Minha Única Esperança é Você. escrita por biamcr_


Capítulo 6
Eu não te amo como amava ontem.


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem por não ter postado o capítulo que havia prometido para ontem, tive alguns problemas em casa e acabei por ter que arrumar minhas trouxinhas de roupas e sair de casa. Quando cheguei na casa da minha tia, acabei percebendo que levei a mochila errada e acabei deixando meu caderno de textos (e fics) em casa, a uns 100km de mim. Mas agora já estou em casa e ta aí o capítulo que eu já tinha. E, ah, já estou escrevendo os últimos capítulos.



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Frank e eu acabamos terminando na metade do ano de 2007, pois ele disse que já estava cansado de esconder tudo da mídia. Mas, no fundo, eu sabia que havia outro motivo. E esse motivo respondia pelo nome de Jamia Nestor.

Me senti destruído, trocado, humilhado quando o vi com ela pela primeira vez e entendi o que estava acontecendo.

– E aí, pessoal. – Cumprimentou ele, ao entrar na minha casa, na noite de Natal de 2007.

Quando ouvi sua voz, um sorriso surgiu no meu rosto. Eu ainda o amava e, sinceramente, ainda tinha esperanças de consegui-lo de volta. Virei-me para a porta com o meu melhor sorriso para desejar-lhe um Feliz Natal.

– Bem-vindo, Frank. Feli... – Quando a vi, abraçada nele, meu mundo caiu.

Não pude terminar a frase, as palavras simplesmente sumiram da minha mente. Meu sorriso se desfez e uma lágrima tomou seu lugar.

– Feliz Natal pra você também, Gerard. – Disse ele, fazendo-se de desentendido.

Rapidamente fiz questão de secar minhas lágrimas e dar meu melhor sorriso novamente. Porém, dessa vez, forçado.

– Obrigado. – Respondi, com a voz já fraca.

– Olá, você deve ser o Gerard. – Disse, ãh, aquilo que o acompanhava, aproximando-se. Um grande sorriso encontrava-se em seu rosto. Ela me pareceu ser uma pessoa boa, mas eu ainda não queria o meu Frank com ela. – Eu sou Jamia Nestor, a namorada do Frank.

Eu já estava completamente preparado para ser desagradável e mal educado com ela, porém Frank apenas me lançou um olhar ameaçador, como se dissesse “Faça isso e você morre”.

– Hm, olá... Jamia. Muito prazer em conhecê-la. – Respondi irônico, sorrindo falso.

Acho que ela percebeu minha antipatia, pois o sorriso se foi de seu rosto e ela cochichou algo ao ouvido de Frank, que fuzilou-me com os olhos. Apenas sorri como se não soubesse o que estava acontecendo.

– Gerard, posso falar com você? – Chamou Frank, enquanto Jamia conversava timidamente com Alicia, namorada de Mikey.

“Fodeu”, pensei.

– Fale, Frank. – Respondi, tentando me fazer de inocente.

– Por que você fez aquilo? – Perguntou, sério, como se fosse me matar a qualquer minuto.

– Não sei do que está falando. – Respondi simplesmente. – Fui legal com ela, não?

– Gerard, eu vi o jeito que olhou pra ela. Jamia ficou muito mal e agora está me pedindo pra levar-la embora, alegando que o dono da casa claramente não a quer aqui. Por que você esta fazendo isso, Gerard? Eu não te fiz nada.

– Não sei. E você, por que a trouxe? Eu convidei apenas o My Chemical Romance, sim? – Falei, arrogante. Porém lembrei-me que Alicia e Christa estavam no local. – Aquelas duas lá só vieram de penetras, depois expulso-as. – “Elas estão aqui porque não roubaram meu namorado”, foi o que quis dizer, porém decidi por calar a boca antes que fosse tarde demais.

– Isso é ridículo, Gerard. Eu não poderia deixar de trazê-la. Ela está meio que morando comigo agora, e não tinha como deixá-la lá, alegando que precisava comparecer à uma festa na casa do meu ex namorado e ela não poderia estar lá. Entende agora?

– Mas... Frank, tire-a daqui. Não gosto dela. – Respondi, sem conseguir achar outra desculpa para não gostar dela.

– Se ela sair, eu saio também. – Disse ele, agora um pouco alterado.

Apenas aceitei a derrota. Eu o queria por perto, mas não queria ela. Decidi que não precisava terminar com o Natal de Frank por causa do meu ciúme idiota.

Subi, peguei um telefone e minha agenda. Folhei alguns segundos até achar o número desejado.

– Ah, alô? Lindsey? – Perguntei, receoso de ter errado o nome da garota. Ela apenas respondeu um “olá” animado. – É o Gerard Way, lembra-se de mim? Estavam no Projekt Rev juntos e...

– Claro que lembro! – Disse ela, animada. – Como vai, Gerard? Estava achando que você não me ligaria.

– Eu estou bem, obrigado. Eu liguei para saber se, ah, você está livre agora? Quer sair para fazer algo?

– Claro! – Concordou, mais animada ainda, me passando o endereço de onde deveria encontrá-la.

– OK, em meia hora eu chego aí.

Desliguei o telefone.

Eu não gostava dela, nem ao menos sabia seu nome completo, onde morava ou sua idade. Apenas sabia que ela era bonita e tocava baixo no Mindless Self Indulgence. Nós “ficamos”, no último dia do Projekt Rev, quando eu e Frank terminamos. Ela me parecia a pessoa perfeita para fazer ciúmes para Frank.

Coloquei uma jaqueta de couro, baguncei meus cabelos e desci. Apenas avisei meu irmão que iria sair e não tinha hora para voltar, e que ele trancasse minha casa quando todos saíssem; Mikey sempre teve uma chave extra da minha casa. Frank fuzilou-me novamente com o olhar quando viu que eu estava saindo, porém lancei-lhe um olhar superior e saí.

