Blood Moon escrita por Lost star


Capítulo 23
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

EEEEEEEE! Parabéns para mim, hey!
oasiaoisoiaiosoaisiaoi'
Desculpa a demora people, mas como prometido eu vou postar 2 caps. hoje pra vocês.



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-Sarah! - Seth chamou-me. Virei-me rapidamente e senti meus cabelos chocando-se levemente contra meu rosto. Seu cheiro amadeirado fazia-se presente, arrepiava minha pele. Fui invadida por um turbilhão de emoções, dor, raiva, amor, saudade, magoa, felicidade...tantas coisas que eu podia fazer, tantas formas de cumprimentar Seth. De todas as formas possíveis, eu escolhi a mais difícil. Fiquei parada apenas olhando-o, esperando que ele fizesse o primeiro movimento. Mas ele não fez.

                Perdi-me na imensidão de seus olhos e, por alguns instantes, até prendi a respiração. Meu coração estava acelerado, parecia que iria saltar de meu peito a qualquer momento. Sally colocou-se entre mim e Seth.

-Vá embora!-vociferou. Sabia que Sally estava furiosa com Seth e, mesmo sabendo que ela não tinha esse direito, estava fazendo isso para me proteger.- Eu pedi sua ajuda para procurar minha irmã e você não quis, preferiu ficar com a sua vagabunda particular. Agora saia, você não merece o impriting que tem.

                Não sabia o que dizer à Sally, sério. As palavras simplesmente não me vinham à boca. Era a primeira vez, creio eu, que ela me chamava de irmã publicamente e espontaneamente.

-Com licença, Sally, mas eu vim falar com a Sarah. E não com você.- Seth avançou alguns passos, mas antes que ele chegasse perto o suficiente de Sally, meu pai interveio.

-Então acho bom voltar outro dia, Seth. Não vou deixar que um porco como você chegue perto de minha filha.- sibilou. Seth olhou-o desafiador, mas não passaria disso. Ás vezes, é bom ter um Alpha como pai. Sabe, os outros lobos obedecem.- Sei que não tenho moral para criticá-lo, Seth- meu pai disse, olhando para minha mãe de soslaio.- mas o que você fez foi uma burrice. Acha que pode fazer o que fez e depois voltar aqui como se fosse inocente?- perguntou-lhe, já com a voz alterada.

-Pai.- chamei- Seth já está indo embora. Creio que ele precisa acertar contas com sua namorada.- Puxei minha mãe e Sally pelo braço e dei-lhes um leve empurrão para que entrassem em casa. Fiquei mais para trás.

-Não estou com ela, Sarah!- pude ouvir Seth gritar antes de entrar em casa. Revirei meus olhos. Ephraim, Jannie e Anthony entraram logo, meu pai demorou um pouco mais. Eles obrigaram-nos a contar sobre a volta de Anthony. Após algumas piadinhas sobre meu vestido, Ephraim mandou-me tomar um banho. Concordei de pronto, meu estado estava realmente deplorável.

                Corri escada acima e encontrei meu quarto da mesma forma que o havia deixado, a maioria das roupas ainda intactas no closet. Entrei apressada no chuveiro e tomei um bom banho. Relaxei quando a água quente tocou meus ombros.

-esta água está boa, não?-uma voz perguntou atrás de mim. Virei-me e vi Luna sentada na pia branca do banheiro. Ela vestia roupas normais desta vez, bem parecidas com as que eu tinha em meu closet.

- Oi, Luna.- respondi, minha voz estava rouca, não sei se de tédio ou de susto.

-Sabe que foi imprudente com o barqueiro, não sabe? Ele te amaldiçoou.- criticou ela. Revirei os olhos.

-Nada que alguém já não tenha feito antes.- retruquei. Foi a vez dela de revirar os olhos.

-Sei disso.- respondeu-me.- Sarah, temos uma alma dupla. Duas personalidades completamente opostas que fazem o que somos.- assenti, tirando shampoo do cabelo.- Ele disse...o barqueiro disse: “Luna assumira por vezes”.- ela suspirou.- Sabe o que isso quer dizer?- perguntou.

Assenti. Claro que não tinha ideia do que aquilo queria dizer, mas esperei que se mentisse ela fosse embora.

-É claro que não sabe.- ela guinchou. Revirei os olhos.

-Luna, dá o fora.- ordenei, enquanto passava o condicionador. Notei que meus cabelos vêm escurecendo de um tempo para cá, e meus olhos clareando. Agora eles já não oscilavam mais, tinham um tom castanho esverdeado. Eu não gostava, mas não podia fazer nada.

-Tudo bem, mas lembre-se de mim quando eu estiver no controle sob seu corpo.- ela resmungou. Revirei os olhos e percebi que estava sozinha. Bem, não completamente, já que Luna fazia parte de mim.

