Last Summer escrita por Jackie101


Capítulo 12
Todo mundo sente dor... Todo mundo chora!


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um cpítulo novinho pra vocês.
Espero que gostem! '-'



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Descansei meus pés sobre o tapete da sala e sentei-me no chão. Estar de volta não era bem, estar livre, na verdade era pior. Eu parecia livre, mas não estava. Proibida de sair da cidade até sair o resultado do meu julgamento dia 15 do próximo mês.

Eu estava imprensada entre duas paredes. Eu estava presa em mentiras. Eu iria responder pela morte de meu pai, meu irmão, por agressão física contra minha "mãe" (vê se pode), e tentativa de assassinato contra Paula Maryan. Ou melhor, eu iria bancar a assassina na frente de toda a cidade.

Abracei meus joelhos e fechei os olhos. A verdade? Se quer saber eu não sou assassina! Mas não vou me esforçar para provar o contrário. Porque o ser humano e frio e calculista. Ou melhor, eu sou!

Abaixei a cabeça e deixei meus cabelos roçarem sobre minhas pernas. Deslisei meus dedos sobre meus lábios e senti uma coisa que eu não sentia há muito tempo.

Saudade!

Balancei a cabeça para impedir que sentimentos ruins invadissem a minha mente e então suspirei.

Um barulho tirou-me dos meus devaneios. Olhei em volta. Alguém estava batendo na porta.

Levantei-me e a abri.

– O que você quer? - Perguntei a Róger, um dos capangas idiotas de Felipe - São três horas da madrugada, o que está fazendo aqui? - baguncei meus cabelos esperando pela sua resposta. Ele estava muito nervoso e suava.

– Angie... O Felipe está com problemas!

– E porque veio aqui? O Felipe sabe se virar! Sei lá... - respondi fechando a porta e ele entrou no meio. Surpreendi-me.

– Não, Angie... A coisa é séria. O pessoal todo já tentou falar com ele, mas ele não quer ver ninguém. Está gritando lá e chorando desde que a noite caiu.

– E o que aconteceu, Roger? - perguntei abrindo a porta.

– Eu não sei direito, mas... Pelo que eu ouvi. A mãe e airmã dele sofreram um acidente de carro. A mãe não resistiu, mas a menininha ficou em coma!

Aquilo foi o suficiente pra me tirar de casa!

***

–Cadê ele? - eu me vi de roupão numa casa de bandidos.

– Aqui, vem comigo! - ele disse e o segui. A casa estava cheia, todos estavam nervosos de um jeito ou de outro. Em cada canto, as pessoas falavam sobre o ocorrido.

Subi as escadas atrás de Róger. Ele levou-me até uma porta que aparentemente estava trancada. Tentei abri-la.

– Felipe, cara... Abre aqui! - Róger disse batendo na maçaneta.

– Vá embora! - ouvi o seu grito abafado.

– Felipe... Abre aqui... Felipe! - ele tentou novamente e olhou pra mim confuso. - Eu não sei o que fazer!

– Eu tô bem, já disse! Vai embora! Quero ficar sozinho!

– Sai da minha frente! - eu disse empurrando-o - Felipe... Abre aqui seu imbecil! - gritei- Anda, idiota! Sou eu!

– O que você quer? Vá embora! - ele gritou de volta! E eu podia sentir aquilo apertar o meu coração.

– ABRE ESSA DROGA! - gritei dando socos, pontapés, murros e joelhadas na porta - AAAAAHHHHH! Abre isso seu idiota!

– Eu não vou abrir! Vai pra sua casa! Eu não quero falar com você! Eu não quero falar com ninguém, não entende? - ele gritou e eu senti dor em sua voz - Eu tô bem não entende? Eu tô bem, caramba!

– Eu... eu preciso sair... Qualquer coisa por favor ligue pra mim! Vou levar os caras! - ele disse e saiu. Idiota!

– Felipe... Abre aqui vai! -choraminguei sentando-me na porta!

– Vai embora... - Ouvi e fiquei ouvindo-o gritar até que cessou. Nenhum barulho se ouvia. Nenhum grito, nem mesmo sussurro. Achei que ele estivesse dormindo por início. Mas, tirei as minhas dúvidas quando ouvi um barulho de vidro quebrando-se.

– FELIPE... NÃO! - O pavor tomou conta de mim e quando dei por mim já estava gritando e esmurrando a porta - FELIPE!!!!! FELIPE NÃO FAÇA ISSO! - Eu tentava abrir a porta de todas as formas, mas ela estava lacrada, trancada.

– ALGUÉM ME AJUDA AQUI! ME AJUDA AQUI DROGA! - eu gritava enquanto batia na porta e a esmurrava e tentava abri-la de todas as formas possíveis. Ambas em vão.

Eu já estava suando e eu sentia que uma taquicardia tomaria conta de mim a qualquer momento.

