Tempos assim escrita por kamis-Campos


Capítulo 6
Capítulo 6 - Delacour


Notas iniciais do capítulo

Passando por aqui só pra postar!
Bjs!



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POV Leah

- Espere, ele irá atendê-la em breve. – disse a secretária ruiva e sorridente, apontando o sofá branco da sala de espera. Sua aparência era cansada e olheiras marcavam levemente seu rosto, que continhas leve sardas. Devia estar estressada por causa do trabalho corrido do trabalho, mas tudo isso parece ser tão calmo, ou talvez tivesse dois empregos bem cansativos.

Assenti e me encaminhei até o sofá, onde me acomodei um pouco ansiosa. Havia saído muito cedo de casa, tinha a certeza de que não estava atrasada e me certifiquei de estar apropriadamente vestida aos padrões da empresa. Tinha colocado um vestido, não muito curto, cinza, calcei um salto alto preto sem muitos detalhes e por cima um casaco.

Retirei minhas luvas e peguei uma revista sobre o monte que estava sobre a mesa, como uma forma de me distrair, e comecei a lê-la. Em questões de minutos, não conseguia mais ficar parada. Minhas mãos tremiam levemente, não como antes quando loba, mas de um jeito humano, normal.

 Larguei a revista de volta na mesa e distraída, observo atenta para as grandes janelas de vidro lustroso. O sol resolveu sair de trás das grossas nuvens de inverno, mesmo assim as camadas de neve não cederam. Mas o charme de Nova Iorque era intocável, ao contrário de Forks, que a fazia ficar mais vazia.

- Venha. – a secretária ruiva chamou. – Ele a espera. – sorriu.

- Ah, sim! – disse me levantando.

Estava muito nervosa e curiosa, a propósito. Ao chegar, fui notificada que um dos próprios donos da empresa, o principal e mais influenciador ali, iria me receber. Ele seria, como posso dizer, o meu tutor. Claro, que estava nervosa, não poderia dar uma de novata atrapalhada e nem de louca, tinha que ser cautelosa e calma, o que estava sendo difícil.

Ninguém me disse nada sobre ele, apenas alertaram-me que ele era muito severo e não costuma perdoar erros, nem com os novatos.

Sigo a secretária dele em direção a uma porta dupla, no final de um enorme e iluminado corredor. Antes que abríssemos, a mulher parou bem a minha frente e sorriu.

- Escute. – pediu, parecendo muito preocupada e gentil. – Acredito que já te alertaram sobre ele e, não vou dizer que é mentira, pois é a dura verdade. Mas, essa gente gosta de aumentar as coisas. – sorriu abertamente. – Ele pode parecer muito sério e chato, mas é um cara legal. Não fique com medo... Ele odeia pessoas que se deixam ser intimidadas pelos outros. 

Assenti a agradecendo. Porém, não estava com medo... Estava? O que mais me assustou dos boatos que ouvi, foi saber que a última garota a passar ali, ficou apenas por três dias. Demitida por derrubar café na agenda do mesmo.

Engoli em seco. A mulher virou-se para a porta e bateu de leve.

- Pode entrar. - Meu coração acelerou, quando uma voz bem conhecida disse de dentro da sala. Não acreditava no que ouvia. Não poderia ser!

Com esse pensamento, adentrei a sala sem nenhuma hesitação e com um grande sorriso esperançoso no rosto. O medo e tudo que me assolava haviam se esmaecido ao encarar aqueles belos olhos, que estavam me tirando o sono.

- Leah! – Matthew se aproximou de mim, também sorridente. – Eu disse que ainda iríamos nos encontrar.

- É, acho que já se conhecem. – a mulher simpática disse, nos olhando estranhamente feliz.

- Sim, Chloe! Vá fazer o que você faz de melhor... Trabalhar. – Matt disse ainda sem tirar os olhos de mim. Minha respiração se acelerou ao perceber o brilho no seu olhar. Será por mim?

- Ok. – Chloe murmurou saindo. – Trabalhar.

Ficamos em silêncio por um momento, apenas nos fitando intensamente, sem a grande necessidade de palavras. Então, ele sorriu um pouco amarelo, como se relutasse a não parecer bobo. Ele voltou para trás de sua mesa também em vidro, igual à grande parede de vidro atrás de si.

Sentou-se na cadeira cor de vinho e me encarou, fazendo sinal para que me sentasse em uma das cadeiras a sua frente.

- Então, Sr.Walderf... – pausei, sorrindo. – Se é assim que devo chamá-lo.

- Ah, claro que não, Leah! – gargalhou, mostrando-se muito bem à vontade, ao contrário do que eu me sentia. Estava extremamente feliz, porém temia no que isso poderia acabar. – Matt, é o bastante.

- Como quiser. – mordi o lábio inferior, tentando controlar as batidas de meu coração.

- Percebo que já conheceu minha irmã, Chloe! – comentou, mexendo em umas papeladas.

- Ela é sua irmã?! – perguntei espantada. Eles eram tão diferentes, nem de perto pareciam parentes, imagina irmãos. No mínimo, primos.

