Last Summer escrita por Jackie101


Capítulo 6
Ele me traz lembranças. E as lembranças ferem!




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Capítulo 6

POV Angie

Quando eu era pequena, meu pai dizia que Quando as lembranças vêm a tona, as máscaras insistem em cair... E a dor insiste em voltar. Eu nunca entendia o que ele queria dizer! E agora ele estava ali na minha frente. Então enfim eu pude entender o que meu pai queria dizer!

3 anos antes...

As lágrimas insistiam em cair, e não paravam então. Eu sentia o seu gosto salgado quando tocava meus lábios. E chorava novamente. Sentia novamente a dor.

Deslizei os dedos sobre o meu joelho e senti os calos que as quedas tinham me dado. Senti novamente a dor percorrendo por minhas veias e chegando ao meu coração. Já não me importava com as lágrimas. Por mim elas podiam me matar.

2 meses. 2 meses haviam se passado. E há dois meses eu me sentia assim. Sem vida.

Eu estava cansada. Cansada de chorar por causa das pessoas.

A maioria chegava pra mim e dizia que eu não devia chorar por que era frescura. Mas eu não acho isso. Não mesmo. Eu tenho uma mãe assassina e um ex-namorado traidor e idiota. Eu queria morrer e por mais que eu conseguisse não conseguia tirá-lo da cabeça. 4 anos. Aquilo era amor sim.

Mas da mesma forma que o ódio pode virar amor, o amor pode virar ódio. Eu já não tenho vida. A minha única função na vida é proteger o meu pai. Do mundo... E dela! Além disso... Tenho que protegê-lo de mim.

Cortei os cabelos. Cortei a esperança. Tudo o que eu tinha já não existe mais. Hoje é guerra o que um dia já foi paz. É assim a vida. O amor é uma droga, uma ilusão. Você pensa que está feliz e que vai acabar com seu sofrimento, com a sua dor, com a sua tristeza. Então você fica feliz. Mas é uma felicidade passageira. E quando acaba você quer mais e mais e mais. E quanto mais você ama, mais você se contamina. Indo assim em direção à morte. E a morte é um caminho sem volta!

– Às vezes você tem que deixar coisas pra lá, para haver espaço para coisas melhores entrarem na sua vida.

Abaixei a cabeça. Eu não precisava me virar pra saber que era dele a voz. Mas mesmo assim o fiz. E ele estava lá parado na minha frente. Como sempre vestido parecendo um drogado. Estava com um cigarro na boca e olhava pra mim suavemente. Eu podia me ver nos seus olhos.

Senti outra lágrima escorregar. Fechei os olhos. Mas antes que eu pudesse sentir o seu gosto eu senti um peso suave. Uma mão suave. A mão dele.

– Ei... Não chora! Você é mais forte do que isso! – As palavras saiam da boca dele não em um tom de sensibilidade. Mas num tom de sinceridade – Você é muito maior do que isso!

Ele disse e abaixei a cabeça. Era engraçado ver logo ele ali na minha frente. Mas não impossível. Afinal de contas. Já tínhamos sido amigos.

– Não dá! Eles acabaram com a minha vida. Eles acabaram comigo!

– Não acabaram não. Seu corpo continua maravilhoso! – Ele disse me olhando nos olhos e eu não pude deixar de rir.

– É um idiota! – Respondi desviando o olhar e senti sua mão no meu queixo.

– Volta pra sua casa! Vai ver seu pai. Já tem 2 meses que você não dá notícias. Ele deve estar maluco!

– Deve mesmo! – respondi olhando pra ele novamente!

Virei-me ainda sorrindo. O que não fazia há muito tempo. Tinha me esquecido de como a sensação era boa. Na verdade era... Maravilhosa.

– Hey, gata! – virei-me – Se não for viver por você, viva pelo seu pai! – E aquilo me atingiu como um martelo jogado a longa distancia. E minha alma oscilou em desabar. Dei um passo curto para trás – E não esquece de que quando o príncipe não funciona a fera ainda está de pé!

7 meses depois...

Acordei cedo. Levantei-me e fui até o espelho.

O meu cabelo estava crescendo novamente. Sorri. Parecia que a esperança também.

Parece mesmo que eu estava conseguindo ser feliz. Meu pai estava feliz. E eu estava estudando. Livre.

Ouvi um barulho no andar debaixo. Meu pai deveria estar fritando hamburgers, é claro. Ele sabe como que adoro coisas gordurosas.

Desci as escadas lentamente enrolando mechas do meu cabelo castanho.

Parei no penúltimo degrau.

Alarme falso.

Porque isso sempre acontece comigo. Sempre que eu consigo ser feliz tudo desaba. Tudo se destrói em milhões de pedaços de vidro que me ferem ainda mais?

Sim, haviam hamburgeres em cima da mesa. E meu pai estava sentado no balcão. Mas em sua cabeça, ela segurava uma arma.

– Bom dia, querida! Vamos chegue mais! – Ela me disse com um tom suave. Senti meu punho se fechar. – Como tem passado? E o seu namorado? Ah, é! Desculpa! Tinha me esquecido que ele terminou com você porque tentou matar a mãe dele! Você tem sido muito sapeca, não é? Está precisando de um castigo!

– O que está fazendo aqui? – Senti meus olhos encherem-se d’agua, mas não permiti que nenhuma lágrima sequer escapasse. – Saia daqui agora! – bravejei e ela sorriu.

– Não se preocupe querida, eu vou sair! Vim falar com você! Vim dar um recado para os dois!

– O que você quer?

– Bom... Eu tenho aqui... Uma coisa! E você tem que vir comigo.

– Eu não vou permitir que você a leve!

– Não. Quem escolhe é a menina! Fizemos um ótimo trabalho nela não foi?

– Fique longe dele! – gritei!

– Não, Angie... Não!

– Vem, ou não vem?

Não respondi. Cerrei os dentes.

– Nunca!

Ela sorriu.

– Ah que peninha! – ela disse e tirou algo da bolsa. Não consegui ver o que era. Mas meu pai soube o que era no exato momento em que ela injetou a seringa no braço dele.

– AHHHH!

– Não! – Eu disse correndo até ele e o segurei em meus braços caindo no chão com ele em cima de mim – Pai! – Ele estava desacordado – O que foi que você fez com ele? – gritei.

– Ele não morreu se é o que quer saber! – Ela disse saindo – Mas o câncer que ele terá agora não vai ter cura. Ele só vai piorar. E piorar... e vai morrer nos seus braços! Nos seus braços Angie! Ah... E não se esqueça de agradecer a morte do seu pai ao seu EX. O preço dele foi bastante alto mas eu paguei. Porque sem ele eu não teria conseguido nada.

E então desapareceu. E entendi tudo finalmente. Era só mais um plano. Ele precisava de fama. E é claro aceitou quando a recebeu de mão beijada!

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– Cai fora, idiota! – Eu disse para Drew que estava no meu lugar e ele saiu. Como sempre, mas sem discutir dessa vez. Bom, um ótimo progresso. Pelo menos eu ganho mais tempo. Ajeitei-me no banco e suspirei. Pensei em observar a ira de Drew, mas me arrependi.

– O QUE ELE ESTÁ FAZENDO AQUI?



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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!



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