Férias de Verão escrita por kamis-Campos


Capítulo 5
Capítulo 5 - Forks


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores!
Espero imensamente q gostem e por favor, não interpretem a Celeste mal, nesse cap ela pode parecer mimada e chata, mas logo ela se mostrará como uma alfa de verdade q ela é!



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Cap. 5 – Forks

POV Celeste

E lá estava eu, arrumando minhas malas para a minha grande viagem. Inconformada, sim! Ódio, não. Mesmo parecendo injusto, estava assim pelo simples fato de minha vida ser o que é, desastrosa.

Primeiro, tenho que interromper minhas férias de verão em Cancun, pelo simples fato de que cheguei bêbada em casa e meus pais me acham muito criança e imatura para esse tipo de coisa. Mas, posso vê que foi apenas uma desculpa das boas para nos mandar pra casa, no entanto por um bom motivo.

Segundo, perco a metade da minha matilha e a mesma está com raiva de mim. Já que elas não queriam voltar para casa. Esse é o mínimo dos problemas e pouco me atinge, pois ainda tenho a minha matilha, diminuída, mas fiel. Fico feliz.

Terceiro, vou ter que ir, forçada, para La Push. Certo, esse é o que mais me frustra. Simplesmente, vou para o meio do nada, para um pontinho no canto do mapa. Mas, não é isso que me dá mais ódio e me faz gritar de raiva, muito menos espernear. É que, enquanto eu vou para uma reserva indígena no meio do mato, Anne e seu bando estão se divertindo no Spring Break.

Mas, agora tenho que uni-las novamente, por causa do perigo, o que não será fácil. O orgulho da Anne é maior do que sua inteligência e razão, ela não vai entender nada e certamente, vai me acusar de estar querendo tirar a sua matilha dela e tudo mais.

Sem falar que, estamos sob ameaça, pelo que entendi. Meu pai não deixou claro suas idéias, mas deu pra notar que ele escondia algo, que estava ocultando alguma parte de sua declaração.

Tínhamos que ir para La Push o mais rápido possível, para proteger Brownsville. Foi o que ele disse, mas estava claro que ele queria que fôssemos para La Push, não para proteger a nossa cidade e sim, a reserva. É obvio que pode se cuidar sozinha sem a gente, mas aquela reserva é motivo de muitos ataques e está desprotegida, assim acho.

- Suas malas já estão prontas? – meu irmão perguntou entrando no meu quarto quase vazio. – Só falta você.

- Sim, estão. – lhe entreguei as duas maiores e fechei minha bolsa. – Vamos? – perguntei, ele assentiu e saiu do quarto com as bagagens. Fiquei ali um minuto, observando o cômodo de paredes amarelas. Pequeno e evasivo estava banhado pela penumbra sombria da madrugada.

Por anos havia morado e dormido ali, parecia exagerado e precipitado, mas sentia que seria a última vez que o veria. Nunca pensei em deixar Brownsville, mas naquele momento parecia crucial pensar naquilo, como se estivesse mesmo partindo, pra nunca mais voltar.

No entanto, aquilo podia ser uma verdade, se não fosse o quase.

- Celeste, vamos perder o vôo! – gritou Thales do andar de baixo, parecendo animado. – Anda!

Ele estava estranho, desde que soubemos que iríamos para La Push. Parecia eufórico e nunca tirava o sorriso da cara, mesmo sob essa ameaça. Todos não entendiam seu comportamento, já que ele foi sempre conservado e tímido, e devo dizer que até ele não entendia. Era engraçado vê-lo tão alegre, e fico feliz por ele. Meu irmão merecia toda a felicidade do mundo, já que tantas vezes ele o carregou nas costas.

Não era só ele que se sentia assim, eu por exemplo. Não era algo extremo, mas profundo e intenso. De certa forma, nossa ida a La Push me alegrava e fazia, estranhamente, meu coração acelerar.

Fecho as cortinas das janelas do meu quarto e, ao sair, tranco a porta com a chave sem pressa. Desço a escada devagar, só para irritar meu irmão e o encontro bufando na soleira da porta de entrada.

- Até que enfim! – exclama. – Pensei que ficaria.

- Não enche! – dou um soco em seu braço e vou em direção a mini van, percebo que ele já havia se livrado das malas e me acompanhava sorrindo, o que é estranho.

Pois, o meu irmão sempre foi um homem sério e centralizado, nunca se entusiasmava tanto com uma viagem e sempre disfarçava bem ao fazê-lo. Mas, hoje ele tá parecendo uma criança em manhã de natal, sorrindo pra tudo que lhe aparecer na frente. E devo dizer que isso está ficando meio que irritante todo esse bom-humor, será que é somente eu que não estou feliz com isso?

