Depois de algumas semanas, tudo voltou ao normal. Bella recuperou toda a memoria, Tânia não voltou a nos incomodar, exceto quando dava encontrões em Bella de proposito. Bella e eu estávamos mais unidos do que nunca.

Desde o acidente, toda vez que íamos ao parquinho, minha mãe nos acompanhava ficando sentada num dos bancos que havia lá. Antes eu achava isso desnecessário já que morávamos em frente a eles, mas não quero que algo aconteça novamente, por isso nem reclamava.

Um dia desses, estávamos todos no jardim da minha casa, e Ally, Rose e Bella me obrigaram a brincar de casinha com elas.

-Precisamos de papais para as nossas filhinhas! – disse Ally animada tentando nos convencer.

-Mas alguma de vocês vai ficar sem um papai! – eu disse tentando convencê-las de que aquilo daria em briga.

As três se olharam longamente tentando decidir o que fazer.

-Tudo bem, podem ficar com os papais – Bella disse tristemente, mas mesmo assim forçou um sorriso. – Eu não me importo – Meu anjinho como sempre, altruísta.

-Bem, você pode ser minha filha B.! – Rose disse tentando animá-la.

-Então, o Jazz vai ser o meu marido e o Ed vai ser o da Rose. E você Belinha, é a filha deles, ok? – Ally estava toda saltitante, como sempre.

Bella me olhou com uma cara de quem não estava gostando da ideia, porem só eu percebi, e ela logo sorriu de acordo para Ally. Ah, anjinho! Sempre tão altruísta! Isso a fazia cada vez mais linda e perfeita.

A brincadeira começou, Ally pegou uma boneca para ser sua filhinha com o Jazz, pegou uma loira porque, diz ela, faz parecer mais real já que o seu marido é loiro. Só a Ally mesmo pra pensar nessas coisas! Enquanto isso, Rose e Bella subiram para pegar algumas coisas. Quando voltaram, percebi que tinham trocado de roupa. Bella parecia mais nova com um vestidinho rosa claro de babados brancos, sapatinho de boneca e uma tiara de lacinho combinando com o vestido. Já Rose tinha colocado um vestido vermelho e um sapato com um pequeno salto da mesma cor, além de passar um pouco de batom e maquiagem para parecer mais velha.

Eu e Jazz não estávamos muito felizes com a situação. Com apenas nove anos e já tínhamos mulher e filha!

Ficamos brincando por muito tempo, até que minha mãe nos chamou para almoçar. As meninas então - lê-se Rose e Ally - inventaram que estávamos levando elas para um almoço num restaurante chique. Só elas mesmo.

Depois de almoçarmos, voltamos para a brincadeira. Eu não estava muito afim, mas Ally era muito persuasiva quando queria.

Não aguentava mais a Rose me chamando de amor e Bella, mesmo contra vontade, me chamando de papai.

Queria ficar sozinho com Bella, então tive uma ideia. Sabia que se eu saísse da brincadeira, Ally iria me irritar, então disse a todos que iria dar um passeio pai e filha com a Bella.

Eu sou um gênio!

Fomos até o quintal, onde tinha um pequeno lago e ficamos dando voltas nele enquanto conversávamos.

-Você não está muito animada com a brincadeira né? – eu perguntei curioso. Percebi a desanimação dela durante todo o tempo.

-Não, não gosto de ser sempre a filhinha. Toda vez que brincamos de casinha, Rose me faz de filha dela, só porque eu sou mais nova e menor, já que a Ally sempre escapa de algum jeito que não podemos discutir. – ela deu risada quando disse da Ally, mas o tempo todo mantinha uma cara de tedio. – você também não esta animado né?

-Também não, não gosto de ser o marido da Rose. Não que eu não goste dela. – disse tentando me redimir, não queria que Bella ficasse achando que não gostava da prima dela – é só que não gosto quando ela fica me chamando de “meu amor”, “querido”, entre outras coisas. – eu disse imitando a Rose.

Bella deu uma risada. Ficamos quietos por um tempo.

-Você não está chateada comigo né? – eu perguntei depois de bastante tempo em silencio. Tinha muito medo de ela estar brava com relação à Tânia.

-Por que eu estaria Ed? – ela tinha um olhar confuso, não estava entendendo o que eu estava dizendo.

-Por causa da Tânia. Ela fica nos incomodando o tempo todo, principalmente você! – Por favor, diga que não esta brava, por favor, diga não, diga não! Estava quase rezando, ansioso por sua resposta.

-Eu não me importo com ela, desde que nós continuemos amigos e você não se esqueça de mim! – ela me olhou com medo, temendo que isso pudesse acontecer. Que boba e linda! Até parece que eu me esqueceria dela. Nós ficaríamos juntos, pelo menos por mim, sempre seria assim.

-Eu nunca te esqueceria. Nós sempre vamos ser amigos, pra sempre, não importa o que aconteça! – eu disse com sinceridade.

-Isso mesmo! – ela sorriu pra mim e logo em seguida deu um beijinho na minha bochecha me fazendo corar assim como ela. – Eu te adoro Ed! Nunca se esqueça disso. É que eu fico meio nervosa quando você esta perto dela, num sei, tenho um mau pressentimento.

-O que é anjinho?

-Eu sinto que nós vamos nos separar. E eu...

-Nunca anjinho, nunca iremos nos separar. E o que? Continua o que ia dizer.

-Não é nada. É besteira minha.

-Vamos anjinho, me diga. Se não disser eu vou ficar bravo.

-Ai, ta bom. É que, não sei, eu não gosto quando você fica perto dela. Eu sinto que estou te perdendo. Eu não gosto dela. Me promete que nunca vai ficar com ela?

Ela estava com uma carinha ansiosa, como se eu prometer isso, fosse algo muito importante pra ela.

-Você pode ficar com qualquer uma menos ela. Eu não gosto dela, nem um pouco. Me promete Edward?

-Prometo anjinho! Nunca vou ficar com ela.

-Obrigada, fico mais calma com isso. E vamos voltar, já devem estar bravos com a nossa demora!

Levantamos da onde tínhamos sentado durante a caminhada e voltamos até o jardim da frente. Chegando lá, vimos que eles já tinham parado de brincar de casinha e estavam jogando vôlei. Nos juntamos a eles.

Já tinha passado duas semanas desde a conversa entre eu e Bella e durante esse tempo, Tânia não fez nada que pudesse causar problemas, até hoje.

Estava na hora do intervalo, mas eu ainda não tinha saído da classe. Tinha um dever que deveria ser entregue na próxima aula que eu não tinha acabado então estava lá terminando-o.

Ouvi um barulho na porta e quando olhei, vi que era Tânia. Ela estava me olhando com um sorriso assustador que ela tentava ser sedutor.

Tentei ignorá-la esperando terminar minha lição para ter tempo de ir para o intervalo ver Bella.

-Então hoje você não foi comer com a mosca morta! Que milagre! – ela falou com muita acidez se aproximando da minha carteira.

-Bella não é nenhuma mosca morta para sua informação! – eu disse com raiva.

Ouvi mais um barulho próximo à porta, mas antes que eu pudesse ver quem era Tânia me agarrou tentando me beijar. Por sorte ela não conseguiu, mas para qualquer outra pessoa, pareceria que ela tinha me beijado.

Quando consegui me soltar dela, vi quem estava na porta.

-Bella!