You Are My Everything escrita por belacqua


Capítulo 1
Passo em falso


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu sempre vou variar em POV (Point of View). Isto é, a história passa de 3ª pessoa pra Kyu POV pra Sungmin POV. O início e o final são em 3ª pessoa. De resto, é primeira pessoa. E eu comecei pensando em uma legítima KyuMin, mas você vai encontrar menção a VÁRIOS outros OTPs aqui, hehe, tais como HanChul, 2Min, EunHae, etc. Vou tentar postar os capítulos com regularidade. E não sei o que esperar, sinceramente, já que essa foi uma fic difícil de terminar (durou meses, sério). Enfim, boa leitura! ^-^



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O único som que se ouvia dentro do quarto era o teclar incessante que KyuHyun fazia no laptop. Jogava algo concentrado, com fones de ouvido e cenho franzido. Parecia de fato estar dentro do jogo. Estava em sua cama, no quarto que dividia com JungSu, recostado na cabeceira. Ainda vestia os pijamas de quando acordara - era uma segunda-feira de folga para o grupo. O apartamento estava silencioso, exceto por uma conversa baixa advinda da cozinha. Por estar tão concentrado no jogo, o magnae não percebeu quando alguém entrou no quarto e sentou-se silenciosamente na cama de JungSu. Vestindo uma camiseta branca e calças de moletom, o hyung sentou e encarou os pés de KyuHyun desanimado. SungMin usava os cabelos presos pra trás em um pequenino rabo-de-cavalo. Finalmente desperto do transe que o laptop lhe incutira, KyuHyun ergueu as sobrancelhas para o outro. Não havendo reação, tirou os fones de ouvido e falou com a voz rouca de quem estivera calado desde que acordara:

- Min? Tá tudo bem?

Apesar de rude e muitas vezes ser tachado de bruto pelos hyungs, KyuHyun sentia afeição por cada um naquela casa. A expressão de SungMin o alarmou e ele fechou o laptop, colocando-o de lado e levantando-se da própria cama. Ajoelhou-se próximo ao outro e olhou incerto para ele. SungMin deu uma risadinha triste.

- Eu sou patético, desculpa. Não queria atrapalhar seu jogo. Só não queria ficar sozinho na sala.

- Ei, o que é isso? - ele segurou uma das mãos de SungMin, tentando de alguma forma consolá-lo - Onde estão os outros?

- Só estamos eu, você, DongHae e JongWoon em casa. Os dois tão se arrumando pra almoçar fora. Acho que algumas das garotas vão também.

Frequentemente eles encontravam-se com outros artistas da SMEnt e não era difícil vê-los com as meninas do SNSD. Isso discorria além da amizade, em alguns casos, como com Tiffany e JongWoon que estavam engrenando um namoro. SungMin adorava esses momentos e isso deixou o magnae preocupado. "Por que ele não foi com eles?" Ergueu-se e sentou na cama ao lado do hyung.

- Mas o que você tem? Parece sério.

- Não é nada, Kyu - ele forçou um sorriso e olhou para o outro. Parecia desapontado, KyuHyun não saberia dizer. Só imaginava que poderia ser uma coisa.

- Há quanto tempo você não vê seus pais?  - SungMin riu aberto, olhando para o magnae surpreso.

- Você consegue me ler completamente. Faz uns... cinco meses agora, eu acho. Acabei de ler uma mensagem do meu pai. "Fique bem", como se eu já não tivesse ouvido isso o suficiente.

KyuHyun sorriu complacente. Ao menos dessa dor ele entendia. Via raramente a sua família também, mas não ficava como o hyung; SungMin sempre fora mais sensível e carinhoso do que ele. Sentou-se mais pra trás na cama, que era rente a parede, e recostou-se.

- É o que ele pode dizer por agora - KyuHyun olhava a extremidade do quarto sem realmente a ver - Há coisas que só se pode dizer pessoalmente.

Ao ouvir a última frase, SungMin virou-se para o magnae, uma expressão curiosa no rosto. Sentia-se menos sozinho agora que podia conversar com alguém que ele tanto... gostava. Revirou os olhos desconcertado ao pensar nisso e sentou-se mais perto de KyuHyun, curvando-se para apoiar a cabeça no peito dele. As batidas do coração do magnae confortavam SungMin. Ele fechou os olhos e passou a mão pela cintura de KyuHyun.