– FELIPE, POR FAVOR, NÃO! NÃO! - gritei desesperada e com toda a força que eu tinha chutei aquela porta, fazendo suas trancas quebrarem. A porta caiu ono chão e imediatamente os meus olhos fixaram-se nos dele.

Pedaços de vidro estavam espalhados por todos os lados. A janela havia sido quebrada. E, se não me engano, ele iria pulá-la.

– O que você fez?

– O que você pensa que está fazendo? - gritei indo em direção a ele.

– Eu já disse, Angie... Deixe-me em paz! Eu estou bem!

– Vai se matar? - perguntei indo até ele.

– Isso não é da sua conta! - ele disse pondo um pé sobre a janela.

– Sai daí, seu imbecil! - eu disse puxando-o e ele não aceitou muito bem. Caiu por cima de mim no chão e prendeu as minhas mãos. Dei uma joelhada em suas costas e ele caiu com a barriga em minha cara. Empurreio pra cima e me vi sobre ele.

Gritos e gemidos incomodavam o local. Estávamos nos matando.

Ele pegou um pedaço de vidro no chão e pressionou contra minha perna.

– AHHHH! - gritei e puxei o vidro que tinha ficado preso. dei-lhe um soco, mais outro, e mais outro. Ele segurou minhas pernas e empurrou-me contra a parede investindo contra o meu pescoço. Chutei sua canela e ele caiu no chão gemendo de dor.

– Isso mesmo! De joelhos, seu idiota!

Ele deu um murro em meu joelho e eu caí no chão sem antes dar um grito aterrorisante.

Ele levantou-me pelo pescoço e eu fiquei tentando impedi-lo. Eu deveria estar rocha.

O ar me faltava e eu senti tudo escurecer por um instante eté eu chutar suas partes e ele derrubou-me no chão. Os dois no chão gritavamos de dor.

Ele se levantou primeiro e veio pra cima de mim. Apertei sua orelha e ele segurou as minhas mãos bravo.

Puxei-as forte e ele ficou em cima de mim.

Cara a cara. Rosto a rosto. Face a face.

Eu sentia sua respiração ofegante sobre mim, e eu não conseguia evitar em olhar para seus lábios, e para seus olhos, e voltava para seus lábios. E para os seus olhos.

E então ele me beijou.

Seus lábios estavam mais macios do que nunca e ficou melhor ainda quando eu os senti sobre o meu pescoço. Voltou para a minha boca e lá descansou.

Levantamo-nos aos poucos e quando percebi eu já estava de pé. Então ele me soltou, olhou em meus olhos e abraçou-me.

Abracei-o também e cai com ele de joelhos no chão. Ele estava chorando.

– Ela não merecia isso! Ela não merecia! - ele disse sem me soltar. Meus olhos estavam marejados, eu sentia meu coração se fechar e ele não me soltava e abraçava-me cada vez mais forte, assim como eu.

Ele soluçava e chorava alto. Sem preocupar-se com quem quer que estivesse ouvindo. Ele berrava e gritava.

Chorava por Lucy.

Diferente de mim, Felipe tinha uma ótima relação com a mãe. Ela nunca aprovou o que ele fazia, mas sempre esteve ao lado dele. E Lucy... Felipe nunca foi apaixonado por alguém como era por ela.

Ele contava as horas e os minutos para vê-la. Carregava uma foto sua na carteira e era sempre presente. Ele era como um pai pra ela.

E por isso, vê-lo chorar me fez querer chorar também. Eu não sabia o que ele estava sentindo, mas eu já tinha sentido algo parecido antes.

Perder meu irmão aos 6 anos foi o maior 'baque' da minha vida. Eu era apenas uma menina. E vê-lo em meio aquela poça de sangue me fez surtar.

E depois com meu pai... Quando meu pai morreu... Esquece.

– Felipe, vai ficar tudo bem! A Lucy vai ficar bem!

– Porque, Angie? Porque não podia ser eu ao invés dela? Porque?

– Felipe ela vai ficar bem!

– Ela TEM que ficar bem! Eu não vou suportar viver sem ela, Angie... Só me restam vocês!

Ver Felipe chorando foi uma das cenas mais estranhas que já vi. Não que ele chorasse feio. Por favor, longe disso. Mas, ele nunca foi de chorar. Sempre aguentou todos os tipos de dor e... Aquilo era, digamos... Impossível.

– Angie... Ela não merecia isso, de jeito nenhum, de nenhuma forma, ela...

– Shhhh... Ela vai ficar bem, Felipe! - eu disse, mesmo sem acreditar. E ele debruçou-se sobre o meu ombro.

Eu esperava que ele fosse acordar ali a qualquer hora... E sairia de casa o mais rápido possível e nunca mais apareceria. Mas o que ele fez nem se compara.

Devo dizer que surpreeni-me quando ele levantou os olhos pra mim. Beijou-me e voltou a me abraçar, sussurrando em meu ouvido.

– Eu te amo!



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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Ganho Review? Idéias pro próximo capítulo? Quero ouvir suas opiniões!