Rachel: É realmente uma coisa boa estar "Presa no Meio" com alguém?

FãdoMySpace: Pode ser se a sua esquerda e direita só existem palhaços e idiotas. Como você soube sobre isso, afinal?

Rachel: Puck me disse.

FãdoMySpce: Eu realmente sinto muito, por tudo ter meio que... desmoronado. Culpa do Finn ter uma namorada com um timing tão inadequado.

Rachel: Bem, ela provavelmente não é a PRIMEIRA namorada maluca que ele teve.

FãdoMySpace: É, Quinn é bem estranha.

Rachel: Isso não foi particularmente agradável.

"Você está me traindo!"

Quinn estreitou os olhos, "Como é?"

Sentados ao redor da sala, os membros do Glee Club demonstraram vários graus de interesse. Alguns (Kurt, Mercedes, Tina) assistiam atentamente e, ocasionalmente trocavam informações, outros (Finn, Sam, Artie) olhavam para os lados, tentando fingir que não estavam ouvindo nada, e um grupo seleto (Brittany, Santana) pareciam genuinamente desinteressadas e falava uma com a outra.

Rachel examinou o relógio, impaciente, Sr. Shue estava atrasado e se chegasse e encontrasse Puck e Quinn em meio a uma discussão, sem dúvida, ele tentaria resolver o problema dando um discurso sobre a importância de se manter a equipe unida. Enquanto ela tentava não pensar no mérito de se ter uma equipe unida, as Seccionais se aproximavam e eles estavam lamentavelmente despreparados (embora, em parte, isso também fosse culpa dela própria, desde que passava o horário do almoço na biblioteca ao invés de estar ensaiando na sala de música. No entanto, Shue tinha seus deveres).

"Noah, Quinn," ela tentou intervir, "Embora eu compreenda que esta conversa seja importante-"

"Calada, Rachel".

Ela ficou boquiaberta com as palavras de Noah, de repente, com medo dos danos colaterais.

"Eu não estou traindo você".

Puck levantou os braços, indignado. "O que diabos eu deveria pensar? Você está constantemente ocupada, você nem está interessada em mim!". Ele abaixou a voz e estreitou os olhos. "Essa não seria a primeira vez que você trai alguém."

Houve um suspiro e um leve murmúrio de todos na sala (mesmo daquelas que anteriormente pareciam entediadas), "Puck," Finn tentou, "Calma, cara, você não acha-"

"Não," disse Quinn, "Está tudo bem." Ela se virou para Puck, (ele pelo menos, teve decência de parecer um pouco arrependido). "OK, antes de tudo, eu não estou traindo você. Segundo, eu sinto muito se estou ocupada demais com a escola e as Cheerios, Glee Club, e se assistir você jogar vídeo-game e conversar com Finn sobre a possibilidade de todos no planeta serem robôs não está no topo da minha lista de prioridades. Terceiro, você é uma babaca. Eu vou sair agora e você pode falar comigo quando se acalmar."

Quinn saiu tempestivamente da sala, embora não ao nível Rachel Berry, mas ainda assim bastante impressionante, e deixou Puck de pé no meio da sala, de boca aberta com um olhar abobalhado. Houve silêncio por alguns segundos, antes de Mercedes olhar ao redor, confusa. "Espere, o ensaio era para começar há 20 minutos, aonde está o Shuester?"

Will mudou de posição em sua cadeia e suspirou. Sue o encarou o outro lado da mesa.

"Realmente, Sue, você disse que isso só me tomaria cinco minutos, agora eu estou atrasado para o Glee Club e você nem mesmo disse nada então, nós podemos apenas-"

"William, William, William."

Will suspirou, ele ainda não sabia porque tentava argumentar com aquela mulher, ou porque concordou com essa reunião pouco antes do Glee Club.

"Você sabe como eu me tornei uma treinadora reconhecida internacionalmente?'

"Com sabotagens e chantagens?"

"Fique quieto. Eu me tornei uma treinadora de lideres de torcida internacionalmente conhecida, porque sou especialista na antiga arte da sutileza."

