diferença isso poderia fazer em sua vida? Ficava feliz de ser ele o motivo de fofocas alheias, ao menos estava sendo lembrado de alguma maneira.


Certa madrugada Albus estava tendo um sono conturbado, virava de um lado para o outro a ponto de atrapalhar Benjamin em seu próprio sono que tacara com todo sua força o travesseiro em Albus o despertando. Albus se sentou na cama num salto, estava assustado e ofegante. Que diabos ele havia sonhado? Ele não conseguia se lembrar. Passou o peito da mão sobre a testa para limpar o suor e aos poucos fora se acalmando. Scorpius murmurava qualquer coisa inteligível em seu sono. Benjamin, devido ao calor, estava dormindo apenas de cueca com a bunda para cima. Sua cueca favorita, a do Mágico de Oz. Albus não conteve o sorriso.

O moreno se levantou da cama e pegou uma camiseta amarrotada e manchada jogada sobre o criado mudo, e tão silencioso quanto podia ser, saiu do quarto e do Salão Comunal. Os archotes espalhados pelo corredor mal iluminavam o caminho, mas isso não era problema, Albus conhecia seu caminho e saberia o fazer de olhos fechados. Ao longe podia ouvir estardalhaços seguidos de uma gargalhada inconveniente. Pirraça, pensou Albus acelerando o passo.

O garoto já estava subindo a escadaria do terceiro andar quando foi derrubado ao chão por qualquer projétil.

- Aí – choramingou alguém um degrau abaixo de Albus.

- Silêncio aí! – exclamou algumas pinturas dependuras na parede – Tem gente que quer dormir!

- Aí – murmurou Albus colocando a mão na cabeça e fazendo um careta ao se levantar.

- Desculpe – murmurou a pessoa – Tá muito escuro e... E eu não te vi. Por favor diga que você não é monitor.

- Tudo bem – respondeu Albus forçando a vista – E eu sou monitor... Mas não estou em ronda – disse ele soltando uma risada – Sorte sua.

- Albus? – perguntou a pessoa – Sou eu, Alice.

- Ah... Oi Alice – cumprimentou Albus de forma desconfortável se sentando no degrau ao lado de Alice Longbottom – De todos os degraus da escola tinha de sentar logo nesse? – indagou ele sorrindo, mas ela poderia não notar.

- Desculpe... Eu só...

- Ei, tudo bem – disse ele – Estou só brincando. O que faz aqui? Que eu saiba o Salão Comunal da Grifinória é alguns andares mais acima. Se perdeu?

- É claro que não... E o que você faz fora da cama senhor Potter?

- Estava indo a biblioteca – respondeu ele sincero.

- Estudar a essa hora?

- Eu não ia para estudar – ele deu de ombros – Você ia a onde?

- A lugar nenhum – respondeu à loira.

- Er... Isso é algum tipo de coisa que as garotas fazem? Porque se for, eu não entendo nada.

- O que? Claro que não Al, deixa de ser bobo – disse ela rindo em meio a um soluço – Só você pra me fazer rir nessas horas.

- Você... Você ta chorando? – perguntou ele assustado – Eu te machuquei quando te derrubei? Desculpe Alice, não chore, foi sem querer...

- Não estou chorando por isso Al – confortou ela.

- Porque então?

- Não se preocupe...

- Ei... Finge que eu sou a Rose, sua melhor amiga, e me conte o que é – disse ele.

- E porque eu te contaria?

- Porque eu sou curioso – respondeu o garoto sem um pingo de vergonha – E porque você é minha amiga Alice, me preocupo com meus amigos – acrescentou ele dando um pequeno empurrão de ombros na loira. Ela sorriu, embora ele não pudesse ver tão bem.

- Você parece com seu irmão – comentou ela.

- Ta aí uma coisa que nunca me disseram – respondeu ele surpreso – E... Porque me pareço com ele? Ele não é tão bonito como eu – Alice soltou outro risada, e Albus estava contente por conseguir fazer isso.