Iríamos nos dividir em mini vans até a cidade próxima onde pegaríamos o avião até Seattle, onde pegaríamos outro avião até Port Angeles e que pegaríamos um outro carro até La Push, ou melhor, até Forks. Já que meu pai resolveu comprar uma casa ali, mas um pouco distante do centro da cidade, ou seja, no meio do mato.

Isso só faz minhas suspeitas de que vamos, praticamente, morar naquele lugar aumentarem mais. Digamos que vamos ficar um bom e gasto tempo lá, não motivos para que meu pai comprasse uma casa ali.

Além do meu pai, da minha mãe, do meu irmão, de mim, além de um dos motoristas da transportadora que levaria os carros e os moveis dirigindo a mini van, o Sr. Isaac iria conosco. Ele era o melhor amigo do meu pai e um dos anciões mais velhos do conselho, por sempre estar presente em nossas vidas, o considero como um tio para mim e meu pai com um irmão para ele.

Entre os anciões, apenas meus pais, nosso tio Isaac e, sua esposa, tia Maggie que iam nos acompanhar, os outros decidiram ficar em Brownsville com os seus compromissos e, claro que será mais seguro pra eles. Os imprinting humanos decidiram ir junto, mesmo sob os protestos de seus lobos, eles achavam que não suportam um segundo longe deles, ainda mais meses, ou até anos.

Todos se dividiram em 5 carros, quatro em cada mini van, já que só carros desse tipo suporta lobisomens, junto com o motorista das transportadoras. No primeiro carro, estava eu e minha família. No segundo, estava Dave, Deborah e Ian; e Diana. No terceiro, estavam Natalie e Bruno; Greg e Jennifer. No quarto, estavam Nigel, a Jodie e o Alex.

No quinto e último, estava Ashley, Vinny, Sr. Isaac e, sua esposa, Srª. Maggie, que certamente estavam aprontando todas. Ainda estávamos no Oregon, e posso vê da minha janela o aeroporto se estendendo. É, essa viagem vai ser longa.

***

Carros... Aviões... Aviões e... Mais carros... Eu podia jurar perder já a sanidade das coisas, tudo rodava nessa seqüência que parecia não ter fim. Até que finalmente, a última parada...

Estamos no aeroporto de Port Angeles, e já dava pra vê o clima do lugar que nos metemos. Úmido e nublado, uma fina chuva caia sobre o lugar fazendo-o ficar mais frio. Já se passavam das 8 da manhã, minha barriga roncava silenciosamente de fome e estava expostamente acabada, culpava imensamente o meu irmão por isso.

Ele insistiu que saíssemos ás 2 da madrugada, com a desculpa de que teremos mais tempo pra nos arrumar e aproveitar nossas férias quando chegássemos aqui.

Ra! Como se aquela cidade fosse a própria Summerland (n/a: em português significa Dias de Verão). Não tinha como não ficar mais irritada com toda aquela palhaçada. Sem me importar com as pessoas que estavam a minha frente, saio em direção ao portão de desembarque. Mal chego à roleta e encolho-me ao sentir uma presença forte ali, um peso autoritário no ar e a repentina vontade de dar meia-volta, e ir embora.

Percebi, de canto de olho, todos os meus irmãos e irmãs também se encolherem e estremecerem com aquilo. Entreolhamo-nos meio que assustados, nunca sentimos aquilo antes, nem com os vampiros. Aquela presença fazia meu lobo estremecer e recuar, o que será isso?

Respiro fundo, sabendo que me arrependerei no futuro por isso, e me encaminho para fora do aeroporto. Minha iniciativa parecia natural, mas por dentro, sentia meu corpo relutar e protestar com cada passo dado, como se eu fosse uma ameaça a aquele lugar. E ali, me sentia como uma intrusa e ao mesmo tempo tão familiarizada com tudo.

Como se meu lobo reconhecesse aquele lugar, como se ele voltasse pra casa depois de anos, ou melhor, pela primeira vez vindo pra casa. Estava feliz e estava aliviada, sabia que ali era o meu lugar, mas porque aquela sensação de reclusão?

- Certo, espero que eu não morra aqui... – minha mãe me bateu nas costas e eu revirei os olhos, sem deixar de estremecer com aquela sensação.

Dividimos de novo em táxis, e fomos rumo a Forks. Tudo parecia um planeta alienígena verde, é a denominação mais gentil que eu tinha feito ao longo dos minutos que cheguei ali, pra onde eu olhava era floresta e animais. Tudo parecia desabitado e estranho, até que chegamos à entrada de uma pequena cidade.

