Meu Amado Seboso escrita por paddyblack, maribocorny


Capítulo 15
Com todo o respeito


Notas iniciais do capítulo

esse capítulo é da mari



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Papai estava sentado na mesa da cozinha e babushka estava colocando uma chaleira para o chá no fogo. E eu estava o mais desconfortável que era possível.

- E como vai tudo, Ivan? - Babushka falava como se eles nunca tivessem brigado. - Está tudo bem com a Tatiana?

- Tudo ótimo. - Meu pai respondeu. Ele não era nem de longe tão bom quanto babushka para ignorar o passado, então estava em silêncio.

A chaleira apitou e babushka serviu o chá para nós três. Eu encarei a fumaça saindo da minha xícara por alguns instantes e, quando dei por mim, já estava falando.

- O que o senhor quer aqui?

- Kassandra… - Babushka murmurou.

- Mãe, poderia nos dar licença? - Meu pai perguntou. - Eu gostaria de falar com a Kassandra a sós.

- Ela fica. - Eu me impus. - O que o senhor quer?

Vi o rosto de meu pai ficar vermelho.

- Você é minha filha, Kassandra. - Ele disse, e pude ver que estava se controlando para não ter um ataque e gritar. - E você vai voltar comigo para casa.

Eu podia sentir o meu coração batendo na minha garganta e tive que pousar a minha xícara de tanto que minhas mãos tremiam. Ainda assim, minha voz saiu calma.

- Não. - Foi tudo o que eu disse.

- Isso não é um pedido, mocinha! Você vai voltar para casa e vai esquecer essa besteira de Hogworms e magia. Vai me obedecer e nunca mais vai agir pelas minhas costas. Está claro? - Ele falou, apontando o dedo para dar mais ênfase.

- Com todo o respeito, Ivan - Eu disse, me recusando a chamá-lo de pai. - O senhor não tem direito nenhum de exigir nada disso. O senhor abdicou os laços que tinha comigo me abandonando, pois bem. Eu os abdico também.

- Sua pirralha ingrata! - Ele gritou, se levantando da mesa em um pulo. Então ele veio em minha direção e me pegou pelo braço. - Você vai fazer o que eu estou mandando, ouviu bem?

Fiquei sem reação, mas babushka foi rápida em separar-nos.

- Ivan, você não ouse. - Ela disse. - Kassandra tem razão, você abriu mão de todo o direito de pai quando a abandonou. É melhor você ir embora, meu filho.

Enquanto isso, papai bufava de raiva. Ele dava um passo para cada lado e colocava as mãos no cabelo, frenético.

- É assim? Pois então será assim! VOCÊ NÃO É MAIS MINHA FILHA, KASSANDRA! Não use mais meu nome e sequer pense em usar do meu dinheiro! Você não é nada para mim, menina, nunca foi nada além de uma decepção! Sempre enterrada nos seus livros…! Finalmente eu pude me livrar do fardo que você foi para mim e para sua mãe desde o dia em que nasceu…!

Eu o deixei continuar, em silêncio. Quando ele terminou, eu me levantei.

- Ótimo. Já disse o que tinha para dizer, agora vá embora.

Irado, ele foi, e bateu a porta quando saiu. O carro pegou de primeira e ele foi cantando pneu. Babushka tentou me abraçar, mas eu me desvencilhei e fui para o meu quarto. Chorar.

Chorei o tanto quanto pude, até que parecia que meus olhos iam cair fora com as lágrimas. Chorei baixinho e babushka me deixou sozinha. Chorei tão profundamente que não percebi quando uma coruja negra entrou no meu quarto e pousou na minha cama. Só a vi quando ela piou tristemente, me acompanhando no choro.

Peguei o pequeno embrulho da coruja. Era um lenço e uma carta. Usei o lenço para secar o meu rosto e abri a carta.

"Estava passando pela rua e ouvi os gritos. Desculpe, mas parei para ouvir. Você está melhor sem ele e sabe disso. Espero que esteja bem. S."

Era o que dizia, com a caligrafia fina e inclinada de Severo.

Me abracei na carta e chorei mais, com a coruja negra aos meus pés.


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Notas finais do capítulo

Eu podia tá matando, podia tá roubando, mas tô aqui, postando atrasado e pedindo reviews. ;D

vocês acham esse tamanho de cap muito curto? bom? muito comprido?

lembrem que eu tô voltando a ativa há pouco tempo e ainda tem um pouco de ferrugem nos meus dedos...