Capítulo 3

Numa atitude de ciúmes perguntei:

–Quem é você e por que está abraçando a minha Bella?

Na mesma hora todos olharam para mim com cara de espanto, exceto Ally que me olhava com diversão prendendo a risada.

–Ed, esse é o meu primo Jasper. Por que ficou bravo? – ela perguntou curiosa.

Eu quase morri de vergonha. Quer dizer que ele era o primo dela? Eu não gostei daquele abraço, não foi um abraço de primos não!

–Sua Bella? – Ally perguntou provocando enquanto ainda escondia as risadas – Está com ciúmes Ed?

Todos ainda olhavam pra mim de um jeito que estava me deixando envergonhado.

–Você estava com ciúmes do Jaz, Ed? – perguntou Bella sorrindo – Não precisa ter ciúmes seu bobo, você é que é o meu melhor amigo! – Bella disse me abraçando e eu não tinha como dizer nada.

–Ai que bonitinhos! – exclamaram Renée e minha mãe ao mesmo tempo.

–Ahn, Parabéns Bellinha – disse o tal Jasper pela primeira vez desde o meu ataque.

–Obrigada Jaz! – ela recebeu o presente das mãos dele e colocou em cima da mesa junto com o de Ally.

–BELLA! – ouvimos um grito.

–Rose! – Bella gritou de volta e correu em direção a uma menininha loira. Ela era muito bonita, muito mesmo, mas nada que se compare a beleza do meu anjinho.

As duas se encontraram no meio do caminho e se abraçaram. Enquanto as duas não paravam de se abraçarem percebi minha irmã diferente. Olhei fixamente pra ela e entendi o que estava acontecendo.

Ally não tirava os olhos de cima do primo da Bella e, toda vez que ele a olhava, ela corava e desviava o olhar. Jasper se aproximou dela e eles começaram a conversar animadamente. Resolvi nem continuar olhando, já bastava ele ter agarrado o meu anjo, agora ele iria agarrar minha irmã caçula também?

Quando voltei a olhar na direção em que Bella e a prima dela estavam não vi ninguém. Comecei a procurar Bella por todo canto até que vi ela nos braços de dois adultos que a beijavam e a abraçavam. Eles eram parecidos com aqueles loirinhos então deviam ser os tios de Bella.

Estava chateado e entediado. Bella dava atenção pra todo mundo menos pra mim. Lentamente fui até a grande arvore que ficava mais afastada da casa e me sentei lá, segurando a metade do pingente que estava comigo, ninguém me veria ali.

Fiquei atrás daquela arvore durante quase uma hora, então resolvi voltar pra festa porque apesar de tudo, era o aniversário do meu anjinho.

Quando cheguei até lá vi algo que me deixou de coração partido. Bella estava no colo de Renée chorando muito agarrada ao pingente que tinha dado a ela e todos estavam a sua volta tentando acalmá-la enquanto meus pais, minha irmã e Jasper chamavam meu nome.

–Por que você ta chorando meu anjinho? – perguntei preocupado e passei as minhas mãos em suas costas para acalmá-la.

–Ed? – ela perguntou com a voz chorosa – ED! – ela gritou descendo do colo de sua mãe, me abraçando muito forte e chorando de novo.

–O que foi anjinho? – perguntei preocupado – não chora não, por favor. Me fala, o que aconteceu?

–Eu... achei q... que você tin... tinha ido embora! – ela tentava falar entre soluços – Não vai embora não Ed. Não fica bravo comigo. Por que você sumiu?

–Ah! – eu cocei a cabeça envergonhado e tentando pensar em algum jeito de dizer o porque de eu estar escondido mas sem dizer que era porque estava chateado. – Bom, eu... – eu tentava inventar algo convincente – eu não estava me sentindo bem, por isso me afastei para ver se eu melhorava, pois não queria que ficasse preocupada. Foi isso! – fiquei orgulhoso de mim mesmo por conseguir inventar uma desculpa que não a magoasse, tão rápido.

–Você não estava bem? O que você tinha Ed? Está melhor? – ela perguntava preocupada.

–Ah, só não estava me sentindo bem, não sei o que tinha, mas agora eu to melhor! – respondi pra ela, e de certa maneira não era mentira, eu não estava bem porque ela não me deu atenção, mas agora que está perto de mim me sinto bem melhor.

–Fica aqui comigo. Qualquer coisa que sentir me avisa ok? – ela perguntou enganchando seu braço no meu – não saia de perto de mim! – ela disse superprotetora. Até parecia minha mãe falando desse jeito.

Depois disso, muitos colegas de escola chegaram para a festa ela falava com todo mundo, mas não se desgrudava de mim, sempre me arrastando para onde quer que fosse. E eu não poderia estar mais feliz com isso.

–Vamos cantar parabéns? Vamos filhinha, vá até seu bolo e leve seus primos junto! – Renée disse a Bella.

–O Ed e a Lice podem ir também? – perguntou com uma carinha muito fofa e esperançosa

–Claro que sim meu amor!

–EBA! Vamos Ed, você vai ficar do meu lado! Quer me ajudar a apagar as velinhas? – ela estava tão animada que eu não pude negar nada a ela.

–Claro! Hoje é o seu dia, então é você quem manda!