A noite foi ótima, eu e Lindsey jantamos em um restaurante e, logo após, fomos beber algo em um barzinho no centro da cidade.

– Então, Gerard, você deixou sua própria festa de Natal, na sua própria casa, para sair comigo? – Perguntou ela, doce.

– Bom... É. – Respondi, tentando fazer cara de mocinho apaixonado e tímido. Acho que falhei.

– Que fofo! – Disse ela, aproximando-se de mim. Abracei-a.

– Eu gosto de você, Lins. Gosto mesmo. – Falei, tentando parecer o mais sincero possível. Acho que consegui, ou ela já estava bêbada o bastante para acreditar em mim.

– Também gosto de você, Gee. – Ouvir ela dizendo isso doeu. Lembrou-me de Frank dizendo coisas como “Eu te amo, Gee.”. – Mas hein, já está ficando frio... Poderíamos ir dar uma socializada na sua festa, esperar o pessoal ir embora e ficar por lá mesmo, o que acha? – Perguntou, maliciosa.

Aceitei. Afinal, eu estava tão preocupado com a minha vida amorosa que só nesse momento que fui perceber que não dormia com ninguém há alguns meses.

Fomos para minha casa, todos os carros ainda estavam estacionados na frente, dando a entender que todos ainda estavam lá.

Ao entrar, Mikey foi o primeiro a me lançar um olhar preocupado. Talvez ele estivesse preocupado que eu voltasse a beber e me drogar, já que meu irmão sempre foi uma das pessoas que mais perceberam o clima entre eu e Frank. Ao ver Lindsey, porém, sua expressão deu lugar à uma certa confusão. Ele não entendia, não a conhecia.

Apresentei-a ao Mikey, que lhe desejou Feliz Natal simpaticamente; à Alicia, que a adorou-a que ficaram conversando todo o tempo; à Christa e Ray que foram simpáticos. E, bom, à Jamia e Frank. Ela tentou ser simpática, parecia estar tentando se aproximar dos Way. Frank, por outro lado, fez exatamente o mesmo que fiz com sua namorada.

Apenas sussurrei um “Ignore-o, ele está de TPM”, no ouvido de Lindsey, que riu.

– Gerard, venha cá. – Chamou Frank, quando percebeu que era a milésima vez que eu falhava ao tentar fazer Lins não aproximar-se de Jamia.

– O que você quer agora? – Perguntei, desfazendo o sorriso falso que formava-se em meu rosto.

– Quem é essa? – Respondeu minha pergunta com outra, fazendo uma cara séria. – Digo, eu sei que o nome dela é Lindsey, mas ela é sua... namorada? – Ao perceber a decepção presente em seu rosto, senti-me mal por um segundo. Mas esse sentimento passava quando eu lembrava dele e Jamia.

– Ainda não, na verdade. – Dei ênfase no “ainda”. – Apenas noites de diversão, você sabe... Algumas bebidas, música, sexo e coisas do tipo. – Respondi totalmente na cara de pau, como se fizesse muito tempo que saíamos.

– Por que você está fazendo isso? Pra me fazer ficar com ciúmes? – Bom, ao menos ele é inteligente. – Gerard, não vai funcionar. Eu estou com a Jamia porque eu realmente gosto dela, e realmente quero esquecer o meu passado. Mas é ridículo da sua parte iludir a menina sendo que, claramente, você não a ama.

– Você também não ama aquele ser que tenta passar-se por uma pessoa!

– Gerard, acho melhor você respeitá-la ou eu quebro essa tua cara, entendeu? Você fica se fazendo aí de fodão, mas eu sei que, no fundo, isso se chama solidão. Você é sozinho, Gerard, por conta de seus próprios atos. E não vem falar besteira, eu gosto da Jamia mais que de você.

– Que seja, eu não me importo mais. E irei continuar a chamar aquela mulher do jeito que eu quiser! – Respondi, mais arrogante que nunca.

– Ei, Frank! Gerard! – Gritou Lyn-Z – Querem jogar cartas? Estamos em duplas e, se vocês não vierem, eu e Jamia jogaremos juntas.

Virei-me e fui em direção à mesa, lentamente. Frank, quando passou por mim, apenas sussurrou um “Eu ainda te mato”, que me fez sorrir desafiador. Ele não teria coragem.

Ao final da noite, e depois de Mikey e Alicia terem ganhado de todos nós, resolvemos que já estava na hora dos outros irem para casa. Ray e Christa foram os últimos a ir, já que insistiram em ajudar a arrumar a bagunça.

– Bob faz falta, tomara que volte logo da Austrália. – Disse Ray, e eu simplesmente concordei com um “É”. Estava cansado demais para dizer outra coisa.  

Lins estava abraçada em mim, perguntando se já iríamos para a cama. Isso estava me irritando, já que eu estava tentando guardar as cartas que estávamos usando no jogo. Caralho, a menina parecia uma virgenzinha louca pra dar!

– Espere lá em cima, querida. Já estou indo. – Falei, tentando afastá-la de mim.

– Caralho! Eu precisava respirar. – Exclamei, quando percebi que ela não encontrava-se mais na sala.

– Então, cara, eu já vou indo. Percebi que você tem coisas a fazer. Disse Ray, maliciando a palavra “coisas”.

Despedi-me deles e fui guardar as benditas cartas, quando percebi algo estranho. Uma delas, que acabara de cair no chão, tinha algo escrito no verso. Peguei-a. Apenas dizia:

“I don’t love you like I did yesterday.

                                                 – F.”

A verdade era essa, só eu que não via. Ou não conseguia aceitar.


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