Meu coração gelou e depois, acelerou. Deu tudo errado.

- Isso mesmo que você ouviu, Don. EU. SOU. O. PAI. DOS. GÊMEOS. Entendeu, ou quer que eu desenhe? – Justin o desafiou.

- EU. TE. MATO. DESGRAÇADO – Don deu um soco na cara de Justin e eles começaram bater um no outro. Tentei separar, mas os dois são fortes demais.

- PAREM! PAREM VOCÊS DOIS! A GENTE TÁ NO MEIO DO CENTRAL PARK! – gritei, tentando mais uma vez separá-los. Dessa vez deu certo.

Justin estava com o nariz e a boca sangrando. Don só estava com a boca machucada.

- Eu vou acabar com ele – Justin tentou avançar, mas eu impedi.

- Não. Chega! Caramba, parecem dois moleques brigando por um brinquedo.

- Por que não me contou antes, Isabella? – Don me olhava, batendo o pé.

- Porque queria esquecer tudo relacionado ao Justin, mas não conseguia. O máximo que eu conseguia evitar, já estava bom.

- E por que você está saindo com ele? Qual é, não agüentou de saudades e foi pra cama com ele de novo? É por isso que você não queria transar comigo? – Don disse sarcasticamente que dei um tapa bem forte na cara dele. Ele só virou o rosto pro lado, mas se a cabeça saísse rolando daqui, não seria nada mal.

- É isso que você acha? Pois é, muito obrigada pelo apartamento. Eu vou dar um jeito de pagar ele pra você e ah, obrigada pelo emprego também. Mas se você acha que uma noite de sexo pagaria esses “presentes”, desculpa, mas está totalmente enganado. Vem Justin. – peguei o braço de Justin e passei pelo meu ombro.

- Me dá as chaves do carro – disse, erguendo a mão.

- Hã? Não, eu dou conta de dirigir.

- Passa a chave AGORA – falei, autoritária. Ele me entregou e fui para o banco do motorista.

Liguei o motor e segui pra meu apartamento. Ajudei Justin até lá (apesar de ele não precisar muito).

- Não precisava me trazer até aqui. – disse Justin

- Ah é? Dá meia volta então.

- Não, não. Eu fico aqui.

- Ok, então senta aí no sofá que eu vou pegar a caixinha de primeiros socorros.

Fui até meu quarto e respirei fundo. Porra, por que o Don falou aquilo pra mim? O que ele acha que eu sou? Mesmo se ele pedisse desculpas, já é tarde demais.

Em cima de minha cama havia um bilhete de Jully. Ótimo, ela e Chaz haviam levado meus filhos à um circo. E demorariam muito para voltar.

Peguei a caixinha de primeiros socorros e fui para a sala. Justin estava no sofá, assistindo Skins. Me sentei ao lado dele e abri a caixa.

- Ei, olhe pra mim – disse e ele se virou na hora.

- Hmm, o que é isso?

- Remédios para curativo... agora fique quieto. – Passei um pouco desse remédio nos machucados de Justin. Ele gemeu um pouco, mas depois se acostumou. Fiz os curativos e ele estava com a aparência melhor.

- Obrigada Bells – disse ele, dando um sorriso maravilhoso, lindo e... Porra Isabella, para! – Agora vou dar uma olhada nas notícias... Com certeza tinha um paparazzi esperto tirando fotos de hoje. Tem macbook?

- Não Justin... vivo na pré história – dei uma risadinha – vou pegar.

Peguei o Mac e entreguei a ele. Biebs abriu em um site de fofocas e só tinha noticias relacionadas a ele, como “GAROTA MISTERIOSA DE JUSTIN BIEBER”, ou “JUSTIN BIEBER COM UMA NOVA NAMORADA? QUEM SERÁ A SORTUDA?” e outras sobre a briga “JUSTIN BIEBER DISPUTA CORAÇÃO DE GAROTA MISTERIOSA COM OUTRO CARA NO CENTRAL PARK”. Ridículo.

- É, se eu entrar no twitter vai estar um caos.