- Sim. – disse sorrindo torto. – Se não fosse, não estaria onde estava. – sua voz assumiu um tom sarcástico.

Ficamos um tempo em silêncio e aquilo me perturbou um pouco. Ele nem de longe parecia o mesmo homem que eu conheci na praia. Ele vestia um terno Armani, todo preto lustroso e sapatos italianos. Seu cabelo perfeitamente arrumado e até o modo como ele falava era diferente.

Porém, isso não mudava a grande paixão, na verdade... O grande Amor que sentia por ele. Será que ele tinha idéia do quanto eu amava? Meus sentimentos, a cada dia aumentavam, mas eu tinha medo. Estava me tornando humana, o que quer dizer que o imprinting sumiria.

Engoli em seco e balancei a cabeça, tentando dissipar a grande tempestade de pensamentos ruins que assolavam minha cabeça.

- Bela vista. – elogiei admirando a paisagem atrás dele. Era uma visão privilegiada para o central Park. Lindo mesmo, algo extraordinário. Estávamos em Manhattan e tinha esperança de algum dia me mudar para cá, para o East Side. Seria maravilhoso!

- Obrigado. – respondeu ainda a olhar os papeis. Observei com mais atenção a sala, era grande e moderna. A luz que vinha da grande parede de vidro de trás de Matt, resplandecia as paredes de um branco luminoso. Havia várias obras abstratas e esculturas em uma estante de mogno a direita.

Também havia um sofá preto ao fundo, ao lado de um criado mudo. Era tudo muito vasto e espaçoso. Ele sabia como decorar uma sala, sem deixar muito exuberante.

- Aqui está sua ficha! – entregou-me depois de um tempo um papel. – Preenche-a e entregue-a a Chloe, depois você pode vim falar comigo. – sorriu.

Assenti, saindo da sala com o papel em mão. Voltei para o balcão onde Chloe estava, ela tinha acabado de terminar uma ligação e parecia muito nervosa. Ela me olhou e sorriu levemente, entregando-me uma caneta. Ali mesmo preenchi a ficha e Chloe a pegou, levando-a para outro departamento, depois eu voltei correndo para a sala de Matt.

- Já? – perguntou sorrindo, como sempre.

- Sim. – retribui, meio tímida. Ele tinha esse efeito em mim. – O que eu devo fazer agora?

- Como é seu primeiro dia, vou lhe apresentar para o seu editor chefe. – levou-me para o elevador. O olhei confusa, não era ele?

- Não era você? – perguntei e ele riu.

- Não! – disse ainda a sorri. – Você entendeu errado. – ele pegou minha mãe, e parecia que não existia mais nada entre mim e ele. Era só nós dois. – Sou um dos donos do jornal... – começou e esbugalhei os olhos. – Seu editor chefe está no andar 8, departamento de acessória. Venha! – a porta do elevador se abriu e saímos em uma ala movimentada.

Todos acenavam uniformemente enquanto passávamos. Fomos em direção a uma enorme sala, um pouco menor que a do Matt e lá encontramos um homem calvo e de óculos de garrafa. Ele vestia uma blusa social branca e calça jeans, um pouco informal para o resto das pessoas ali.

- Sr.Gino, eu já o alertei sobre esse seu modo ridículo de se vestir. – Matt o repreendeu, enquanto sentávamos nas cadeiras na frente do homem homúnculo. – Não queira que eu queime isso que o senhor chama de roupas. - Gino levantou os olhos da tela do computador que analisava.

- Aumente meu salário, Sr.Walderf – retrucou e Matt revirou os olhos. Ri e Gino volta-se a mim. – Então, essa é a minha mais nova assistente. – afirmou me examinando atento a cada movimento meu. – É de La Push, não é?

- Sim, senhor! – assenti, sorrindo um pouco. Mas, logo o mesmo sumiu.

- Minha filha, você sabe ler? – perguntou Gino, sem rodeios e despeitado. Fiquei perplexa. O que ele pensa que eu sou? – Eu não quero problemas...

- GINO! – Matt bateu na mesa raivoso, fuzilando o homem calvo rabugento. Tardiamente, percebi que ele é o tal carrasco que tanto falavam, o tal do editor chefe linha grossa. Ele que venha com gracinhas! Bem, que eu desconfiava Matt nunca seria igual a ele.

- Ok, ok! – disse voltando-se ao computador, sem ao menos pedir desculpas. É, vamos nos dar muito bem! Eu já estava com cara de poucos amigos. – Eu quero vê o que é capaz. – eu vi Matt se levantar e dizer em meu ouvido: Vai ficar tudo bem! Logo depois sair. Aquilo me tranqüilizou, um pouco. – Teremos uma reunião de pauta... – olhou em seu relógio. – Agora! Vamos.

- O que devo fazer? – perguntei, não fazia idéia do que eu faria. Só era uma assistente de editor-chefe.

- O que você deve fazer? – inquiriu e depois bufou. – Ficar calada, isso que deve fazer! – quase gritou autoritário. – Agora vamos, não temos tempo!

É, meu primeiro dia de trabalho estava sendo... Razoável! Se não fosse por esse velho do meu editor-chefe. Estaria preparada?


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Notas finais do capítulo

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