POV Angie

Meus pensamentos estavam confusos.

Debrucei-me sobre o túmulo e mergulhei no passado.

Saudade. Dor!

– Bom dia princesa! – Meu pai entrou no quarto e afagou os meus cabelos cor de fogo. Sorriu pra mim... Eu queria que ele não tivesse sentido dor alguma! Era só o que eu queria!

Sentou-se na minha cama e deitou minha cabeça sobre o seu colo.

E aí tudo começava a brilhar. Ele olhava em meus olhos.

– Vai ficar tudo bem! – ele disse enquanto fazia um carinho sobre as minhas bochechas. Eu senti o seu calor. Senti o seu cheiro novamente e olhei nos seus olhos. Pouco a pouco eles foram perdendo a cor. E logo ele já não estava ali.

Eu... Deitada sobre o meu travesseiro... Mergulhando em um mar de lembranças!

Levantei-me. Sem sorrisos. Sem lágrimas. Dor!

Ele era um homem tão bom. Seria melhor se minha vida fosse levada e a dele preservada. Senti meu coração se apertar e envolver-me numa dor de arrancar o cálcio.

Levei um cigarro até os meus lábios e deixei a fumaça percorrer diante de meus olhos. Meu pulmão já não funcionava normalmente!

Abri os olhos. Avistei as belas colinas que tinham a cidade. Observei a lua e toda a sua composição.

“Pai... Você está aí?”

Perguntei a uma constelação qualquer... Mas ela não respondeu. E ficamos lá apenas eu... E o silêncio!

***

POV Jason

Abri os olhos e deixei o sol entrar no meu quarto pela janela. Pisquei e levantei-me vagarosamente. Aqui era onde eu gostaria de ter passado toda a minha vida. Gostaria de ter tido mais tempo.

Esgueirei-me sobre a janela e observei o quarteirão. Pessoas agradáveis eram minhas vizinhas. Não Brittney Spears ou Bruno Mars. Eu podia falar com todos, pois eram minha família.

E meus amigos. Ninguém precisaria de nada se estivesse em meu lugar. Levantei meus olhos e mirei o sol.

“ Porque você tem que brilhar todos os dias? Não é chato?” Realmente seria gozado se ele respondesse.

A vida não responde as perguntas. Nós temos de fazer isso sozinhos.

A vida dá as cartas... Nós fazemos as jogadas.

Minha vida nunca esteve num turbilhão como esse. Acreditariam que eu não estou encontrando o que procuro?

Na verdade, eu nem sei o que procuro. Só sei que está muito longe.

Fechei os olhos e lembrei-me de algumas coisas que eu gostaria de não ter vivido.

“.- Sabe o que te faz parar de rir? – Perguntei. Ela Negou com a cabeça, porque falar já estava lhe parecendo impossível. Beijei-a.

– Olha a mão boba! - Ela disse quando desci a mão para um pouco abaixo da sua cintura!

– Que é que tem? Algum dia eu vou saber de tudo o que tem aí! – Eu disse e ela deu um tapa em minha cara.- É que você é irresistível! – Eu disse e a beijou novamente.

– Hey... Isso de me beijar toda hora que fico irritada com você já passou dos limites!

– Por quê? Eu não me canso de te beijar! – A beijei de novo. Quero dizer, tentei, porque acabei beijando as cordas do violão.

– Foco na música! Pode ser?

– Não! Eu só foco em você! – Pus o violão no chão e subi em cima dela.”

Eu gostaria de não ter vivido isso. Porque eu não precisaria preocupar-me na saudade que eu poderia sentir mais tarde!