- Min... - invariavelmente o magnae se desconcertava com afagos e carinhos. Ele era um dos mais fechados e o completo oposto de SungMin, que vivia a abraçar e acarinhar a todos. Hesitante, KyuHyun colocou uma mão em volta do hyung. Podia sentir sua respiração pausada e isso o deixou ressabiado - não sabia o que estava fazendo, mas gostava da companhia de Min.

Nesse momento uma risada estrondou no corredor e DongHae apareceu na porta do quarto sorridente. Seu sorriso pareceu aumentar quando viu os dois abraçados.

- Estamos de saída. Vocês não querem vir? Vai ser divertido.

- Não, obrigado. Não quero tirar os pés pra fora de casa hoje - disse KyuHyun. SungMin ergueu a cabeça pra olhar pra porta e completar:

- Tô com ele - e voltou a deitar o rosto em KyuHyun. Com um sorriso silencioso que transmitia um "tudo bem", KyuHyun despediu-se do hyung e o viu dar meia-volta no corredor, em direção a sala, gritando de brincadeira com JongWoon. Em poucos instantes a casa ficou silenciosa novamente.

Os dois não disseram nada. SungMin sentia-se confortado. Quando viera ao quarto ele queria apenas uma boa companhia, ainda que silenciosa e distante. Agora, nos braços de KyuHyun, ele podia dizer que estava bem. Uma sensação de calma o dominou e ele pensou que, se pudesse, pararia o tempo para eternizar aquele momento. O vai-e-vem suave do tórax de KyuHyun o fazia sentir inexplicavelmente... feliz. Aos poucos, KyuHyun ergueu a mão que abraçava o hyung e pôs em sua cabeça, acariciando de leve os fios escuros em um cafuné discreto. O magnae também sentia isso, essa sensação de que ali era onde ele queria estar... Sentia-se um pouco assustado com isso. De repente lhe veio a cabeça as imagens montadas por ELFs mostrando os dois juntos... em outras circunstâncias. Um aperto formou-se em seu peito; não enxergava SungMin daquela maneira. Entretanto, ali parado, sentindo o calor do corpo do hyung no seu, ele sentiu-se confuso. Será que isso era certo? Ele não pode evitar que um tremor percorresse seu corpo.

SungMin percebeu e levantou a cabeça o suficiente para olhá-lo nos olhos. Seu semblante agora era calmo, um sorriso teimava em querer aparecer. KyuHyun viu e sorriu também, quase sem perceber.

- Eu me sinto tão bem com você, Kyu - ele contemplou o sorriso de KyuHyun. Não havia percebido como seus rostos estavam próximos. Os lábios de KyuHyun estavam delineados na pele branca, rosados... SungMin abaixou rapidamente o olhar. "O que raios eu tô pensando?"

- Assim eu fico convencido - brincou o magnae. Sua voz era quase um sussurro. SungMin reparou que as batidas do coração dele descompassaram por um momento; o ritmo estava acelerado. Surpreso, constatou que seu coração também acelerara. Precisou de um momento pra absorver a informação. Ainda não desviara o olhar de KyuHyun, os olhos negros brilhando próximos aos seus. O magnae continuou: - Do jeito que você me mima...

Mas não continuou a frase. SungMin se aproximara ainda mais, os narizes tão próximos que poderiam se tocar. Pôs a mão no peito de KyuHyun e ergueu-se a distância que faltava até selar os lábios nos dele. O magnae retesou o corpo, surpreso. O calor da boca de SungMin contrastava com o gelo que eram os lábios de KyuHyun. O hyung separou-se do outro por um momento, antes de voltar e mover os lábios, encaixando-os no lábio inferior dele. Ambos mantinham os olhos fechados, a respiração do magnae curta, seu corpo ainda tenso e sem reação. SungMin ajeitou-se de modo a ficar de frente para o outro, sem desgrudar de seu rosto por um instante, e levou uma mão à nuca de KyuHyun. Pressionou o rosto contra o seu, abrindo os lábios e recebendo os lábios do magnae abertos. No momento em que suas línguas se tocaram um choque percorreu o corpo de KyuHyun. Alarmado, ele empurrou o hyung de repente, desequilibrando-o e o derrubando da cama sem querer. Levantou-se aos tropeços e afastou-se da cama de JungSu, em direção a porta, quando parou e virou novamente para SungMin, que estava ainda caído no chão com uma expressão confusa e chocada.

