Aquela noite foi uma das melhores que nós duas já tivera em Paris, nunca dançamos tanto e nem nos divertimos quanto aquela noite, agora eu estava tentando acordar-me para levá-la ao aeroporto. Belli estava bem acordada, acordada até demais enquanto, eu, mal conseguia abrir os olhos.

- Qual é? Faltam três horas ainda – eu resmunguei e ela andava impaciente no meu quarto

- Desculpa, não consigo dormir... – Belli falou ainda impaciente.

Ao contrário dela peguei no sono novamente, mas logo tive que acordar-me para ir com Belli ao aeroporto. Coloquei um moletom com uma touca grande assim poderia esconder um pouco meu rosto de ressaca, Belli me olhava e sorria assim como Shannon e papai. Sentia-me estranha, porque na verdade essa foi meu primeiro porre! Belli estava sã e intacta ao meu lado, enquanto, eu, estava totalmente mal, cabelos horríveis e cara inchada de sono, tirando a puta dor de cabeça. Papai foi com a Belli checar a passagem, Shannon ficou me encarando enquanto eu tentava me esconder. Esse momento seria o perfeito para usar o dom da invisibilidade porque né... Papai e Belli voltaram com a passagem checada, estava tudo pronto agora, a voz mecânica soou chamando seu vôo.

Belli veio e abraçou-me por um tempo, tentei manter a calma e não chorar. Não saberia ao certo quando a veria novamente, mas ela será para sempre a minha amizade mais rara. Com um leve aceno e o rosto triste ela desapareceu para dentro do avião, sentirei muita falta daquele rostinho me acordando de manhã cedo para fazer alguma coisa nova... Papai pegou minha, mão então era hora de voltar para tão grande e solitária casa. A casa já era grande com Belli aqui, mas agora parecia ser maior ainda. Entrei no quarto dela, e ainda tinha o perfume dela pairando no ar, segurei as lágrimas... Ela era a pessoa com quem eu poderia desabafar sem me preocupar, contar meus segredos, tirar fotos... Alias tudo que restou agora foi nossa foto tirada na festa.

Entrei no meu quarto e tranquei a porta, peguei meu caderno de anotações e surgiu a primeira composição para meu álbum. Guns and Horses (ps: como eu já havia comunicado, todas as músicas usadas por Dani já existem), a letra diz que eu faria tudo por uma pessoa, lutaria com armas e cavalos por ela, pela nossa amizade, por nossa amizade eu faria tudo, não só faria como faço. Todo o resto da semana fiquei escrevendo coisas que aconteciam comigo e aos poucos iam surgindo letras novas, no futuro só farei ajustes para entrar na melodia.

Hoje é domingo, comecei a arrumar as malas de manhã, terça vou para L.A gravar o álbum e a pressão do papai esta ficando maior. Coloquei todas as roupas que trouxe da Alemanha, papai já providenciou um aparthotel, acho que vou ficar bem...

Segunda-Feira, 7h35min Aeroporto internacional de Paris

- Se cuide por lá, viu! – Shannon alertou-me

- Sou bem grandinha né – eu falei sorrindo e passei a mão no cabelo

- Se cuide minha baixinha – papai deu um beijo na minha testa e eu abracei-o forte – Você sabe o que vai fazer lá, você esta indo para trabalhar... – eu falei a ultima frase junto com ele e concordei com a cabeça

- Vai ficar tudo bem, eu vou ficar bem. Quando chegar eu ligo. Amo vocês – peguei minhas malas e fui para o portão de embarque.

Realmente estou acreditando que eu vou ficar bem, sai de uma cidadezinha tranqüila sem maremotos de pessoas passando alucinadas por você a todo segundo, L.A não vai ser nada tranqüila, são muitas pessoas que cruzam por você e fazem sua cabeça girar, quando eu era criança me perdi da minha mãe por um minuto e quase morri chorando e agora? Se eu me perder não vai ter ninguem para me ajudar, ou me levar para casa, só se for um policial. A viajem por perturbada, nada de turbulência ou essas coisas, mas sim pelos meus pensamentos que me metralhavam a cada segundo com coisas desastrosas, obrigada mente me sinto muito segura agora.

E como minha mente sinalizou, lá estava eu, sem reação no meio de muita, mas muita gente. Eu só tenho que achar um taxi e entregar o endereço para ele, só isso, sem problema, tudo bem! Algumas pessoas ficavam me encarando, talvez pelo tamanho das três malas que agora pareciam estar maiores ainda, me sinto envergonhada por isso.

- Hi, you’re lost? – alguém perguntou e eu vir-me-ei

- No... Yes – eu não poderia mentir se eu realmente estava perdida, certo?

- Eu posso te ajudar, se você quiser... – o jovem garoto se ofereceu

- Agradeço, quero sua ajuda sim – entreguei o endereço para ele

- Você tem sorte, estou indo para esses lados também, podemos dividir um taxi – ele disse já assoviando para um

Depois de varias tentativas frustrantes um taxi parou e nós dois corremos, ele ajudou a colocar as malas no carro e nós fomos.

- Desculpe, nem me apresentei. Prazer, sou Josh – ele sorriu, oh Josh já te disseram que você é o sinônimo de beleza? Sim, você é.

- Prazer, sou Danielle – ele fez uma cara de “complico”, eu sorri – Todos me chamam de Dani. – sua expressão mudou.

- Dani, gostei – aaaah eu fiquei vibrando internamente, tentei evitar olhares longos porque se não eu morreria com toda certeza.

- Vem de onde? – ele abriu a janela e o vento bagunçou meu cabelo, sua mão veio ate meu rosto e levemente tirou os fios, agora sim morri. Ele ficou me olhando intensamente, seus olhos era muito azuis.

- Alemanha... Paris... – fiquei toda boba e ele se afastou sorrindo

- Alemanha ou Paris? – ele questionou

- Dos dois, na verdade eu moro na Alemanha com minha mãe, mas meu pai mora em Paris. Eu estava visitando ele e de lá vim para cá. – ele me olhou meio confuso – Entendeu? – o encarei novamente

- Sim, entendi – ele olhou para fora do carro