-Bom, acho melhor eu ir embora – disse – afinal amanhã tem aula, e não quero acordar atrasada 

-Ah, sim. – Justin então passou Clara para mim – Também tenho que ir – vimos que os pais de Justin também estavam saindo do restaurante e indo em direção ao carro – Foi bom ver você

-Queria poder dizer o mesmo, mas não posso – me virei e andei até o carro....

 Chegando em casa, troquei a roupa de Clara, pus ela no berço e fui deitar.

No dia seguinte, acordei e fiz o de sempre. Depois, sai de casa e fui para a faculdade.

O dia seguiu normalmente, até a hora em que eu fui pegar Clara na escolinha

Assim que cheguei na escolinha, pude ver alguns pais já com seus filhos. Vi o quão feliz eram os casais...e isso fez com que uma lágrima escapasse do meu olho, então rapidamente a sequei 

Sai do carro e estava quase entrando para buscar Clara quando vi a própria saindo de lá no colo de Justin.

O que..? Como..?

-O que? Como? – repeti meus pensamentos. Dessa vez em voz alta

-Oi Sarah – ele disse com aquela voz doce... AAH APAGA ISSO SARAH. Não esquece de tudo que ele te fez passar....

-O que você ta fazendo aqui? Como soube que..

-Meus pais conversaram com os seus pais, que deixaram escapar que ela estudaria aqui – ele disse me interrompendo – Então achei que seria bacana vir aqui buscar a Clara

-Mas isso é o que uma mãe ou um PAI fariam. Coisa que, segundo você a uns dois anos atrás, você não é

-Será que você não vê que eu estou fazendo de tudo para tentar me redimir com você? Não percebe isso?

-Perceber eu percebo. Mas não quero nada que venha de você. Eu e a Clara estávamos muito bem antes de você começar com esse papo de perdão e arrependimento. Minha vida estava muito melhor antes de você aparecer de novo

-Será que nós podemos conversar em outro lugar. É sério, eu quero muito conversar com você

-Vamos fazer o seguinte, eu vou de dar 10 minutos, nem mais nem menos, para você falar o que tem a dizer

-Okay. Vamos então ao parque

-Justin, isso é uma conversa séria, não um passeio amigável ao parque

-Eu sei que não é uma conversa amigável, mas não vamos deixar isso tudo tão obscuro. Vamos - Então pegou minha mãe e começou a caminhar

-Hey, eu disse que ia conversar. Não te dei liberdade para isso – e indiquei com a cabeça nossas mãos juntas

-Ah, deixa ser fresca – revirou os olhos e continuou me puxando. Bufei e segui ele

Chegando ao parque, que era bem perto da escola, deixamos Clara brincando e nos sentamos em um banco perto de onde ela estava. Queríamos estar de olho nela

-Seus 10 minutos começaram agora – alertei-o

-Okay Sra. Rabugenta – bufei e ele começou a falar

-Por onde posso começar...

-Quem sabe pelo começo? – disse irônica

-Olha, quer calar essa sua boca e me deixar falar – ficou de pé e me encarou com os braços cruzados sobre o peito

Depois de um minuto em silêncio ele sentou e começou a falar:

-Queria te dizer que eu quero fazer parte da vida da Clara com você

-Como? 

-Como....como um pai

-O QUE?  - levantei e olhei-o indignada

-SHH não grita – e me puxou para sentar de novo

-Como você tem coragem de pedir uma coisa dessas

-Eu...eu só acho que....bom, eu quero fazer parte disso

-Não foi isso que você disse..

-Há dois anos atrás – completou e bufou – você quer esquecer isso? O que passou passou, agora eu quero concertar meu erro com você

- O que te faz pensar que eu quero isso

-Porque eu sei que você me ama assim como eu te amo

PARA TUDO! EU ESCUTEI DIRETO

-O q-que.. p-pera.. e-eu..

-Foi isso que você ouviu – disse olhando nos meus olhos e segurou minhas mãos – pode parecer muito estranho, mas, quando você foi embora, quer dizer, assim que você deu aquele tapa na minha cara e meus pais vieram falar comigo, eu comecei a ter mais...juízo. Vi que as melhores coisas da vida eu deixei passar por causa de uma coisa estúpida chamada “popularidade”. Eu só comecei a dar valor a você quando te perdi. Sabe, você foi a única que teve coragem de fazer o que fez, que não ligou se eu te chamei para o baile e me viu beijando outra garota...você é tão inteligente e independente, não esquece que você também é muito linda – tirou uma mecha do meu cabelo que estava na frente do meu rosto e pois atrás da orelha – E-eu..  – então uma lágrima escapou de seus olhos – eu só queria que você soubesse que todos esses anos que eu fiz piada de você, que eu ri de você, que fiz você de palhaça... era porque no fundo eu tinha inveja de você

-Inveja? – WHAT? COMO ASSIM ELE TINHA INVEJA DE MIM....?

-Sim. Você sempre foi independente, tirava as melhores notas, tinha amigos de verdade, uma família que ama e admira você.... e eu não. Meus pais quase não ficam comigo, sempre se preocupam com o maldito trabalho, meus amigos são uns idiotas que só ligam para popularidade, minhas notas sempre estão ruins...

-Você deve ter algo que te compense por isso tudo....certo?

-Sim, é uma pessoa. Uma pessoa que me ensinou a dar valor a vida. Essa pessoa é você Sarah.

Olhei nos olhos dele e tive quase certeza de que o que ele falava era verdade

-Mas...se isso tudo é verdade, por que você agiu daquele jeito na sorveteria? – perguntei

-Já falei sobre isso...

-Mas não foi convincente. Eu quero que você me responda 

-Acho que foi por.....Medo

-Medo de que?

-Não sei....medo de.... sei lá. Eu só tenho eles como meus amigos e eles esperavam aquele tipo de reação minha...desculpa mesmo

Concordei com a cabeça e olhei novamente para ele. Nossos olhares se cruzaram como muitas outras vezes e ele se aproximou, tocou meu rosto com seu polegar e foi fazendo um caminho pelo meu rosto, desde as sobrancelhas até os lábios. Fechei meus olhos para poder guardar aquele toque e então senti seus lábios junto aos meus. Ele pois uma mão em minhas costas e a outra foi para meus cabelos. Minhas mãos foram para em sua nuca para aprofundar o beijo. Um beijo doce e cheio de emoções...um beijo calmo mas ao mesmo tempo rápido.Selvagem mas também doce....Foi como o primeiro beijo de dois adolescentes apaixonados.  

Nos separamos por falta de ar e nos olhamos, Justin simplesmente me puxou para um abraço forte e eu retribui. Quando nos separamos, ouvimos risos e viramos para ver quem era

-Clara! – disse rindo e Justin riu comigo

-Vem cá – Justi então pegou ela e pois em seu colo. Depois Justin em abraçou de novo conseqüentemente Clara foi esmagada por nós

-Hey! – ela disse e rimos nos separando

-Acho melhor eu ir embora, minha mãe deve estar achando estranha minha demora – e peguei Clara no colo

-Ah, okay. Mas, será que a gente podia continuar a ser ver?

-Okay...acho que...tudo bem – e assim sai do parque indo pra casa.