- Nunca... Eu disse NUNCA mais faça isso! Merda! - as palavras soaram ríspidas e pareceram pular de sua boca antes que ele soubesse o que estava dizendo. Deu meia-volta e saiu do quarto, dando um murro na parede do corredor pouco depois. SungMin parecia estar petrificado no chão, o rosto uma máscara de tristeza e surpresa. Ouviu duas portas baterem e percebeu que KyuHyun havia saído do apartamento, deixando-o sozinho.

[KYUHYUN POV]

Eu não previra aquele beijo e muito menos minha reação. Mas, caramba, o que há de errado com Minnie? O que o fez pensar que eu fosse... isso? Que eu aceitaria? No impulso só tive tempo de vestir um sobretudo por cima do pijama e sair porta afora sem carregar nada comigo. E que se dane os que olharem torto. Não podia ficar naquele lugar por mais tempo. Andei com passos rápidos até perceber que estava a ruas de casa e desacelerei. O céu nublado não colaborava com o meu ânimo que estava... Como eu estava? Não consigo decidir se o que sentia era raiva ou... Ou sei lá o quê. Minha cabeça era um emaranhado de pensamentos desconexos. A única coisa que eu queria era me afastar o máximo possível daquele quarto. "Como ele espera que eu olhe para ele de novo?"

Continuei caminhando por uma rua residencial quase deserta. Era horário de almoço e a maioria estava em casa com os familiares. Isso me deu brecha para pensar... Desde o início eu me mantive afastado dos demais. Eu sou assim, sempre fui. Não sou efusivo, não costumo ficar demonstrando emoções, é o meu jeito. Não quer dizer que eu não sinta, é óbvio. Deixei escapar um sorriso culpado e abaixei os olhos. A questão é que eu nunca insinuei nada naquele sentido nos cinco anos de convívio com os hyungs. Até fanservice eu evitava. Mas por mais que tentasse, a imagem de Minnie caído, estupefato, não saía da minha cabeça. Apesar do sentimento de humilhação, senti-me um monstro... Passei em frente a uma padaria e pensei em comprar algo para beber quando lembrei que saíra sem nem um tostão no bolso. Estava para seguir meu caminho quando avistei lá dentro do estabelecimento, sentados lado a lado em uma mesinha, dois rapazes mais ou menos da minha idade. Eles conversavam e riam animadamente, parecendo melhores amigos. Instintivamente senti minha mandíbula travar e precisei apertar os punhos no bolso do sobretudo para seguir o meu caminho. Talvez eu tivesse acabado de perder um amigo. Isso me deixava ainda mais enfurecido. Continuei minha caminhada sem rumo com um bilhão de coisas na cabeça.

[SUNGMIN POV]

"- Nunca... Eu disse NUNCA mais faça isso! Merda!"

Quebrado, era como eu poderia me definir naquele momento. O chão estava frio mas eu não ousava me mexer. Ainda esperava, tolamente, que Kyu voltasse por aquela porta e me desse um de seus sorrisos desconcertados. Imbecil, é o que eu sou. O quarto vazio parecia ecoar com a voz trêmula do cara que eu acabara de tentar beijar. Não sei o que deu em mim, não sei por que raios eu fiz uma estupidez dessa. Eu não havia feito de propósito, simplesmente... aconteceu. Estava cara a cara com Kyu e me vi impelido a provar sua boca, tocar seus lábios. Meu desespero se intensificou e encolhi as pernas de encontro ao corpo, abraçando-as. Lágrimas começaram a se formar em meus olhos e minha garganta fechou. Estúpido! Estúpido! Eu sempre me mantive a uma distância segura de Kyu, mesmo sentindo que o queria mais do que como amigo. Respeitei seu espaço porque sabia que ele nunca quereria nada comigo. Aliás, eu estava proibido de querer aquelas coisas. Eu tinha uma carreira, um contrato, milhares de fãs e amigos a zelar. Meu maior medo era que os outros hyungs ficassem temerosos de dividir um dormitório com alguém que... com alguém como eu. Eu tinha preocupações antes, mas não como agora - o que será que Kyun-ah faria? Desejei desesperadamente poder vê-lo, me desculpar, ouvir de sua boca que nada mudaria entre nós dois. Me ergui devagar e sai do quarto. Fui até a varanda da sala e olhei para baixo, para a nossa rua, mas não o vi em lugar nenhum. Um caminho de lágrimas havia se formado em minhas bochechas enquanto eu segurava com força o parapeito. Se eu pudesse explicar como eu me sentia, diria que era como se dez caminhões houvessem passado por cima de mim. Minha cabeça estava dolorida e meu peito, apertado. Apesar de não passar de meio-dia, fui para o meu quarto, que dividia com Wookie, e deitei em minha cama, decidido a dormir. Meu verdadeiro desejo era dormir e acordar descobrindo que aquilo fora um sonho com final infeliz.

