Os dias se passaram, Annabeth continuava a receber Rick todas as manhãs, enquanto Percy e os outros já haviam se adiantado bastante na viagem e já avistavam o Monte Otris ao longe.

A barriga de Annabeth estava cada vez maior crescendo mais rápido que o normal e parecia palpitar como um coração, sem contar que suas veias nessa parte do corpo já estavam negras, cheias de sangue demoníaco.

Já não aguentava ficar em pé e agora ficava deitada na cama o dia todo. Levantar doía.Luke não aparecia desde a descoberta da gravidez, não dava notícias, não dormia no quarto com Annabeth e também não dava explicações do porquê.

Não que ela ligasse, não queria estar ali. Queria estar com Percy em alguma de suas aventuras loucas. Ela até tinha gostado de saber como teria sido se namorasse com Luke, mas se pudesse não estaria ali. Só não fugia por que precisava descobrir o que Cronos queria, e por que não iria longe na situação em que se encontrava. O dia se passava lendo livros ou criando projetos arquitetônicos.

Estava terminando de calcular como a escada deveria de posicionar para aumentar a área do cômodo quando a porta se abriu com força. Por ela pesaram dois guardas carregando lanças compridas e de armaduras comportas porém por trás de seus erros se podia ver seus olhos humanos, "semideuses", percebeu Annabeth. Atrás deles entrou Luke - usando roupas sociais de mais para a ocasião - e encarou a garota.

Seus olhos eram dourados, e não azuis; sua voz era rouca.

Annabeth se lembrou da última vez em vira aqueles olhos. Fora na ala hospitalar do castelo quando Luke tentou a atacar. Não fora uma boa experiência.

Os guardas andaram até a beirada de sua cama e pareciam aguardar ordens. "Luke" a encarava desinteressado e Annabeth se perguntava o que estava acontecendo; sem resposta.

"Luke" apenas acenou com a cabeça e os guardas a seguraram pelo braço arrancando a menina da cama e derrubando seus projetos no chão - internamente ela torcia para que estivessem intactos.

Foi a primeira vez que Annabeth saiu do quarto em duas semanas. Arrastada pelos guardas castelo adentro até certo ponto do trajeto ela sabia onde estava, mas quando atravessaram o salão principal e passaram por grandes portas de ferro, ela se perdeu.

De repente não parecia mais que estava no antigo monte Otris, onde Cronos tem sua base, com a arquitetura grega que ela tanto ama. De repente a filha de Atena se vu dentro de uma ala moderna. A sua volta computadores dos mais modernos apitavam e mostravam vários assuntos diversos e por uma parede de vidro Annabeth viu um laboratório.

Quando o quarteto passava, com "Luke" na frente, todos paravam o que faziam para olha-los. Na verdade, eles olhavam Annabeth. Carregada pelos guardas, com cara de doente, grávida e com o corpo infectado com o que quer que esteja dentro de sua barriga.

Mas os cientistas... Não eram monstros, não eram semideuses. Eram humanos.

..............

Sua cabeça trabalhava tentando ligar os fatos. Humanos? Por que raios humanos estariam ajudando Cronos a destruir os deuses? Será que eles sabem o que estão fazendo?

Antes de terminar seu pensamento o Senhor do Tempo digitou uma senha na próxima porta e os humanos ficaram para trás.

A sala a sua frente não era tão grande quanto a anterior, na verdade, chegava a ser pequena. No centro uma cadeira de metal reclinada estava ligada a alguns aparelhos. Somente sua aparência já dava calafrios. A volta maquinários diversos apitavam, alguns conhecidos por Annabeth, outros não.

O semideus que agarrava seu braço a empurrou na direção da cadeira a obrigando a se sentar. O outro pegou cordas em cima de um cardiograma e amarrou os braços da garota na cadeira, depois os pés.

Annabeth se debateu, mas de nada adiantou.
Na sua frente o ar tremulou; uma mensagem de Íris. Do outro lado, o rosto machucado de Percy a encarava.