Blood Moon escrita por Lost star


Capítulo 18
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Oi, people.
Finalmente tô aqui com mais um cap.
Sim, animador.
oasiaoisaoisoaisoia'
Recebi bastante reviews( nenhuma recomendação)
Não, não estou reclamando.
Enjoy
2;*



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- Temos que invocar o barqueiro.- Natasha respondeu.

                Eu e Jannie nos entreolhamos, confusas.

- Quem é o barqueiro?- perguntei, interessada.

-É o único ser que pode viajar entre o nosso mundo, o dos mortais, e o reino eterno, o dos mortos.- Assenti.- Porém o barqueiro não pode retirar uma alma de lá sem ganhar outra em troca.

                Juro que parei de respirar por alguns segundos. Eu já havia ouvido essa história em algum lugar, mamãe me contava quando era criança. Apenas o justo. Uma alma por outra. Assim como aquele ditado, olho por olho, dente por dente. Não sei como não havia pensado nisso antes.

-Quer dizer que para Anthony viver alguém vai ter que morrer?- perguntei. Jannie me olhou agoniada, era óbvio que ela pensava o mesmo que eu, queríamos Anthony de volta, sim, mas não queríamos que ninguém morresse por isso. Suspirei.

-Eu vou.- disse decidida. Amber me olhou, o brilho em seu olhar sumira.

-Está fora de questão!-exclamou. Eu iria protestar, porém Sarina não me deixou falar.

- Teremos dois dias até o barqueiro chegar, eu e Natasha acabamos de chama-lo, por hora acho melhor ficarmos calmas e descansarmos, trabalharemos duro nos próximos dois dias, e eu creio que seu pai já sentiu sua falta, Jannie, você deve voltar. Sarah irá dormir aqui.

                Jannie pareceu relutante.

-Quero estar junto a Anthony quando ele acordar, quero que meu rosto seja o primeiro que ele veja.- virou-se para mim, seus cabelos loiros roçando seu rosto.- sem ofensas, Sarah.

                Sorri, esquecendo das preocupações.

-Tudo bem.- respondi. Sarina nos olhou, séria, impassível.

- Te entendo, Jan, mas será lua cheia. Não vai poder estar aqui, creio que não vai querer que Anthony te veja acorrentada.- Jannie engoliu o choro, respirou fundo.

- Claro, tudo bem.- caminhou até a porta.- cuide bem dele por mim, Sarah.- assenti, sorrindo.- Adeus.- Ela esgueirou-se pela soleira da porta e sumiu na escuridão que se encontrava o lado de fora.

                Sarina perguntou-me se eu gostaria de comer algo, respondi que não, havia caçado a pouco e já não sentia fome, ela esperou mais alguns minutos e então me levou até um pequeno quarto.

-Luna ás vezes dormia aqui quando ainda era viva, pode ver que tem algumas coisas dela.- disse apontando para uma antiga penteadeira branca, em cima dela haviam vários bibelôs e porta joias, tudo me parecia muito caro.- tem uns vestidos atrás daquela cortina, caso você queira usar um novo, o seu me parece um pouco sujo. Sugiro que troque, não me importo de lavá-lo para você.

                Assenti.

-Claro, amanhã cedo eu faço isso, hoje, porém, estou muito cansada.- Sarina sorriu e assentiu, já ia saindo pela porta quando lembrou-se de algo e virou-se para perguntar-me:

- O que você gosta de comer?- Virei-me, impressionada.

-Eu como de tudo, menos essa comida gordurosa americana.- Sarina desatou a rir.

- Você e Luna são mesmo parecidas.- dei-lhe um sorriso fraco.- Agora vá dormir, terá um dia cheio amanhã.- Balancei a cabeça afirmativamente e ela fechou a porta.

                O quarto ficou iluminado pela luz de uma vela, eu achava estranho que elas vivessem assim, afinal moravam perto de uma cidade pequena, sim, porém já bem desenvolvida. Tudo naquele quarto me parecia muito antigo, desde um pequeno quadro com a imagem de Luna, até os colares na penteadeira. Sentei-me na cadeira e fitei minha própria imagem no espelho. Meus olhos ainda oscilavam.

-lembro-me de quando os meus estavam assim.- a voz de Luna ecoou, em minha frente, no espelho, eu via a imagem de Luna refletida. Ela me pareceu feliz.- logo você se acostuma, um dia você vai acordar e eles vão estar verdes. Simples.

-Não é tão simples.- respondi. Passei a mão por um porta joias e o abri, lá dentro haviam vários colares, todos ainda brilhantes, apesar do tempo.- Não sabia que era rica.

                Ela olhou para minhas mãos.

-Há muito que você não sabe.- retrucou.- e eu não era rica, John era. Ele me deu a maioria desses colares, menos esse ai.- disse apontando para o colar que eu segurava.- esse eu tenho desde que nasci, quero que fique com você.- disse. Parei de fita-la no espelho e voltei minha atenção para o colar, era uma espécie de circulo, mas eu sabia que representava a lua cheia, dentro  daquele circulo havia uma enorme pedra circular que cobria todo o entorno, na escuridão ela parecia preta, mas ao mínimo feixe de luz que passasse por ela, poderia ser visto um belo reflexo vermelho. Atras estava gravado uma frase, Blood Moon.- você é uma parte de mim, deve ficar com você até o fim.

                Assenti, coloquei o colar no pescoço meio hesitante. Juro que senti um choque quando ele tocou minha pele. Luna sorriu para mim. Olhei-me no espelho e constatei o que já sabia, a pedra não era grande, só o suficiente para ser vista. Ela contrastava perfeitamente com minha pele clara, levemente bronzeada.