- Por que... Porque James também se preocupa com as pessoas... Ele... Ele também gosta de fazer as pessoas rirem, ele tem aquele jeito bobo dele... Mas no fundo ele se preocupa com as pessoas, mesmo não percebendo que elas se preocupam com ele... E... E é tão bom estar ao lado dele, você esquece todos os problemas e fica feliz, simplesmente por estar ao lado dele e... – de repente Alice percebeu o que estava falando e se calou abruptamente, se houvesse luz naquele lugar, Albus poderia ver o quando as bochechas rosadas da garota se tornaram vermelhas. Para a sorte de Alice, Albus era lerdo, e não captava tão bem as coisas. Foi esse o motivo do sonserino ter passado os cinco minutos que se seguiram tão calado. Ele estava tentando entender o que acabara de ouvir.

- Você está apaixonada por James? – perguntou ele com um misto de surpresa, compaixão, e apesar de tudo, segurando a risada. Esse era outro mal de Albus, como poderia ele ser tão indiscreto e jogar tudo isso na cara da pobre Alice de forma curta e grossa? – Por isso está chorando? Por... Por James? – ele não conseguia acreditar nisso. Era tão... Engraçado! Uma garota tão meiga como Alice gostar de alguém tão... Alguém tão James!

- Albus... Não... Eu não...

- Alicinha, você já confessou, só quero ter certeza.

- E se estiver? – indagou ela num misto de vergonha e raiva.

- Então James seria o garoto mais sortudo do mundo – respondeu Albus pra surpresa de Alice.

- Seria?

- Claro. Alice, você é bonita, inteligente, confiável, engraçada... Qualquer um que pudesse ter a paixão de uma garota assim seria um baita de um sortudo, nem Merlin teve essa sorte.

- James não acha isso – murmurou ela – Se não ele não estaria desentupindo a boca daquela Emilia Wood.

- A com cara de dementador? – perguntou Albus com ar de assombro. Alice soltou outra gargalhada – Nossa que mau gosto.

- Verdade, pior que o Albus babando na senhorita Chang – brincou Alice.

- Mas ela é uma gata!

- Eca Al – disse Alice.

- Ei, não chore pelo meu irmão, ele ainda vai notar em você. Tudo em seu tempo.

- Pode ser... Se for pra dar certo... Vai dar... Certo?

- Isso aí Alicinha, vá pra cama agora.

- Sim senhor, senhor Potter.

Sincronizadamente os dois se levantaram, e sem que Albus esperasse, Alice o espremeu em um apertado abraço.

- Os sonserinos não são desprovidos de sentimentos como dizem – murmurou ela enquanto apertava Albus.

- E algum dia a senhorita teve duvidas?

- Não... Só estou confirmando – Alice o soltou e depositou um beijo em sua face – Obrigada Al.

- Tudo bem – respondeu ele, e a loira se colocou a subir as escadas.

Assim que silhueta de Alice Longbottom desapareceu após alguns lances de escada, Albus se viu desistindo da ideia de ir à biblioteca, e decidiu que seria melhor para ele e para a nação mundial que ele voltasse para a cama.

A conversa com Alice deixou Albus em um estado de espírito diferente do que ele se encontrava em muito tempo. Se for pra dar certo, vai dar. De toda conversa, essa sete miseras palavras ficaram em sua cabeça. Se Alice tivesse realmente razão isso significaria hipoteticamente que não era pra dar certo com Elizabeth.

Albus balançou a cabeça para afastar a ideia. Era insano! Nunca poderia dar certo, nunca! Para começar, ela estava morta e perdida em qualquer dimensão que seja.

- Você não deveria estar fora da cama há essa hora Albus Severus – censurou uma voz a frente de Albus fazendo-o levantar a cabeça.