Forks. – pensei.

É a cidade mais chuvosa do país, e não sei se vou me acostumar um dia com isso. Já comentei que odeio chuva? Não a chuva em si, só que ela me lembra momentos que prefiro esquecer.

- É tão pacata... – minha mãe suspirou, fazendo-me revirar os olhos.

Ela adorava lugares assim, sem falar que foi em um desses lugares que ela conheceu meu pai. No mesmo instante em que concluo meu pensamento, meu pai se debruça para beijar minha mãe, carinhosamente.

- Ah, não! – Thales, por azar, estava no meio dos dois e fazia de tudo pra afastá-los. – Esperem até chegar a casa, por favor!

Por outro lado, eu só os observava. Cada ato de amor, de carinho e de felicidade me cativava, pois eu nunca senti isso por alguém, nunca me apaixonei de verdade. Pode parecer estranho, ou não, mas era o que eu mais queria na vida, preencher a outra metade do meu coração.

- Mãe, a senhora já decorou e mobiliou a casa? – Thales disse poucos minutos depois.

- Sim, já está tudo em seu devido lugar. – ela abriu um enorme sorriso. – E por acaso, já separei os quartos, então nada de briga.

- Espero que o meu não seja da Polly. – sussurrei emburrada, mesmo assim todos ouviram. Não tinha porque esconder, essa seria minha expressão até o final das férias de verão.

- Não, Céu, não é da Polly! – minha mãe me encarou com o semblante sério, chamando-me pelo meu antigo apelido. – E pode desamarrando essa cara, porque nada vai me irritar hoje, nem você com suas manias mimadas.

- Que seja! – cruzo os braços e desvio os olhos para a janela, observando as casas e arvores que passavam em uma mistura de cores.

- O problema é seu! – ela murmurou, me fazendo fervilhar de raiva. – Quem vai perder o resto das férias só se lamentando é você.

- Me lamentando e ficar nessa porcaria de cidade, é tudo a mesma coisa. – me viro para fitá-la com as mãos em punhos e dentes semicerrados. – Isso tudo equivale a nada! Pode ser divertido para senhora ou para os outros, mas pra mim... – balanço a cabeça negativamente. – Não poderia ser pior.

- Celeste, eu já disse milionésima vezes e vou repeti: Você foi irresponsável e está pagando pelos seus erros, se tivesse se comportado...

- Acham mesmo que eu acredito nisso?! – a interrompo, já bastante irritada com todo esse teatro de responsabilidade. – Posso ter sido imatura, mas EU NÃO SOU MAIS CRIANÇA! E nem boba, sei que aquela briga toda foi só teatro pra nos arrastar pra cá...

- Está nos chamando de mentirosos?

- E se for? Essa ladainha de vocês não vale nem o pão que o diabo cuspiu! – eu disse seca, Thales me encara como se suplicasse para que eu me calasse. – Quer saber? Se não fosse pelo meu irmão, eu não estaria aqui.

- Então, vá se acostumando. – meu pai tomou a frente. – Queira você ou não, vai ficar aqui até o fim dessa droga de férias! Pouco me importa se gosta ou deixou de gostar, só vamos embora daqui quando EU mandar, entendeu?

- Como se eu tivesse escolha. – murmuro, bufando.

Respirei fundo, tentando controlar meus nervos em frangalhos. Então, senti. O cheiro adocicado e enjoativo, que chega a queimar o nariz. Já não estávamos no centro da cidade, estávamos nos aproximando da parte mais afastada de Forks, próximo a entrada da casa que alugamos.

O odor queimava meu nariz e ficava mais intenso à medida que nos avançávamos. Instantaneamente, meus músculos ficaram tensos e retesaram, junto com os de meu irmão. O encaro assustada e ele apenas fita sério o lado de fora da janela acima de meus ombros.

Vampiros. A palavra vem a minha mente e me encolho, rapidamente aterrorizada.

POV Thales

- Então, vá se acostumando. – meu pai cospe furioso, totalmente consumido pela raiva que minha irmã está fazendo a ele.  – Queira você ou não, vai ficar aqui até o fim dessa droga de férias! Pouco me importa se gosta ou deixou de gostar, só vamos embora daqui quando EU mandar, entendeu?

- Como se eu tivesse escolha. – Celeste murmura com a cara fechada e dá de ombros.

Sinceramente, nunca a vi tão chateada e brava com algo como ela está agora, devo dizer que o assunto “Forks” não a agrada muito, ao contrário de mim que está quase quicando pra fora do carro de tão empolgado que eu estou. À medida que adentro a cidade, meu coração parece ter criado pernas e começado um verdadeiro desfile de escola de samba.