                Sai do chuveiro e corri para arrumar uma roupa. Prendi meu cabelo em um coque e desci para a cozinha. Na metade do caminho, fui atingida por um cheiro familiar. E não apenas o da comida, que pelo o que pude perceber, se tratava de espaguete. Ah, não, não mesmo. Aquele era o cheiro de Nahuel. Avancei mais uns passos e forcei minha audição.

-Nahuel, por favor, Sarah não quer falar comigo.- ela dizia, sua voz estava embargada.- Volte para mim, meu amor.- Sally implorava.

-Sabe que feriu Sarah, não posso ficar com alguém que trata desta forma minha família.- ele afirmou, totalmente seguro de si, porém eu podia sentir a tristeza em sua voz. Sabia que deveria sair dali e ir falar com os dois, mas não fiz isso, talvez pela vontade de ouvir mais, ou talvez pelo fato de gostar de ver Sally se ferrando uma vez, para variar.

-Nahuel, por favor, eu estou te implorando.- Sally parecia realmente desesperada. Algo fez com que meus músculos acordassem e começassem a se mover. Eu desci a escada e parei no último degrau.

                Nahuel fitou-me duramente.

-Tem minha última palavra.- disse à Sally antes de sair da sala. Minha irmã jogou-se no sofá desamparada e levou as mãos à cabeça. Ela fincou suas unhas com tamanha força, que sua cabeça começava a sangrar. Olhei-a desesperada.

-Pare com isso, Sally, vai matar-te.- ela não prestou atenção em mim. Continuou ali, chorando, com as mãos na cabeça.

                Doía ver minha irmã naquele estado. Dirigi-me à cozinha, encontrei Nahuel conversando com minha mãe. Eles pareciam bem entretidos.

-Nahuel, quero falar com você.- afirmei, minha voz soou dura. Nahuel olhou-me com uma sobrancelha levantada.

-Estou falando com sua mãe, Mabel.- disse simplesmente.- Depois falo com você.- garantiu.

                Senti meu sangue ferver, eu conhecia Nahuel há tempo suficiente para saber que esse depois nunca chegaria. Ela passaria cem anos falando sobre o mesmo assunto com minha mãe apenas para evitar falar comigo. Nahuel era de longe o cara mais teimoso que eu conhecia.

-Agora!- esbravejei irritada. Minha mãe acenou com a cabeça e ele virou-se para mim.- Lá fora.- abri a porta da cozinha, corri até perto da árvore onde meu pai sempre sentava. Nahuel seguiu-me em silêncio.

                A nossa frente o mar parecia calmo, mas eu não estava pronta para nadar novamente, não com as lembranças daquele dia ainda em minha mente. Os braços de Seth ao meu redor, a preocupação em seus olhos. Afastei esses pensamentos e concentrei-me em Nahuel.

-Tem que voltar com ela.- disse-lhe, olhando o mar. Pelo canto do olho pude ver Nahuel arquear a sobrancelha direita.

-Digo o mesmo para você e Seth.- respondeu-me. Balancei a cabeça com força.

-Não é a mesma coisa.- afirmei-lhe fitando seu rosto. Nahuel parecia cansado, mas se tinha forças para falar com Sally, tinha forças para discutir um assunto desse porte comigo. Voltei a olhar o mar.- eu e Seth estamos separados por motivos mais fortes que nosso orgulho.- O olhar de Nahuel cravou-se em meu rosto.

-Está dizendo que não tenho motivos para ficar longe de Sally?- perguntou, completamente ofendido. Assenti.

-Não sou um motivo.- garanti-lhe. Encarei-o.- Não pode fugir, Nahuel, nem mentir. Sei que a ama e sei que está sofrendo. Não tente negar.- afastei uma mecha de seu cabelo que cobria-lhe o olho.- Você diz que sou uma filha para você, Nahuel, então faça o que lhe peço.- pedi.

-É por considera-la tanto assim que estou longe dela, Mabel. Não quero que sofra.- revirei os olhos.

-Então prefere ver-me culpando-me a ver me chorando? Bom saber.- afirmei, fechando a cara.

-Não foi o que eu disse.- contestou ele.

- Nahuel, se não perdoar Sally, perderá não só a ela, mas também a mim. É isso que quer?- perguntei. Eu estava irritada, senti-a que algo estava tomando conta de mim, algo que eu não podia parar. Cenas estranhas passavam-se em minha mente, cenas da vida de Luna. Tudo voltando à minha memória como se fosse um filme. Respirei fundo e apertei minha cabeça com força, vozes estranhas soavam em minha cabeça.- Nahuel, eu não...-foi tudo o que eu consegui murmurar antes que tudo ficasse escuro.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado amores.
2;*