-Está cada dia mais parecida comigo.- disse-me, ainda sorrindo. Prendi meu cabelo em um coque alto e deitei-me, precisava descansar, afinal, como  Sarina mesma disse, amanhã eu teria um dia cheio.

                Não tive uma noite muito boa, revirei-me muito enquanto dormia. Tive um sono muito agitado. Em meu sonho eu  usava um longo vestido branco, meus cabelos estavam ondulados e um pouco mais escuros, atrás de mim corriam enormes lobos, não como os de La Push, menores, porém eles pareciam sedentos, frios, o desejo de vingança emanava de seus corpos. Acordei de sobressalto no meio da noite, o que não foi uma surpresa, sempre que eu tomava sangue podia ficar dias sem dormir, o que não era bom, levando em conta que durante esses dias toda a vez que eu dormia tinha pesadelos.

                Levei um tempo até organizar meus pensamentos, uma vez organizados eu corri até a cortina que Sarina havia me indicado, após puxá-la para o lado me deparei com uma vasta quantidade de vestidos. Haviam vestidos de diversos tamanhos e modelos, tia Alice iria amar isso.

-Se eu fosse você pegaria o bege.- Luna disse em minha mente.- é o meu vestido favorito, bem, agora é seu.

                Não posso negar e dizer que não me senti emocionada com a confiança de Luna, apesar de sermos a mesma pessoa, sua confiança me era muito importante, e realmente me alegrava. Luna aos poucos estava se tornando uma amiga, mesmo que ela já fizesse parte de mim.

                Aceitei seu conselho e peguei o vestido que ela me pedira, não deixei de notar que meu cabelo estava um pouco mais ondulado e mais escuro, devia ser por falta de shampoo e condicionador, pediria a Amber hoje mesmo. Não encontrei ninguém no outro cômodo quando sai, apenas meu irmão, sem alma, apenas respirando, como se nada existisse ao redor dele, tão tranquilo que mais parecia dormir, senti meus olhos molharem um pouco, fui até ele, acariciei lhe os cabelos e depositei um beijo em sua testa. Esgueirei-me pela porta e me deparei com a floresta, calma e úmida.

                Ao longe eu podia ouvir o canto dos pássaros, e raros carros que passavam a na estrada, há alguns quilômetros de onde eu estava, tive vontade de sentar-me ali e desfrutar do sol que acabara de nascer e já me aquecia com seus poderosos raios, mas algo me impedia, algo dentro de mim implorava para que eu continuasse caminhando, para que eu corresse.

                Assim o fiz, segurei a saia de meu vestido e corri, quase tão rápido quanto um vampiro da velocidade de meu avô, eu não voltaria a me transformar tão cedo, não queria as vozes de Seth e dos outros na minha cabeça.

                Seth.

                Lembrar-me dele me fez parar, repensei se realmente deveria correr até onde meu coração pedia, eu sabia o que podia encontrar lá, e eu não sabia até que ponto meu impriting me dominava, não até eu notar que voltara a correr. E logo lá estava eu, parada atrás de um enorme lobo cor de areia, meu coração inflou-se, senti ondas de felicidade tomando conta de mim. Ele estava lá, meu Seth, o amor de minha vida, a razão de eu continuar a vivê-la.

                Ele virou-se lentamente, respirando para ter certeza de que era eu mesma. Encarei seus olhos negros e confusos, aqui, diante da luz do sol, eles pareciam de um tom cinza, bem escuro, quase como o céu antes de uma tempestade. Simplesmente os olhos mais lindos do mundo.

-Sarah!-Ele pensou, sua voz cheia de emoção, mas não o tipo de emoção que eu esperava. Seth não me parecia feliz, nem um pouco. Parecia-me apenas deprimido, com um mínimo de esperança queimando dentro dele, ele estava certo de que eu era apenas mais um alucinação, aquilo magoou-me. Profundamente. Mas não tanto como a frase que veio a seguir- preciso lembrar-me que eu a odeio, preciso sair a noite e pegar todas as garotas que puder, qualquer vadia é melhor que ela.

                Cansada de ouvir aquilo corri para o lugar mais longe da floresta que pude encontrar, e lá chorei. Chorei muito. Chorei por ter abandonado Seth, por ter permitido que minha vida tomasse esse rumo e, principalmente, por ter estragado a vida de todos ao cruzar a fronteira para caçar um maldito cervo.

                Não sei quanto tempo passei ali, sei que foi o suficiente para que o sol forte do meio dia me atingisse, fiquei ali, desprotegida, encolhida, sozinha. Senti-me completamente vazia, oca. Repreendi-me por ser tão trouxa.

                Tentei chamar Luna, pensei que talvez ela pudesse me ajudar, mas eu sabia que ela não viria, que não falaria nada. Luna era uma parte de mim, e eu sabia que ela estava tão destruída e magoada quanto eu.

                Senti o frio da solidão rodear-me e me encolhi mais, as lágrimas não pararam por um segundo, eu costumava me sentir assim quando eu pensava na vida que eu poderia ter tido quando criança, sem irmão, sem pai, sem mãe... na época tudo me parecia lindo, tudo vazio, e eu costumava achar aquele vazio bom. Não ter que obedecer ordens, ninguém para te chatear...mas eu nunca pensei no lado negativo de tudo, sem ninguém para te levantar quando você, sem ninguém para rir com você, para chorar com você.

                Queria que minha mãe estivesse ali, era dela que eu mais sentia falta, depois de Anthony, é claro. Eu me sentia sozinha, e o sol que aquecia a terra não era suficiente para me aquecer, pois eu havia perdido os meus sóis. Todos eles.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado 2;*