Alguma coisa me dizia que minha vida mudaria a partir de hoje, e isso me empolga até a alma. Não sei por que, mas meu lobo uiva dentro de mim, com a tamanha felicidade que ele sente.

Então, o cheiro que faz meu nariz franzir e arder; o cheiro que eu mais odeio no mundo; o cheiro que me dá fome de vingança e morte atingiu-me como um meteoro. Sinto meu corpo arder e se retesar contra aquilo, meu lobo rosna em fúria em conseqüência.

Celeste me encara assustada e meu instinto de proteção fala mais alto. Seja o que for, protegerei com minha alma minha família e meus irmãos daqueles que nunca deviam ter existido, dos nossos inimigos mortais, dos grandes responsáveis por estarmos aqui...

Vampiros. Penso no nome com nojo e desprezo. Desvio o meu olhar do rosto aterrorizado da minha irmã e fito a floresta lá fora, que passava como um borrão verde e sombrio. Eles estavam aqui, sentia a presença adocicada deles naquele território, e parecia que ali próximo era o seu covil.

O carro entra por uma entrada particular e segue a direita, parando em uma grande mansão revestida em uma madeira maciça e lustrosa, parecia que fora reformada completamente, já que tudo parecia novinho em folha. Havia uma gigantesca varanda e uma passarela que se estendia até a entrada da porta; as janelas brancas contrastavam com tudo ali. Os pilastes que a seguravam o teto da varanda eram largos e todos em tijolos que estavam expostos, como um tipo de decoração rústico ao local.

Ao lado da casa, de longe pude jurar ser outra casa, mas ao prestar mais atenção tive a certeza que era uma enorme garagem. Ao contrário da casa, era toda em tijolos. Os carros pararam em frente à casa, e descemos já boquiabertos. Como meu pai conseguira aquele paraíso?

Um belo jardim se estendia a nossa frente, repleto de tulipas e cravos. De soslaio vi os olhos da minha mãe e da Tia Maggie brilharem, como se aquilo fosse o Paraíso. Pegamos nossas malas e caminhamos admirados pela passarela, ao chegarmos à varanda pelos vidros longos da porta dupla, pudemos perceber a grandiosidade da casa. Sem hesitação, minha irmã que já estava com a chave da casa em mãos, correu e a abriu.

Por dentro a casa nem de longe se parece, com a que vemos do lado de fora. Um perfeito paradoxo em três dimensões, as paredes se surtiam em brancas e beges, e tudo parecia vivo e muito moderno. Uma grande escada em mármore se estendia no seu hall em direção ao segundo andar.

A esquerda ficava a sala de jantar e pela, precisamente gigante mesa de jantar, não há duvidas que minha mãe já haja providenciado tudo em dobro. Quando se tem lobos em casa, tudo duplicava de tamanho. Um corredor pequeno se abria para a cozinha, que era toda em inox.

Voltando ao hall, à direita estava à enorme e equipada sala. Havia uma TV de plasma, e como não é novidade nesta casa, gigantesca; meus irmãos se esbaldavam no Xbox novinho, o grande sofá branco circundava quase toda a sala.

- Uau!

- Impressionante, não é mesmo? – a voz de Celeste soou bem ao meu lado, me dando um tremendo susto. Dou um pulo e quase caio.

- Te assustei? – perguntou inocentemente. Como se eu não a conhecesse.

- Não, imagina! – digo irônico. Ela ri e se senta no pé da escada de mármore. Sento-me ao seu lado e dou de ombros, me perguntando: Como meu pai conseguiu essa casa?

- Sinceramente, ainda estou me perguntando em como papai conseguiu essa casa. – diz, rindo ainda sem acreditar.

- Somos dois. – sorrio. – Talvez ele tenha suas poupanças ou economias por ai.

- Por incrível que pareça, estou começando a gostar daqui. – minha irmã franzi o cenho e suspira.

- É assustador, não é?

- O que? – ela me olha, confusa.

- Essa sensação de medo, de submissão. – sorrio pra ela, que assente em cumplicidade. Estava ainda com a sensação ardendo em minha pele, não estava muito confortável com aquilo. Ainda mais com vampiros por perto.

- Quer sair? – minha irmã se levanta eufórica, sorrindo amplamente.

- Você ainda pergunta. – ela pega minha mão e corremos para fora da casa, sem nos importar em avisar aos outros. Obviamente, não devemos explicações a ninguém, afinal não estava aqui para ficar trancafiado naquela casa, apesar de enorme. Nenhum vampiro idiota, nem meus pais ranzinzas vão me fazer ficar.


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Notas finais do capítulo

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