Os outros voltaram já ao anoitecer, rindo e conversando alto. Despertei com as vozes deles no corredor e sentei-me na cama, atônito. RyeoWook apareceu de repente na soleira da porta e estancou ao me ver ali.

- SungMin, não sabia que você tava aqui - ele lançou um olhar a cama bagunçada e a minha expressão amarrotada e fez uma cara de lamento - Ai, você estava dormindo? Desculpa por te acordar.

- Não, tudo bem... Já era hora de eu levantar mesmo.

Tentei lançar um sorriso para ele mas devo ter falhado miseravelmente, porque vi ele franzindo o cenho antes de entrar e começar a trocar de roupa. Levantei-me e saí do quarto antes que ele me fizesse qualquer pergunta. Todos tinham entrado nos quartos ou banheiros, então fui pra cozinha. Pelo reflexo na janela vi meus olhos inchados e tratei de jogar água fria no rosto. Debrucei-me na pia, deixando a água escorrer pelo queixo e respirei fundo. Eu estava fazendo tempestade em copo d'água. O certo seria eu me acalmar e esperar por KyuHyun, para saber qual seria sua reação. Joguei mais água na cara e me virei para voltar pro quarto. Dei de cara com HeeChul, de moletom e pantufas, me encarando da porta.

- AH! Que susto, Heenim - ele ergueu uma sobrancelha e desviei o olhar, fingindo estar muito interessado em olhar a geladeira - Como foi lá com as garotas? A Jessica estava lá?

- Eu não fui, esperto. Cheguei há umas duas horas. Você estava dormindo feito uma pedra - ele aproximou-se do armário e tirou um pacote de biscoitos de lá. Abriu, colocou um na boca e virou-se para mim - E tendo pesadelos, eu acho.

- Obrigada por me vigiar dormindo - disse sarcástico. Acabei por tirar o leite da geladeira e enchi um copo para mim. Tomei um gole e então percebi a expressão curiosa em seu rosto. Parecia que ele estava louco para saber o que tinha acontecido enquanto esteve fora.

- Não vigiei. Mas de qualquer forma, o que quer que tenha te mordido, fez um mal danado. O pequeno SungMin tá botando as garrinhas de fora - ele fez um movimento com a mão como um felino e riu. Me contentei em revirar os olhos e sair dali.

Quase imediatamente após entrar na sala eu desejei não ter feito isso. Hae e Hyuk jogavam na televisão, os dois sentados no chão, cada um com um controle e rindo feito bobos. Pude sentir o cheiro de álcool e imaginei o quanto eles teriam bebido. DongHae levantou os olhos quando me viu chegando e perguntou animado:

- E aí, Min, como foi sua tarde? - Vi em seus olhos que ele estava se lembrando de KyuHyun e eu abraçados antes dele sair. Ele sempre foi o mais coração aberto de todos e estava visivelmente encantado com... o que quer que acontecesse entre mim e Kyu. Sorri perante sua ingenuidade e sentei no sofá atrás deles.

- Razoável. Dormi a maior parte do tempo.