Will ergue as sobrancelhas. Sue Sylvester era muitas coisas, mas sutil, não era uma delas.

"Eu tenho mantido um olho naqueles seus filhotinhos Shuester. Aquela sua Sirene tamanho PP tem passado seu período de almoço na biblioteca, aquele rapaz desengonçado parou de namorar garotas do seu clubzinho incestuoso, outro tomou notas sobre o American Idol e eu poderia continuar. Você está aprontando alguma coisa, e eu quero saber o que está acontecendo, e quero saber agora."

Will respirou fundo e apertou a ponte do nariz, como sempre, ele não tinha a menor ideia do que ela estava falando. "Nada está acontecendo, Sue, as crianças-"

Ela bateu com o punho na mesa. "Não minta para mim, William, eu farejo como um cão de caça e não me engano com esse tipo de cheiro. Agora, vamos sentar aqui em silêncio até que você me diga o que está acontecendo."

Will olhou para o relógio – essa ia ser uma longa tarde.

"Espere, onde vocês estão indo?" Rachel olhou horrorizada enquanto os membros do Glee Club arrumavam seus pertences para sair da sala. "Nós ainda temos mais 15 minutos."

Finn encolheu os ombros, "O Sr. Shue claramente não vem, Rach, vamos."

Rachel, embora fosse pequena, fez um trabalho impressionante ao bloquear a porta. "Não obstante, ainda devemos praticar para não perdermos nosso tempo, por exemplo, existem alguns exercícios vocais-"

"Quem morreu e fez de você a rainha da verdade. Sai já da minha frente."

"Por favor, saia da frente, Rachel, meu gato estava realmente doente esta manhã, eu quero ter certeza de que ele está bem." Brittany disse, com um muxoxo.

Rachel olhou para Santana, que não parecia, pensou Rachel, nenhum pouco culpada sobre o animal de estimação de Brittany que estava claramente de ressaca. Esta distração deu tempo para Puck levantá-la e tirá-la do caminho, o resto do clube deixou a sala mesmo depois que a diva bateu o pé no chão e avisou-os que seriam humilhados nas Seccionais se esse tipo de prática continuasse.

Poucos minutos depois, ela entrou no banheiro das meninas, ainda resmungando para si mesma um discurso que mandaria por e-mail para o Sr. Shuester, mas parou quando viu Quinn Fabray, também murmurando para si mesma (um claro lapso de compostura, julgava Rachel).

Ela estava prestes a virar e sair, mas a voz de Quinn a impediu. "Eu não estou traindo ninguém."

Rachel olhou para longe e se perguntou porque ela continuava tendo encontros indesejáveis com lideres de torcida nos banheiros. "Isso realmente não é da minha conta."

O reflexo de Quinn no espelho olhava fixamente em sua direção, e Rachel encontrou aquele olhar (ela era Rachel Berry, ela se recusava a ser intimidada). "Eu só tenho falado muito com alguém. E que acho que, meio que, gosto dessa pessoa."

Essa era a conversa mais longa que ela e Quinn tiveram sem nenhum insulto? Provavelmente, Rachel pensava, o que realmente não explicava o fato da líder de torcida de repente confiar nela.

"Por que você está me dizendo isso?"

Quinn piscou e sacudiu a cabeça, como se sua mente estivesse em outro lugar, e virou-se, encostando-se na pia. "Eu não sei. Para quem mais eu diria?"

"Bem, sempre..."

"A maioria dos meus amigos desapareceu depois que voltei a usar este uniforme."

Quinn estava longe agora, mas Rachel observou-a confusa. Isso era uma oferta e amizade? De Quinn Fabray? Como sempre, no entanto, ela se recuperou admiravelmente ( era uma característica que ela ensaiava, a fim de se preparar para perguntas particularmente difíceis em entrevistas futuras). "Talvez, se você gosta de outro alguém, você deva terminar com Puck."

A líder de torcida olhou-a de lado. "Você não vai perguntar de quem eu gosto?"