Ela sorriu lindamente pra mim, sorriso que foi correspondido com o melhor sorriso que já dei na vida. Ela me puxou até a mesa do bolo e, comigo ao seu lado eu seus primos e minha irmã a nossa volta, cantamos os parabéns pra ela que ficou muito vermelhinha e sorria sem parar.

Na hora de fazer o desejo ela demorou um pouco e quando todo mundo perguntou por que ela simplesmente disse:

–É o desejo que mais quero que se realize. O mais importante de todos os que eu já fiz!

Para soprar as velinhas ela fez questão que eu a ajudasse e todos gritaram felizes!

A festa estava muito divertida, todos estavam adorando. Bella ganhou muitos presentes, mas ela afirmou em alto e bom som que o meu foi o qual ela mais gostou. Acho que nunca fiquei tão feliz, em minha vida toda como fiquei quando ela disse isso.

A festa passou sempre muito divertida. Brincamos de tudo e quando começou a tocar umas músicas fofas, eu fiz Bella dançar comigo. É claro que eram musicas infantis, até porque isso era um aniversário de 7 anos. Mas mesmo assim a intensão foi clara, ficar perto dela o máximo que eu pudesse a maior quantidade de tempo possível.

Vocês podem estar dizendo: como um menino de apenas 8 anos pode sentir essas coisas? Bom, eu sei que eu sou muito novo, mas já tenho quase 9 anos e sou muito observador. E sei que o que sinto pela Bella é maior do que sinto pelos meus outros amigos, ela é especial pra mim, tenho certeza disso, só não entendo de que forma, mas isso eu vou descobrir com o tempo.

Quando começou a ficar tarde, as pessoas foram indo em bora, e no fim restaram minha família e a família dos primos de Bella. Eles ficariam hospedados na casa dela enquanto não encontravam uma casa. Descobri que Rosalie e Jasper eram gêmeos, não que a semelhança não os entregasse, só tive a confirmação. Eles tinham 8 anos e já estavam matriculados na minha escola, mas só começariam na outra semana.

Brincamos um pouco de pega-pega, mas logo depois eu fui em bora, não sem antes combinar de irmos ao parquinho no outro dia de manhã.

Todos concordaram e assim fui pra casa, feliz. O meu anjinho tinha completado 7 aninhos e tinha passado a festa toda ao meu lado.

No outro dia de manhã, fui o primeiro a acordar. Tomei banho, troquei de roupa e desci. Lá embaixo encontrei minha mãe fazendo nosso café da manhã.

–Bom dia meu príncipe! Dormiu bem? – minha mãe perguntou com o mesmo sorriso carinhoso de sempre.

–Dormi sim mamãe. Não esqueça que daqui a pouco tem que me levar ao parquinho tudo bem?

–Ok meu amor. – ela respondeu sorridente – Me diga uma coisa, filho.

–Sim mãe? – perguntei curioso.

–Aquele seu sumiço de ontem na festa da Bellinha, foi por causa dos primos dela?

–Claro que não mãe! A senhora está vendo... – ela me olhava com uma sobrancelha erguida em sinal de que não estava acreditando em mim – Ok mãe, foi por causa deles. Ela ficava com todo mundo, menos comigo. Eu fiquei chateado. Então decidi ficar sozinho pra não incomodar ninguém! – não tinha como esconder algo da minha mãe, ela sabia quando mentíamos.

–Ah meu amor! – ela disse me abraçando – A Bella te adora, não precisa ficar com ciúmes. Ela só estava conversando com os primos, que, aliás, ela não via fazia meses.

–Eu sei mãe, mas não posso evitar. – disse com uma careta no rosto.

–Tudo bem filho, eu te entendo. É que... – ela ia dizer mais alguma coisa quando Ally chegou gritando na cozinha.

–BOM DIA FAMÍLIA LINDA DO MEU CORE! – ela sentou ao meu lado na bancada da cozinha

–Bom dia Alice – respondemos eu e minha mãe ao mesmo tempo.

–Bom dia a todos – meu pai falou entrando na cozinha logo após.

–Bom dia – nós três respondemos.

Ficamos conversando enquanto tomávamos nosso café. Depois, eu e Ally subimos, escovamos os dentes e descemos novamente para irmos ao parquinho.

Chegando lá vi Bella sentada no balanço sendo empurrada pelo Jasper, e Rosalie ao lado se balançando sozinha. Na hora fiquei nervoso. Jasper já estava em cima da minha Bella de novo.

Minha mãe percebeu o meu estado e começou a rir. Bufei cada vez mais irritado.

Fui até o escorregador e fiquei sentado lá. Sozinho de novo. Olhei para Bella que sorria e gargalhava enquanto Jasper a empurrava.

–Odeio esse menino! – xinguei baixinho.

–Oi? Quer brincar comigo? – perguntou uma voz diferente, meio anasalada. Olhei pra trás e vi uma menininha que devia ter a minha idade. Ela tinha cabelos loiro-morango até o ombro. Era muito bonita. Como eu não disse nada ela continuou:

–Meu nome é Tânia Denalli, mas me chame só de Tânia. Eu te vi sozinho aqui e como também estou brincando sozinha, resolvi perguntar.

–Ahn, eu... – cocei a cabeça envergonhado e antes que eu pudesse responder, vi Bella olhando pra mim com os olhos cheios d’agua, e em seguida saiu correndo do parquinho.