Anjo Caido escrita por Nathy_Migliori


Capítulo 2
capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Ah... sem nada pra dizer!!Boa leitura!!



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~ 2 ~




Hoje seria meu primeiro dia de aula. Apesar de não estar muito contente, teria de ser assim. Maria – descobri ser a moça que me ajudou depois que acordei horas depois – me dissera que aquela era uma boa escola, e que eu me daria bem ali.








Há claro. Parecia que ninguém mais ali lembrava que eu era um anjo caído, sem pecado ou desejo nenhum para esse cargo. Eu ainda estava tentando descobrir o que havia acontecido comigo para eu estar ali, mais nada parecia cooperar.








Maria entrou em meu quarto e abriu as cortinas para deixar o sol entrar. Era segunda- feira. Uma chata e monótona segunda- feira. A luz chegou até mim convidando-me a levantar, tocar a vida. Ele sempre fora tão bom comigo quando eu estava lá em cima, que resolvi aceitar o convite.








Pulei da cama com um sorriso nos lábios. Dei um beijo em Maria e fui para o banheiro.








– E bom te ver sorrindo de novo Mel!






Disse-me Maria do lado de fora. Ela era sempre tão gentil e atenciosa. Era quase uma mãe. Na verdade, era isso que ela era para todos os efeitos. Maria era minha mãe se alguém perguntasse.





– E bom sorrir de novo, Maria!- respondi





Liguei o chuveiro. Sentir a água morna caindo em meus ombros me fazia relaxar e esquecer tudo o que acontecia do lado de fora. Deixava-me novamente nas nuvens. Peguei o sabonete e comecei a ensaboar os braços, depois pernas, barriga e então as costas.





Aquela área me deixava com medo, saudade, angustia. Causava-me tantas coisas, que às vezes preferia esquecer aquela parte do meu corpo. Passei de leve meus dedos na cicatriz em forma de v de cabeça para baixo e me arrepiei. Eu havia perdido minhas asas um pouco depois de ter acordado.





Suspeitava que elas houvessem sido retiradas temporariamente de mim, pois ainda sentia o peso, e os movimentos dela em seus lugares. Terminei meu banho como sempre: triste. Queria minhas asas de volta, pois não tinha feito nada para cair. Nada.





Desci as escadas para a cozinha e encontrei Ezequiel no corredor. Ver Ezequiel me enchia de esperanças, como se ele fosse me trazer alguma boa noticia. E eu estava certa.





– Ezequiel! – exclamei





Ele me abraçou e fomos assim para a cozinha.




– Como você está Mel? – perguntou


– Melhor. Consigo aceitar mais a cada dia que passa. O que você veio fazer aqui hoje?

– Mel! – ralhou Maria – modos!

–Tudo bem, Maria. Já acostumei com esse jeito da Mel.

Ele virou- se para mim. Seus lindos olhos negros pareciam penetrar no fundo da minha alma, como se eu fosse transparente. Ezequiel era realmente o sonho de toda garota humana: alto, forte, com olhar penetrante, e bonito. Ele era muito bonito.



Voltei de meus devaneios e percebi que estava suspirando com a cabeça apoiada nas mãos. Constitui-me rápido e senti meu rosto esquentar. “Maldita influencia humana!” pensei.






Ezequiel continuava me olhando, e eu torci com todos os pequenos átomos do meu corpo de anjo caído, que ele não houvesse percebido meu pequeno descuido. Ele sacodiu a cabeça e eu percebi que ele havia notado. Abaixei a cabeça por alguns minutos, só para retomar minha melhor cara de paisagem.







Pretendia ficar assim por mais alguns segundos, mas meus planos foram interrompidos. Ezequiel havia voltado a falar, quase me obrigando a levantar a cabeça:








– Bem Mel, depois de tantos dias frustrados, venho lhe dar boas noticias!







– Serio? – perguntei animada – O que é? O que é?



– Descobri uma coisa que vai te deixar feliz. Talvez nem tão feliz, mais pelo menos...

– Ezequiel, por favor! - emplorei

– Está bem. Você foi trazida pra cá. Não caiu. Por isso você ainda sente suas asas, porque elas ainda estão ai.



Eu não sabia se sorria ou se chorava. Eu teria minhas asas de volta. Não importava o tempo, eu as teria de volta. Mas Ezequiel estava certo em uma coisa: eu não estava totalmente contente, pois me faltava informação.






– Peraí, vamos ver se eu entendi bem: então eu não caí, fui trazida para cá, digamos, a força?






Está certo que minha pergunta parecia mais do que obvia, mas eu precisava tê-la feito. Ezequiel balançou a cabeça afirmativamente para mim e eu continuei:




– Então tenho direito a minhas asas de volta?



Ele balançou a cabeça novamente. Prossegui:




– Então posso voltar para casa também?




– Sim.


A resposta foi a que eu queria, mais não do jeito que eu imaginava. Faltava alguma coisa. E não me parecia ser nada bom.


– Mas?- perguntei cautelosa



– Você ganhou uma missão, Mel. Terá de ser anjo da guarda para voltar para casa.



Eu não queria ouvir o que havia ouvido. Agora eu era anjo da guarda? Não podia ser. Eu era um desastre como anjo normal, imagine como anjo da guarda. Minha expressão incrédula devia ser engraçada para os outros, pois Maria e Ezequiel me olhavam com sorrisos em seus rostos.





– Não e tão ruim como parece, Mel. Você acaba se acostumando.






– Por que eu?



– Mel querida – começou Maria pela segunda vez – eles sabem que você consegue, eu tenho certeza disso. Ser anjo da guarda não é tão ruim como disse o Ezequiel.

– Não é ruim para ele, que foi criado para isso. Eu não sirvo para anjo da guarda. Não cuido nem de mim como deveria, quanto mais de um humano.

– Confie e mim, Mel. Não posso estar sempre com você, mas posso ajudar de vez em quando.


Olhei para Ezequiel à beira da desolação. Pelo menos de vez em quando era melhor do que nunca. Pensei um pouco. Seria para eu voltar para casa. Faria aquilo para voltar para casa.





– Quando começo?






– Hoje.



– Mais hoje eu tenho aula! Não posso começar hoje!

– Você pode é você vai! Seu protegido estuda no mesmo colégio que matriculamos você, e para não ter mais trabalho, na mesma sala.


Ezequiel sorriu para eu ficar feliz com a noticia. Mas para mim ela não era nada feliz. Eu queria tentar ser normal, não fingir ser normal. Apesar de não ser normal. Deixei minha explanação confusa para lá, peguei minha bolsa e fui em direção á porta.




– Menina, você não vai tomar café da manhã?




Ouvi Maria gritar da cozinha.


– Não. - gritei para ela e diminui a voz – perdi a fome.


Ezequiel e eu fomos caminhando lado –a – lado pela rua e continuamos a discutir minha delicada situação:




– Tá, quem é o coitado que precisa tanto de mim assim? – perguntei sem emoção




– Ainda não sei. Quem te trouxe para cá sabia o que estava fazendo. Não conseguimos identificar. Mas estamos trabalhando nisso.


– Ok. É eu vou cuidar de quem então?

– Por enquanto, olhe Nathan Carter!

– Nathan Carter?!

– Sim. Você vai gostar dele.


Ezequiel caminhou comigo até a frente do colégio. Eu estava olhando para o lado oposto dele, e quando virei, ele havia sumido.







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Notas finais do capítulo

rewies??e ai?



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