Por um breve segundo, Rachel imaginou Quinn revelando-se como seu admirador secreto do MySpace, que amava Rachel e que estava terminando com Puck para ficarem juntas, e que tinha um tio muito influente na Broadway, que estaria muito interessado em conhecê-la. Ela sacudiu o pensamento para longe, e pensou que aquela era uma ideia realmente muito estupida se Quinn tivesse uma quedinha por ela (uma garota cristã e ex-presidente do clube do celibato ser secretamente gay? Isso pareceria um bocado estranho – Rachel sonhava alto, mas nem tanto). "É o... Sam?" perguntou ela, o novo jogador de futebol parecia ser a opção mais provável.

Quinn sorriu, "Sim, Rachel, é do Sam que eu gosto." Ela balançou a cabeça. "Sam".

Rachel sorriu. "Bem, eu sempre confiei na minha habilidade natural de ler as pessoas, e honestamente..."

"Uau, você estava tão perto de uma interação humana normal!"

Rachel fez um beicinho, mas Quinn não parecia nem um pouco aborrecida.

Rachel: Eu encontrei Quinn hoje, de novo.

FãdoMySpace: Você fala bastante sobre ela, sabia?

Rachel: Foi estranho, e costumava querer ser amiga dela. E eu acho que na verdade, ainda quero.

FãdoMySpace: Por que não?

Rachel: Eu não sei, ele sempre parece ser tão solitária. Eu acho que temos isso em comum.

FãdoMySpace: Acho que eu e você temos isso em comum também.

Rachel: Eu não quero que você se sinta solitário.

FãdoMySpace: Eu não me sinto tão solitário quando estou com você.

Aquela noite, Rachel permaneceu acordada na cama 'Eu não me sinto tão solitário quando estou com você'. Não 'quando eu falo com você', mas 'quando estou com você'. Ela deveria ter um bom plano, porque era de vital importância descobrir a identidade de seu amigo.

Fim suspirou profundamente.

Rachel se perguntou se ela poderia fingir não tê-lo ouvido – ele estava de pé ao lado do armário dela, mas ele era bem mais alto, então talvez não a tivesse notado. Ele suspirou de novo e gemeu baixinho – não, ele definitivamente sabia que ela estava ali.

"Está tudo bem, Finn?" ela perguntou, sorrindo.

"Não", ele disse, parecendo um cachorrinho infeliz, "Amy foi transferida para uma escola militar."

Rachel ergueu uma sobrancelha, "Bem, ela tinha a tendência de atacar suas ex-namoradas, todas que ainda são suas amigas, só estou lhe relembrando."

Ele deu de ombros, balançando a cabeça. "Não é isso. Ela foi expulsa das cheerios, e os pais dela disseram que ela deveria ir – se nem Sylvester poderia controlá-la, a escola militar era a única opção."

Ela lhe lançou seu olhar mais simpático, embora internamente pensasse que Amy recebeu o que merecia. "Bem, eu sinto muito, Finn. Eu devo admitir, no entanto, que estou surpresa que Treinadora Sylvester tenha ficado preocupada com a tendência violenta de Amy – ela manteve Santana na equipe, depois de tudo."

"Não foi isso, alguém disse a Sylvester sobre uma música que tinha no iPod de Amy que ela proibia."

"Insane Clown Posse".

"Não, Katy Perry."

Rachel lançou a ele um olhar confuso, mas questiona-lo sobre a lógica da Treinadora Sylvester não era o melhor curso de ação. Em vez disso, ela colocou uma mão no braço do garoto. "Bem, se isso fizer você se sentir melhor, meus pais tem um presente para você, eu vou trazer amanhã." Ele sorriu e continuou seu caminho. Ela balançou a cabeça em divertimento (ele era fácil) e voltou a procurar seu livro-texto de história que de alguma forma, perdera no seu hiper-organizado armário. Distraída como estava, mal notou a conversa que ocorria ali perto.

"Santana, por favor, não faça nada estúpido." Quinn estava dizendo. "Você não pode ser presa de novo".

Santana lhe deu um sorriso. "Na verdade, Fabray, eu preciso da sua ajuda..."