Ele virou-se por um momento, confuso, como se tentando entender onde Kyu se encaixava nisso mas logo voltou sua atenção ao jogo. Hyuk mal me notou - zombava Hae por ter se distraído e perdido uma posição no jogo pra ele. Fiquei sentado atrás deles, assistindo a partida dos dois e me animei. Em alguns momentos estava rindo e comentando o jogo com eles. SiWon apareceu pouco depois e sentou no sofá ao meu lado, rindo dos nossos comentários e fazendo piada da animação de Hyuk e Hae. Estava completamente esquecido do episódio daquela tarde quando a porta da frente se abriu e Kyu entrou. Usava seu sobretudo de viagem e tinha os cabelos meio molhados - provavelmente havia pego chuva.

Meu sorriso se desmanchou assim que vi sua expressão de desprezo pra mim. Entrou e deu um "oi" rápido pros outros enquanto ia direto pro corredor que dava pros quartos. Não desviei o olhar de onde o tinha visto pela última vez antes que sumisse no corredor até que SiWon estalou os dedos no meu nariz. Com um sobressalto, virei pra ele.

- Quê?!

- Terra chamando Minnie. É a sua vez, você não queria jogar?

         Ele tinha um sorriso brincalhão no rosto e não parecia ter percebido nada de errado, assim como Hyuk. Apenas DongHae tinha a expressão pesada e olhava pra mim com preocupação. Ele me passou o controle dele e eu tentei focar no jogo, apesar de ser quase impossível. Minha boca estava seca e eu precisei inspirar fundo para não tremer a voz quando SiWon e Hyuk continuaram a comentar e fazer piadas. Como DongHae ainda estava alarmado, sacudi a cabeça quase imperceptivelmente pra ele, como um "não foi nada" e joguei minha partida. Perdi vergonhosamente para Hyuk, mas mal prestei atenção ao jogo. Queria sair dali, queria poder pensar, queria ficar sozinho e longe de todos aqueles risos. O rosto desgostoso de Kyu ainda pairava na minha mente e senti meu coração se espremer e ficar pequenininho.

Logo depois sai do apartamento com o pretexto de comprar refrigerante. Na verdade não dei dois passos pra fora do prédio e sentei na calçada, cobrindo o rosto com as mãos. Estavam trêmulas e não pude conter um soluço de vir a tona. Eu havia estragado minha vida. Afugentara a única pessoa que amava e não demoraria muito pra isso vir a público. Como seria dali pra frente? O que eu poderia esperar do convívio no grupo? Ergui o rosto e olhei para o céu escuro e sem estrelas. Estava nublado e chovia fraquinho. As gotas de chuva que me alcançavam escorriam pelo meu rosto e braços descobertos sem que eu nem percebesse.

- Você não devia pegar essa chuva, Minnie.

Eu não ouvira os passos mas reconheci a voz de DongHae com um sobressalto. Ele sentou ao meu lado no meio-fio e me olhou preocupado.

- Eu entro já. Eu só, hm - pigarreei para limpar a voz que embargava - precisava pegar um pouco de ar.

- Quer conversar sobre isso? - percebi que ele não se referia a minha saída - Nunca te vi tão cabisbaixo.

- Não, eu tô bem - olhei para seu rosto e vi o ceticismo estampado ali - Ok, não tô bem, mas não precisa se preocupar. Não precisa estragar sua noite com isso. É bobagem.

- Minnie, você é uma das pessoas mais sorridentes que eu conheço. Pra você ficar com essa cara, não é bobagem. É... Tem relação com o KyuHyun?

         Virei a cabeça tão rápido que senti o pescoço estalar.

- Ele não... Não tem nada. A gente se desentendeu, só isso - DongHae pareceu me avaliar por um instante, os olhos sérios e os lábios comprimidos. Por fim, se levantou e disse em um tom um tanto quanto magoado:

- Tudo bem. Se você não quer me contar, é uma opção sua. Mas eu sou tão próximo do KyuHyun quanto você, você sabe disso. Eu me preocupo com ele e isso consequentemente envolve você. Não fica muito tempo aí, ok? Pode pegar um resfriado.

Acenei com a cabeça e o ouvi entrar de novo no prédio. Abaixei a cabeça e esfreguei os olhos com força. "Você é um frouxo, Lee SungMin".


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Notas finais do capítulo

É, eu sou um pouco dramática (será que deu pra perceber?). E isso teria sido ainda mais dramático se eu não estivesse de tão bom humor quando comecei a escrever kkk. Críticas são bem aceitas, viu? Essa história tem um significado... especial pra mim >—