- Com certeza.

Ele me entregou o Mac, desligou a TV e ficou observando um livro grosso na mesinha. Liguei o rádio pra não ficar no silêncio total. Tocava L.O.V.E., da Jessie J.

- O que é isso? – disse, pegando o livro nas mãos. Não...

- OMG, meu álbum de escola não... Devolve Justin! – disse, dando pulinhos para tentar pegar das mãos dele.

- Hmm... Não devolvo – ele saiu correndo pela sala. Eu como sou meio criança, fui também – Awn, que gracinha! Você era gordinha quando estava no maternal - O alcancei e caí em cima dele.

- Peguei! Há-há – disse, com ar de vitória. Tentei me levantar, mas Justin segurou minha cintura. A música da Jessie parecia fazer todo sentido.

“It's destiny, so nothing stops me, I'll tell the world that you're mine, and you got me… So sweet, oh love”

Ficamos um bom tempo olhando nos olhos um do outro, sem dizer uma palavra. Me lembrei desses 2 meses que passei com Justin: ele sempre me levava flores, me fazia rir colocando batata frita no rosto como se fosse bigode, me colocava em suas costas contra minha vontade e corria pela lanchonete da Universal. Don nunca tinha feito algo parecido comigo... nunca. E Justin sempre foi atencioso comigo, sempre diz que me ama. Merda, a quem estou querendo enganar? Justin me ama... Eu o amo... sempre o amei. Meu coração grita por ele, meus lábios lutam por um beijo. Eu sou idiota ao ponto de não correr atrás do que eu quero. Acho que dessa vez, vou seguir meu coração.

My best friend, that makes me laugh, the puzzle piece that fits exact to my half. I've never felt this way… Sometimes I'm stuck with what to say.

You hold my hands when I'm driving, you dry my tears if I'm crying… and we just laugh if we're fighting.

Justin segurou meu rosto com as duas mãos. Ele molhava os lábios várias vezes, como eu. Nossos lábios procuravam um pelo outro, o desejo falava mais alto.

Bieber me beijou como se aquele fosse nosso último momento juntos. Sua língua pediu passagem, e eu cedi. Justin acariciava minhas costas e eu grudei minhas mãos em seus cabelos. E dessa vez tinha certeza... Eu realmente amo Justin Drew Bieber.

Fomos interrompidos pelo barulho do telefone. Sai de cima do Justin e fui atender.

- Alô? Com quem eu falo? – ta, nem sou educada. Mas tento ser algumas vezes.

- Isabella! É o Sr. Thomas.

- Ah! Como vai?

- Bem... é que... vai ter umas cenas do filme que precisam ser gravadas em LA, e maioria dos atores foram para lá. Teria jeito de você pegar o vôo para lá hoje e se não for incômodo, avisar o Bieber? Não consigo achar ele em lugar algum!

- Ah, eu aviso ele sim. Obrigada – o telefone ficou mudo. O Sr. Thomas devia estar com pressa ou... ah, foda-se.

- Quem era Bells? – Justin estava se espreguiçando no chão... ele continua o mesmo preguiçoso de sempre.

- Era o Sr. Thomas... disse que nós temos que pegar o vôo mais rápido para LA.

- Ah, vou providenciar as passagens então.  – disse ele, pegando telefone.

- Vou avisar Jully e Chaz

Mandei um sms pra Jully e ela já estava a caminho de cara.

- Tudo bem, como ficam meus anjos? – disse, abraçando os dois.

- Eles ficam com minha mãe... ela os ama. – Justin se pronunciou – vou ligar pra ela.

- Jully, já está pronta? – Chaz nem sabe bater na porta né.

- To sim... hmm... Bells, eu vou na frente ok?

- Vai então – dei um sorriso e me virei para Justin.

- Minha mãe já está chegando. – ele disse e veio me abraçar. Depois de uns minutinhos, Pattie chegou.

Fomos para o aeroporto e em 20 minutos já estávamos dentro do avião. Me aconcheguei perto de Justin e adormeci. Amanhã seria um longo dia.