- Lizzie...? – a sua frente materializou-se a perfeita cópia de Elizabeth Gaunt, em sua pele pálida, olhos apagados, cabelos prateados e roupas sujas e rasgas. A mente de Albus não a

- Acho que sim – respondeu a loira com sua voz sinuosa.

- Pombas! Elizabeth Mary Gaunt, a onde você se meteu? Sabe como eu fiquei quando você desapareceu? Você tem ideia de como fiquei... – mas as palavras se entalaram na garganta do garoto quando Elizabeth levantou a mão direita e o que estava segurando entre os dedos nela. Seria irônico dizer que sua mão era tão pálida como a de um fantasma? Pois era, e nessa sua pálida mão se destacara a pedra suja e arranhada, mas que mesmo ao escuro brilhava. Era a pedra da Ressurreição. Era a Relíquia perdida que trouxera Elizabeth de volta ao mundo sensível – Como... Como aconteceu? – indagou Albus coma voz rouca.

- Ela estava presa em um ninho de aranhas com teias gigantes – respondeu Elizabeth sorrindo – Irônico, não? Por isso eu não voltei... É necessário que você a vire... Pois você me trouxe – Elizabeth deu de ombros.

- Você me procurou só para... Mandá-la de volta? Lizzie...

- Al... Eu não quero ir tanto quanto você não quer me mandar. Mas me diz, o que eu vou fazer aqui? Não pertenço a esse mundo, não tenho motivos para ficar. Por favor, faça o que tem de fazer.

Elizabeth caminhou até Albus e colocou a pedra em sua mão.

- Faça Al – Albus olhou para a pedra em sua mão. Seria possivel aquele pequeno objeto fazer algo como trazer ou levar alguém embora?

- Não pode ser tão fácil – sussurrou ele.

- Mas é...

- Tem de ter um motivo... Um motivo por eu ter te trazido. Não posso deixá-la ir.

- Você sabe o motivo – disse ela. E Albus realmente no seu subconsciente sabia, mas não iria admitir, não poderia deixá-la ir. Não iria deixá-la ir. Seria tão difícil para Elizabeth entender?

- Você desapareceu por dois meses – murmurou ele – Por quê?

- Alunos fora da cama! Alunos fora da cama! Alunos fora da cama! Alunos fora da cama!

– Pirraça – praguejou Albus olhando pros lados para ver de onde o poltergeist vinha, mas Elizabeth aproveitou a deixa para desaparecer.


Na mesa do café da manhã os alunos estavam eufóricos. Quando acordaram ao amanhecer daquele dia, havia no quadro de avisos o anuncio de um baile no último de aula. Para os alunos de Hogwarts, era raro acontecer um baile, e isso fora o remédio perfeito para desaparecer com o estresse dos NOMs. Albus era o único garoto em todo o Salão Principal que estava calado diante do assunto, sentado em uma ponta da mesa da Sonserina, o garota apenas fitava a pedra da ressurreição. Os acontecimentos da noite passada aconteceram tão rápidos que ao acordar, Albus julgara ter sido apenas um sonho, mas ao olhar para a relíquia sobre seu criado mudo, ele vira que não. Enquanto as garotas e garotos a sua volta discutiam os possíveis pares para ir no baile, Albus discutia uma maneira de fazer Elizabeth ficar, e essa maneira significaria saber como ela morrera, porque ela ficara, porque Albus a achara e como fazer Elizabeth deixar de ser um possivel fantasma. Quatro missões que chegavam perto de ser impossíveis. Pode se chamar isso de amor?



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Notas finais do capítulo

Oi oi :3 Primeiro, o capitulo não está dos melhores, mas juro que o próximo está muito bom, embora eu seja suspeita pra falar, obrigadinha pelos reviews do último capitulo, e apesar de tudo, espero que tenham gostado ao menos um tiquinho, o próximo vem rapidinho, ok? Beijinhos.
* Vou obrigar o Igor a aparecer aqui e responder você também viu? Se alguém quiser danar com ele por que sumiu, a vontade, eu deixo *-* kk